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terça-feira, 26 de abril de 2022

RUÍDOS QUE SIMULAM TROVÕES NA 1ª VIAGEM

Em 27/09/2021 o Respeitável Irmão Roberto Matsumoto, Loja Estrela da Praia Grande, Rito Moderno, GOB-SP, Oriente de Santos, Estado de São Paulo, apresenta a seguinte questão:

TROVÃO DA 1ª VIAGEM

Já nos falamos pelo WhatsApp, estou fazendo um trabalho de pesquisa. Gostaria de saber, no REAA, com relação a sessão de iniciação, qual o significado da música imitando o trovão tocada na 1a viagem? Tem alguma explicação esotérica? Ou somente por se tratar de um elemento do AR?

CONSIDERAÇÕES:

Nas provas pelos elementos, no caso os quatro elementos alquímicos, terra, ar, água e fogo[i] - uma particularidade iniciática do REAA - a alegoria do trovão se associa às tempestades e o movimento revolto e incontrolado do Ar. Nesse sentido, os sons relativos aos trovões se reportam ao caos, elemento natural no princípio das causas e das coisas.

Em linhas gerais, essa alegoria no contexto da 1ª viagem se associa ao começo da senda do iniciado; a infância e o seu guia, onde a criança, incapaz ainda de se dirigir por si só, diante dos obstáculos que se apresentam nessa etapa da vida, é carente de amparo e cuidados iniciais. O guia é o Mestre e a família a Maçonaria.

Nessa conjuntura, os trovões advertem para a presença de obstáculos, tão naturais no caminho daqueles que buscam conhecimento e progressos. Os obstáculos devem ser superados. A sinuosidade do caminho alerta para as dificuldades que devem ser suplantadas até que se alcance do objetivo.

No caráter coletivo da alegoria, essa infância também simboliza o princípio da humanidade onde os homens primitivos eram conduzidos conforme as circunstâncias e agruras da Natureza. De certo modo sugere as etapas a serem vencidas por aqueles que buscam aperfeiçoamento.

Desse modo, as provas dos elementos alquímicos, no REAA recomenda a transformação e o progresso do indivíduo e de uma coletividade.

No contexto iniciático do REAA o elemento Terra é a própria câmara de reflexão. É o emblema das entranhas da Terra. É o berço da transformação, ou seja, nela a semente é fecundada para que ocorra o início de uma nova vida (néo = novo; fiton = planta: neófito). O elemento Ar é representado na 1ª Viagem através do ruído das tempestades e dos trovões. Se reporta à etapa inicial da jornada; a infância e a adolescência. O elemento Água vem representado na 2ª Viagem e simula a juventude e a força da produção. Por fim a 3ª Viagem e o elemento Fogo como artifício de transformação e purificação.

Toda essa estrutura iniciática se conjumina com os ciclos da Natureza, o que de certo modo lembra o renascimento na primavera e morte no inverno (quando a Terra fica viúva da Luz). Assim, se bem compreendida a Arte, a máxima iniciática da morte e da ressureição da Luz é representada emblematicamente pelas Colunas Zodiacais – os ciclos das estações do ano.

Destaque-se que esse corolário emblemático é próprio do REAA, não cabendo essas interpretações em ritos que não admitem essa simbologia solar.

Por fim, conclui-se que o ruído dos trovões (simulação de tempestade e obstáculos) na 1ª Viagem é símbolo do Ar em movimento e as suas consequências na conjuntura iniciática.

E.T. – Assevera-se que essa não é matéria iniciática para o Rito Moderno, mas para o REAA.

[i] Os alquimistas acreditavam que existiam quatro elementos básicos (terra, ar, água e fogo). Segundo eles, os metais evoluem a um grau de pureza ao ponto de se tornar ouro. Graças a essa interpretação, os alquimistas procuravam uma maneira de acelerar este processo em laboratório por meio de experimentos com os quatro elementos. Em síntese era a busca de purificação ou a transformação do vil metal em ouro. Como exemplo iniciático, na Maçonaria é o símbolo oculto da busca da purificação espiritual, ou seja, a Obra so Sol, ou a transformação em ouro espiritual (simbologia alquímica da Câmara de Reflexão estudada no 2º Grau).

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

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