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segunda-feira, 31 de outubro de 2022

PERÍODO DO EXPEDIENTE NOS TRABALHOS DA LOJA

Em 03.05.2022 o Respeitável Irmão Tiago Witzke, Loja Regeneração Guabirubense, 4100, REAA, GOB-SC, Oriente de Brusque, Estado de Santa Catarina.

EXPEDIENTE

Estou com uma dúvida referente a "leitura e destino do expediente", pg. 54, ritual de Aprendiz do REAA.

Fomos questionados por um Irmão do quadro de nossa Loja referente às informações dos expedientes.

Fizemos a leitura dos Boletins do GOB e GOB/SC, caso haja informações sobre nossa Loja, além disso é costume de nossa circunscrição o envio de pranchas referente ao andamento do processo de indicação de candidatos, onde as Lojas informam os nomes dos profanos e solicitam que as Lojas se manifestem sobre os candidatos, onde respondemos:

"Comunicamos a circulação entre Colunas do nome dos profanos ....... e não havendo nenhuma manifestação, tampouco identificados fatos ou registros que desabonem os mesmos. Sem mais para o momento, despedimo-nos enviando um S∴ F∴ U∴"

Nossa dúvida é:

No expediente devemos ler todos os atos praticados pelo Grão Mestrado e pelas Secretarias ou podemos realizar a leitura somente de atos referente à nossa Loja?

As pranchas recebidas pelo Secretário (maioria das vezes através do WhatsApp - Grupo dos secretários de nossa Circunscrição) podem ser lidas na "leitura e destino do expediente" ou devem ser colocadas no Saco de PProp∴ e IInf∴ e lidas na Ordem do Dia?

Não encontrei referência quando a isso no GOB Ritualística bem como no RGF.

CONSIDERAÇÕES:

Embora esses não sejam propriamente assuntos de liturgia e ritualística, mas da administração da Loja, vou deixar algumas colocações, todavia elas não possuem nenhum viés laudatório.

Entendo que por dever de ofício (Art. 123 e 124 do RGF) cabe ao Secretário fazer, com critério e bom senso, uma triagem sobre as correspondências recebidas, lendo no período do expediente apenas aquelas que de fato digam respeito à Loja. Principalmente deve atentar para as correspondências oriundas da Obediência Estadual e do Poder Central, separando as Leis e Decretos recebidos que por dever de ofício serão lidas pelo Orador.

Também existem correspondências que podem ficar à disposição do Quadro para consulta na Secretaria, e ainda outras fixadas no mural de avisos, bastando nesse caso, que o Secretário comunique à Loja.

No expediente também devem ser lidos pelo Secretário os Atos exarados pela Obediência Estadual e pelo Poder Central, mas que sejam de interesse direto da Loja. Do mesmo modo as correspondências emitidas que de fato mereçam comunicação. Enfim, é uma questão de bom senso e do costume de cada Loja. De modo geral, não há uma regulamentação minuciosa sobre como deve, nesse contexto, agir o Secretário. Penso que seria um excesso de preciosismo.

Quanto ao período da Bolsa de PProp∴ e IInf∴, ela não se relaciona com o período do Expediente. As ccol∴ ggrav∴ colhidas durante a circulação, são dadas conhecimento à Loja pelo Venerável Mestre, inclusive as que porventura precisem ficar sob malhete, podendo, em caso de urgência comprovada, e que mereçam discussão e votação, serem até encaminhas para a Ordem do Dia dessa mesma sessão.

É bom que se diga que o período de coleta das PProp∴ e IInf∴ ocorre logo após o período destinado ao expediente, o que por si só já demonstra que o expediente recebido e expedido pela Loja nada tem a ver com a circulação da bolsa de PProp∴ e IInf∴.

Também no período da Ordem no Dia - que sucede aos períodos do Exped∴ e das PProp∴ IInf∴ - não é ocasião para leitura de expediente da Loja.

Destaco que matéria da Ordem do Dia deve ser previamente organizada pelo Venerável Mestre e nela deve constar assuntos dependentes de discussão e votação, tal como proposições, requerimentos, etc.

Dando por concluído, sou da opinião que as Obediências Estaduais, a cada posse das novas administrações das Lojas, deveriam aparelhar instruções pertinentes à gerência e o desenvolvimento do ofício dos seus titulares.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

BUSCA DA FELICIDADE HUMANA

Ir∴ Charles Evaldo Boller,
Sinopse: Considerações filosóficas e fisiológicas da busca da felicidade. A escola do conhecimento da Maçonaria preconiza a felicidade ampla no cultivo do amor fraterno.

Cada ser humano busca incansavelmente a felicidade. Ao desfrutar de razoável saúde física e emocional, por todos os meios imagináveis, e por vezes inimagináveis, a pessoa procura viver cada minuto como se fosse o último.

Para os vetustos estoicos e epicuristas, e hoje os maçons, a verdadeira felicidade é encontrada obedecendo às limitações impostas pela natureza. Subordinada a qual, é próprio que cada pessoa conserve-se, aproprie-se e conheça a si mesmo, para desenvolver todos os recursos que criam inúmeros momentos de felicidade.

No reino vegetal a necessidade é inconsciente. No reino animal existe uma instrução natural que leva à busca de satisfação pelo impulso, ou instinto. Já no homem, mesmo que incluído no reino animal, esta busca está sujeita à interpretação e definição da razão. Com isto a natureza, no homem, aprimora o processo de busca de felicidade e satisfação, submetendo-a ao equilíbrio de uma exigência instintiva, subordinada ao crivo do intelecto, à moderação da emoção e à sabedoria inspirada pela espiritualidade. Este equilíbrio é o que o maçom treina em suas atividades.

Os estoicos tinham como conceito de divindade, uma força criadora e mantenedora do Universo, agindo qual princípio ativo que anima, organiza e guia a matéria, além de determinar a lei moral, o destino e a faculdade racional dos homens, conceito este presente nos ensinamentos da ordem maçônica, como Grande Arquiteto do Universo.

Os epicuristas definiam como "bem a tudo aquilo que conserva e incrementa o nosso ser e, ao contrário, mal para tudo que o danifica e diminui". E o bem moral, na concepção dos estoicos, é tudo aquilo que de alguma forma incrementa, ou melhora a Força Criadora, e mal é o que a prejudica. De onde deduziram que "o verdadeiro bem, para o homem, é somente a virtude; o verdadeiro mal é só o vício".

É assim que a Escola do Conhecimento da Maçonaria procura dirigir o pensamento do maçom; levantar templos à virtude e cavar masmorras ao vício é tarefa diária, mas acrescenta o amor fraterno para iluminar os espaços entre as virtudes.

Seguindo um raciocínio racional, a ordem incute que de alguma forma, cada um tem a capacidade de mudar a si mesmo com base no conhecimento obtido por olhar para dentro de si mesmo e lá encontrar a assinatura da Força Criadora. Isto conduz ao pensamento que a cada um é dada a faculdade de encontrar a felicidade dentro de si mesmo, de um modo absolutamente independente, sem a necessidade de intermediação.

Como cada um tem absoluto controle sobre si mesmo, é ele mesmo a única força do Universo que tem a capacidade de modificar a si próprio.

Ao agir em si mesmo segundo o Princípio Criador, estas ações são moralmente corretas e perfeitas, agir ao contrário desta disposição leva ao erro e vício, e consequentemente à infelicidade.

Se é a natureza que impõe o amar a si mesmo, é esta mesma força que impõe o amor aos que geramos e aos que nos geraram. É também esta mesma Força da Natureza que impele ao amar uns aos outros. Esta energia é algo que nos leva a amar, a unir, a desfrutar a vida junto aos outros, aos quais, de alguma forma, também é possível apoiar e ser útil.

Esta é a força externa que nos modifica, e a qual grandes sábios, em todas as eras da humanidade, definiram como sendo Amor Fraterno. É aquele amor que diz respeito ao pertencente a irmãos, afetuoso, amigável, cordial. Amor que todo verdadeiro maçom, na convivência em loja, ou fora dela, conhece muito bem.

A experiência e a convivência entre maçons fraternos os leva a derrubar antigos mitos como a nobreza do sangue, superioridade da raça ou eliminação da escravidão e define para cada homem livre um alto potencial de se tornar sábio. E como esta disposição está intimamente ligada ao princípio Criador, que aponta para uma igualdade absoluta entre os homens, o amor fraterno aponta então como caminho único para a felicidade.

Se existe amor entre as pessoas, não há mais necessidade de estudar valores morais e éticos. Não se requer a necessidade do existir da Maçonaria. Só perceptível devido à falta do conhecimento das virtudes e ausência de valores expressa pela sociedade. De forma semelhante, a necessidade de amor só aparece quando este está ausente. Como as virtudes sozinhas não trazem felicidade surge a necessidade do amor fraterno para preencher o vazio entre elas. Um não existe sem a colaboração das outras.

A ética, a moral e as virtudes conduzem ao amor inspirado pela natureza que, por sua vez, propicia obter frequentes momentos de felicidade.

É fácil deduzir que o homem completo e feliz depende do equilíbrio entre suas capacidades físicas, emocionais e espirituais, exatamente nos moldes praticados pela Escola do Conhecimento da Maçonaria.

