Páginas

domingo, 28 de fevereiro de 2021

REAA - A CÂMARA DE REFLEXÃO

Em 07/08/2020 o Respeitável Irmão Airton Rebolho, Loja Luz, Justiça e Caridade, REAA, GOB-PR, Oriente de Paraíso do Norte, Estado do Paraná, faz a seguinte solicitação:

CÂMARA DE REFLEXÃO

Favor esclarecer sobre a Câmara de Reflexão: móveis, utensílios e preparo da sala dentro da ritualística.

CONSIDERAÇÕES:

De início cabe mencionar que a Câmara de Reflexão não é artifício iniciático utilizado por todos os ritos que compõem a Maçonaria Universal.

De modo geral a câmara que instiga reflexão é bastante comum nos ritos de origem francesa, não devendo ser confundida com câmaras de preparação geralmente utilizadas - como bem articula a sua denominação - para literalmente preparar o candidato e seu vestuário, tecer comentários e explicações iniciais, assim como outras providências necessárias antes do recebimento do postulante na cerimônia de Iniciação.

Quanto aos comentários que se seguem, os mesmos serão dirigidos à prática do Rito Escocês Antigo e Aceito, não como abordagem individual dos símbolos e demais adereços que constituem a Câmara de Reflexão, mas como aspectos que a definem como uma alegoria iniciática. Assim, a exegese individual de toda a sua simbologia não será aqui abordada, até porque entendo que essa é obrigação da Loja em ambiente velado.

Desse modo, seguem então os comentários.

A Câmara de Reflexão é um pequeno espaço decorado para tal que geralmente se situa próximo ao local onde se realizam os trabalhos da Loja. Em linhas gerais é uma dependência que faz parte do edifício que abriga o templo maçônico.

Nela o candidato é recolhido por um determinado tempo no dia da sua Iniciação. No REAA a sua decoração encerra símbolos e frases que têm por objetivo aguçar uma reflexão no aspirante.

Sob essa óptica, o vocábulo “reflexão” designa o ato de refletir. Do latim reflectere = voltar-se para trás, figuradamente se refere, dentre outros, à ponderação, observação, raciocínio, amadurecimento, etc.

Assim, a câmara tem por desiderato operar no candidato uma reflexão (no singular) atinente ao pensamento maduro, consolidado e de ponderação, todos relativos ao bom emprego da existência humana diante da efemeridade da vida.

Já o termo “reflexões”, no plural, que nada tem a ver com a Câmara de Reflexão empregada na Maçonaria, é mais apropriado para uma câmara de estudos de fenômenos físicos de reflexão. Nesse caso reflexão está relacionado à física e é o desvio que ocorre dentro de um mesmo ambiente de um raio luminoso, calorífico, ou sonoro quando encontra um obstáculo; é desvio (ricochete) de direção de um corpo ao se deparar com outro.

Sob o aspecto do simbolismo iniciático, a Câmara de Reflexão no REAA alude a um dos quatro elementos alquímicos da antiguidade (a Terra). Também simboliza uma masmorra que pode encerrar a consciência humana, privando o homem da sua livre determinação. Significa para o Iniciado a luta pelo desprendimento das convenções sociais e mundanas que atrelam o homem levando-o a uma consciência escravizada. A masmorra é símbolo do que se opõe à liberdade.

A constelação de símbolos que a Câmara de Reflexão encerra instiga o Iniciado a refletir sobre a transição da vida, ou seja, no caso a morte do homem profano e o nascimento do homem iniciado. O ambiente nela preparado instiga silêncio e meditação e é na verdade o primeiro contato do candidato com os costumes da Sublime Instituição.

Alerto que a sua rica simbologia deve ser constantemente perscrutada pelo maçom, mesmo aquele que tenha chegado ao final da jornada iniciática (mestrado).

A Câmara de Reflexão esotericamente simboliza o seio da Terra, lugar aonde a semente morta (o Iniciado) é plantada para renascer na Luz e produzir bons frutos. Na alegoria dos ciclos da Natureza o iniciado é o neófito, ou neo = novo; fiton = planta. Em Maçonaria significa uma nova planta, ou aquele que acabou de receber a Luz; é o recém-admitido na Maçonaria.

Além do impacto que a Câmara produz no recém-iniciado, sua exegese completa somente será alcançada pelo estudo da transformação e purificação pelos elementos – disciplina do Companheiro Maçom.

Concluindo, a Câmara de Reflexão no REAA encerra toda a simbologia da transformação pela morte e renascimento simbólico do iniciado. É, portanto, um ambiente silente, respeitoso e de introspecção, não se admitindo nele trotes e brincadeiras. A alegoria da Câmara de Reflexão é, pois, um recinto de grande importância para a Ordem Maçônica, sobretudo por ser o lugar onde a semente da continuidade é plantada.

E. T. – Vide outras explicações pertinentes no GOB-RITUALÍSTICA, Sistema de Orientação Ritualística – http://ritualistica.gob.org.br

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

PÍLULAS MAÇÔNICAS

AS PAREDES VERMELHAS NO TEMPLO PARA R.E.A.A.

Temos sido questionados o “por que” das paredes dos Templos da Associação Beneficente Barão de Mauá serem na cor vermelha.

Isso deve-se ao fato de que a maioria das Lojas que usam nossos Templos praticam o REAA e é considerado correto, por nós, o uso dessa cor para esse Rito.

O Mestre Castellani durante trinta anos tentou fazer com que as Lojas que praticam esse Rito mudassem de azul para vermelho, pois essa é a cor do Rito.

Para esclarecer, veremos um pequeno resumo do que ele escreveu em alguns de seus livros:

“Assim se verá, por exemplo, que, COMO OCORRE EM TODO O MUNDO, o Templo Escocês tem suas paredes púrpuras, porque a cor do REAA é a vermelha... Em termos de cor do Rito – e, portanto, das paredes do Templo e da orla do Avental do Mestre Maçom – a mesma é especifica vermelha. Quando fui exaltado a Mestre em 1966, recebi meu avental de orla vermelha.

Lamentável é que o Grande Oriente do Brasil, que seguia a orientação mundial, tenha, posteriormente, seguido o erro das Grandes Lojas estaduais brasileiras (surgidas da cisão de 1927, no GOB) e “azulado” seus Templos Escoceses e seus Aventais.

Ocorre que as primeiras Grandes Lojas, surgidas naquele ano, tomaram, através de Mario Behring, como modelo, a Grande Loja de New York, onde, realmente , tudo é azul, esquecendo que lá funciona no Rito de York, QUE É REALMENTE AZUL.

Quem quiser comprovar o que digo, basta circular pelas Lojas da America do Sul, e irá ver as Lojas do Chile, Uruguai, Argentina, etc, na cor vermelha.”

Devo lembrar , também, que a origem do REAA foi na França, com influencia direta do Colégio Clermont, comandado pelo Alto Clero, Nobreza e pelos Jesuítas, cuja cor predileta é a cor vermelha.

M∴I∴ Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

Fonte: pilulasmaconicas.blogspot.com

CARGOS EM LOJA - HOSPITALEIRO

CARGOS EM LOJA - HOSPITALEIRO

O Hospitaleiro é o elemento da Loja que tem o ofício, a tarefa, de detectar as situações de necessidade e de prover ao alívio dessas situações, quer agindo pessoalmente, quer convocando o auxílio de outros maçons ou, mesmo, de toda a Loja, quer, se a situação o justificar ou impuser, solicitando, através da Grande Loja e do Grande Oficial com esse específico encargo, o Grande Hospitaleiro ou Grande Esmoler, a ajuda das demais Lojas e dos respectivos membros.

Um dos traços distintivos da Maçonaria, uma das características que constituem a sua essência de Fraternidade, é a existência, o cultivo e a prática de uma profunda e sentida solidariedade entre os seus membros. Solidariedade que não significa cumplicidade em acções ilícitas ou imorais, ou encobrimento de quem as pratique, ainda que Irmão, ou sequer auxílio ou facilitação à impunidade de quem viole as leis do Estado ou as regras da Moral. O maçon deve ser sempre um homem livre e de bons costumes. De bons costumes, não violando as leis nem as regras da Moral e da Decência. Livre, porque auto-determinado e, portanto, responsável pelos seus actos, bons e maus. Perante a Sociedade e perante os seus Irmãos. A solidariedade dos maçons existe e pratica-se e sente-se em relação às situações de necessidade, aos infortúnios que a qualquer um podem acometer, às doenças que, tarde ou cedo, a todos afectam, às perdas de entes queridos que inevitavelmente a todos sucedem.

