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domingo, 28 de junho de 2020

ORÁCULO DE ELÊUSIS

ORÁCULO DE ELÊUSIS
Ir∴ Roberley Carlos Polycarpo - Pesquisa Ir.: Jaime Balbino de Oliveira

Em tempo imemorial aproximadamente 1600 A.C., uma colônia grega vinda do Egito trouxe, para a tranqüila baia de Elêusis o culto a grande Isis, sob o nome de Demeter ou Mãe Universal. Desde esse tempo Elêusis ficou conhecida como um centro de iniciação.

Demeter e sua filha, Perséfona, presidiam aos pequenos e grandes mistérios, daí todo seu prestígio. Se o povo reverenciava a Céres a terra e a deusa da agricultura, fonte de abastecimento e alimentação, portanto símbolo da vida, os Iniciados nela viam a luz celeste, mãe das almas e Inteligência Divina. Seu culto era oficiado por sacerdotes pertencentes á mais antiga família sacerdotal da Àtica. Diziam-se filhas da Lua, isto é, nascido para serem mediadores entre a terra e o céu. Desde a origem sua função era “ cantar, neste abismo de misérias as delícias da celeste morada e ensinar os meios de encontrar-lhes o caminho”, ou seja, regeneradores da alma humana.

Os sacerdotes de Elêusis ensinaram sempre a grande doutrina esotérica que lhes vinha do Egito. Por uma arte sutil e profunda estes sacerdotes souberam utilizar-se das paixões terrestres para exprimir ideais celestes. Aproveitavam o atrativo dos sentidos, a grandiosidade das cerimônias e as seduções das artes para induzir a alma a uma vida melhor, e o espírito à compreensão das verdades divinas.

Os mistérios de Elêusis justapõem ao culto á deusa Demetér (Céres), que ensina os homens o cultivo do trigo e o culto á sua filha Perséfone, cujo estágio hibernal nos infernos, em virtude de ter sido raptada por Hades (Plutão para os romanos), simboliza o ciclo de nascimento, desenvolvimento e morte dos vegetais que, esotericamente, representa a eternidade e a imortalidade da alma. Os mistérios de Elêusis forneciam aos Iniciados os segredos da morte e da ressurreição, existindo grandes analogias com a mística maçônica, cujas provas, representando a morte física e seu renascimento, em um plano superior são representadas através do culto a Demetér e Perséfone nas Eleusinias.

Como uma teoria brilhante. Toda a Iniciação Eleusiana gira e desenvolve-se em torno da representação simbólica da alma, de sua descida na matéria, de seus sofrimentos nas trevas do esquecimento, depois sua reascensão e volta á vida divina.

Em Elêusis as Iniciações possuíam um sentido místico muito semelhante ao ato iniciático maçônico.

Os grandes mistérios só eram celebrados de cinco em cinco anos, no mês de setembro, em Elêusis. Essas festas carregadas de simbologias, duravam nove dias e foram descritas por Porfirio da seguinte forma: “ Coroados de Mirta entramos com os outros Iniciados no vestíbulo do templo, porém estávamos cegos ainda. O hierofonte (Sacerdote) que está no interior, vai logo abrir-nos os olhos. Mas primeiro, pois não se deve fazer nada com precipitação, nos lavarão na água sagrada, porque é com as mãos puras e o coração puro que devemos entrar no recinto sagrado. Levados diante do Hierofone ele nos leu um livro de pedra, onde contam coisas que não devemos divulgar, sobre pena de morte. Digamos somente que elas são adequadas ao local e às circunstâncias. Ouvíamos tudo com grande interesse e contemplando os símbolos revelados. Então, finalmente, a luz de uma maravilha celestial enche o Templo. Ouvimos o coro dos bem-aventurados. Aproximei-me dos confins da morte e tendo atingido o átrio, voltei, transpondo através de todos os elementos (espíritos elementares da terra, da água, do ar, do fogo). Nas profundezas da meia-noite, vi o sol resplandecente de uma luz esplêndida, ao mesmo tempo que vi os deuses superiores. E aproximando-me dessas divindades paquei-lhes o tributo de uma piedosa adoração”.

Naquele tempo os Iniciados nos mistérios de elêusis eram divididos em dois grupos, ou Graus, os mistos e os epóptas. Os mistos são comparados aos Aprendizes-Maçom, que durante um período de tempo determinado, limitavam- se a ouvir e aprender, não lhes sendo permitido falar. Já os epóptas, mais esclarecidos já se aprofundavam nos estudos acerca da origem do Universo e do homem, sobre o domínio da mente e sobre a espiritualidade, tendo como símbolo a espiga de milho, representando renovação (ressurreição), sendo estes comparados aos Companheiros Maçons.

Após a época de Alexandre, os mistérios de Elêusis foram atingidos, até certo ponto,pela decadência pagã, mas seu fundo sublime subsistiu e salvou- os da desgraça que se abateu sobre os outros Templos. Pela profundidade de sua doutrina sagrada, pelo esplendor de sua encenação, os Mistérios mantiveram-se durante três séculos, frente ao Cristianismo que crescia. Eles reuniam então aquela elite que, sem negar Jesus como manifestação da ordem heróica e divina, contudo não queriam esquecer a velha ciência e a doutrina sagrada, como já o fazia a Igreja da época. Foi necessário um édito de Teodósio, proibindo as cerimônias do Templo de Elêusis, para pôr fim àquele augusto culto, onde a magia da arte grega comprazia-se em incorporar as elevadas doutrinas de Orfeu, de Pitágoras, e de Platão.

Hoje, o asilo da antiga Demetér desapareceu sem deixar vestígios na baia silenciosa de Elêusis. E o golfo azulado nos dias de primavera, lembra que ali, outrora, a grande Exilada, a Alma humana, evocou os Deuses e reconheceu a sua eterna pátria.

Conclusão

Os Mistérios de Elêusis nos apresentam como uma experiência esotérica e iniciática fantástica, onde a maior Preocupação era apontar o caminho da virtude a seguir bem como a purificação da alma, através de atos iniciáticos, vislumbrando aos escolhidos a oportunidade de elevação espiritual e a paz interior.

Existe uma grande co-relação entre os Iniciados de Elêusis e os Obreiros de nossa Oficina, onde o ponto de intercessão deve ser o aprofundamento do estudo da arte real e a busca incessante da verdade através do amor, do zelo, da obstinação e sempre visando o aperfeiçoamento moral e espiritual, multiplicando os nossos conhecimentos maçônicos através dos tempos e ajudando o crescimento da nossa Ordem com a bênção do G∴A∴D∴U∴.

“ SE BRAVO PARA DEFENDER A VERDADE”
“ SE BRAVO CONTRA TUAS PRÓPRIAS FRAQUEZAS”

Fonte: http://www.cavaleirosdaluz18.com.br

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