Bibliografia:

1. ANTISERI, Dario; REALE, Giovanni, História da Filosofia, Antiguidade e Idade Média, Volume 1, ISBN 85-349-0114-7, primeira edição, Paulus, 670 páginas, São Paulo, 1990;
2. COMTE-SPONVILLE, André, Pequeno Tratado das Grandes Virtudes, tradução: Eduardo Brandão, ISBN 85-336-0444-0, primeira edição, Livraria Martins Fontes Editora Ltda., 392 páginas, São Paulo, 1995;
3. GOLEMAN, Daniel, Inteligência Emocional, A Teoria Revolucionária que Redefine o que é Ser Inteligente, título original: Emotional Intelligence, tradução: Marcos Santarrita, ISBN 85-7302-080-6, 14a edição, Editora Objetiva Ltda., 376 páginas, Rio de Janeiro, 1995;
4. HUNTER, James C., Como se Tornar um Líder Servidor, Os Princípios de Liderança de o Monge e o Executivo, título original: The World's Most Powerful Leadership Principle, tradução: A. B. Pinheiro de Lemos, ISBN 85-7542-210-3, primeira edição, Editora Sextante, 136 páginas, Rio de Janeiro, 2004;
5. ROUSSEAU, Jean-Jacques, A Origem da Desigualdade Entre os Homens, tradução: Ciro Mioranza, primeira edição, Editora Escala, 112 páginas, São Paulo, 2007.
6. Data do texto: 29/03/2008

Fonte: JBNews - Informativo nº 0186 - 01/03/2011

domingo, 30 de outubro de 2022

ESQUADRO E O COMPASSO SOBRE O LIVRO DA LEI

Em 24.04.2022 o Respeitável Irmão Aristensir Gil Portela, Loja Equidade e Justiça, REAA, GOB-DF, Oriente de Brasília, Distrito Federal, apresenta a dúvida seguinte:

ESQUADRO E COMPASSO

Meu Irmão Pedro Juk, na página 17 e 18 do Ritual de Aprendiz do GOB (REAA), faz a seguinte referência: Para o início dos trabalhos o Compasso, com a abertura de 45 graus, será colocado sobre a Bíblia Sagrada aberta com as pontas voltadas para o Ocidente. Com o vértice voltado para o Ocidente e o seu lado menor voltado para o lado norte, e o Esquadro será disposto sobre o Compasso.

Diante do exposto lhe pergunto: Qual a razão ou motivo do lado menor do Compasso ser voltado para o norte?

CONSIDERAÇÕES:

Posso lhe afirmar que essa história de ramo maior ou menor do Esquadro (Luz Emblemática) é pura contradição, pois como uma das Grandes Luzes Emblemática da Maçonaria o Esquadro rigorosamente possui ramos iguais, isto é, sem cabo e sem graduação – apenas dois segmentos que formam um ângulo de 90º.

Essas orientações e correções já constam no item 6, Aprendiz Maçom, REAA, SOR - Sistema de Orientação Ritualística do GOB RITUALÍSTICA, página oficial do GOB, Decreto 1784/2019 do Grão-Mestre Geral. Confira lá.

A bem da verdade, o Esquadro utilizado como uma das Grandes Luzes Emblemáticas não é um instrumento operativo (utilizado como instrumento de trabalho nas construções), mas é um emblema que possui alto significado quando se une ao Compasso sobre o Livro da Lei dentro da Loja.

Por não ser um instrumento operativo, ou seja, de manuseio comum pelo construtor, a sua característica é a de possuir ramos iguais e sem qualquer graduação (divisão em escala métrica ou outras unidades de medida).

Já o Esquadro com cabo (ramo menor) e graduação (ramo maior) simboliza as atividades do Mestre da Obra, portanto é dele o seu instrumento utilizado na construção - vide nesse caso a joia do Venerável Mestre presa ao seu colar. O Esquadro com ramos desiguais descreve o triângulo retângulo onde nele se aplica a 47ª Proposição de Euclides – símbolo da construção do “canto” esquadrejado (90º).

Desafortunadamente, muitos ritualistas nunca se ativeram a esses pormenores históricos hauridos dos tempos operativos da Ordem, assim como os de origem especulativa herdados da construção simbólica proposta pelos ritos maçônicos.

Graças a isso é que o Esquadro de ramos iguais recebe uma interpretação moral e ética, enquanto que o graduado e com cabo (ramos desiguais) relembra a retidão comparada aos cantos perfeitos (90º) na elevação das construções. Esse conceito operativo se aplica principalmente à construção simbólica da qual o homem iniciado é o elemento primário que busca aprimoramento (da Pedra Bruta à Pedra Cúbica).

Lamentavelmente muitos rituais não atentam para importantes detalhes que dão sentido à liturgia maçônica. Se as coisas estivessem nos seus devidos lugares, certamente não haveria especulação sobre para qual lado fica esse ou aquele ramo do Esquadro que se une ao Compasso composição da Loja de Aprendiz.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

O QUE FAÇO NESTE MUNDO?

José Cássio Simões Vieira
Mestre Instalado da ARLS Theobaldo Varoli Filho

Já no Grau de Aprendiz é o Maçom, freqüentemente, convidado a refletir a respeito do "sentido" que dá à sua vida, ou seja, sobre o significado que tem sua existência, a par de suas realizações e de sua visão de mundo.

Ao homem não basta estar na vida, nem sobreviver, mas assumir sua condição de existente, tomando a iniciativa de buscar algo mais alto, que dê sua razão de viver; de procurar um propósito essencial na vida, que signifique sua auto-realização moral e espiritual e o dignifique como ser humano.

"Somos nossa escolha", dentro dos limites de nosso mundo dado!

Cabe a nós, exclusivamente, nossa opção de vida e ninguém poderá fazê-lo por nós. Mesmo que releguemos aos demais escolher por nós, essa foi nossa escolha.

Podemos, é claro, receber auxílio para que nos encontremos e decidamos, mas o juiz supremo de nossas escolhas somos nós mesmos.

Vazio existencial

Se para muitas pessoas a existência faz sentido, sendo capazes até de dar a vida em função de um valor maior ( a Pátria, a honra, os filhos etc.), para outras o que prevalece é um "vazio existencial".

"A vida não passa de uma sucessão de acontecimentos sem sentido", dizem elas. Não encontram no mundo significado algum para que "valha a pena viver".

Em síntese, algumas pessoas desanimam-se e desistem de tudo; outras empenham-se na procura de um significado para "motivar" suas vidas.

Reflexões

Na nossa caminhada maçônica, procuremos refletir no seguinte:

As pessoas precisam de algo ou de alguém para querer viver?

O que me leva a pensar assim? Há em minha vida algo ou alguém para quem eu viva? Há algo ou alguém em minha vida para quem eu estaria disposto a morrer, se preciso fosse? Quais seriam alguns "significados" para viver diferentes dos meus?

A Logoterapia

A Logoterapia, também chamada Terceira Escola Vienense de Psicoterapia, tem como tema básico o "sentido de vida". Seu fundador, VIKTOR FRANKL, refere-se a três grupos de significados: 

- execução criativa de um trabalho ou realização (planejando, construindo, completando, aplicando); 

- vivências positivas de amor, confiança, intimidade, descobrindo-se, profundamente, a beleza interna das pessoas com quem partilhamos nossa vida; 


- superação do sofrimento próprio ou alheio, principalmente quando ele é inevitável. 

Reflexões

Consideremos alguma forma de atividade, nossa ou dos demais, que não nos parece constituir ou propiciar um "significado de vida", dar-nos uma "força" ou satisfação interior. Agora, consideremos as que, para nós, têm um significado. Reflitamos se nossa vida está cheia de atividades sem "significado", ou se não o estamos percebendo, ou se necessitamos mudar essas atividades de alguma forma.

Tomemos consciência de nossas vivências positivas de amor, confiança, beleza etc. Esses momentos transcendem as experiências comuns e acrescentam um "significado" à vida. Façamos mais reflexões e descubramos mais "motivações em nossas vidas.

Entremos em contato, agora, com vivências deste tipo: "Se eu não tivesse doado um de meus rins, ela teria morrido". "Ter cuidado de meu pai no fim de sua vida deu a mim a consciência de minha missão como pessoa".

De fato, mesmo nas vivências de sofrimento, pessoal ou de alguém a quem estamos ligados, podemos encontrar uma razão sublime de viver.

Como enfrentamos essas experiências em nossa vida? Com coragem, nobreza, estoicismo, resignação, revolta, lamentação? Como? Elas nos aumentaram a consciência da solidariedade e da interdependência entre as pessoas?

As "crises" de vida e o tédio também são experiências que, comumente, nos motivam a rever nossos valores e fazer mudanças positivas, buscando novos significados existenciais.

Reflitamos nessas situações, considerando quais as mudanças feitas e os novos "significados" alcançados.

A vida já não pode me dar mais nada!...

Para quem conquistou um sentido de vida, o que importa não é o que podemos esperar da vida, sim o que a vida espera de nós.