Sempre que surgir ou for detectada uma situação de necessidade de auxílio, de conforto moral ou de simples presença amiga, os maçons acorrem e unem-se em torno daquele que, nesse momento, precisa do calor de seus Irmãos. Esse auxílio, esse conforto, essa presença, são coordenados pelo Hospitaleiro. Note-se que a palavra utilizada é “coordenados”, não “efectuados” ou “realizados”. O Hospitaleiro não é o Oficial que efectua as acções de solidariedade, desobrigando os demais elementos da Loja dessas acções. O Hospitaleiro é aquele elemento a quem é cometida a função de organizar, dirigir, tornar eficientes, úteis, os esforços de TODOS em prol daquele que necessita.

É claro que, por vezes, muitas vezes até, a pretendida utilidade do auxílio ou apoio ou presença determina que seja só o Hospitaleiro a efectuar a tarefa, ou a delegar a mesma em outro Irmão que seja mais conveniente que a efectue. Pense-se, por exemplo, na situação, que aliás inevitavelmente ocorre com alguma frequência, de um Irmão que é acometido de uma doença aguda, que necessita de uma intervenção cirúrgica ou que precisa de estar por tempo apreciável hospitalizado, acamado ou em convalescença. Se todos os elementos da Loja se precipitassem para o visitar, isso já não seria solidariedade, seria romaria, isso já não seria auxílio, seria perturbação. O Hospitaleiro assume, assim, em primeira linha, a tarefa de se informar do estado do irmão, de o auxiliar e confortar e de organizar os termos em que as visitas dos demais Irmãos se devam processar, de forma a que, nem o Irmão se sinta negligenciado, nem abandonado, nem, por outro lado, fique assoberbado com invasões fraternais ou constantemente assediado pelos contactos dos demais, prejudicando a sua recuperação e o seu descanso, maçando-o, mais do que confortando-o. Também na expressão da solidariedade o equilíbrio é fundamental…

A solidariedade maçónica pode traduzir-se em actos (visitas, execução de tarefas em substituição ou auxílio, busca, localização e obtenção de meios adequados para acorrer à necessidade existente), em palavras de conforto, conselho ou incentivo (quantas vezes uma palavra amiga no momento certo ilumina o que parece escuro, orienta o que está perdido, restabelece confiança no inseguro), no simples acto de estar presente ou disponível para o que for necessário (a segurança que se sente sabendo-se que se não precisa, mas, se se precisar, tem-se um apoio disponível…) ou na obtenção e disponibilização de fundos ou meios materiais (se uma situação necessita ou impõe dispêndio de verbas, não são as palavras ou a companhia que ajudam a resolvê-la: é aquilo com que se compram os melões…). A escolha, a combinação, o accionamento das formas de solidariedade aconselháveis em cada caso cabe ao Hospitaleiro. Porque a ajuda organizada normalmente dá melhores resultados do que os actos generosos, mas anárquicos e descoordenados…

O Hospitaleiro deve estar atento ao surgimento de situações de necessidade, graves ou ligeiras, prolongadas ou passageiras, e actuar em conformidade. Mas não é omnisciente. Portanto, qualquer maçon que detecte ou conheça uma dessas situações deve comunicá-la ao Hospitaleiro da sua Loja. E depois deixá-lo avaliar, analisar, actuar, coordenar, e colaborar na medida e pela forma que for solicitado que o faça. Porque, parafraseando o princípio dos Mosqueteiros de Alexandre Dumas, a ideia é que sejam “todos por um”, não “cada um pelo outro, todos ao molho e fé em Deus”…

A solidariedade maçónica é assegurada, em primeira linha, entre Irmãos. Mas também, com igual acuidade, existe em relação às viúvas e filhos menores de maçons já falecidos. Porque a solidariedade não se extingue com a vida. Porque cada maçon, auxiliando a família daqueles que já partiram, sabe que, quando chegar a sua vez de partir, deixará uma rede de solidariedade em favor dos seus que dela necessitem verdadeiramente!

E a solidariedade é algo que não se esgota em circuito fechado. Para o maçon, a beneficência é um simples cumprimento de um dever. As acções de solidariedade ou beneficência em relação a quem – maçon ou profano – necessita, em auxílio das organizações ou acções que benevolamente ajudam quem precisa são, a nível da Loja, coordenadas pelo Hospitaleiro.

O ofício de Hospitaleiro é, obviamente, um ofício muito importante em qualquer Loja maçónica. Deve, por isso, ser desempenhado por um maçon experiente, se possível um ex-Venerável.

O símbolo do Hospitaleiro é uma bolsa ou um saco, ou ainda uma mão segurando um saco. Bolsa onde o Hospitaleiro deve guardar os meios de auxílio. Bolsa que deve figurativamente sempre carregar consigo, pois nunca sabe quando necessitará de prestar auxílio, material ou moral. Saco como aquele em que, em cada sessão, se recolhe os donativos que cada maçon dá para o Tronco da Viúva. Mão segurando o saco, no modo e gesto como, tradicionalmente, após a recolha dos óbolos para o Tronco da Viúva, o Hospitaleiro exibe o saco contendo esses óbolos perante a Loja, demonstrando estar á disposição de quem dele necessite. Mas o ofício de Hospitaleiro, a função que assegura, vão muito para além do auxílio material. Muitas vezes, o mais importante auxílio que é prestado não implica a necessidade de recorrer ao metal, que só é vil se não o soubermos nobilitar pelo seu adequado e útil uso.

Autoria: Irmão Rui Bandeira, MM da RL Mestre Affonso Domingues, n.º 5, GLLP/GLRP (Portugal)

Fonte: http://www.brasilmacom.com.br

sábado, 27 de fevereiro de 2021

ORDEM DE ARQUITETURA PARA COLUNAS ZODIACAIS - ESTÁTUAS DE MINERVA, HÉRCULES E VÊNUS

Em 06/08/2020 o Respeitável Irmão Crescêncio Ferreira Neto, Loja Fraternidade Lagoense, 4.214, REAA, GOB-RS, Oriente de Lagoa Vermelha, Estado do Rio Grande do Sul, formula a seguinte questão:

ORDEM DE ARQUITETURA PARA AS COLUNAS ZODIACAIS

Nos conhecemos quando o irmão esteve em Porto Alegre a alguns anos. Estamos construindo nosso Templo e nos surgiu uma dúvida quanto a ordem das colunas. Eu entendo que as duas colunas que sustentam o dossel sobre o Venerável Mestre poderiam ser Jônica por representar o pilar da sabedoria. Já as colunas zodiacais gostaríamos de fossem Dórica na coluna do norte (força) e Coríntia na coluna do sul (beleza). Estamos no caminho certo ou para as 12 colunas zodiacais deveríamos utilizar um único tipo de colunas? E aquelas 3 estátuas que tem em alguns templos? Minerva, etc. É correto colocar junto ao Venerável Mestre e Vigilantes ou é invenção?

CONSIDERAÇÕES:

No tocante às colunas que sustentam o dossel – A bem da verdade elas não são previstas como elementos integrantes desse mobiliário. 

Geralmente o dossel fica estruturalmente fixado diretamente na parede, a uma altura suficiente para não encobrir o Delta. 

Em se tratando do REAA a coluna grega de ordem Jônica que representa a Sabedoria não aparece necessariamente. É citada, mas de modo abstrato.

No que diz respeito às colunas zodiacais – Essas colunas que geralmente aparecem em seção de meias colunas encravadas na parede não possuem essencialmente nenhuma ordem de arquitetura. 

Na verdade, elas ali estão para representar as doze constelações do Zodíaco. Distribuídas a partir de Áries, seis ficam encravadas verticalmente no topo da Coluna do Norte (parede setentrional) e seis no topo da Coluna do Sul (parede meridional).

