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domingo, 22 de dezembro de 2019

POR ONDE INICIAR?

POR ONDE INICIAR?
Valdemar Sansão

O Maçom deve caminhar lentamente pelo caminho da Virtude e da Perfeição.

Encontramos na Maçonaria uma Instituição Universal que tem por propósito tornar a Humanidade feliz pelo amor fraternal, pelo aprimoramento do caráter e costumes, pela tolerância entre os homens, pela igualdade de direitos e de respeito às autoridades e crenças de cada indivíduo, uma opção para trilharmos as veredas do bem, que é a sua essência primordial.

Entre as diversas oportunidades que o destino me reservou, jamais vou esquecer, em tempo algum, os momentos em que me adentrei às dependências da Loja maçônica para submeter-me ao ritual da iniciação. Desde o início, pude perceber a minha fragilidade e quão pequenino é o homem diante da grande Obra, sentindo-me como se fora uma embarcação sem leme, ficando à deriva e à mercê dos movimentos das águas, não sabendo se iria sucumbir a qualquer instante ou parar em terra firme.

Isto me levou a refletir que, neste mundo, o homem feito à imagem e semelhança de Deus, que conhecemos como Grande Arquiteto do Universo, deve abster-se de toda maledicência, iniqüidade e atitudes profanas que o afastam da Luz e o conduzem às mais profundas trevas, procurando viver confiante em seu Criador sem receios e constrangimentos, do mesmo modo que o iniciante, que é vedado a luz, em profunda escuridão, necessita de seu guia para prosseguir seus passos com firmeza.

Durante todo transcorrer do ritual, completamente absorvido pelos pensamentos, descobri que apenas o egoísmo tinha sido a razão de meu viver, abstendo-me do que seria necessário e muito mais importante para minha própria pessoa, ou seja, dedicar parte da minha vida às atividades que podem beneficiar a humanidade, a pátria e a família.


Foi-me entregue o Ritual do Simbolismo APRENDIZ MAÇOM que em seu maravilhoso ensino, do qual entre outras coisas, destaco o seguinte: o trabalho do Aprendiz tem por objetivo demonstrar ao novo iniciado a escravidão em que vive, despertando em seu coração o sentimento de sua própria dignidade, e incentivando-o no estudo da Verdade. O Aprendiz tem por objetivo lutar contra os inimigos naturais do Homem, as paixões; contra os hipócritas, os perjuros, os fanáticos e os ambiciosos, os que especulam com a ignorância e o obscurantismo, combatendo-os com vigor para que a luz, vença as trevas, para que a honra derrote a perfídia e a verdade triunfe do erro. É este o simbolismo do Aprendiz, que passa das trevas para a luz.

Isto foi o que pude concluir durante toda a iniciação e, já nos primeiros ensinamentos da vida maçônica, aprendi que o modo de falar, escrever, pensar e agir deve sempre estar identificado com o objetivo maior da Ordem que é, através de um comportamento e filosofia de vida pura, me tornar um homem Justo e Perfeito.

Devo progressivamente desfazer-me de todos os maus costumes, isto é, de todos os defeitos, de todas as paixões que agitam o mundo profano. Simbolicamente, para este trabalho, entregaram-me duas ferramentas: o Cinzel, que, tirando as asperezas, equivale à faculdade de apreciar com retidão; o Malho, que, arrastando a decisão, afasta do espírito que me estorvava, falseando-o.

Por outro lado, o Avental lembra-me minhas obrigações. O uso proíbe-me de entrar em loja sem dele estar revestido. Esta regra me faz sentir que, momentaneamente, devo renunciar aos hábitos profanos. O Maçom que dele está ornado não é mais o que era antes. Quando toma a palavra, estando à ordem, exprime ele a sua opinião com calma, em termos comedidos, calculados para não ferir a ninguém, mesmo quando estaria se enfadando na defesa de idéias que lhe são caras.

Pelo que entendi, o maçom deve ser como a natureza é: pura e harmônica. No coração de um maçom deve haver bondade, paz, sossego, equilíbrio, honestidade, dignidade e, principalmente humildade. Tudo isso, aliado a um grande amor ao próximo.

Conclui que a Maçonaria não é de ninguém, são todos. Todos unidos em torno de um mesmo ideal: o bem da Humanidade!

O seu dístico “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”. Liberdade, que devemos levar e pregar, qualquer que seja nosso destino e nossa situação; Igualdade com que devemos tratar todos aqueles que nos são semelhantes; e Fraternidade, que deve estar sempre pregada em nossa mão, quando apertarmos a mão de alguém necessitado.

A mesma mão que se ergue para ajudar ao próximo, deve ser a mão que empunha a espada contra a perfídia e a ignorância.

Meus queridos Irmãos, não há sonho mais bonito do que o da fraternidade humana. Os homens são de raça, de povos, de credos diferentes, mas devem dar as mãos, formando uma corrente. Se cada um de nós for uma semente que o vento espalha, este sonho poderá se realizar um dia!

Que o Grande Arquiteto do Universo nos proteja e ilumine, nos inspire e nos dê coragem e sabedoria para que possamos ser realmente úteis a ELE e a todos os homens, seus filhos e nossos Irmãos espalhados pela face da Terra.

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