Viver implica a responsabilidade de cumprir as tarefas que a vida impõe a cada um. Diante de tal consciência, a pessoa sabe o "porquê" de sua existência e poderá suportar melhor o coeficiente de adversidade que cabe a todos nós.

De fato, diante do sofrimento podemos assumir uma atitude de revolta para com a vida, ou de uma resignação passiva, ou de encontrarmos uma oportunidade de crescimento e transcendência.

Em qualquer circunstância, somos responsáveis pela atitude assumida.

Mesmo quando haja pouca esperança de afastar o sofrimento inevitável –e até mesmo a morte -, quem está consciente de seu "sentido de vida" pode enfrentar tais acontecimentos com conformação (e não "conformismo") e dignidade.

A falta de um sentido de vida

Muitos psicoterapeutas, mormente o citado Viktor Frankl, estão convictos de que grande parte dos problemas psíquicos das pessoas por quem são procurados em seus consultórios deve-se a uma falta de "sentido de vida", gerando ansiedade, desespero, depressão, levando-as até ao suicídio.

É fundamental que a pessoa comprometa-se com a vida, com amor, alegria, desprendimento, humildade e – principalmente – coragem.

Seja qual for o sistema de crenças de cada um, só é possível encontrar um sentido de vida, quando se adquire em nosso interior a consciência de um TODO MAIOR, não importa o nome que se lhe dê, representando o mais alto que se possa experimentar, ou seja, um ponto de referência que para nós signifique o Absoluto, o Seguro, aquilo que nos dê uma razão de ser mais profunda e mais ampla do que o simples fato de se estar na vida.

A dedicação a uma nobre causa

A dedicação a uma nobre causa é sempre alicerçada em um sentido positivo que a pessoa dá à sua vida. Reciprocamente, tal dedicação estimula, cada vez mais, a busca e o encontro desse significado existencial.

Pela nossa experiência, participar, do ponto de vista filantrópico-social, da construção do TEMPLO DA HUMANIDADE, como Obreiros da Arte Real, acrescenta à nossa "proposta de vida" um significado extremamente rico. Se alguém nos perguntar "O que fazemos neste mundo?", sem dúvida, como Maçons, já temos elementos de sobra para dar uma resposta.

sábado, 29 de outubro de 2022

REFORMA DO TEMPLO DO REAA

Em 19.04.2021 o Respeitável Irmão Helio Brandão Senra, Loja União, Força e Liberdade, 272, REAA, GLMMG (CMSB), sem mencionar o Oriente, Estado de Minas Gerais, faz as seguintes perguntas:

REFORMA NO TEMPLO

Querido irmão Pedro Juk: pertenço a uma pequena Loja (poucos obreiros) jurisdicionada à GLMMG; os irmãos pretendem reformar o templo fazendo algumas modificações numeradas a seguir:

1 – No átrio que é um local de concentração e preparação para se entrar no templo propriamente dito, os irmãos querem colocar, nas paredes, símbolos maçônicos – do tipo desenho de aprendiz trabalhando a pedra bruta, companheiro com uma alavanca no ombro e mestre com uma figura pensando. Pergunto: é correta a colocação desses símbolos no átrio? No átrio, há símbolos maçônicos?

2 – No que se refere às colunas do templo (as vestibulares B e J), as 12 colunas zodiacais – 6 de cada lado até a balaustrada e as colunas da sabedoria, força e beleza representadas por colunetas nos altares do Venerável, primeiro vigilante e segundo vigilante, os irmãos querem colocar 2 colunas atrás do altar do Venerável, argumentando que são as colunas que sustentam o templo. Opinei que a sustentação do templo é dada, simbolicamente, pelas colunas da sabedoria, força e beleza. Pergunto: existem essas 2 colunas no oriente, atrás do altar do Venerável?

CONSIDERAÇÕES:

No tocante à questão número 1, penso que não existem óbices em se decorar as paredes do átrio com motivos maçônicos. Recomenda-se, no entanto, uma decoração sóbria e discreta, isto é, sem exageros. Aconselha-se também não usar elementos religiosos na decoração. As alegorias mencionadas na questão são perfeitamente exequíveis, salvo se o ritual da sua Grande Loja trouxer algo contrário nesse sentido.

 Em relação à questão 2 nada a ver com o termo “colunas de sustentação”. Vamos lá: algumas Lojas possuem na retaguarda do trono, limitando o Retábulo do Oriente, duas colunas coincidentes com a projeção da estrutura do dossel. Ocorre, entretanto que esses perfis são apenas e tão somente decorativos, portanto, sem nenhuma obrigação de atender a alguma ordem de arquitetura. Assim, essas colunas decorativas ficam abaixo do dossel e encravadas na parede feito duas molduras laterais do retábulo. Reitero que esses são apenas e tão somente elementos decorativos podendo ser perfeitamente dispensáveis.

No contexto da sustentação do templo, as colunas da Sabedoria, da Força e da Beleza são elementos figurados no REAA e necessariamente não precisam aparecer na sua decoração. Essa sustentação abstrata é figurada e se refere à sustentação da moral maçônica e não como um elemento decorativo ou estrutural. Como decoração, elas até podem aparecer em tamanho reduzido (colunetas) distribuídas sobre o altar mor e as mesas dos Vigilantes – Jônica para o Venerável, Dórica para o 1º Vigilante e Coríntia para o 2º Vigilante. Aconselho a observar o que menciona o ritual da sua Grande Loja no tocante à essas colunetas, pois elas não são elementos originais na decoração do REAA.

Quanto às Colunas Zodiacais, suas secções longitudinais de meias colunas dão para elas o aspecto de estarem encravadas nas paredes Norte e Sul, delas, seis no setentrião e seis no meridião, começando no Norte pela coluna relativa à constelação de Áries, localizada a partir do canto com a parede ocidental e assim seguindo o ordenamento do Zodíaco até a última constelação de Peixes, situada ao Sul no canto com a respectiva parede ocidental (seis no topo do Norte e seis no topo do Sul).

Como essas Colunas marcam o caminho do iniciado, observe-se que nenhuma delas deve ficar além da balaustrada, ou seja no espaço do Oriente. Do mesmo modo, essas colunas que marcam a projeção das constelações do Zodíaco na base da abóbada, não possuem uma ordem de arquitetura específica, seus capitéis, trazem respectivamente o símbolo zodiacal correspondente à coluna.

Quanto às Colunas B∴ e J∴, conhecidas como solsticiais por marcarem os solstícios (trópicos de Câncer e Capricórnio respectivamente), não possuem ordem de arquitetura, mas geralmente são de aspecto babilônico decoradas no seu fuste com folhas papiro e a parte superior, logo abaixo do capitel, com folhas ou pétalas de lótus (essa tem sido a decoração mais comum). Três romãs entreabertas e agrupadas descansam sobre cada capitel dessas Colunas Vestibulares. Essas colunas ladeiam a porta do Templo, sendo no REAA originalmente locadas no Átrio (vestíbulo), contudo, alguns rituais brasileiros preveem as mesmas interiorizadas, isto é, ladeando a porta, mas pelo lado de dentro. Em qualquer situação, no REAA a Coluna B∴ fica na banda Norte e a Coluna J∴ na banda Sul.

Eram essas as colocações a respeito.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

MAÇONS FAMOSOS

INICIAÇÃO MAÇÔNICA DE FREDERICO BARTHOLDI

FREDERICO AUGUSTE BARTHOLDI (Colmar, 2 de agosto de 1834 — Paris, 4 de outubro de 1904). Artista francês, escultor da Estátua da Liberdade, em Nova York. Antes de enviar a estátua de presente aos EUA, ele mostra sua obra aos Irmãos Maçons. O pedestal em que descansa a estátua foi erigido pela Grande Loja de Nova York.

INICIAÇÃO MAÇÔNICA: 14 de outubro de 1875 (Quinta-feira)

Loja: Alsace-Loraine, Paris, França.

Idade: 41 anos

Oriente Eterno: Faleceu aos 70 anos de idade, vítima de tuberculose.

Fonte: famososmacons.blogspot.com

O HOMEM QUE QUERIA SER REI

(extrato)

Irmão de um príncipe e companheiro de um mendigo se ele for considerado digno
por Rudyard Kipling

A lei, conforme citada, estabelece uma conduta justa de vida, e nada fácil de seguir. Eu fui companheiro de um mendigo vezes sem conta em circunstâncias que impediam qualquer um de nós de descobrir se o outro era digno. Eu ainda tenho que ser irmão de um Príncipe, mas, certa vez, eu quase cheguei a ser parente do que pode ter sido um verdadeiro Rei, e me foi prometida a sucessão em um Reino – exército, tribunais, receitas, e política, o pacote todo. Mas, hoje, receio muito que o meu Rei esteja morto, e se eu quiser uma coroa devo ir caça-la eu mesmo.

Tudo começou em um trem, na estrada para Mhow vindo de Ajmir. Eu estava com um furo no meu orçamento, o que me obrigou a viajar, não de segunda classe, que é apenas metade do preço da primeira classe, mas em Intermediária, que é realmente muito ruim. Não há almofadas na classe Intermediária, e a população é ou intermediária, ou seja, euroasiática ou nativa, o que é desagradável em uma viagem longa, ou Farofeiro, que é divertido, mas intoxicante. Intermediários não compram em lojas de conveniência. Eles levam consigo os alimentos em pacotes e potes, e compra doces de vendedores nativos de carne doce, e bebem água na beira da estrada. É por isso que no calor, os Intermediários são retirados dos vagões mortos, e em todos os climas eles são mais propriamente menosprezados.