As colunas zodiacais se reportam às doze constelações que originalmente apareciam representadas na base da abóbada. Vale a pena mencionar que a tradição da decorar a abóbada no REAA é oriunda da Loja Geral Escocesa, criada no Grande Oriente da França para amparar o Rito nos primeiros anos de existência dos seus rituais simbólicos - início do século XIX. Com o passar do tempo, as constelações do zodíaco acabariam quase que desaparecendo da decoração, o que fez com que aparecessem então, como que a brotar das paredes, as colunas zodiacais com o fito de projetar (marcar) as constelações desaparecidas da base da abóbada. Na Europa, muitos templos do Rito Antigo e Aceito (assim que ele é conhecido por lá) ainda trazem tradicionalmente as constelações do Zodíaco pintadas na base da abóbada ou no alto das paredes, contudo não trazem a colunas zodiacais.

A despeito dessas particularidades, o importante é o que essa marcação zodiacal representa no Rito e não especificamente a ordem de arquitetura dessas colunas.

Assim, essas doze colunas são iguais e trazem cada qual no seu respectivo capitel o símbolo (pantáculo zodiacal) pertinente à constelação que ela representa. Alegoria de primordial importância para o REAA, as colunas zodiacais marcam simbolicamente o caminho que o iniciado deve percorrer até alcançar a plenitude maçônica (exaltado para ingressar no Oriente).

Do mesmo modo as colunas zodiacais não estão ali colocadas como emblemas da Força ao Norte e da Beleza ao Coluna do Sul. As colunas da Força e Beleza, tal qual a da Sabedoria no Oriente são de conotação abstrata no REAA e não precisam fisicamente aparecer.

Cabe ainda lembrar que o REAA (rito de origem francesa) não traz nos seus Painéis da Loja nenhuma representação pertinente às ordens de arquitetura gregas Jônica, Dórica e Coríntia. Essas ordens de arquitetura literalmente são comuns na Tábua de Delinear do grau Aprendiz Maçom nos trabalhos de origem inglesa (Craft).

Por fim, a questão das estátuas de Minerva, Hércules e Vênus - geralmente elas não constam como símbolos nos rituais do REAA, contudo, muitos autores respeitáveis, a exemplo dos saudosos e irretocáveis Irmãos José Castellani e Francisco de Assis Carvalho, até as sugerirem como elementos decorativos relacionados à Sabedoria, à Força e à Beleza, respectivamente. 

Eu particularmente não vejo necessidade dessa inserção, sobretudo para não alimentar fantasias em certas mentes imaginosas que transitam no solo maçônico, entretanto essa é apenas a minha opinião.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com.br
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

O MAÇOM É NECESSÁRIO QUANDO:

O MAÇOM É NECESSÁRIO QUANDO:
(do Ir∴ Robson Gouveia - Brasília)

- procura sempre colocar-se no lugar das outras pessoas, sentindo o que as outras sentem...

- faz tudo com atenção aos detalhes. Fica atento a tudo, procurando fazer sempre o melhor...

- termina o que começa, não deixando seus projetos pela metade com pedidos (alguns imotivados) de licença e/ou quite-placet...

- quando, tendo uma tarefa a cumprir, vem com soluções, não trazendo mais problemas...

- pergunta o que não sabe e sempre demonstra interesse em aprender, se aprofundando até dominar aquilo que desconhece...

- cumpre prazos e horários e não deixa os outros esperando por ele...

- não vive dando desculpas por seus atos e nem procura culpados pelos erros cometidos...

- não vive reclamando da vida e falando mal das outras pessoas, notadamente seus Irmãos de Ordem. Ele age para modificar e melhorar a realidade...

- não desiste facilmente. Ele não descansa enquanto não vê seu problema resolvido. Os obstáculos não o impedem que vá atrás da solução...

- está sempre pronto a colaborar com os outros. Ele participa, dá idéias e faz sempre mais do que esperam dele. Você pode sempre contar com ele.

Fonte: JBNews - Informativo nº 107 - 17/12/2010

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

USUÁRIO DA PALAVRA SE DIRIGINDO À LOJA - A QUEM SE DIRIGIR PRIMEIRO?

Em 28/07/2020 o Respeitável Irmão Herych Costa, Loja Tiradentes, 18, REAA, GLEMA (CMSB), Oriente de Porto Franco, Estado do Maranhão, apresenta o que segue:

USO DA PALAVRA – SE DIRIGINDO À LOJA

Meu Irmão, já li diversos artigos de sua autoria em que menciona que a ordem correta de se dirigir quando do uso da palavra é iniciado pelas Luzes e somente depois se dirigindo
às demais autoridades presentes, mesmo que Grão Mestre esteja presente. Contudo, não encontrei nenhuma disposição nesse sentido nos escritos ritualístico em que tive acesso. O Irmão poderia nos informar onde se encontra tal fundamentação?

CONSIDERAÇÕES PARA O REAA:

Caro Irmão, nós precisamos nos desvencilhar dessa maneira latina, extravagante e exagerada de achar que tudo em Maçonaria tem que estar escrito. É bom lembrar que às vezes nem tudo o que está escrito contempla a verdade.

Tenho dito que numa escola de razão, especialmente como é a Maçonaria, antes é preciso se aplicar a lógica (coerência de raciocínio de ideias) e bom senso (propriedade, razão e sensatez).

Não custa nada lembrar que muitas das nossas práticas herdadas de um passado distante eram oralmente ensinadas sem que nada fosse escrito. Afinal, figuradamente comentava-se: “na construção do Templo não se ouvia qualquer ruído produzido pelas ferramentas”.

Ora, a Maçonaria prima pela disciplina e organização, sobretudo pela sua história desde o período operativo. Atualmente seguimos a Moderna Maçonaria, forma essa que fora instituída inegavelmente sobre muitos exemplos dos nossos ancestrais oriundos das guildas de canteiros medievais (construtores de catedrais).

Assim, basta invocar a tradição e logo veremos que universalmente uma Loja, desde as velhas guildas de construtores, sempre foi dirigida por “três Luzes”. Essa é uma condição imemorial, espontânea e universalmente aceita, portanto é considerada um “Landmark” plenamente utilizado, independente de Rito, pela Moderna Maçonaria.

Em se aplicando a lógica, o bom senso e o conhecimento histórico da Ordem, por óbvio ver-se-á que aqueles que atualmente detém o malhete em Loja aberta são os responsáveis pelo canteiro (Loja) – não à toa que especulativamente os trabalhos de uma Loja ainda são abertos pelo Venerável Mestre auxiliado pelos seus Vigilantes.

Desse modo, o porte do malhete pelas Luzes (Venerável e Vigilantes) concebe as suas respectivas autoridades no ambiente. É por isso que a forma protocolar de alguém se dirigir à assembleia de maçons (Loja) se inicia hierarquicamente mencionando aqueles que portam os malhetes, independente de autoridades maçônicas que porventura possam se fazer presentes.

Vale a pena também mencionar dois aspectos: o primeiro é que são os detentores dos malhetes que autorizam o uso da palavra em Loja; o segundo é não confundir modo protocolar de se dirigir à Loja com saudação maçônica.

Por tudo isso é que o usuário da palavra no REAA, depois de autorizado deve se dirigir à Loja por primeiro ao Venerável Mestre e por segundo aos respectivos Vigilantes, para somente depois, se for o caso, mencionar as autoridades e demais Irmãos na forma de costume.

A título de ilustração, lembro que a maior autoridade presente em Loja é o Pavilhão Nacional, cujo qual geralmente fica hasteado no Oriente durante os trabalhos. Nem por isso o usuário da palavra se dirige ao Pavilhão Nacional primeiramente como a maior autoridade.

Assim, por uma questão de lógica e bom senso, na minha opinião nem tudo precisa estar literalmente escrito para ser cumprido. Entendo que ao se perscrutar nossas tradições, usos e costumes, bem como os fundamentos que construíram a história da Maçonaria, há de se achar a razão e a explicação de muitas práticas que num passado distante eram ensinadas oralmente.

Concluindo, reitero os meus escritos a respeito, ou seja, o usuário da palavra dirige-se primeiro às Luzes, em seguida, se for o caso e de modo genérico às autoridades (sem a necessidade de nominá-las uma a uma) e, por fim, aos demais Irmãos na forma de costume.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

VÍCIOS E VIRTUDES

VÍCIOS E VIRTUDES

O título desta Prancha decorreu de conversas com o meu Irmão padrinho, no trajeto de todas as quartas-feiras para a nossa Oficina, sobre a escolha de um tema complementar aos trabalhos que eu havia apresentado anteriormente a respeito da Terceira Instrução do Segundo Grau.

