ESTÃO SATISFEITOS?
(republicação)
Em 06/10/2015 o Respeitável Irmão Clayton Costa, Loja Fonte de Luz, 114, REAA, GOB-CE, Oriente de Fortaleza, Estado do Ceará, formula a seguinte pergunta: claytonpimenta74@gmail.com
Quando acontece de um dos Irmãos, ao ser indagado se estão satisfeitos, levantar e dizer que não está satisfeito, qual deve ser o posicionamento do Venerável Mestre?
CONSIDERAÇÕES;
O termo foi muito usado em antigos rituais cujo procedimento fora haurido das construções do passado e a Francomaçonaria (Maçonaria Operativa).
De modo prático quando era concluída uma etapa da construção, geralmente antes do período do inverno, os operários recebiam os seus salários conforme a sua produção no canteiro. Assim o Mestre da Obra geralmente indagava a um dos seus auxiliares imediatos (atual Primeiro Vigilante), se todos os Obreiros haviam sido pagos e estavam satisfeitos. Se a resposta fosse afirmativa, então o Mestre da Obra autorizava o Vigilante a encerrar os trabalhos no canteiro e despedir os obreiros, recomendando, porém o retorno de todos na próxima estação (no inverno não havia trabalho) para a continuidade dos afazeres da construção.
Obviamente que se algum operário se sentisse injustiçado com o salário recebido ele declarava seu descontentamento e as contas eram averiguadas para que se processassem as justas remunerações.
Graças a esses costumes é que muitos rituais da Moderna Maçonaria reviviam essa prática quando o Venerável, antes do encerramento dos trabalhos, indagava simbolicamente ao Primeiro Vigilante se os Obreiros estavam contentes e satisfeitos. De modo simbólico ele assim afirma e então o Venerável mandava fechar a Loja.
Com a evolução de muitos rituais, atualmente essa reminiscência tem se apresentado apenas durante a abertura dos trabalhos quando o Venerável pergunta ao Primeiro Vigilante a razão dele ocupar aquele lugar no Ocidente. Em resposta o Vigilante profere que do mesmo modo como o Sol se oculta no Ocidente para terminar o dia, ali é colocado o Primeiro Vigilante para fechar a Loja, pagar os Obreiros e despedi-los contentes e satisfeitos.
Assim essa prática se tornou somente uma regra simbólica de usos e costumes e não de modo literal uma pergunta individual ou à coletividade da Loja, até porque na Maçonaria Simbólica se um Obreiro se sentir prejudicado, ele fará apelação na forma da Lei ao Venerável ou diretamente ao Orador da Loja, ou mesmo ao representante do Ministério Público Maçônico, conforme o Rito.
Desse modo e nas atuais circunstâncias, ninguém esperaria o encerramento dos trabalhos da Loja para manifestar seu eventual descontentamento que viesse prejudica-lo em seus direitos.
Finalizando; não está mais prevista no Ritual nenhuma pergunta objetiva nesse sentido, daí qualquer resposta relativa seria improcedente.
T.F.A.
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.053 – Melbourne (Vic.) segunda-feira, 16 de maio de 2016
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