Meu Intermediário particular por acaso estava vazio até que chegamos a Nasirabad, quando um cavalheiro de grossas sobrancelhas negras, em mangas de camisa, entrou, e, seguindo o costume dos intermediários, passou a hora do dia. Ele era um andarilho e um vagabundo como eu, mas com um gosto educado por whisky. Ele contou histórias de coisas que tinha visto e feito, de cantos remotos do Império onde ele tinha penetrado, e aventuras em que ele arriscou sua vida pela comida de alguns dias.

“Se a Índia está cheia de homens como você e eu, é porque não sabemos mais que os corvos onde conseguir a comida do dia seguinte; não seriam setenta milhões de receita que a terra estaria pagando – seriam setecentos milhões”, disse ele; e enquanto eu olhava para sua boca e queixo eu estava disposto a concordar com ele.

Falamos da política – a política do Reino dos Farofeiros que vê as coisas do lado de baixo, onde as ripas e o gesso não são alisados – e conversamos sobre arranjos postais porque meu amigo queria mandar um telegrama de volta da próxima estação para Ajmir, o ponto de retorno de Bombaim para a linha Mhow, quando você viaja para o oeste. Meu amigo não tinha mais que oito “annas” no bolso que ele queria guardar para o jantar, e eu não tinha nenhum dinheiro, devido ao problema de caixa mencionado anteriormente. Além disso, eu estava entrando em um deserto, onde, embora eu devesse retomar o contato com o Tesouro, não havia escritórios do telégrafo. Eu era, portanto, incapaz de ajudá-lo de qualquer forma.

“Poderíamos ameaçar um chefe da estação, e faze-lo enviar um telegrama a crédito”, disse o meu amigo, “mas isso significaria investigaçoes para você e para mim, e eu estou com a agenda cheia nestes dias. Você disse que estará viajando de volta por esta linha dentro dos próximos dias? ”

“Dentro de dez dias,” eu disse.

“Você não pode fazer isso em oito dias?”, ele perguntou. “Meu negócio é bastante urgente.”

“Eu posso enviar seus telegrama dentro de dez dias, se isso lhe convier”, eu disse.

“Eu confiei no telégrafo para alcança-lo, agora eu penso nisso. É desta forma. Ele deixa Nova Deli no dia 23 para Bombaim. Isso significa que ele estará passando por Ajmir mais ou menos na noite do dia 23.”

“Mas eu estou indo para o deserto da Índia”, expliquei.

“Muito bem”, disse ele. “Você estará fazendo uma baldeação no Cruzamento Marwar para chegar ao território Jodhpore, – você tem que fazer isso – e ele estará passando pelo Cruzamento Marwar no início da manhã do dia 24 pelo comboio Bombay Mail. Você poderia estar no Cruzamento Marwar naquele momento? Não seria inconveniente para você, porque eu sei que há algum leite a ser tirado desses Estados Centrais da Índia – mesmo que você finja ser um correspondente do ‘Backwoodsman’.”

“Você já tentou esse truque?”, perguntei.

“Mais de uma vez, mas os Residentes acabam descobrindo, e então você é escoltado até a Fronteira antes que tenha tempo para dar sua facada neles. Mas, sobre o meu amigo aqui. Devo dar-lhe um recado para lhe dizer o que me ocorreu, caso contrário ele não saberá para onde ir. Seria mais que gentil de sua parte se você pudesse voltar da Índia Central em tempo de pegá-lo no Cruzamento Marwar e dizer-lhe: ‘Ele foi para o sul pela semana’.” Ele saberá o que isso significa. Ele é um homem grande com uma barba vermelha e bem vestido. Você o encontrá dormindo como um cavalheiro com toda a sua bagagem ao redor, em um compartimento de segunda classe. Mas não tenha medo. Baixe a janela e diga: ‘Ele foi para o sul pela semana, e ele vai entender. É só cortar o tempo de permanência naqueles lados por dois dias. Eu lhe peço-lhe como um estranho – indo para o Ocidente”, disse ele, com ênfase.

“E de onde você vem?”, eu perguntei.

“Do Oriente”, disse ele, “e eu estou esperando que você lhe dê a mensagem sobre o Esquadro – para o bem de minha Mãe viúva, assim como para seu próprio bem”.

(Tradução José Antonio de Souza Filardo)

Fonte: https://bibliot3ca.com

sexta-feira, 28 de outubro de 2022

PEDINDO NOVAMENTE A PALAVRA - RETORNO DA PALAVRA

Em 12.04.2022 o Respeitável Irmão Dalmo Luiz, Loja Concórdia, 0368, GOB-PR, REAA, Oriente de Curitiba, Estado do Paraná, formula a seguinte questão:

RETORNO NA PALAVRA

A palavra já está no Oriente e um Irmão da Coluna do Sul solicita a palavra, como devemos proceder? A palavra retorna a coluna do Sul ou o Irmão vai no Oriente?

CONSIDERAÇÕES:

Absolutamente! Ninguém que ocupa lugar nas Colunas pode se dirigir ao Oriente para usar da palavra (novamente ou pela primeira vez).

 Isso é reprovável, pois não existe e nunca esteve previsto na ritualística maçônica sadia, salvo quando as invencionices insistem em povoar o fértil terreno maçônico.

Se alguém quiser pedir a palavra novamente deve se manifestar na forma de costume ao Vigilante da sua Coluna e este comunica ao Venerável Mestre. Por sua vez o Venerável Mestre pode concedê-la ou não (fica a critério do Venerável). Se a palavra for concedida novamente, não importa em qual Coluna esteja o solicitante, a mesma deverá fazer o giro completo outra vez, isto é, ela retorna a partir da Coluna do Sul.

Reitero, não há qualquer justificativa para alguém mudar de lugar para fazer uso da palavra novamente. Também não há obrigatoriedade de o Venerável Mestre concedê-la pela segunda vez. Aliás, o Venerável Mestre deve ser rigoroso nessa concessão para que essa prática não descambe em uso costumeiro.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

ALVARÁ DE 30 DE MARÇO DE 1818

O alvará de 30 de março de 1818, assinado na Real fazenda de Santa Cruz, e referendado Ministro Tomás Antônio de Vila Nova Portugal, proibiu o funcionamento das sociedades secretas. Foi assim fechada a Loja "Comércio e Artes”.

Dizia o alvará:

"Eu El-Rei faço saber aos que este alvará com força da lei virem, que tendo-se verificado pelos acontecimentos que são bem notórios, o excesso de abuso a que tem chegado as Sociedades Secretas, que, com diversos nomes de ordens ou associações, se tem convertido em conventículos de conspirações contra o Estado; não sendo bastante os meios correcionais com que se tem até agora procedido segundo as leis do Reino, que proíbem qualquer sociedade, congregação ou associação de pessoas com alguns estatutos, sem que elas sejam primeiramente por mim autorizadas, e os seus estatutos aprovados: e exigindo por isso, a tranqüilidade dos povos, e a segurança que lhe devo procurar a manter, que se evite a ocasião e a causa de se precipitarem muitos vassalos, que antes podiam ser úteis a si e ao Estado, se forem separados deles, e castigados os perversos como as suas culpas merecem; e tendo sobre esta matéria ouvido o parecer de muitas pessoas doutas e zelosas do bem do Estado, e da felicidade dos seus concidadãos, e de outras do meu conselho e constituídas em grandes empregos, tanto civis, como militares, com as quais me conformei: sou servido declarar por criminosas, e proibidas todas e quaisquer sociedades secretas de qualquer denominação que elas sejam, ou com nomes e formas já conhecidas, ou debaixo de qualquer nome ou forma que de novo se disponha e imagine; pois que todas e quaisquer deverão ser consideradas de agora em diante, como feitas para conselho e confederação contra o Rei e contra o Estado."

Introdução à Maçonaria - 2º Vol - História do Brasil - Rizzardo da Camino

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

Em 11.04.2021 o Respeitável Irmão José Henrique Cardoso Abrhão, Loja 13 de Maio II, 2167, sem mencionar o Rito, GOB-MT, Oriente de Tangará da Serra, Estado do Mato Grosso, pede o seguinte esclarecimento.

SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

Na Sessão Extraordinária para suspensão de Irmão pode ser tratado outros assuntos na Ordem do Dia?

COMENTÁRIOS:

Mesmo não sendo essa uma questão de ordem ritualística, mas me parece da Guarda dos Selos, vou me arriscar a lhe dizer que o assunto nela abordado deve ser específico à finalidade que resultou na convocação desta sessão extraordinária, não fazendo sentido, portanto, que nela se tratem de outras matérias que não àquela que motivou a convocação.

Outros procedimentos de ordem legal sugiro consultar o Regulamento Geral da Federação – Da Suspensão dos Direitos do Maçom.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

AS AUTORIDADES MAÇÔNICAS ESTÃO DISPENSADAS LEGALMENTE DE FREQUÊNCIA EM SUAS LOJAS?

