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quinta-feira, 30 de novembro de 2023

ILUMINAÇÃO PARA A ESTRELA FLAMEJANTE

Em 03.07.2023 o Respeitável Irmão Luiz Maurício Sardinha Barreto, Loja Dignidade e Justiça, 1790, REAA, GOB-RJ, Oriente de Campos dos Goytacazes, Estado do Rio de Janeiro, apresenta o que segue:

ESTRELA FLAMEJANTE ILUMINADA

Caro Irmão, poderia me ajudar? A estrela flamejante no grau 3 fica acesa? Na transformação do grau 2 para o 3 ela permanece acesa? Lembrando que pertenço ao GOB.

CONSIDERAÇÕES:

No REAA, em se tratando do Grau de Companheiro, enquanto a Loja estiver aberta, ou mesmo transformada para o 2º Grau, os templos que porventura possuírem iluminação especial direcionada à Estrela Flamejante podem acender a mesma. Atenção – não existe nenhum cerimonial para o acendimento dessa luz, para tal basta que o interruptor seja acionado.

No Grau de Mestre Maçom a Estrela Flamejante não é elemento simbólico que mereça destaque. A Estrela Pentagonal é de fato um ornamento do 2º Grau.

Nesse contexto cabe lembrar que as Lojas geralmente trabalham em ambientes decorados para o 1º Grau e ajustados para o 2º e 3º Grau. Assim, no caso dessa iluminação, tolera-se, mas apenas no 2º Grau.

Vale destacar ainda que no GOB, o ritual não prevê nenhuma iluminação particular destinada à Estrela Flamejante. No 2º Grau a Estrela aparece simplesmente pendente do teto sobre a mesa do 2º Vigilante.

Por fim, admite-se essa iluminação direcionada à Estrela nos templos que porventura já possuam esse dispositivo, todavia essa característica é perfeitamente dispensável por não estar prevista.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

BREVIÁRIO MAÇÔNICO

LEVANTAR COLUNAS
Quando uma Loja maçônica cessas suas atividades administrativas e litúrgicas, diz-se que “abateu colunas”. Um maçom é sempre maçom, não só _ad vitam_, mas eternamente; nada fará com que um maçom deixe de sê-lo; nem sequer a autoridade conseguirá destruir o “novo nascimento” vindo da Iniciação.

A Loja “abatida” poderá, no entanto, reerguer as suas colunas, basta que sete membros se reúnam e solicitem o reerguimento ao poder central, podendo retomar seu antigo nome.

O nome de uma Loja, depois de registrado no cartório de Registro Civil Especial, passa a pertencer ao grupo fundador, ninguém poderá o nome, mesmo se a Loja tiver abatido colunas.

O maçom que se afasta não perderá a condição de Iniciado; será um membro irregular.

“Abater colunas” significa também o desinteresse para com a sua Loja e o seu grupo de Irmãos.

A todo o momento, o maçom poderá tornar a filiar-se, conservando todas as suas antigas prerrogativas.

O “abater colunas” constitui um ato negativo e repudiado por todos, e por esse motivo é que isso não deve, em hipótese alguma, acontecer.

O maçom é, por si só, UMA COLUNA do Templo, e se essa coluna ruir, significará a sua morte.

Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 219.

Fonte: Facebook_Pedreiros Livres

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

LIVRO DA LEI

(republicação)
O Respeitável Irmão Pasolini, Secretário Estadual de Orientação Ritualística do GOB-ES, Oriente de Vitória, Estado do Espírito Santo, apresenta a seguinte questão: 

Irmão Pedro, boa noite. Hoje, dia 04/04/2013, recebi uma ligação de um Irmão me questionando o seguinte: O Livro da Lei depois de aberto pelo Irmão Orador pode ser manuseado? Um Aprendiz da sua Loja apresentou um trabalho, e continha uma referência a uma passagem da Bíblia Sagrada. Dentro da Loja não existia uma reserva. O que fazer? Qual o seu posicionamento? O Livro da Lei que abriu os trabalhos poderia ser consultado? 

CONSIDERAÇÕES:

Como o Livro da Lei é parte integrante das Três Grandes Luzes Emblemáticas, o conjunto além de representar um código de moral e ética na Oficina (Livro da Lei, Esquadro e Compasso) indica que a Loja está aberta e o seu grau de trabalho conforme a posição do Esquadro e do Compasso sobre o Livro, dado o entendimento que o Esquadro e o Compasso somente se apresentam unidos em Loja.

Assim, as situações previstas para o conjunto ternário no tocante ao seu manuseio em Loja aberta seriam as seguintes: a) para a abertura dos Trabalhos; b) para transformação dos Trabalhos em outro Grau; c) para o retorno dos Trabalhos para o Grau de abertura; d) para o encerramento dos Trabalhos. Outras situações não existem. 

No caso em que o Irmão cita na questão é procedimento altamente equivocado. Essa situação implica no contraditório, pois a Loja está aberta e um dos seus indicadores é que o Livro da Lei esteja aberto sobre o Altar dos Juramentos. Retirá-lo para consulta implicaria em desfazer a Loja. 

Para a boa geometria dos Trabalhos, uma Loja deveria ter outro exemplar do Livro, para eventuais consultas como fora o caso citado. Se a Loja não possuir outro volume, o Venerável deve marcar outra ocasião para a discussão que envolva o exemplar, porém nunca “desmanchar” a Loja. 

Finalizando. Após terem sido os Trabalhos abertos, o Livro da Lei deve permanecer aberto na página em tiver sido feita a leitura de costume. Esse exemplar como integrante das Três Grandes Luzes, em Loja aberta, não deve receber na oportunidade manuseio para eventuais consultas. 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr.1017, Florianópolis (SC) – domingo, 16 de junho de 2013

PÍLULAS MAÇÔNICAS

nº 23 - Aprendiz pode falar em Loja?

É sabido que, em muitas Lojas por nós conhecidas, os Aprendizes estão proibidos de se manifestarem na “Palavra ao Bem da Ordem em Geral e do Quadro em Particular”.

Não é o caso, felizmente, dos Aprendizes pertencentes às Lojas da Associação Beneficente Barão de Mauá - ABBM.

Mas, para sabermos o que é correto, referente a esse assunto, vamos recorrer mais uma vez, ao Mestre José Castellani, resumindo e usando nosso palavreado, o que nos diz, em seu livro “Consultório Maçônico – VIII”.

“...essa proibição não é constitucional nem regimental. Tradicionalmente, sabe-se que as sociedades iniciáticas, geralmente de cunho religioso, nas quais os Neófitos limitavam-se durante um certo tempo, a ouvir e a aprender.”

“Era o caso do Mitraismo persa – culto do deus Mitra, o Sol – que era composto de sete etapas; na primeira o neófito era o Corvo, por que o corvo, no Mitraismo, era o servo do Sol e porque ele pode imitar fala, mas não criar idéias próprias, sendo assim, mais um ouvinte, do que um participante ativo. Idem para as Escolas Pitagóricas, onde existiam três etapas: Ouvintes, Matemáticos e Físicos.”

“...em Maçonaria, todavia, não existe essa tradição, mas, sim, o Simbolismo. Ou seja, simbolicamente, o Aprendiz é uma criança, que não sabe falar, mas só soletrar. Isto é simbólico e não pode ser levado ao pé da letra. O Aprendiz pode e deve falar em assuntos inerentes ao seu Grau, ou nos que interessem a comunidade, de maneira geral.”

O assunto pode ter controvérsias, mas me parece que essa explanação do Mestre Castellani é bem razoável e muito “pé no chão”.

Fonte: pilulasmaconicas.blogspot.com

A PEDRA BRUTA

Sempre que se faz referência a Pedra Bruta, temos a imagem de um pedaço de pedra tosca, que se apresenta em estado natural e grosseiro tal como foi extraído da natureza, e todos nós a conhecemos como um material sólido, encontrado em vários pontos do globo terrestre, geralmente fragmento de uma rocha e, como esta totalmente inerte, de modo, que se pode segurar com as mãos.

Porém, o Aprendiz Maçom têm diante de si, durante o tempo que lhe foi destinado, uma verdadeira Pedreira para desbastar, sendo possível que deva preparar Pedra suficiente para construir o seu Templo.

A Pedra Bruta representa a infância do homem e a própria humanidade e é de se reconhecer que a humanidade evoluiu muito, mas não passam de uma Pedra Bruta, com suas guerras, preconceitos, misérias, etc.

A Cerimônia das Viagens finda com o trabalho humilde do Aprendiz junto a Pedra Bruta e isto simboliza nada mais nada menos que o Aprendiz ainda é Pedra Bruta, ou seja, ainda tem arestas a ser desbastadas e que ainda tem muito para vencer, até apresentar-se como Pedra Lapidada.

A Pedra Bruta é uma jóia por oferecer a possibilidade de ser aproveitada para edificar, para construir, e todo indivíduo tem qualidades socialmente aproveitáveis, mas para tanto, é necessário que se lhe desbastem as arestas de uma formação grosseira.

Compete ao Aprendiz Maçom o trabalho de desbastar a PEDRA BRUTA, isto é, libertar-se dos defeitos e paixões, para poder concorrer à construção moral da humanidade, que é a verdadeira obra Maçônica. A Pedra Bruta ensina ao aprendiz, que o homem, dotado de inteligência e raciocínio, pode aperfeiçoar-se na educação e instrução, uma obra universal, que começa no grupo, na polis, na Pátria, mas que busca universalizar-se, porque os preceitos Maçônicos são atemporais e independem da região ou País.

São preceitos simbolicamente apresentados que foram os das associações secretas na antiguidade egípcia, são preceitos de verdade que os antigos também possuíam e que, ao longo da historia, coube a pouco saber.

Não é sem razão que um dos maiores poetas brasileiros de todos os tempos — CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE — no seu poema "O HOMEM e as suas viagens", afirma que o ser humano pela sua inteligência e poder, querendo saber a verdade, conquistou a lua, há que conquistar Marte, Vênus, todos os sistemas solares, galáxias e depois de conquistar todo o Universo, sentirá que tudo não valeu de nada, visto que não era isso que ele queria de fato saber.

Mas somente ai estará mais fácil de todas: a Grande viagem. A tarefa de conhecer seu próprio íntimo, sua própria essência e ironicamente, no fim, ele estará de volta ao começo de tudo.

Pois bem, a primeira instrução diz exatamente isso. Fala desta viagem. E talvez seja a Maçonaria a única instituição que habilitará queimar etapas especiais, as quais aludiu o poeta e que os homens profanos julgam ser imprescindíveis realizar e vencer.

A simbologia da Régua, do Maço, do Cinzel, nos prova que a Maçonaria estava naquele princípio dos tempos, junto da verdade e que a verdade de então, esta aqui agora, como sempre haverá de estar. Portanto, lapidar a PEDRA BRUTA é adentrar no íntimo de cada um de nós mesmo. É buscar dentro de nossa alma a centelha viva do GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO que habita nosso ser. Uma centelha divina e perfeita que o mundo profano esconde com vício, egoísmo, apegos à materialidade e que somente com muito esforço, com a iniciação e vida maçônica poderemos fazer aflorar definitivamente.

Desbastar a Pedra Bruta é caminhar para o amor fraternal, é ter a força interna para praticar a solidariedade humana, é ir ao encontro da pureza, da Luz, da verdade, dos três últimos degraus do trono do templo, que representam a evolução espiritual de todo Maçom. Mas antes devemos entender que temos de mostrar a força, o trabalho, a ciência, a virtude, posturas não tanto espirituais e só apegadas à prática da vida, ao cotidiano do dia a dia, a verdadeira prática maçônica de vida, a nossa ação para com o próximo e que justifica toda a moral da própria MAÇONARIA. O Maçom é um ser que age na busca do bem para com o próximo.

O cinzel, que ensina a ser o esforço, lento, mas compensador, e que somente com ele poderemos furar a PEDRA BRUTA que somos nós, em busca da virtude, da iluminação, pela inteligência, em busca da purificação da alma. E esta tarefa é do aprendiz e intransferível, pois é da própria antiguidade oriental que nos vêm à máxima que somente melhorando a nós mesmos, poderemos melhorar o mundo, os que não se salvam não podem salvar ninguém.

Assim nosso cinzel é o manual de instruções e nosso malho são os irmãos mais experientes que não nos permitem o caminhar só. E finalizando, hoje sabemos porque todos os Irmãos são Aprendizes e que na reunião de Aprendiz é que se desbasta a PEDRA BRUTA tarefa esta que excede a um salário, é tarefa para toda a vida maçônica, é tarefa que vai ao encontro da luz do GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO.

