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terça-feira, 8 de setembro de 2020

UMA INVESTIGAÇÃO CONSTANTE DA VERDADE

UMA INVESTIGAÇÃO CONSTANTE DA VERDADE
Por Pedro Campos de Miranda

Os sábios antigos criam em que o homem não possuía a Verdade, senão quando esta se tornava parte do seu íntimo, um ato espontâneo de sua alma. (Edouard Schuré)

Um dos maiores postulados da Maçonaria é garantir ao homem o direito de investigação constante da Verdade. Mas o que é a Verdade, afinal? Quando nos encontramos com o dono da verdade, vemo-nos numa situação desagradável. Felizmente, nossa Instituição ensina-nos igualmente o exercício do tolerância. Ao deparamos com alguém assim, ao invés de discutir com o homem que tem certeza, que afirma saber muito mais do que todos; que pensa que os outros não têm inteligência, só nos resta elevar nossos pensamentos ao Grande Arquiteto do Universo, pedindo-Lhe iluminar a mente de quem procura a Verdade na estrada errada, viajando em companhia da arrogância e do desrespeito a quem o ouve. Quem ama realmente a humanidade não tem outro sentimento com relação a tal pessoa senão o da compaixão, pois a Verdade é uma realidade multifacial e haverá sempre uma face dela a ser descoberta por nós. Por isso, serem os maçons sempre estimulados à sua investigação constante.

Se pudéssemos conversar com um elefante e lhe pedíssemos que nos descrevesse uma formiga, certamente que o paquiderme nos diria que a formiga é um inseto bem pequeno. Mas se nos fosse permitido inverter a situação e nos dirigíssemos a uma bactéria com o mesmo pedido, ela nos diria que a formiga tem um corpo imenso. Ambos estão sendo absolutamente sinceros, pelo que lhes foi possível perceber. Da mesma forma, haverá sempre alguém que nos poderá mostrar uma face da Verdade que lhe foi dado observar ou descobrir. A prudência e a humildade poderão ajudar-nos a reconhecer nos outros o direito de interpretação do que experimentaram. Reunindo-se entre pessoas de níveis culturais e de experiências de vida diferentes e podendo expressar livremente seus pensamentos, o maçom tem muito mais oportunidade de avançar no conhecimento de outras faces da Verdade.

Jesus Cristo disse: “Conhecereis a verdade e ela vos libertará!” O Divino Mestre não se referiu àquela verdade de conveniência, própria de um político. O importante não é o fato. É a sua versão! Jesus quis nos falar da verdade alimentada pela pureza de intenções, pelo.amor verdadeiro, pela sinceridade. No plano da Justiça Divina, como nos alerta a Maçonaria, nossas intenções e nossos esforços vão ser apropriadamente considerados na confrontação dos débitos e créditos. Então temos que nos preocupar com a auto-realização. Daí, ser importante para os maçons procurarem a Verdade na intenção do nosso aperfeiçoamento, captando bem uma das lições que Sidharta Gautama, o Buda, nos legou: “O conhecimento da verdade elimina todo o mal!”

A primeira verdade que o maçom procura conhecer é sobre si mesmo, examinando cuidadosamente seus hábitos, sua escala de valores, seus defeitos. Conhecê-los e dominá-los dá-nos o direito de prosseguirmos investigando a verdade. De maneira serena, de modo incansável, consciente de que a escada que nos leva à verdadeira sabedoria é infindável; pois quando chegarmos onde imaginamos ser seu fim, descobriremos que há muitos outros lances de degraus mais acima.

Nunca devemos nos utilizar do conhecimento de uma face da Verdade que possuirmos para afrontar a quem quer que seja. Nossa tarefa não está terminada com o pouco que aprendemos. A eternidade espera-nos para conhecermos muito mais. A verdade está num estado consciente e constante de observação e na janela que o tempo nos abre. Carl Gustav Jung ensinou-nos que há coisas que ainda não são verdadeiras, que ainda não adquiriram o direito de ser verdadeiras, mas que um dia poderão ser verdadeiras!

Fonte: https://opontodentrocirculo.com

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