Ir∴ Marcelo Artilheiro
Esta pergunta me foi enviada por alguns irmãos em virtude de muitas“autoridades” após eleitas, empossadas, nomeadas e etc., não mais se fazerem presentes em suas lojas, justificando suas ausências com base na constituição do Grande Oriente do Brasil – GOB. Dizem que outros foram eleitos para poderem “faltar”, isso com espeque nesse suposto fundamento legal. Passemos então ao estudo do caso.

Consta do §1°, art. 123, texto constitucional gobiano, verbis:

“Art. 123 - É inelegível:”
(...)
§1° - Estão dispensados de frequência, para os fins previstos neste artigo, e isentos da frequência mínima estabelecida para fins de eleição, podendo, portanto, votar e ser votados: o Grão-Mestre Geral, o Grão-Mestre GeralAdjunto, os Grão-Mestres dos Estados e do Distrito Federal, os Grão-Mestres Adjuntos dos Estados e do Distrito Federal, os DeputadosFederais, Estaduais e Distritais; os Ministros do Tribunal de Contas; o Procurador-Geral; os Subprocuradores Gerais e os membros dos PoderesExecutivos e Judiciários, exceto os dos Conselhos de Família e das Oficinas Eleitorais. (Novo texto pela Emenda Constitucional n. 1, de 1o de dezembro de 2007, publicado no Boletim Oficial n. 23, de 20/12/2007) (Grifei).

Nunca é excessivo reafirmar a ideia de que Maçonaria traduz um valor vital, exprime um postulado fundamental: o do primado da igualdade de todos perante as leis da Instituição. Ninguém, absolutamente ninguém, tem legitimidade para transgredir, burlar, violar, lograr e vilipendiar as leis e a Constituição do GOB. Nota-se que o texto constitucional limitou a isenção de presença tão somente as questões relacionadas as causas de elegibilidade, e tão somente a isso. Qualquer outra percepção de “vantagens indevidas”revelaria um ato atentatório ao decoro do cargo maçônico e um ato atentatório amoralidade maçônica.

É incontroverso que a ausência em Loja deforma a fraternidade e a estrutura republicana do Grande Oriente do Brasil, pois a afeta a integridade dos valores que informam e dão significado à própria ideia de Instituição/Maçonaria, frustra a representatividade das Lojas que no caso, se opera apenas no aspecto formal, compromete a execução e a participação dos irmãos e das Lojas nos programas e ações maçônicas, prejudicando o desenvolvimento da própria instituição.

Não se pode esquecer que Constituição do Grande Oriente estabeleceu que é dever de todos os maçons frequentar assiduamente os trabalhos da Loja a que pertencer; (Art. 29, inciso, II), portanto, ao contrário do que comumente praticado a observância deste dever maçônico constitui fator de legitimação da atividade maçônica. Esse dever de obediência ao regime da lei e moral impõe-se a todos – Grão-Mestres, Ministros, Deputados, Magistrados, Secretários, Procuradores e etc.

Art. 29 - São deveres dos Maçons:
(...)
II - frequentar, assiduamente, os trabalhos da Loja a que pertencer;

Portanto, tais ausências, se injustificadas, afetam a estabilidade da própria instituição (maçonaria), corrompem os valores da fraternidade, da democracia, da ética, da moral e da justiça, portanto, censuráveis desvios éticos e reprováveis condutas maçônicas.

O certo é que os próprios Princípios da Ordem e a Constituição do GOB representam um veto permanente, severo e inflexível a tais abusos de autoridade, à prepotência de tais “autoridades” e a deformação da maçonaria que “proclama a prevalência do espírito sobre a matéria” que “pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever”.

É direito fundamental do maçom, de cada irmão, da mais humilde Loja, ser guiado por autoridades íntegras, por legisladores probos e por magistrados incorruptíveis. O direito ao governo maçônico honesto em todos os aspectos –nunca é demasiado reconhecê-lo – traduz-se uma prerrogativa insuprimível da cidadania maçônica prevista na Constituição do Grande Oriente do Brasil.

Fonte: https://artilheiro7.wixsite.com

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

FORMAÇÃO DO PRÉSTITO E O INGRESSO NO TEMPLO

Em 11.04.2022 o Respeitável Irmão Mauro de Paula Coelho, Loja Voluntários da Perfeição, 109, GLMMG (CMSB), REAA, Oriente de Governador Valadares, Estado de Minas Gerais, apresenta a questão seguinte:

INGRESSO DO PRÉSTITO

Meu querido irmão, como se faz a entrada ritualística (REAA) em Loja?

O cortejo é disposto em fila dupla e depois a entrada também?

(Entrada no Templo: os irmãos estão em fila dupla, e assim entram no Templo. Quem tem cargo ou quer assentar no Norte, se posiciona na fila do norte: quem tem cargo no Sul ou quer se assentar no Sul, se posiciona na fila do Sul) ou a preparação no átrio, os irmãos estão em dupla e na hora de entrar, entra um de cada vez?

Já me falaram que o certo é um de cada vez porque tem que falar a palavra do grau para o guarda do templo. Só depois o irmão vai tomar assento no lugar que compete a ele.

CONSIDERAÇÕES:

De modo genérico, o préstito é formado no átrio da Loja pelo Mestre de Cerimônias que distribui os cargos.

 Formam-se então duas fileiras, uma pela banda Norte e outra pela banda Sul. Por primeiro os Aprendizes, que ocupam a fileira Norte, e os Companheiros que ocupam a fileira Sul; em seguida, indistintamente os Mestres sem cago ocupando as fileiras de acordo com os seus lugares no Templo; depois os Oficiais, os Mestres Instalados, as Dignidades, cada qual na fileira correspondente ao lado que cada um ocupará no Templo. Por fim o Venerável Mestre que é conduzido ao Altar pelo Mestre de Cerimônias (esse último, conduzindo vai à frente do conduzido).

 Assim, estando tudo nos conformes, a porta é aberta e as fileiras, sob o comando do Mestre de Cerimônias ingressam diretamente no templo, isto é, sem circulação porque a Loja não está ainda em processo de abertura. Estando todos em pé nos seus respectivos lugares, por último ingressa o Venerável Mestre conduzido pelo Mestre de Cerimônias.

Havendo autoridades e visitantes que por ventura estejam presentes e desejarem entrar em família, observar o que prevê o Regulamento Geral da sua Obediência no tocante a ordem de precedência e o respectivo ingresso.

Agora, no que diz respeito a esse ingresso individual no Templo porque cada um deve antes dar a Pal∴ do Grau ao Cobridor, nada mais é do que invencionice. Pal∴ de Pas∴, não do Grau, é solicitada a um Irmão desconhecido após o seu telhamento para entrar no Templo. Não faz sentido pedir a Pal∴ de Pas∴, ou mesmo do Grau, para Irmãos do próprio quadro e nem a visitantes conhecidos que entrarão em família.

Acredito que isso não deva constar no seu ritual. Essa “estória” do “me falaram, me disseram, etc.,” geralmente é achismo de alguém. Certifique-se se isso de fato consta no seu ritual.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

MINUTO MAÇÔNICO

DEUS

1º - É o Ser Supremo admitido em todas as religiões. É a Existência Suprema, superior, Criadora e Indefinível, cujo estudo constitui uma das bases da Maçonaria e ao qual os Maçons dão a denominação de Grande Arquiteto do Universo.

2º - Em geral, ninguém parece importar-se quanto à natureza desse Deus em que se afirma acreditar. Será Ele o Deus pessoal das religiões reveladas, ou o Deus Ideal que as filosofias apresentam em sistemas abandonados ou vigentes?

3º - Embora incapaz de defini-lo, de abarcá-lo, de apreendê-lo, o homem intui a presença de um Ser Supremo, e a necessidade de um Demiurgo chega a se impor à sua razão, como se fora através dos sentidos.

4º - Sem dúvida, o estudo de Deus deve constituir um dos deveres do Maçom, pois que sem o exame acurado deste tema transcendental, ele se arrisca a permanecer nos mais baixos degraus, também arriscando o seu equilíbrio e a sua felicidade.

5º - O imortal Pitágoras assim o definiu em linguagem bem maçônica: "Deus é a ordem e a harmonia, graças à qual existe e conserva-se o Universo".

Fonte: http://www.cavaleirosdaluz18.com.br

NÚMERO 33

Sérgio Quirino Guimarães
ARLS Presidente Roosevelt 025

A maioria dos Maçons e não Maçons associam o número de graus do Rito Escocês Antigo e Aceito com a idade que estava Jesus Cristo quando foi crucificado. 

Isto é uma grande bobagem e um grande perigo, pois automaticamente nos vincula a uma doutrina religiosa. 

O número 33 é uma vibração que ultrapassa um segmento do conhecimento humano; o motivo que levou nossos Irmãos que fundaram o primeiro Supremo Conselho em Charleston a instituírem 33 Graus para o REAA não é conhecido, apenas em 04 de dezembro de 1802 uma circular informava ao mundo maçônico que o Grau 33 seria o último grau. 

Teoricamente, saber quantos são e o que estudam bastam para alguns, mas eu gostaria de provocar nos Irmãos a vontade de saber um pouco mais sobre este número composto, que têm apenas três fatores próprios: 1, 3 e 11. 

Antes de pensarem na “Idade de Cristo” saibam que o rei Davi, pai de Salomão, governou Jerusalém por 33 anos e Alexandre “O Grande” que foi um dos três filhos do rei Filipe II, também morreu com 33 anos. 

Mas, o número 33 não está apenas na história, ele esconde ou revela segredos do Criador na Criatura. Ao fazer o homem, Deus lhe deu 33 vértebras, incluindo as cinco que se encontram fundidas e formam o sacro, e as quatro coccígeas. 

Os nucleotídeos que forma nossa cadeira de DNA possuem aproximadamente 0,33 nanômetros de comprimento. 

Em vários outros ramos do conhecimento o número 33 se destaca: O Hinduísmo instruí que são 33 os principais Deuses Védicos; no Livro Tibetano dos Mortos fala que Indra governa 33 Céus e Mara outros 33. Na Cabala, há 33 caminhos que servem de pontes entre as “Sefirots” da árvore sefirotal ou árvore da vida. O 33 representa o “Sephirah Datht” (a Sefirot invisível) que os Rabinos chamam de “Conhecimento”. É a esfera de mais difícil acesso, e cujo significado é revelado aos magos, “iluminados” e aos santos. 

Na Química o elemento de número 33 é o Arsênico que possui 33 prótons e 33 elétrons, cuja origem do nome é do grego e significa FORTE, VIRIL. 

Mas de tudo o que eu já estudei sobre o número 33 e sua aplicação em nossa vida maçônica o que achei mais simbolicamente interessante, foi o que aprendi com o Irmão Isaac Newton: em 1700 ele criou a escala de temperatura Newton (símbolo oN), nessa escala, a água é solidificada em grau 0 e sua ebulição ocorre aos 33 graus. 

Conseguem fazer um paralelo do homem com a água? Quando o valor do homem é 0, ele se torna inerte e endurece, mas ao contrário, se ele recebe energias (calor), ele expande, modifica sua natureza, de líquido (matéria) ele se torna gás/vapor (espírito) e assim alcança outros níveis. 

Assim acredito que deva ser na Maçonaria, o 33 é um número, uma energia a nos mover, a promover mudanças internas e construções externas, só não acreditem que ele seja o ponto final, pois o Grande Arquiteto do Universo é infinito.

Fonte: JBNews - Informativo nº 0185 - 28/02/2011

terça-feira, 25 de outubro de 2022

REAA - ABERTURA DO LIVRO DA LEI EM OUTRO LIVRO SAGRADO. É POSSÍVEL?

Em 10.04.2021 o Respeitável Irmão Rafael Adolfo Percovich Cisneros, Loja Amanhecer Fraterno, 4072, REAA, GOB-SP, Oriente de São Paulo, Capital, formula a seguinte questão.

LEITURA DO LIVRO DA LEI

Estou com uma dúvida, o ritual do REAA determina que no início dos trabalhos seja lido o Salmo 133, mas, as Loja Maçônicas podem trabalhar com qualquer livro sagrado, assim pergunto:

Os Lojas regulares podem abrir seus trabalhos com o Sagrado Alcorão?

"Allah guia aqueles que buscam Seu prazer para os caminhos da paz, os tira das trevas e os traz à luz por Sua Vontade, e os guia ao Caminho Reto".

CONSIDERAÇÕES:

O Ritual do REAA em vigência do GOB menciona na sua página 17, 3º parágrafo, o seguinte:

“A Bíblia Sagrada é o L∴ da L∴ em uso nas Lojas que praticam o REAA, no entanto, o Iniciado ou o Maçom tem o direito de prestar os Juramentos que a Ordem exige, sobre o Livro Sagrado da sua crença. Nesse caso, no momento do compromisso (o grifo é meu), poderá ser usado outro Livro Sagrado, sem que a Bíblia seja retirada do Altar”.

Não obstante ao que emana do ritual, vale mencionar que nos rituais primitivos do REAA não havia nenhuma leitura. O Livro era simplesmente aberto, ou mesmo permanecia fechado.

Mais tarde, com a evolução dos rituais do escocesismo, adotou-se a leitura em João 1, 1-5, cujo texto revela a prevalência da luz sobre as trevas, conteúdo próprio para o 1º Grau onde o Iniciado, a procura da Luz, recebe-a solenemente.

A posteriori, infelizmente o texto próprio para a Loja de São João, acabou sendo deturpado pela indevida inserção do Salmo 133 no seu lugar, permanecendo esse texto consagrado, eu diria até consuetudinário, nos rituais de algumas Obediências.

A bem da verdade, a leitura do Salmo 133 na Maçonaria apareceu pela primeira vez no Yorkshire em meados do século XVIII, desaparecendo logo em seguida. Mais tarde ele reapareceria sendo lido em uma passagem ritualística por ocasião da perambulação do candidato à Iniciação em rituais das Blue Lodge de algumas Grandes Lojas norte-americanas. Enquanto o candidato perambula pela sala da Loja, o Marechal lê esse Salmo.

Indevidamente esse Salmo foi trazido para o Brasil por volta do segundo quartel do século XX e acabou sendo introduzido como leitura na abertura dos trabalhos do 1º Grau do REAA, costume esse que acabou se espalhando por boa parte da Maçonaria tupiniquim. Reitero, a leitura desse Salmo não é original no escocesismo.

Dadas essas considerações, no caso de um candidato ou um maçom ser de outra fé que não a cristã, conforme o previsto no Ritual, admite-se a presença, no momento do compromisso, de outro Livro Sagrado sem que a Bíblia seja retirada do seu lugar.

Em se tratando de outro Livro Sagrado, nele não existe nenhuma leitura, bastando que o Livro pertinente a fé de outrem esteja presente no Altar para a tomada de compromisso.

Em que pese a presença de outro Livro Sagrado apenas no momento da tomada de compromisso, como especifica o ritual, admite-se, entretanto, se for desejo do maçom, nas sessões ordinárias, a presença ao lado da Bíblia de outro Livro Sagrado, mas este estará fechado, já que o cerimonial de abertura, leitura e fechamento do Livro da Lei que consta no Ritual do REAA se refere apenas à Bíblia.

Concluindo, não há leitura de nenhum trecho de outro Livro Sagrado que porventura esteja presente sobre o Altar. A propósito, o padrinho deve esclarecer esses particulares ao seu afilhado antes da sua Iniciação.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

AUMENTO DE SALÁRIO

Ir∴ Valdemar Sansão

O verdadeiro aprendizado acontece depois que você acha que já sabe tudo!

AUMENTO DE SALÁRIO – É a elevação de um Grau a outro, que lhe é imediatamente superior. Tem a denominação genérica de elevação. Segundo os graus, estas cerimônias têm outras designações como: passagem, exaltação, iniciação, eleição, nomeação, investidura, consagração.

Na Maçonaria de Ofício, ou seja, nas corporações operativas, o salário era real e feito pelo senhor, ou patrão, das obras; na Maçonaria atual, a dos Aceitos, ele é simbólico e recebido na forma de ensinamentos e doutrinação, na Coluna que lhe compete, através do Vigilante dessa mesma Coluna.

O aumento de salário depende da aprovação da Loja e envolve, evidentemente, certas condições de merecimento e avaliação do aperfeiçoamento do Obreiro. Isto é medido através dos trabalhos prestados, da freqüência às Sessões da Loja e das provas de conhecimento do Grau em que o Maçom se encontra. Ninguém pode ter aumento de salário sem ter mérito e sem ter adquirido os conhecimentos necessários para isso, devendo ser justificados por uma conduta irrepreensível no mundo maçônico e no mundo profano, além da idade exigida constitucionalmente e pelo interstício necessário.

As Instruções louvadas em um guia seguro (Ritual do Grau) são aulas expostas didaticamente pelas quais vamos nos redescobrindo até despertar nosso interior. É a compreensão das leis da vida maçônica. Aprendemos a conhecer-nos, a crer em nós mesmos e a crer no Grande Arquiteto do Universo, que é Deus.

Aprendemos que o homem é alguma coisa mais do que um simples animal que traja roupas e que a sua natureza íntima e divina, ainda que a sua divindade se conserve oculta, adquiri o hábito da Virtude, a aluminação da Inteligência e a purificação da Alma que o faz refletir, pois, sem isso, o homem seria um animal entregue aos mais grosseiros instintos.

Com o Cinzel, dá forma e regularidade a massa informe da Pedra Bruta. Por ele aprende que a Educação e a Perseverança são precisas para chegar a perfeição;

Aprende, também, que o homem não é simplesmente um fenômeno da vida ou um joguete da casualidade, mas uma potência e o Criador e o destruidor da casualidade. Por meio de sua força interior vencerá sua indolência, libertar-se-á da ignorância. Então sentirá amor por tudo o que vive e se constituirá em poder inexaurível para o bem da espécie, neste mundo de permutas, de confusões, de vicissitudes e de incertezas.

Aprende que o objetivo da Maçonaria para o futuro é que o homem aja, então, com toda a justiça e ame seu irmão como a si mesmo, porque ele e seus semelhantes são parte de um todo e que o todo é “Uno”; ele não pode ferir o seu irmão sem ferir a si mesmo.