Repercutindo os temas complexos daquele trabalho, e aprofundando aspectos da filosofia iniciática, disse-lhe que havia me defrontado de uma forma embaraçosa com os questionamentos iniciais provocadores sobre “O que é a vida? Para que ela serve? Qual o seu fim?”, os quais lançam desafios ao livre pensador na direção da busca da “Verdade” e da necessidade de “Meditação” sobre a temática.

No processo de discussão, relatei-lhe que sempre retornava à minha mente aquelas perguntas do ritual de iniciação sobre o entendimento da Virtude e o que pensava ser o Vício, pois somente se pode trabalhar no sentido do aperfeiçoamento daquele e na desconstrução deste com o perfeito e justo entendimento dos respectivos limites de cada conceito e seus reflexos em nossa vida. Afinal, para isso eu entendia que meditar sobre a finalidade da vida seria um passo importante para começo de um plano de ação mais efetivo no sentido de dar concretude ao levantar templos à virtude e cavar masmorras ao vício, de forma a vencer paixões e submeter vontades, para o esperado aprimoramento espiritual.

Assim, recebi a sugestão do prezado Irmão para aprofundar o tema envolvendo Vícios e Virtudes.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

SAUDAÇÃO NO USO DA PALAVRA

SAUDAÇÃO NO USO DA PALAVRA
(republicação)

Em 16.02.2017 o Respeitável Irmão Ademar Hehnes Gardini, Loja Vicente Neiva, 22, Grande Oriente Paulista (COMAB), REAA, Oriente de Presidente Prudente, Estado de São Paulo, pede a seguinte informação:

SAUDAÇÃO NO USO DA PALAVRA

Agradeceria esclarecimento para a seguinte dúvida:

Em Sessão Econômica, estando o Irmão Mestre Maçom em uma das Colunas, sentado, e o Venerável Mestre fazendo uma determinada pergunta, diretamente ao Irmão, este ao responder, após se levantar e saudar o Venerável, tem também que saudar os Irmãos, 1º e 2º Vigilantes e demais Irmãos da Loja?

CONSIDERAÇÕES:

Vamos por etapa. Em primeiro lugar o ato de alguém estar à Ordem, não significa necessariamente estar saudando outrem, embora qualquer saudação em Loja seja sempre feita pelo Sinal. Um Obreiro ao fazer o uso da palavra, no Rito em questão, primeiro deve ficar à Ordem, segundo, de modo protocolar, sem desfazer o Sinal, se dirige às Luzes mencionando-as e, em seguida faz o uso da palavra. Ao final da sua fala, antes de sentar, desfaz o Sinal pela pena simbólica e senta. Isso não é saudação.

Saudação em Loja se faz pelo Sinal, cujo gesto primeiro é o de compô-lo e imediatamente desfazê-lo em seguida pela pena simbólica (ação individual). Um exemplo de saudação é aquela feita a cada Luz da Loja (Venerável e os Vigilantes) após a Marcha do Grau. Outro exemplo é o de quando se ingressa ou se sai do Oriente - nessa oportunidade é comum se saudar o Venerável Mestre, ou o Delta conforme preconizam alguns rituais, etc.

Assim, quando do procedimento protocolar de se dirigir a alguém ao se usar a palavra em Loja não significa estar se saudando esse alguém, senão apenas seguir a praxe conforme a situação. Estar à Ordem nessa ocasião nada mais é do que o cumprimento de uma regra que preconiza a composição do Sinal ao se estar em pé e, antes de tomar assento novamente, desfaz-se o Sinal na forma de costume (ninguém fica à Ordem se estiver sentado).

Quanto à sua questão especificamente, se o Venerável interpelar alguém diretamente, não há necessidade desse alguém mencionar, ou se dirigir aos demais antes de responder, até porque na oportunidade o diálogo ocorre entre dois protagonistas apenas – um pergunta e o outro responde.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

AS ESCOLAS ARCANAS

AS ESCOLAS ARCANAS
 Bruno Oliveira

As chamadas Escolas Arcanas foram as primeiras formas de organização da transmissão de conhecimento dos “mistérios” da vida que se tem registro. Essa prática que se baseava no ensino oral principalmente, ou o chamado conhecimento tácito, fazia parte da própria organização social das antigas tribos que habitavam o mundo. Seria prático apenas citar povos antigos, mas ao aprofundarmos o olhar sobre essas civilizações vemos o quão rica era sua cultura e quão próximos ainda estamos de seus ensinamentos.

Desde a antiguidade do fato de que nos mais antigos tempos históricos havia um sistema generalizado de três graus de Teosofia entre as pessoas irremediavelmente separados.

Sobre esse assunto, recomendo o excelente livro The Arcane Schools do autor e pesquisador John Yarker, ainda sem tradução para o português, que serviu de base para o presente texto.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

ESTANDARTE DA LOJA NO RITO SCHRÖDER

Em 27.07.2020 o Respeitável Irmão Everton Landre, Loja Fraternidade Cleuton Candido Landre, 298, sem mencionar o nome do Rito, GLMMG (CMSB), Oriente de Alfena, Estado de Minas Gerais, apresenta a dúvida seguinte:

ESTANDARTE

Tenho estudado bastante no blog do Irmão, e obtido bastante conteúdo sobre a confecção de um trabalho que estou fazendo para explicar a simbologia do estandarte de minha Loja.

Uma dúvida que tive foi a seguinte: Li que no Rito de Schroeder não se faz o uso d
e estandarte. O Irmão sabe me dizer algo a respeito dessa curiosidade. Vi que realmente não tem o cargo de Porta Estandarte, mas não sei se isso é realmente verídico ou não.

Grato pelo conhecimento e pela disposição. Parabéns pelo Blog...

CONSIDERAÇÕES:

Em Maçonaria o Estandarte serve para identificar uma Loja como corporação maçônica. Trata-se de uma espécie de bandeira retangular, com letreiros, brasões, símbolos distintivos, etc. que aparece pendente de uma haste horizontal e é geralmente arvorado no Oriente das oficinas maçônicas.

Nesse sentido, com o caráter de representação, as Lojas maçônicas, cuja maioria dos ritos o adotam, possuem cada uma o seu próprio estandarte.

Como uma insígnia, nele devem aparecer símbolos maçônicos e palavras que o identifiquem como emblema da Oficina – nome da Loja, Obediência a que pertence, data de fundação, rito, etc.

Especificamente em se tratando do Rito Schröder, originalmente ele não adota o Estandarte (nem possui um Oficial específico para conduzi-lo).

Nesse sentido, consultando o Eminente Irmão Ari de Souza Lima, Secretário Geral Adjunto para Rito Schröder no GOB e integrante do Colégio de Estudos Schröder, ele me confirmou a inexistência desse artefato no rito em questão.

Cabe, entretanto, um pequeno comentário nesse particular. Trata-se dos Diplomas Legais de algumas Obediências que, quando da fundação de uma Loja, independente do rito por ela adotado, se faz obrigatória a apresentação do desenho do estandarte e a sua descrição heráldica, o que faz com que paradoxalmente, um rito que tradicionalmente não possua Estandarte, acabe por tê-lo no conteúdo documental no nascimento da Loja. Desse modo, contrário ao que é comum no rito, algumas Lojas acabam expondo um Estandarte que, diga-se de passagem, nem está previsto no seu ritual.

Conforme ainda explica o Eminente Irmão Ari, tem sido comum no Rito Schröder é se ver Irmãos utilizando preso ao lado esquerdo do peito (na região cordial) um pequeno emblema (distintivo) preso a uma fita azul clara. Esse distintivo copia o timbre (selo) da Loja.

Concluindo, é preciso antes de tudo se respeitar as tradições, usos e costumes de cada Rito, sobretudo na sua construção litúrgica e simbólica. Conservá-lo na pureza da sua essência é respeitar a sua história e, ao mesmo tempo, entender o seu particular mecanismo de aperfeiçoamento humano.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

MINUTO MAÇÔNICO

ALTAR DOS JURAMENTOS

1º - Mesa quadrada ou triangular, colocada no oriente ou no ocidente. Sobre o Altar dos Juramentos acham-se depositadas as Grande Luzes maçônicas, sobre as quais os Maçons prestam os seus compromissos.

2º - O simbolismo do Altar dos Juramentos maçônico é muito extenso, representando particularmente aquelas coisas que o homem venera, pela devoção que por elas tem.

