Páginas

domingo, 2 de outubro de 2022

DESABAFO

Por Marcosoel Vieira Souza*

Ao ingressar na maçonaria, nos é dito logo de início, que precisamos combater nossas vaidades.

Porém ao ver dentro da própria loja tanta vaidade, começo a me perguntar realmente o que estou fazendo aqui? Serei eu mais um desses irmãos a encher o paletó de medalhas e títulos, e ostentá-las com tanta vaidade?

Começo a pensar e refletir em tudo que venho presenciando em loja, não que não sejam merecedores desses títulos e honrarias, mas parece que para alguns ostentá-las é mais importante que a própria maçonaria.

Vejo também tanta hipocrisia, irmãos que julgam outros irmãos, olhando o defeito, por assim dizer do outro, mais se esquecendo dos muitos defeitos que eles mesmos têm.

E ainda falam de amor fraterno entre irmãos, mas não fazem sequer uma visita aos irmãos doentes ou que esteja passando por algum problema.

Ao invés de dar apoio a esses irmãos, começam a criticar e, pior, se afastam deles como se eles não tivessem mais importância para loja, ou nem fizeram falta para os trabalhos.

Vejo também irmãos competindo para ver quem sabe mais, quem faz o melhor trabalho, vaidade tudo vaidade, vaidade e hipocrisia.

Me entristeço ao ver a maçonaria pagar o preço por tantos hipócritas em suas fileiras, me entristeço mais ainda ao ver a felicidade de alguns desses, digamos, “irmãos”.

Quando um pobre irmão comete um erro, e eles já vêm todos envaidecidos apontar o erro como juízes dando uma sentença. Covardemente não o instrui mais o condena como se fosse um pecado mortal.

Gostam de ser tratados com respeito, mais não têm respeito pelo próprio irmão, nem ao menos compaixão, pois o reprime mesmo quando a loja está repleta de visitantes, pois assim demonstram o seu “conhecimento”.

Já dizia o ditado, elogio se faz em público e crítica em particular.

E assim começa a debandada da maçonaria, pois aqueles que deveriam ser mestres e apontar o caminho mal sabem para eles mesmos, pois se soubessem o peso da palavra irmão ou amor fraternal, não fariam tantas críticas, se preocupariam com a felicidade do irmão, com o seu bem-estar.

Conhecimento não é sinônimo de sabedoria, está muito longe disso, conhecimento adquirimos lendo estudando, sabedoria é preciso ter humildade, é preciso ter sensibilidade, empatia, amor, discernimento, compaixão etc.

Fico pensando quando o irmão orador vai ao altar dos juramentos e começa a ler o salmo 133 e logo de início diz OH! QUÃO BOM E QUÃO SUAVE É QUE OS IRMÃOS VIVAM EM UNIÃO.

Pedimos ao GADU, que venha assistir aos nossos trabalhos e fico pensando o quão decepcionado ele ficaria.

Que união e essa que vivemos? Que amor fraterno e esse? Que templos a virtude estamos erguendo? Que masmorras estamos cavando para os vícios?

Condenando os erros dos nossos irmãos, se nós mesmo os cometemos, lembro a todos que Jesus Cristo não condenou nem mesmo aquela mulher adúltera que os fariseus levaram diante d’Ele.

Ao contrário, ele os fez refletir antes de atirar a primeira pedra; reflitamos todos, se realmente estamos sendo verdadeiros irmãos, tomemos como exemplo essa passagem de Jesus Cristo: “Se eles não te julgaram quem sou eu para te julgar. ”

Vamos olhar para nosso semelhante com mais amor, menos preconceito, se Jesus Cristo que é filho do próprio Deus, que poderia ter julgado aquela mulher, preferiu ao invés de julgar, tratá-la com amor, reconhecendo as nossas fraquezas como seres humanos que somos.

Eu me pergunto, quem de nós pode julgar o outro?

Fica aí a pergunta para que possamos refletir sobre o que estamos vivendo na maçonaria e na vida profana.

*O Ir⸫ Marcosael é M⸫I⸫ da Loja Maçônica União e Caridade nº 0322 – Oriente de Prata – MG.

Fonte: https://bibliot3ca.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário