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domingo, 20 de agosto de 2023

A MARCHA DO SOL E AS JANELAS NOS PAINÉIS DE APRENDIZ E DE COMPANHEIRO - REAA

Em 13.04.2023 o Respeitável Irmão Cláudio Cordeiro da Silva Filho, Loja Quintino Bocaiúva III, nº 09, REAA, Grande Oriente do Paraná (COMAB), Oriente de Cornélio Procópio, Estado do Paraná, solicita os seguintes esclarecimentos:

JANELAS NOS PAINÉIS

Tenho a seguinte dúvida: Há alguma diferença entre as janelas dos Painéis de Aprendiz e de Companheiro? Certa vez em uma conversa ouvi que as janelas do painel de Companheiro estão fechadas, diferentemente do painel de Aprendiz em que as janelas estariam abertas, pois o mesmo necessita de Luz. Existe algo a respeito dessas diferenças nos painéis? Parabenizo-o pelo excelente trabalho em difundir tamanho conhecimento sobre ritualística.

CONSIDERAÇÕES:

 Isso não passa de uma mera conjectura e por cima ainda com uma justificativa esfarrapada.

 Ora, nada a ver. Não há diferenciação entre as janelas no painéis dos graus de Aprendiz e de Companheiros. Não há situação em que elas estejam abertas ou fechadas conforme o grau. Elas são aberturas que indicam um aparente trajeto da Luz.

À vista disso disso, seria bom que os inventores, antes de sair por aí disseminando barbaridades ritualísticas, soubessem que as três aberturas que figuram desenhadas nos painéis de Aprendiz e de Companheiro são símbolos indicativos da marcha aparente do Sol, levando-se em conta que o REAA é natural do hemisfério setentrional e o seu arcabouço doutrinário solar foi elaborado sob o ponto de vista de quem do hemisfério Norte olha para o Sul.

Desse modo, a alegoria iniciática da marcha do Sol deve ser compreendida inicialmente como movimento diário e por último como solsticial. O que se refere ao movimento diário, ele corresponde à aurora, ao meio-dia e ao ocaso – as 24 horas que simbolizam o trabalho e o descanso do maçom. Sob o ponto de vista solsticial é o movimento aparente por onde o Sol passa resultando nos solstícios de verão e inverno.

Sob o ponto de vista do Norte, o movimento dá a impressão de que o Sol encontra a sua maior declinação austral (em direção ao Sul). Esse aparente movimento produz os ciclos naturais que desenvolvem a vida sobre a Terra. Essa mecânica solar foi aproveitada pela Moderna Maçonaria em alguns ritos com o desiderato de uma alegoria iniciática que compara a existência iniciado com o nascimento, vida e morte da Natureza.

Nesse contexto, a plenitude da Luz é alcançada pelo Mestre Maçom quando, após ter cumprido todos os ciclos iniciáticos como Aprendiz e Companheiro, ele por fim alcança o lugar da Luz (Oriente), se tornando com isso, figuradamente, uma fonte de Luz que atua pelos quatro cantos do mundo.

Daí o porquê da existência das figuras representativas das janelas ou aberturas nos painéis do 1º e 2º Grau simularem o caminho por onde o Sol (Luz) passa em seu movimento diário, assim como em seu percurso anual.

Vale mencionar que no painel do 3º Grau as janelas não aparecem porque, em última análise, o Mestre, para ingressar no Oriente, já cumpriu toda a jornada indicada pelas Colunas Zodiacais, primeiro como Aprendiz no topo do Norte e depois como Companheiro no topo do Sul.

Nesse sentido, não é admissível qualquer interpretação que mencione janelas fechadas e abertas no painel. Existe sim a representação de três aberturas por onde simbolicamente o Sol passa no seu movimento aparente.

Aí está uma explicação que dispensa qualquer possibilidade de existirem no painel representações de janelas “fechadas e abertas".

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

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