3º - Maçonicamente, simboliza o sacrifício de nossas paixões, levando o adepto à obtenção da Virtude.... É o símbolo do trabalho e da oração; do trabalho material que honra e dignifica e da oração mental que aperfeiçoa e eleva os nossos pensamentos.

4º - Ante o altar, nosso juramento constitui um símbolo de desvelo e extinguir as manchas dos vícios pela constante ação da virtude.

5º - "Esotericamente, nos revela o movimento harmônico na terra e no céu; simbolizando-nos a Luz Divina que nos ilumina e nos dá a vida e, incentivando os sentimentos natos de adoração ao Grande Arquiteto do Universo, que a tudo harmoniza".

Fonte: http://www.cavaleirosdaluz18.com.br

QUITTE PLACET E QUITTE PLACET EX OFFICIO

QUITTE PLACET E QUITTE PLACET EX OFFICIO
Sérgio Quirino Guimarães
ARLS Presidente Roosevelt 025

O Quitte Placet é um documento emitido pela Potência/Obediência A PEDIDO do Obreiro (associado) que deseja ter seu nome retirado do Quadro de Obreiros da Loja (associação). Este desejo pode ser de fórum íntimo (não concordar com o andamento dos trabalhos, estar em desacordo com as diretrizes da Loja, estar em desarmonia com algum Irmão) ou por situações profanas (estudo, transferência de oriente de trabalho, etc); é um direito inalienável do Irmão. A Loja pode e deve se reunir com o Irmão a procura de uma solução, isto se o pedido de Quitte Placet estiver calcado em alguma adversidade. Estando o Irmão em dia com suas obrigações pecuniárias e não tendo deixado alguma situação pendente na Oficina, o pedido do Irmão é feito à Loja e esta encaminha para o Grão-Mestre para a devida homologação. De posse do documento o Irmão pode procurar outra Oficina e se filiar naturalmente a ela. E se os Irmãos observarem bem, o Quitte Placet vale como uma “Carta de Apresentação”. O outro documento; Quitte Placet Ex Officio costuma gerar um imbróglio danado.

Primeiramente vamos entender as palavras sem entrar na origem semântica, trataremos apenas de seu significado prático: “quitte” tem o sentido figurado de se estar liberado de uma dívida ou compromisso (estou quite, estamos quites) e também de se estar desobrigado de um dever moral, social ou legal (“estar quite com o serviço militar”). Placet na prática é um número que lhe foi dado após seu assentimento (consentimento) que permitiu-lhe fazer algo ou seja, foi sua “nomeação” a Maçom. O “Ex Officio” é uma expressão latina que significa “por dever do cargo; por obrigação ou regimento”. E aí entra a má interpretação dos Irmãos. Toda Loja tem a PRERROGATIVA de PROPOR o desligamento definitivo DO SEU QUADRO DE ASSOCIADOS, o Obreiro que se tornar inconveniente ou nocivo ao ambiente maçônico. Vamos com calma e entendendo a frase: PRERROGATIVA é o privilégio, o direito que a Loja tem promover ações que visem manter a harmonia dos trabalhos, na verdade mais que um direito é um dever da administração. PROPOR: na verdade a Loja não emite o documento de imediato. Após apresentada e se aprovada pela maioria absoluta dos Obreiros, a Proposta de Emissão do Quitte Placet Ex officio é encaminhada a Potência que fará ou não a emissão do documento. Explico o motivo do “fará ou não”, neste momento o Irmão pode se valer do 13o Landmark. “– O direito de recurso de cada Maçom das decisões de sua Loja para a Grande Loja, ou Assembléia Geral dos Irmãos, é um Landmark essencial para a preservação da Justiça e para prevenir a opressão”. PORÉM, muita atenção quando for acionar as Câmaras de Justiça Maçônica! DO SEU QUADRO DE ASSOCIADOS: Então o Quitte Placet é um instrumento à disposição da Loja para adequação do Quadro de Obreiros aos trabalhos e harmonia no seio da Instituição. EX OFFICIO é um ato oficial que se realiza sem provocação das partes ou de uma das partes. Não é negar o direito de defesa, pois até o “ne varietur" do Grão Mestre nada muda na vida maçônica do Irmão, todos os seus direitos são assegurados por nossas Leis. O ponto crucial está nos motivos que levam as Lojas a proporem o QP Ex officio: 1) Ausência do Irmão aos trabalhos DA Loja - observem que escrevi DA Loja e não EM Loja - além de não ir às Sessões, o Obreiro não responde e-mail, contatos telefônicos, não ajuda nas Campanhas, não se faz presente junto aos Irmãos doentes e necessitados. Se suas faltas não estão amparadas pela Lei (estudo, trabalho, doença), não há outra solução: Um abraço, um beijo, um queijo e adeus. 2) Não cumprimento de suas obrigações junto à Tesouraria - neste ponto devemos ser bem flexíveis, todos nós podemos passar por momentos em que o dinheiro é pouco. Se o Irmão é um atuante Obreiro e sua realidade financeira não permite pagar as despesas, vamos colaborar cada um com mais um pouquinho, pois a vida é regida pela Roda da Fortuna (décimo Arcano Maior do Tarô), agora se não paga porque não quer pagar, lembro a todos que caixão não tem gaveta. 3) Tornar inconveniente ou nocivo ao ambiente maçônico - O conceito de nocivo é subjetivo, mas real e determinado pelo grupo e o TODO SEMPRE SERÁ MAIOR QUE A SOMATÓRIA DAS PARTES. Ás vezes o Irmão é prolixo e isto é considerado uma inconveniência para o grupo. Nas campanhas que a Loja promove o Irmão não quer participar e fica trabalhando para que outros Irmãos acompanhem sua imobilidade, isto é um exemplo de nocividade às diretrizes da Loja. Receber um Quitte-Placet Ex-Officio, não é uma punição, o Irmão não é expulso da Maçonaria e nem sua história apagada, é sim uma oportunidade de retornar à Câmara de Reflexões, aplicar o VITRIOL e se a consciência lhe disser: - Não pare na Senda da Luz, procurar a Loja, regularizar sua situação, filiar-se a uma outra e quando perceber que não há nódoas em seu coração visitar a Loja Mãe. Antes de encerrar este longo artigo, peço a atenção quanto a possibilidade do Irmão recorrer a Justiça Maçônica, é um direito e ponto final. Mas pensem bem: se a Loja decidiu e a Câmara de Justiça não concordar com a decisão qual o ambiente este Irmão encontrará na Loja quando estiver presente? Subjugar paixões e intransigências, à fiel obediência dos sublimes princípios da fraternidade, é o dever essencial de um iniciado. Peço aos Irmãos que procurem no Ritual de Iniciação a fala do Venerável Mestre quando ele entrega o Avental ao novo Aprendiz. LÁ ESTÁ A REGRA MAGNA ! ! !.

Fonte: Informativo JBNews nº 181 - 24/02/2011

A MORTE INICIÁTICA

A MORTE INICIÁTICA
Aldery Silveira Júnior (*)

A INICIAÇÃO é inerente à natureza humana, independente de se pertencer ou não a uma ordem ou instituição esotérica. A iniciação está presente nas diversas fases ou situações vivenciadas pelo ser humano: a criança passa por uma iniciação no início de sua existência; o universitário é iniciado em um novo mundo, o mundo da investigação do conhecimento, da ciência; assim como igualmente passam por um processo de iniciação os membros de ordens religiosas e os integrantes de forças militares.

No entanto, há de se distinguir a iniciação vivenciada pelo ser humano em geral, nas diversas fases da vida, da iniciação a que são submetidas os candidatos de ordens esotéricas, como a Maçonaria.

Nestes casos, a iniciação segue um ritual específico, onde se pode perfeitamente identificar, simbolicamente, a morte do candidato em relação à vida passada e a ressurreição para uma nova realidade, uma nova vida.

Tal constatação é corroborada por Mircea Elíade (1958, pg. 12), apud William Almeida de Carvalho, quando afirma que:

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

QUESTÕES SOBRE O RITO DE YORK - "DUE OF GUARD"

QUESTÕES SOBRE O RITO DE YORK
(republicação)

O Irmão Aristides Prado, Loja Dario Veloso, Oriente de Curitiba
Grande Oriente do Brasil - Paraná.
aristides@rodriguesdoprado.com.br

Segue outra dúvida que gostaria de saná-la. O que é “Due of Guard”?