Recomenda o Ritual do 1º Grau que todos os membros de uma Loja devem se esforçar quanto possível, para compreenderem as vantagens dos ensinamentos das instruções. Apresenta mensagens que devem ser assimiladas para que tenham sempre em mente o dever de pautarem seus atos individuais de todos os dias, por esse rico e antiquíssimo manancial de sabedoria.

O Aprendiz tendo recebido a LUZ e podendo caminhar sozinho no T.’., embora ainda auxiliado pelos conselhos dos IIr.’. e pela experiência dos MM.’., sente-se responsável por si mesmo e sabe que seus pensamentos, palavras e obras devem demonstrar, sempre, a consciência de seu juramento ao ingressar no Templo do Ideal cujo serviço aceitou livremente, sem constrangimento, nem restrição de espécie alguma.

A vontade de evoluir oportuniza-lhe chances de crescimento e de progresso. O uso persistente e tenaz dessa faculdade soberana permite-lhe modificar sua natureza, vencer todos os obstáculos. Aprende a meditar, a concentrar-se, sintonizando com as esferas superiores e com as nobres aspirações.

Conhecendo passo a passo, a extensão dos recursos que nele germinam, fica deslumbrado, não mais teme o futuro, tampouco se julga fraco.

Conhece, agora, o templo Simbólico, e sabe perfeitamente que ele não se constrói com pedras e madeiras, mas com Virtude, Sabedoria, Força, Prudência, Glória, e Beleza; enfim, com todos os elementos morais que devem ser ornamento dos Maçons.

Consciente de si mesmo compreende seus recursos latentes, sente crescer dia-a-dia suas forças na razão de seus esforços, acredita na possibilidade de ele próprio alterar seu presente e seu futuro.

Assim ele há de se conservar firme na vontade inabalável de enobrecer-se e elevar-se. Atrai, com o auxílio de seus Mestres e de sua inteligência, riquezas morais e constrói para ele uma personalidade melhor.

Concluídas as instruções de Aprendiz nos sete meses de vivência maçônica, diz-se que o instruendo está apto a galgar o segundo degrau para elevação, representada como subida, fazendo-se reconhecer que todos somos Irmãos, aprendendo a eliminar o apego, o egoísmo, a intolerância, a intranquilidade, a desarmonia. Sabe também que tudo que recebemos de Deus, devemos irradiar para todos, sem buscarmos qualquer recompensa.

Em se tratando de “aumento de salário” o maçom é honrado pela concessão do ingresso em uma nova coluna, trocando os instrumentos de trabalho para melhor se ajustar na busca de outras luzes.

É um erro julgar que podemos fazer tudo sozinho, sem o auxílio dos demais. É também um equívoco acreditar que o trabalho só sairá bom se formos nós os executores. Nenhum de nós sabe e pode tudo, nosso saber e poder são relativos. Todos estamos na condição de Aprendizes, em regime de interdependência, destinados a aprender uns com os outros o que ignoramos.

Também deverá ser apurado o que o candidato haja feito em favor dos semelhantes, quais os cuidados que tenha dispensado ao seu próprio aprimoramento pessoal.

Uma advertência que poderíamos considerar é de que não pode ser homem de bem aquele que não é justo. Contudo, não deixamos de ser injustos e imperfeitos pelo simples fato de abraçarmos os princípios maçônicos: “Um erro muito freqüente entre alguns neófitos é o de se julgarem “justos e perfeitos” após alguns meses de estudo. Há nessa pretensão de não mais necessitar de conselhos e de se julgar acima de todos, uma prova de incompetência, pois não atende a um dos preceitos da Ordem: tornar-se sempre um elemento Humilde, de Paz, de Concórdia, de Harmonia no seio da Maçonaria.

Não são apenas os novos adeptos; muitas vezes, alguns mestres, antigos e experientes, equivocadamente, também pensam assim.

Depois, quando, no término do trabalho de aperfeiçoamento moral, simbolizado pelo desbastar das asperezas dessa massa informe, a que chamamos Pedra Bruta, pela Fé e pelo Esforço, conseguimos transformá-la em Pedra Polida, então sim, deve ter lugar o “aumento de salário” concedido com consciência tranquila, a fim de que, mais tarde, tais decisões não venham a dar causa a arrependimentos. Apta à construção do edifício, podemos descansar o Maço e o Cinzel, para empulharmos outros utensílios, subindo a escala da hierarquia maçônica, ou seja, recebendo o merecido AUMENTO DO SALÁRIO.

Fonte de Consultas:
- Dicionário Etimológico Maçônico (Castellani)
- Ritual do Simbolismo Aprendiz Maçom do REAA (GLESP)
- Bem-Vindo à Maçonaria – Valdemar Sansão (aguardando publicação)

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

ESTAR OU NÃO À ORDEM?

Em 07.04.2022 o Respeitável Irmão Wilson Batista dos Santos, Loja Universo, 2110, REAA, GOB-RJ, sem mencionar o Oriente, Estado do Rio de Janeiro, apresenta o que segue:

ESTAR OU NÃO À ORDEM

Em primeiro lugar parabenizo-o pelo seu trabalho na divulgação do REAA através de seu blog e também por sanar diversas dúvidas ritualísticas que os Irmãos lhe trazem. Dou muita importância a Ritualística e tento em minha Loja ajudar na sua correta execução.

O motivo de lhe escrever é com o intuito de fazer-lhe uma pergunta sobre as explicações ritualísticas no momento em que os Diáconos recebem a palavra sagrada e a transmite aos Vigilantes. 

É sabido que no REAA, estando em Loja aberta, o maçom que estiver em pé deve ficar à Ordem, mesmo que esteja fazendo uso da palavra. Daí a dúvida: porque se desfaz o sinal de ordem na passagem da palavra pelo Venerável Mestre ao 1º Diácono e deste ao 1º Vigilante; bem como do 1º Vigilante ao 2º Diácono e deste ao 2º Vigilante. 

Visto não ser saudação não entendi a necessidade de se desfazer o sinal. Não poderiam falar à ordem também? Há razão para isso? Quando da conferência pelos Vigilantes nas colunas (grau 2), até entendo que se desfaça o sinal, pois as mãos serão usadas para a verificação, motivo porque não portam o malhete.

CONSIDERAÇÕES:

A questão é apenas de praticidade e conforto no momento da transmissão da palavra no encerramento dos trabalhos quando os protagonistas frente a frente se colocam à ordem porque a Loja, nesse momento, ainda está aberta. No início dos trabalhos não há composição do Sinal porque a Loja está em procedimento de abertura, isto é, não está aberta.

Assim, no encerramento ambos desfazem o Sinal para facilitar a postura, aproximação e conforto no momento da transmissão. Obviamente isso não é saudação e nem possui qualquer significado iniciático. O SOR assim orienta visando dar uniformidade no procedimento.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

RITO SCHRÖDER X RITO DA ESTRITA OBSERVÂNCIA

 Autor: Guilherme Cândido

O Rito Schröder recebeu este nome em homenagem ao seu idealizador e fundador, o Irmão Friedrich Ludwig Schröder (3 de novembro de 1744 – 3 de setembro de 1816), um notável ator, dramaturgo e diretor de teatro alemão que pelo seu trabalho no desenvolvimento deste Rito é considerado o reformador da Maçonaria Alemã.

Para entender o porque deste título é necessário antes conhecer seu antagonista: o Rito da Estrita Observância.

Em 1742, foi iniciado na Loja “Dois Três Cardos” em Frankfurt, o Irmão Karl Gotthold von Hundt, mais conhecido como Barão de von Hundt. Durante seu aprendizado maçônico o Irmão Hundt foi introduzido a uma lenda que se diz fazer parte da tradição escocesa, a lenda desenvolvida a partir de um discurso proferido pelo Irmão Andrew Michael Ramsay (1686 – 1743), também conhecido como Chevalier Ramsay. Ramsay, escocês de nascimento e naturalizado francês, em sua imaginação, concedeu à Maçonaria uma origem cruzada: dizia o pronunciamento que foram os cruzados na Palestina, para a retomada da Terra Santa, que fundaram a Maçonaria e que depois, quando da reconstrução dos templos cristãos lá no além-mar se uniram aos cavaleiros de São João de Jerusalém (Hospitalários).

Este discurso escrito e proferido por Ramsay, então Grande Orador na França, perante uma assembléia Maçônica em 1737, foi muitíssimo difundido e teve um enorme efeito, proposital ou não, na Maçonaria. Mesmo não sendo comprovadamente uma verdade histórica a ligação da Maçonaria com os cavaleiros cruzados, tudo isso soou muito cômodo e enaltecedor aos maçons da época, pois a lenda conferia à Maçonaria uma origem nobre. Deste ponto surgiu uma grandiosa inspiração de incontáveis intelectuais que decidiram criar, pautando-se em lendas como a de Ramsay, Altos Graus, que iam além dos graus simbólicos já conhecidos, o que evidentemente aguçou a vaidade dos Irmãos em galgarem os novos graus.

