Rizzardo Da Camino
A "Câmara do Meio" é a imagem do grande laboratório onde, sé operam as transformações infinitas.
Nada começa sem a morte. O grão perece para que o Vegetal se desenvolva.
A morte é a vida profana com que o futuro maçom começa a sua iniciação - através da "Câmara das Reflexões'" que é a segunda morte simbólica: a morte de Hiram-Abif.
A "Câmara do Meio", é a perda das ilusões através de práticas herméticas, que transforma o centro dos conhecimentos que passam do cérebro ao coração.
O conhecimento do coração é a comunicação direta sem intermediários, mais ou menos opaca, em direção do manancial de toda a vida. Um caminho para a luz, o eco da palavra perdida.
"Câmara do Meio" seria corruptela de "piso do meio", referido no 1.° Livro de Réis, capítulo VI, 8.
A expressão "Câmara do Meio", consta nos mais antigos Rituais.
"No meio do Esquadro e Compasso", seria o seu exato significado.
"Entre a Terra e o Céu".
O "meio" é o centro ideal.
Ascender à "Câmara do Meio, é dirigir-se ao centro da "'Roda", ao eixo imóvel. É escapar à agitação do mundo profano. Os iniciados em marcha sobre os raios da Roda em direção ao centro.
A "Câmara do Meio" é a quinta essência dos alquimistas, o ponto de intercessão dos dois braços da Cruz, o cume da "Pedra Cúbica Pontiaguda".
Nós ascendemos por 15 marchas divididas em 3 grupos: 3, 5 e 7.
Estes nomes correspondem ao Aprendiz, Companheiro e Mestre.
Três (3), é o Triângulo - Cinco (5), a Estrela Flamígera - Sete (7), o Selo de Salomão com o ponto central.
Este homem consegue realizar o equilíbrio perfeito entre a matéria e o espírito.
O Selo de Salomão é o hieróglifo da Pedra Filosofal, entendendo-se que a Estrela Flamígera é a "matéria primária".
O Triângulo ou Delta Luminoso, é o fogo espiritual que atua Sobre o pentagrama ou Estrela Flamígera. A matéria primária conduz ao Hexagrama. ou Selo de Salomão, Pedra filosofal.
A união do Selo de Salomão com a Estrela Flamígera, simboliza a união do Microcosmo com o Macrocosmo.
A soma do pentagrama (5) com o Hexagrama (6) = 11 que é o comprimento do Cordão do Mestre – 11 centímetros ; Ou seja: os 10 Sefirot e En Soph. - Os 33 degraus do escocismo divididos em ,3 série de 11.
Encontramos nos Vedas: (Adhyay, II, Anuwaka, XX; Sukta IV, V, II) "O Deus, que é o nome 11 nos Céus; que é o 11 sobre a Terra, e que, ao nome de 11, habita com glória no meio dos ares, pois nosso sacrifício vos é agradável".
A "Câmara do Meio" pode ser comparada ao hexágono. (A Casa do Sábio possui a forma hexagonal).
Comprimido no interior do hexagrama. Nesta Câmara, o homem, o iniciado, transforma-se em adepto.
A Loja de Mestre denomina-se "Câmara do Meio" e comporta duas partes: a primeira para o Solstício de Verão e a outra para o Solstício de Inverno; a 1ª para o nascimento do Sol; a 2ª para o seu ocaso.
Pode a sala ser separada por um cortinado e o 1º recinto será o "Hikal" e o 2° o "Debhir".
O "Hikal" é a Câmara Mortuária de Hiram-Abif; o "Debhir" a Câmara onde Hiram-Abif ressuscita.
O "Hikal" está decorado com pintura negra ornada com lágrimas brancas; (negro, ausência de cor; branco, composição das cores). O Debhir pintado de azul semeado de ouro.
"Hikal" = "Hic Imperat Kristós, abominatio Luciferi." (Aqui triunfa Cristo, abominação aos filhos de Lucifer):
"Debhir" = "Diaboli Ecclesia Beata Hiram Invocat Reverenter". (A Igreja Bemaventurada de Lúcifer invoca religiosamente Hiram), escreve Jean Kotska.
Hiram ressuscita.
Nos antigos rituais, 9 mestres em grupos de 3, partem em busca do cadáver de Hiram.
Somente 3 parrticipam da ressurreição.
Os 3 Companheiros assassinos estão julgados como representando a Ignorância, o Fanatismo e a Inveja.
Os 3 mestres ressuscitadores representam: o Saber, a Tolerância e desapego ou desprendimento. É o esoterismo da Lenda.
O número 9, representa, uma germinação "para baixo" logo, material. O 6. representa ao contrário, uma germinação "para o alto" logo, espiritual.
Hiram ressuscita, é o Mestre, individualizado é o Verdadeiro Homem. De um lado, a Franco-Maçonaria é uma "comunhão". (Com + união) reunindo os homens por uma mesma liturgia. o rito comum.
De Outro lado, tende a criar homens como indivíduos (indivis = indivisível), cada qual com consciência de seu próprio valor.
A individualização é própria da Maçonaria - cada obediência tem sua característica peculiar.
Cada Loja possui seu espírito especial; cada Maçom deve conservar e desenvolver suas qualidades inatas.
A Loja é para o maçam uma Escola onde poderá exprimir livremente diante de um auditório atento e benevolente.
O aprendiz, após uma fase de silêncio, enquanto se desbasta tranrsforma-se em Companheiro.
O Mestre na plenitude de seus direitos maçônicos e de seus deveres, verdadeiramente individualizado, será dentro da Loja um elemento, uma Pedra Perfeita, indispensável à existência da Loja.
Fonte: Simbolismo do Terceiro Grau
Nenhum comentário:
Postar um comentário