RESPOSTA:

Gostaria em primeira instância produzir o sentido do termo. Se tomado como “due of guard” em tradução simples do inglês para o português seria “devido de guarda”, entretanto se tomado como “due guard” a terminação se aplicaria melhor como “guarda devida”, principalmente se relacionado à sua origem em termos de maçonaria.

“Due Guard” – a palavra “guarda” como substantivo feminino de sentido figurado, dentre outros, exprime também aquilo que oferece benevolência reportando-se ao afeto e a estima, enquanto que “devida” como substantivo feminino reproduz também o que é justo e legítimo – justo afeto, estima legítima, etc.

Em maçonaria o termo está ligado à obrigação do candidato. Em linhas gerais na prática antiga durante a iniciação era entregue ao aspirante o Volume da Lei Sagrada, o esquadro e o Compasso para que ele o suportasse com a mão esquerda aberta, tendo sobre o conjunto a sua mão direita apoiada – a mão esquerda espalmada por baixo e a mão direita da mesma forma por cima. Em síntese era a forma de como o candidato segurava as Três Luzes Maiores durante a sua obrigação.

É sempre bom se compreender que no passado medieval a Franco-Maçonaria era operativa e não era costume se reunir em templos como na Moderna Maçonaria. Sob esse feitio não existiam os tais “Altares de Juramento”. Era costume nessa prática o Mestre da Loja entregar ao aspirante que estava ajoelhado e vendado no centro do recinto, normalmente entre um conjugado alinhado de mesas, o conjunto emblemático. Ao término das suas obrigações, o iniciando beijava o Volume da Lei Sagrada.

Dado esse significado, a posição das mãos do candidato daria origem a uma espécie de sinal denominado “due guard” , cujo sentido é o de relembrar simbolicamente aquele solene momento - antes do “sinal penal” há que se apresentar a guarda devida.

Por motivos óbvios não há aqui como descrever a forma de como o sinal é executado, já que sinais, toques e palavras são verdadeiramente segredos e só revelados aos iniciados em trabalhos cobertos.

Ainda em termos de esclarecimento, o Rito de York (americano), porém de raiz inglesa e embasada nas antigas tradições é um dos únicos, salvo melhor juízo, que conserva atualmente a reminiscência do “due guard”, ilustrando ainda que o Rito de York nada tenha a ver como Trabalho de Emulação que é praticado no Grande Oriente do Brasil com o título equivocado de York.

T.F.A.
Pedro juk - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 395 Florianópolis (SC) – 30 de setembro de 2011

SOIS MAÇOM?

SOIS MAÇOM?
Ir∴ Francisco Geraldo Fernandes de Almeida
Colaboração Ir∴ Deusdeth de Menezes Costa (Rio Branco)

Lembrava daquela forte dor no peito. Como viera eu parar aqui? O ambiente me era familiar. Já estivera aqui, mas quando?

Caminhava sem rumo. Pessoas desconhecidas passavam por mim, contudo, não tinha coragem de abordá-las. Mas espere! Que grupo seria aquele reunido e de terno preto?

Lógico! Não estariam indo e vindo de um enterro; hoje em dia não é tão comum pessoas irem a velório com roupa preta. É claro! São irmãos! Aproximei-me do grupo. Ao me verem interromperam a conversa.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

A CORDA COM 81 NÓS - RESUMO DA SUA HISTÓRIA E SIMBOLISMO NO REAA

Em 23/07/2020 o Respeitável Irmão Cláudio Teixeira, Loja Lealdade e Luz, REAA, GOB-RJ, Oriente de Rio Claro, Estado do Rio de Janeiro, faz a seguinte pergunta:

CORDA COM 81 NÓS – ORIGEM E SIMBOLISMO

Parabéns pela grandiosa palestra.

Gostaria de saber a origem e o simbolismo da Corda de 81 Nós.

CONSIDERAÇÕES:

Na Maçonaria, sob o feitio histórico, a utilização da corda – um cabo, geralmente de fios de sisal[1] unidos e torcidos uns sobre os outros – remonta os tempos da Maçonaria de Ofício, também conhecida como Maçonaria Operativa.

Uma das finalidades do uso de uma corda grossa e pesada era a de demarcar (cercar) o espaço de trabalho dos pedreiros medievais denominado canteiro de obras.

Nesse sentido, com a finalidade de delimitar o recinto, uma corda era utilizada para circundar o canteiro. Este imenso espaço, e geralmente de formato retangular, servia de oficina de trabalho aos artífices da pedra que ali construíam catedrais, igrejas, abadias, obras públicas, etc.

Assim, o espaço circundado tinha uma extensa corda que ficava presa em argolas de ferro fixadas em paliçadas de madeira fincadas equidistantes no chão para lhe servirem de suporte.

Num dos lados menores do imenso quadrilongo que abrigava os trabalhos, geralmente na banda ocidental, a corda que contornava o espaço era interrompida tendo as suas duas extremidades fixadas em dois postes maiores que indicavam o acesso para o recinto de trabalho.

Em linhas gerais, era assim que com uma corda grossa de sisal os nossos ancestrais delimitavam o seu espaço de trabalho, não obstante de que outras cordas delgadas e cordéis também eram utilizadas nos trabalhos das construções. Por exemplo aquelas empregadas como cordéis para demarcar os cantos pela 47ª Proposição de Euclides; aquelas utilizadas para a fixação da pedra angular, bem como aquelas utilizadas como um artefato de tração que serviam para movimentar e erguer, com auxílio do lewis, blocos esquadrejados durante a elevação das paredes.


Em que pese as diversas espécies de cordas utilizadas na Maçonaria de ofício, a pertinente a essas considerações se refere àquela utilizada como delimitação do canteiro de trabalho. Em síntese, trata-se da corda que, fixada em paliçadas, circundava os canteiros de obras operativos.

Assim, conservando tradições hauridas dos nossos ancestrais, alguns ritos (não todos) da Moderna Maçonaria adotaram a corda como um símbolo que historicamente relembra aquela que contornava as oficinas das guildas de pedreiros da Idade Média.

Graças a isso é que encontramos atualmente ritos que têm nos seus templos, fixada geralmente ao alto nas paredes, uma corda com os nós equidistantes circundando o recinto.

A título de esclarecimento, vale a pena mencionar que os espaços atuais de trabalhos especulativos conhecidos por Lojas ou Templos maçônicos, representam, de maneira estilizada, as oficinas de trabalho de outrora que eram utilizadas pelos nossos ancestrais operativos.

No que diz respeito ao REAA e a corda, esse rito traz, ornamentando o seu templo, uma corda com 81 nós equidistantes que vai circundando as paredes até a porta de entrada onde ela termina em duas borlas pendentes.

Assim, no REAA, além do viés histórico até então aqui abordado, a Corda com 81 Nós (um dos Ornamentos da Loja), conforme alguns rituais, concebe a união dos maçons agregados em Loja; menciona ainda a comunhão de ideias direcionadas à construção de um Templo à Virtude Universal. Esotericamente, por ser confeccionada com fios de sisal unidos e torcidos, essa corda simboliza a resistência haurida do trabalho em conjunto, que deve ser forte e duradouro.

Pertinente ao número 81, esse valor numérico está ligado à Aritmética e a Geometria, quarta e quinta das Sete Ciências e Artes Liberais do Passado respectivamente - comuns ao ofício dos canteiros que edificavam formidáveis obras de Arte no passado.

De modo figurado, os “nós”, segundo alguns rituais também conhecidos como “laços do amor”, relembram figuradamente as paliçadas que serviam de suporte para prender a corda que circundava o canteiro. As borlas pendentes ao lado da porta relembram a passagem por onde se acessava e saia da oficina de trabalho. A abertura demarcada pelas duas borlas pendentes idealiza que a Ordem Maçônica é evolucionista e progressista estando sempre aberta ao desenvolvimento da ciência, das artes e do progresso racional da humanidade (Varolli Filho in Ritual de Aprendiz do REAA, SP, 1969).

Ainda em relação ao número 81, segundo alguns autores, o nó central da corda, que é possui simetria com o Delta Radiante no Retábulo do Oriente, simboliza o “número um” como princípio e fundamento do Universo (idem Varolli Filho).