Apesar de Ramsay não citar os Cavaleiros Templários, a partir de seu discurso motivador, eles foram atrelados à origem maçônica, por terem constituído a Ordem Militar Religiosa mais famosa que já existiu. Na história dos Cavaleiros Templários, após a execução do vigésimo terceiro Grão Mestre da Ordem do Templo, Jacques de Molay, no dia 18 de março de 1314, em Paris, a mando do Rei Felipe IV, o Belo, que determinou juntamente com o Papa Clemente V, a morte de inúmeros cavaleiros e a extinção da Ordem. Pela lenda, alguns cavaleiros sobreviventes fugiram da França e se dirigiram à Escócia para tentar preservar o que ainda restava das tradições templárias. Para conseguirem chegar até a Escócia eles se vestiram como pedreiros operativos e lá foram recebidos por pedreiros e cavaleiros, conseguindo assim reestruturar a Ordem, assumindo o nome de Mabeignac.

Dentre os que decidiram fundamentar na lenda de Ramsay a base para Altos Graus, estavam os Irmãos Chevalier de Bonneville na França e o já citado Irmão Hundt na Alemanha, este último que em 1754 fundou o Rito da Estrita Observância (Strike Observanz). Em 1761 o Rito se concretizou e em 1765 foi adotado pela Grande Loja Provincial de Hamburgo, tornando-se a “menina dos olhos” dos Irmãos alemães que agora corriam contra o tempo para ostentarem os novos títulos de Mestre Escocês de Santo André, Noviço, Templário, Cavaleiro Professo e Clérigo Franco-Maçom. Fato é que com a adição destes novos graus no sistema de ensino maçônico, enxertaram-se à filosofia da Ordem diversos frutos da imaginação de ainda mais Irmãos, ou ainda preceitos advindos de outras ordens iniciáticas, transfigurando os princípios básicos provenientes da maçonaria operativa e do antigo ritual Inglês, e conseqüentemente distanciando os Irmãos da verdadeira essência da Ordem.

É importante citar ainda que desde o princípio do século XVIII, a Europa estava repleta de seitas e ordens iniciáticas como rosa-cruzes, martinistas, alquimistas e iluminados. Tendo todos eles sido perseguidos, encontraram seu único refugio seguro no seio de Lojas Maçônicas, pois era a Maçonaria muito bem aceita na época (quando ser maçom junto a reis, imperadores e duques, significava, obviamente, um reconhecimento social). Não tardou para que os supracitados Irmãos provindos de outras seitas/ordens começassem a introduzir os conceitos e práticas ritualísticas de suas antigas entidades no cotidiano da francomaçonaria, desviando ainda mais os rituais maçônicos dos antigos e puros rituais ingleses, de modo que, ao longo do século, colocaram as suas “mistificações” nos Altos Graus cavalheirescos provenientes dos adeptos de Ramsay, e infelizmente também o fizeram nos Graus Simbólicos, o que também ocorreu, é claro, no Rito da Estrita Observância.

Tudo isso gerou o estopim: alguns Irmãos alemães não suportavam mais ver a maçonaria tão cheia de vaidades e deturpações exteriores estranhas à sua verdadeira origem e essência. Em 1782, durante uma convenção em Wilhelmsbad, surgiu entre entusiastas a idéia da elaboração de um novo ritual que fosse pautado nos antigos rituais ingleses, resgatando os princípios da maçonaria para livrá-la dos erros e acréscimos decorrentes do Rito da Estrita Observância, fixando assim como objetivo da Maçonaria alemã o aperfeiçoamento moral com base na religião cristã e no humanismo. Logo uma comissão foi formada e o Irmão Friedrich Schröder liderava a jornada a caminho da reestruturação da Ordem na Alemanha.

Os irmãos de Hamburgo decidiram por: restaurar a verdadeira e antiga Maçonaria como lhes fora trazida por seus antecessores, esforçando-se zelosamente para elevar seus propósitos a um nível bem mais alto, fazendo com que cada um dos seus ramos seja mais útil, alcançando este objetivo com amor e com a pesquisa da verdade. Além disso, propuseram também melhorar a harmonia entre os Irmãos, e, principalmente, trabalhar apenas nos três graus da Arte Real, de acordo com o Antigo Ritual Inglês (Escocês, Irlandês e Inglês na verdade) dos antepassados, até que os novos rituais organizados fossem apresentados na Convenção Geral.

Como já levantado anteriormente, o Rito da Estrita Observância predominava na Maçonaria Alemã e o caráter da francomaçonaria inglesa originalmente introduzida em Hamburgo tinha se perdido, estando portanto as Lojas dominadas pelo misticismo, alquimia, entre outros. Sendo contrário a estes movimentos, o Irmão Schröder, fundou a Loja “Louise Zum Flammenden Herz” adotando o Rito Sueco Zinnendorf, Loja na qual foi Venerável Mestre. Vai morar na Áustria, mas retornou logo e em 1787 lhe foi confiado o primeiro malhete de sua Loja Mãe onde presidiu até 1799. Em 1793 tornou-se membro também da Loja “Einigkeit und Toleranz”. Em 1794 se tornou Grão-Mestre Adjunto de sua potência, a Grande Loja Provincial de Hamburgo e da Baixa-Saxônia, que era subordinada à Grande Loja de Londres. Permaneceu neste cargo até 1814 quando foi eleito Grão-Mestre e neste ficou até seu falecimento em 3 de setembro de 1816, aos 72 anos, na cidade de Rellingen, dizendo um de seus biógrafos que “ a arte dramática perdera uma de suas mais brilhantes joias e a humanidade um dos seus membros mais nobres e ricos de sólidas virtudes”.

Neste contexto, consegue-se perceber o prestígio moral de que gozava o Irmão Schröder, cuja integridade cativava aos outros e movia a si mesmo em busca de um aperfeiçoamento constante. Logo nota-se que com a Maçonaria não foi diferente e por isso foi ele escolhido pelos Irmãos de Hamburgo para liderar a comissão de reestruturação da Maçonaria Alemã, livrando-a dos acréscimos exacerbados advindos de outras ordens iniciáticas e incorporados no então difundido Rito da Estrita Observância.

Para alcançar tal objetivo, o sempre perseverante e estudioso Irmão Schröder dedicou-se antes à busca de uma sólida base histórica para seu trabalho, do contrário ele nada estaria fazendo para devolver à francomaçonaria alemã, suas devidas origens e verdadeiras práticas.

Schröder sabia que, indubitavelmente, as Lojas inglesas (e não as Francesas) eram autoridades em todos os assuntos ritualísticos, e por isso ele tinha seu ritual impresso sem abreviações ou códigos, pois sabia que estas codificações não faziam parte das antigas e originais práticas inglesas. Reconhecia ainda que, sendo a Inglaterra o berço da francomaçonaria, eram os rituais provenientes de lá que ele deveria esmiuçar para atingir seu propósito de reformador.

Desta forma, Schröder estudou minuciosamente três inconfidências maçônicas: “Maçonaria Dissecada”, “J&B” e “Três batidas distintas na porta da mais antiga Francomaçonaria”. Concluiu que, embora a grande maioria das Lojas Alemãs e Inglesas estivessem colocando em usança o que Prichard trazia em “Maçonaria Dissecada”, “Três Batidas Distintas…” era mais antigo (apesar de publicado posteriormente), apropriado e coerente, e sobre este texto, baseou suas pesquisas e o desenvolvimento de seu novo Ritual.

Aqui, chega-se numa das decisões mais importantes tomadas por Friedrich Schröder. Com seu íntimo preenchido pelo espírito humanista da época ele decidiu que boa parte do conteúdo do “Três batidas distintas…”, como o nó corrediço e o cabo de reboque por exemplo, fazia sentido apenas para os Maçons operativos, sendo impróprio para os homens educados do século XVIII/XIX. Foi então que ele decidiu fazer leves alterações que conferiram aos Rituais reformados um tom de simplicidade, essência e humanismo, o que configurou por consequência um novo Rito onde o homem era considerado o centro da Maçonaria e da sociedade em si.

Schröder submeteu seus rituais aos Veneráveis Mestres das 5 Lojas de Hamburgo, em 29 de junho de 1801, os quais o adotaram por unanimidade e, depois de uma revisão de algumas passagens, estes rituais foram impressos para as Lojas de Hamburgo, e depois em 1816 para todas as Lojas da Alemanha. Os textos dos rituais do Rito (que ganhou seu nome), que trabalha somente nos três graus da pura francomaçonaria, até os dias de hoje não contêm nada de místico ou oculto, mas retém a simplicidade do original inglês, inclusive o pensamento alemão da época, revelando um texto de alto fervor moral aliado a um generoso espírito de princípios humanitários.

Referências Bibliográficas:
HAUSER, Kurt Max. A verdade sobre o Rito Schröder e seu fundador. Edições Universum n°2, 1997.

SOUZA FILHO,Ubyrajara de. Vade-Mecum do Aprendiz – Rito Schröder. Editora A Trolha.

______. Expletivo Maçônico do Grau de Aprendiz – Rito Schröder. Editora A Trolha.

______. Rito Schröder – Grau 1. Editora A Trolha.

Fonte: https://pavimentomosaico.wordpress.com