Em 17.05.2022 o Respeitável Irmão Reinaldo Castro, Loja Aurora Dourada, 180, REAA, GLMRS (CMSB), Oriente de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, apresenta a dúvida seguinte:
CARTA CONSTITUTIVA
Observamos que muitos costumes permanecem na nossa Ordem, sem que saibamos exatamente sua origem ou motivação.
Um desses é o Venerável Mestre entrar no Templo portando a Carta Constitutiva e colocando-a ao pé da sua mesa.
Entendo que essa carta deve ficar na Sala dos Passos Perdidos, de forma bem visível, para um visitante saber que ali se encontra uma Loja regular, caso chegue atrasado para a sessão.
Ademais, se trabalhamos em um Palácio Maçônico, com toda a segurança e reserva, não vejo necessidade de o Venerável Mestre entrar com ela debaixo do braço. Até porque todos sabem que ali dentro só funcionam Lojas regulares.
No nosso caso específico, várias Lojas trabalham no mesmo Templo durante a semana. Assim, defendo a tese de que essa carta deve ficar próxima à entrada pelos motivos citados acima.
O que lhe parece? Agradeço sua explanação sobre o assunto.
COMENTÁRIOS:
A Carta Constitutiva e o Estandarte representam a Loja como corporação maçônica.
No tocante a ela, a maioria dos ritos geralmente trazem nos seus respectivos rituais - in a Planta do Templo - informações sobre onde é o lugar devido para exposição da Carta Constitutiva da Loja.
Existem alguns ritos, entretanto, o que não é o caso do REAA, que apresentam ritualisticamente à Loja a sua Carta Constitutiva no momento em que a Loja está sendo aberta.
No que diz respeito à Carta e o REAA, a forma mais tradicional é a de que ela emoldurada fique exposta à visão de todos descansando sobre o último degrau que leva ao sólio, simétrica à Prancheta do Mestre (uma das três joias fixas da Loja), encostada na frente do altar-mor que é ocupado pelo Venerável Mestre.
O que me parece não ser nada natural é essa “estória” de o Venerável Mestre entrar e sair com a Carta Constitutiva debaixo do braço (sic).
Na verdade, esse costume, o de andar com a Carta debaixo do braço não existe. Certamente essa deve ser mais uma das muitas invenções criativas que encontramos dentro na Maçonaria tupiniquim.
É bem verdade que muitas Lojas trabalham ocupando cada qual, uma vez por semana as dependências alugadas de um Templo, portanto, se esse for o caso, me parece ser mais viável é que a Carta Constitutiva seja colocada no lugar devido (encostada no altar) antes do início dos trabalhos pelo Irmão Arquiteto, ou outro Irmão que possa exercer esse ofício. Assim, do mesmo modo, após o encerramento dos trabalhos, a Carta é normalmente retirada para ser guardada até a próxima sessão da Loja onde ela será exposta novamente.
Esse procedimento, sem dúvida é muito mais cordato do que o Venerável ingressar no Templo trazendo a Carta debaixo do braço.
As Lojas que possuem espaço de trabalho próprio e não o dividam com nenhuma outra Loja durante a semana, também podem optar por deixa-la permanentemente encostada no Altar como um dos mobiliários da Loja.
Vale dizer ao concluir que se o ritual não previr um lugar específico para a Carta Constitutiva, a mesma poderá ser fixada, a critério da Loja, em uma das paredes Átrio ou de outra dependência apropriada, como na Sala dos PP∴ PP∴ ou na Secretaria, por exemplo.
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br
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