Ainda segundo alguns exegetas, a exemplo de Jules Boucher, o nó central e o número 1 simbolizam o indivisível Princípio Criador. A partir dele é que se dividem os demais 80 nós em 40 nós para cada lado. Essa alegoria, eivada de percepções teístas hauridas da Bíblia, representa o número penitencial e da expectativa: 40 foram os dias do Dilúvio; 40 dias passou Moisés no Sinai; 40 foram os dias de jejum, etc.

Eis aí então uma síntese despretensiosa das origens e do simbolismo da Corda com 81 Nós no REAA.

Outra observações: em linhas gerais, a corda que representa os limites do canteiro, também pode aparecer como uma corrente de ferro emoldurando o conjunto de símbolos que compõem alguns Painéis da Loja. Assim, tanto a corda como a correntepossuem o mesmo significado.

Com a mesma definição da corda e da corrente, alguns ritos também adotam a Orla Dentada, ou Denteada, que aparece contornando o Pavimento Mosaico (The Beautiful Flooring of The Lodge). No mesmo sentido, a Orla também tem o desiderato de demarcar o espaço de trabalho.

Por fim, ainda sob esse mesmo viés, existe no interior de muitos Painéis, principalmente os franceses, a figura gravada de uma corda com duas borlas cujo número de nós que a divide varia de painel para painel e de rito para rito.

Eram esses os comentários.

[1] O sisal é uma fibra produzida pelo beneficiamento da folha da Agave Sisalana, uma planta muito resistente e que se dá muito bem em regiões semiáridas.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

BENEFICÊNCIA MAÇÔNICA

BENEFICÊNCIA MAÇÔNICA
Ir∴ Aldery Silveira Júnior
V∴M∴ da Loja Fraternidade Brasiliense – no 2.300
Membro da Loja de Pesquisas Maçônicas do Distrito Federal
Membro da Academia Maçônica de Letras do Distrito Federal – Cadeira nº 8

RESUMO:

Análise da beneficência no seio da Maçonaria, com algumas divagações e questionamentos sobre a forma de praticá-la.

Inicialmente, discute-se a forma como a beneficência é praticada atualmente no seio da Maçonaria. Em seguida, apresenta algumas digressões sobre o redirecionamento da atuação contemporânea da Maçonaria por meio da implementação de ações de grande vulto, impulsionadas pela beneficência. Por fim, o autor apresenta um ensaio propositivo sobre a reorientação da prática da beneficência na Maçonaria brasileira.

domingo, 21 de fevereiro de 2021

FOTO MAÇÔNICA DE DOMINGO


Por Géplu

Alain nos enviou esta foto, tirada no Parque Schulmeister em Strasbourg la Meinau.

A inscrição diz:

Em homenagem aos fundadores da primeira loja "Les Frères Réunis" em Estrasburgo. Maçons, artesãos e incansáveis ​​promotores desde 1811 dos princípios da liberdade, igualdade e fraternidade e a todos aqueles que, seguindo-os, traduziram esses valores para a cidade.

Se você também estiver perto de sua casa ou em viagem e observar um prédio, objeto ou decoração maçônica ou alvenaria, envie-nos fotos com algumas explicações.

Esses "depoimentos" são muito populares entre os leitores do Blog. (tradução livre)

Fonte: Blog hiram.be

CORDA DE 81 NÓS - SIGNIFICADO HISTÓRICO E ESOTÉRICO

Em 23/07/2020 o Respeitável Irmão Sérgio Roberto de Melo Souto, Loja Perfeita Amizade Alagoana, REAA, GOB-AL, Oriente de Maceió, Estado das Alagoas, apresenta a seguinte pergunta:

CORDA DE 81 NÓS NO TEMPLO

Sobre a interpretação da Corda de 81 Nós descrita abaixo, pergunto: está correta?

"Essa Corda absorveria as tensões nervosas (elétricas) dos irmãos, descarregando-as através dos fios das duas borlas pendentes. Detém-se que, dentre outros “efeitos esotéricos”, a corda retém a energia que emana de todos os Obreiros presentes, bem como da distribuição da Energia de cima para baixo e de fora para dentro. Os nós funcionando como acumuladores de energia"

CONSIDERAÇÕES:

PÍLULAS MAÇÔNICAS

OFICINA

OFICINA é o termo genérico que serve para designar todo e qualquer agrupamento maçônico: Loja, Capítulo, Conselho Filosófico, etc. Na linguagem corrente, todavia, a palavra tornou-se mais ou menos sinônimo da palavra “LOJA”.

Segundo Mestre Jules Boucher: “...foram assim designadas como lembrança das associações dos primeiros Maçons operativos, pois era nesse local que se reuniam aqueles que tinham “ofício””.

Consultando, agora, Mestre Nicola Aslan, no Grande Dicionário Maçônico, temos:

“As Oficinas tomam várias denominações, de acordo com os graus que conferem aos seus membros. Assim, por exemplo, no R.E.A.A. que é o mais difundido no Brasil:

As Lojas Simbólicas que conferem os graus 1 a 3
As Lojas de Perfeição que conferem os graus 4 a 14
Os Capítulos que conferem os graus 15 a 18
Os Conselhos Kadosh que conferem os graus 19 a 30
Os Consistórios que conferem os graus 31 a 32
Os Supremos Conselhos que conferem o grau 33”
O Grau 01 consiste na grande “Iniciação” maçônica. Os Graus 02 e 03 conferem a plenitude Maçônica ao Iniciado.

Nos Altos Graus, do 04 ao 30, levam o Mestre Maçom para obtenção dos conhecimentos universais. Os graus 31, 32 e 33 são meramente administrativos (N. Aslan).

M∴I∴Alfério Di Giaimo NetoCIM 196017

Fonte: pilulasmaconicas.blogspot.com

MAÇOM DEDICADO

MAÇOM DEDICADO

Finalmente o Maçom com 'M' maiúsculo, sem subtítulos. Comparece às reuniões, vive os problemas da Loja, procura trabalho. 

Não rejeita encargos nem tarefas, aponta erros, aplaude êxitos. 

Assume responsabilidades sem segundas intenções. 

Expõe com veemência mas sem procura impor as suas opiniões. 

Muitas vezes se aborrece, se desilude, mas, na próxima sessão, lá está de novo incansável. 

É o 'que carrega a Loja às costas'. 

Procura estudar os rituais, o simbolismo, a filosofia maçônica. 

Não vive a exaltar os seus feitos para chamar atenção, nem a criticar os outros. 

O que seria da Loja e da Maçonaria se não existisse esta consciência?

Fonte: http://jamilkauss24.blogspot.com

sábado, 20 de fevereiro de 2021

FUNÇÃO DOS EXPERTOS NO REAA

Em 21.07.2020 o Irmão Companheiro Maçom, Loja Barão de Mauá, 4.399, REAA, GOB-DF, Oriente de Brasília, Distrito Federal, apresenta a seguinte questão:

FUNÇÃO DOS EXPERTOS NO REAA

Irmão, meu questionamento é sobre a explicação que você deu em sua postagem no blog de 18/02/2020 sob o título "REAA - SUBSTITUTO TRADICIONAL DO 1º VIGILANTE".

Qual seria a participação do Primeiro Experto nessas substituições? Haja vista que
o Segundo Experto substituiria o segundo vigilante que estaria substituindo o primeiro vigilante, teoricamente o Primeiro Experto seria "preterido hierarquicamente".

CONSIDERAÇÕES:

O ofício do 1º Experto não é o de ser substituto de cargos, senão também o de acumular cargos, como é o caso do Irmão Terrível nas sessões magnas de Iniciação. A sua atividade principal, no caso do REAA, é a de atuar junto com o Mestre de Cerimônias como condutor e receptor do candidato nas sessões de Iniciação, Elevação e Exaltação, assim como em outras atividades ritualísticas quando se fizerem necessárias.

Quem tem a função de substituir precariamente o 2º Vigilante é tradicionalmente o 2º Experto, já que por sua vez o 2º Vigilante é quem substitui o 1º Vigilante em caso de ausência.

Cabe mencionar que o 1º e 2º Expertos são oficiais experientes cujos cargos são originários da Maçonaria francesa. A classificação numeral ordinal 1º e 2º existente entre ambos não denota nenhuma hierarquia do primeiro sobre o segundo, porém menciona a existência de dois Expertos no quadro de oficiais da Loja.

As atividades litúrgicas e ritualísticas em Loja dos Expertos estão descritas nos respectivos Rituais.

