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segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

TELHAMENTO NO 1º GRAU

TELHAMENTO NO 1º GRAU
(republicação)

Em 29.01.2015 o Respeitável Irmão Claudio Martins, Loja Divino Mestre 2844, REAA, GOB-PR, Oriente de Umuarama, Estado do Paraná, formula a questão que segue: 
triavel@yahoo.com.br 

Em sessão de instrução do Grau de Aprendiz realizada ontem em minha Loja, foi ministrada a "Terceira Instrução do Grau de Aprendiz", do Manual de Procedimentos Ritualísticos. Na página 161, na terceira linha, o Venerável pergunta ao 2º Vigilante qual é a Palavra e o 2º Vigilante responde: - Não sei lê-la nem pronunciá-la, Venerável Mestre, por isso não V∴P∴D∴S∴S∴ (o 2º Vigilante leu "não vô-la posso dar, somente soletrar"). Argumentei que o correto é "não vô-la posso dar senão soletrada", que foi como aprendi quando fui iniciado em 1981 e que sempre transmiti em ensinamentos aos demais Irmãos. Argumentei inclusive, que não há concordância gramatical na maneira que ele pronunciou. Resolvi então recorrer ao querido Irmão, certo que com seu grande conhecimento, nos esclarecerá qual a forma correta.

Considerações: 

Embora até pareça um excesso de preciosismo, a resposta correta envolve “senão soletrada” ou ainda “senão soletra-la”. Realmente a forma “somente soletrar” como indicada na resposta não faz muito sentido gramaticalmente, pelo menos no nosso idioma vernáculo. 

Cabe aqui ainda uma pequena correção: na resposta “Não sei lê-la nem pronunciá-la, Venerável Mestre, por isso...” é dispensável o tratamento “Venerável Mestre”, já que necessariamente a pergunta pode ser feita por qualquer protagonista no exercício do ofício daquele que está encarregado de fazer o telhamento, não apenas pelo Venerável. 

Penso que é oportuno aqui também mencionar um erro muito mais grave inserido em muitos rituais de Aprendiz nessa oportunidade. Se um protagonista responde que somente pode soletrar a Palavra, então que “estória” seria aquela de que no final do procedimento ambos a transmitam por sílabas? 

Ora, se a Palavra só pode ser dada afirmativamente soletrada, inclusive justificada pelo fato de que um dos figurantes afirma não saber lê-la nem pronunciá-la senão soletrada, então por que a orientação anacrônica muito comum em muitos dos nossos rituais de “dada a última pelo interrogante, o interrogado pronuncia a primeira sílaba e o interrogado a segunda”? – veja, por exemplo, o Cobridor do Grau, REAA, no Ritual de Aprendiz em vigência no GOB, página 39. 

Esse tipo de orientação deveria ser perfeitamente dispensável e extirpado, já que o costume de se silabar a Palavra Sagrada é procedimento de outro Grau no REAA, inclusive iniciaticamente o ato representa evolução. Afinal o Aprendiz na senda maçônica simbolicamente somente sabe soletrar. 

T.F.A. 
PEDRO JUK – jukirm@hotmail
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.700 – Melbourne – terça-feira, 26 de maio de 2015

Um comentário:

  1. O Ir.'. faz uma observação coerente, terei o imenso prazer em levar esse ponto para um debate em loja.
    T.F.A.

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