Assim, no REAA, o substituto imediato do Venerável Mestre é o 1º Vigilante. Este por sua vez tem como substituto o 2º Vigilante que, por sua vez, tem como substituto o 2º Experto.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

PRINCÍPIO DE IGUALDADE MAÇÔNICA

PRINCÍPIO DE IGUALDADE MAÇÔNICA
Geraldo Lucena

O Código Landmarks de Mackey ( 1807 – 1881 ) adota o princípio de igualdade absoluta entre os obreiros dentro das lojas e nas reuniões maçônicas ( art.22 ).

Como menciona APENAS ESTES DOIS AMBIENTES (numerus clausus), é de se interpretar que este Instituto da Igualdade Maçônica segue o critério do Direito Profano do local, em outros ambientes, desde que este ordenamento jurídico não viole os princípios e postulados da Sublime Ordem.

É o Sistema de Compatibilidade Legal, que confere ao particular em tudo fazer ou não fazer, desde que a lei não proíba ou ordene.

Este princípio foi inspirado na doutrina francesa do jurista Charles Eisenmann que, ao contrário do particular, o governante só pode fazer o que a lei prever, surgindo daí o outro princípio conhecido como Conformidade Legal.

Fixadas estas premissas, a Maçonaria Brasileira seguindo a legislação vigente, acolhe, em síntese, a igualdade entre os seres humanos do aspecto material, tratando desigualmente os desiguais na medida que se desigualam e igualdade de tratamento para os iguais.

Este pensamento foi ditado pelo grande Ir.’. Ruy Barbosa em 1920 no famoso discurso intitulado “ Oração aos Moços “, em São Paulo.

Assim sendo, podemos entender que quando o landmark mencionado acima estabelece – igualdade absoluta – refere-se , na verdade, que os títulos de nobreza, honrarias, cargos ou funções, além de outras situações que são muitas, adquiridas no mundo profano, devem ser desconsideradas nos próprios Templos e Lojas para ensejar esse nivelamento entre os irmãos nos locais e momentos mencionados.

Mas persiste a Hierarquia Maçônica, como verbi gratia, um aprendiz sabe seu lugar próprio nas sessões, enquanto outro obreiro de grau mais avançado, possui mais liberdade de escolher dentro também de sua limitação, posição diferenciada.

Esta igualdade, portanto, como se observa, é relativa, pois caso fosse absoluta, ocorreria um tratamento igual para situações diferentes.

Em linhas gerais são estes informes que disciplinam o tema sucintamente apresentado.

Fonte: http://redecolmeia.com.br

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

OFÍCIO DOS DIÁCONOS NO REAA

Em 20.07.2020 o Respeitável Irmão Roberto Loiola de Lima Junior, Loja Barão de Cayru, 1305, REAA, GOB-RJ, Oriente do Rio de Janeiro, Capital.

DÚVIDA SOBRE O OFÍCIO DOS DIÁCONOS NO REAA

Meu questionamento, seria sobre a circulação dos Diáconos.

Quando o Venerável Mestre pergunta ao 2° Diácono porque ocupa aquele lugar, o mesmo responde "para ser o executor e transmissor de suas ordens, e zelar para que os irmãos, se conservem nas colunas com respeito, disciplina e ordem"

Assim como o 1° Diácono.

A questão é. Por que apenas o Mestre de Cerimônias tem a circulação em Loja?

CONSIDERAÇÕES:

A VERDADE ATRAVÉS DA TOLERÂNCIA

A VERDADE ATRAVÉS DA TOLERÂNCIA
Irmão Milo Bazaga

Todos sabem que uma das colunas mestras da Maçonaria é a procura da Verdade. Mas o que é a Verdade?
Se consultarmos os filósofos, encontraremos, ao longo dos tempos, pelo menos, cinco conceitos da Verdade. Verdade como sinônimo de correspondência entre o conhecimento das coisas e as coisas em si. Verdade como sinônimo de revelação. Verdade como sinônimo de conformidade a uma regra. Verdade como sinônimo de coerência. Verdade como sinônimo de utilidade. Contudo, os dois primeiros: Verdade como sinônimo de correspondência e Verdade como sinônimo de revelação são os conceitos mais difundidos.

Já dizia Platão que “verdadeiro é o discurso que diz as coisas como são”. Aristóteles afirmava que a Verdade está no pensamento e na linguagem, não nos seres ou nas coisas. E, mais ainda, que a medida da Verdade é o ser ou a coisa. Dito em outras palavras: uma coisa não é branca, só porque você diz que é assim, mas porque ela é realmente branca. Santo Agostinho fala da Verdade como “o que revela o que é, ou se manifesta a si mesmo” e, assim, identifica a Verdade como o Logos ou o Verbum, ou seja, com Deus, o Grande Arquiteto do Universo. A Verdade é, para ele, então, Revelação. São Tomas de Aquino vai um pouco mais adiante e constata que Verdade é “a adequação do intelecto e das coisas”.

As discussões, em torno do conceito da Verdade, ocuparam e ocupam os estudiosos, até os dias de hoje, sem que tenham chegado a uma conclusão.

Porque isso acontece, perguntaríamos?

A resposta imediata seria: porque não conseguimos atingir a Verdade, a Verdade entendida como Verdade Absoluta.

Dante, em seus tratados da Razão Crítica e da Razão Pura, já havia chegado a esse raciocínio: A VERDADE ATRAVÉS DA TOLERÂNCIA. Hoje, até os linguistas discutem o assunto. Na realidade, há uma distância entre as coisas e nós. Nós só chegamos às coisas, através dos sentidos (Visão, Audição, Tato, Paladar e Olfato) que estimulam os nervos que levam determinadas correntes energéticas ao cérebro que as interpreta e armazena na memória. Então vejam: as coisas chegam a nós de maneiras bem diferentes; quando temos uma casa diante de nós, podemos percebê-la, sobretudo através das cores em que está pintada e, deste modo, ela se fixa em nossa memória. Mas nossos amigos podem perceber a mesma casa pelos sons que veem dela e é, desse jeito, que ela vai ficar registrada em sua memória. Isto quer dizer que cada um de nós tem uma imagem diferenciada da mesma casa. Se alargarmos o processo de conhecimento da realidade a todos os níveis, podemos imaginar como o mesmo mundo chega até nós das maneiras mais variadas, dependendo do modo como a aprendemos e o expressamos.

Com este preâmbulo queremos levar a seguinte reflexão: Ninguém consegue, pelo menos, por enquanto, atingir a Verdade Absoluta. Cada ser é portador de sua verdade individual que é limitada. Se quiser aumentá-la, ter-se-á que ter acesso a verdade dos outros e, assim enriquecer-se. Ora, isto quer dizer que, aquilo que os outros têm a nos dizer, na maioria das vezes, acrescenta-nos algo. Portanto, o primeiro passo para o enriquecimento da nossa verdade é ouvir a opinião dos outros e tentar entender as suas verdades. A isto se chama de tolerância, que se coloca assim em posição diametralmente oposta à ignorância. É verdade que, às vezes, na tentativa de entender o que os outros têm a nos dizer, surgem discussões. Porém, se não se perder de vista, que a finalidade do diálogo é nosso próprio enriquecimento, as discussões serão apenas explicações, aulas, sobre o nosso modo de pensar e sobre o modo de pensar dos outros. E aulas e explicações dão-se, didaticamente, com as emoções em equilíbrio.

Como exercitar o diálogo, com tolerância, em busca do enriquecimento da verdade de cada um? Diríamos: aplicando a Lei de Newton, que afirma que “toda a ação sofre uma reação de igual intensidade”. Assim, se a ação for amorosa, a reação também será amorosa. Com a intolerância e o desamor só se alcança desunião. Ora, se opta a se ter o privilégio de ser Iniciado na Ordem Maçônica, tendo acesso aos seus ensinamentos, passa-se a busca da Verdade Absoluta, passa-se a construção do Templo Interno. Porque não aproveitar esta oportunidade de ouro, talvez a única nesta altura de nossas vidas? Fazemos parte de uma Instituição séria e universal, portanto temos que buscar a união e, para isso, não podemos prescindir da tolerância, a fim de ajudar o País, a Humanidade e a Terra neste momento crucial da passagem para o Terceiro Milênio.

(Publicado no Jornal do Aprendiz – Edição de novembro de 2015 – Ano VII nº 77)

Fonte: https://martinlutherking63.mvu.com.br