A primeira instrução é o início da viagem para dentro de nós mesmos porque talvez, dentre os homens que andam pelas ruas deste mundo. O Maçom seja aquela que consegue o milagre de caminhar para dentro de si mesmo. E mais que isso, dentre muitas coisas que ele possa ser por definição, o MAÇOM É O HOMEM QUE OLHA PARA DENTRO DE SI MESMO E GOSTA DO QUE VÊ.
 
Gr∴Frat∴Acadèmica Luzes do Universo.

Fonte: JBNews - Informativo nº 224 - 09.04.2011

terça-feira, 28 de novembro de 2023

VISITANTES E A BOLSA DE PROPOSTAS E INFORMAÇÕES

Em 02.07.2023 o Respeitável Irmão Henrique Almeida Carneiro, Loja Independência e Luz, 301, REAA, GOB-RJ, Oriente de Barra Mansa, Estado do Rio de Janeiro, faz a pergunta seguinte:

VISITANTES E A BOLSA DE PROPOSTAS E INFORMAÇÕES

Tendo em vista que a Entrada de Visitantes recomendada é após a Ordem do Dia, mas que a critério do Venerável Mestre (mais costumeiro) pode ser realizada em família junto com os Irmãos do Quadro, gostaria de saber qual deve ser a postura do Irmão Mestre de Cerimônias no 2º caso, durante a coleta da Bolsa/saco de Propostas e Informações para Irmãos Visitantes.

Em que pese, ser incorreta a prática de Visitantes depositarem a Carteira de Identificação Maçônica, deveria o Irmão Mestre de Cerimônias simplesmente passar por eles sem “oferecer” a bolsa/saco para coleta?

Entretanto, caso os Visitantes possam depositar algo na Bolsa/saco de Proposta e Informações, quais seriam os documentos pertinentes?

COSIDERANDOS:

Visitantes que entrarem em família – isso é permitido - geralmente não depositam propostas ou informações, já que as ccol∴ ggrav∴ recolhidas nesse período, na maioria das vezes compreendem conteúdos pertinentes à Loja.

Todavia, é possível aparecer alguma col∴ grav∴ destinada à Loja depositada por um visitante – um convite, por exemplo.

 Assim, caso apareça alguma col∴ grav∴ depositada por algum visitante, o Venerável Mestre pode decifrá-la ou, se o caso merecer, deixa-la sob malhete conforme prevêem os nossos regulamentos.

A bem da verdade essa avaliação é do Venerável Mestre. O fato é que não há óbices para que um visitante deposite col∴ grav∴ na bolsa, decifrá-la, no entanto, cabe ao Venerável decidir.

No que diz respeito à circulação da bolsa, o Mestre de Cerimônias oferece, na forma de costume, a bolsa a cada um a um dos presentes, sem nenhuma exceção.

Obviamente que o visitante, mesmo nada tendo para depositar, deve também colocar, na forma de costume, a mão direita no recipiente que lhe é oferecido. Desse modo, reitera-se: durante a coleta todos são abordados pelo titular.

Vale mencionar que visitante colocando o CIM na bolsa de propostas e informações é algo improcedente, até porque a identificação de um visitante que entrou em família ocorreu quando ele firmou o seu ne varietur firmado no livro de presença de visitantes da Loja. Para a saudação aos visitantes o Chanceler deve fornecer ao Orador uma lista com o nome dos visitantes.

Por fim, nominar o quê um visitante pode depositar na bolsa, não é possível, ficando por conta do Venerável aceitar ou não a col∴ grav∴.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

O BODE NA MAÇONARIA

Ir∴ Jose Castellani
Dentro da nossa organização, muitos desconhecem o nosso apelido de bode. A origem desta denominação data do ano de 1808. Porém, para saber do seu significado temos necessidade de voltarmos no tempo. Por volta do III ano d.C. vários Apóstolos saíram para o mundo a fim de divulgar o cristianismo. Alguns foram para o lado judaico da Palestina. E lá, curiosamente, notaram que era comum ver um judeu falando ao ouvido de um bode, animal muito comum naquela região. Procurando saber o porquê daquele monologo foi difícil obter resposta. Ninguém dava informação, com isso aumentava ainda mais a curiosidade dos representantes cristãos, em relação aquele fato. Até que Paulo, o Apóstolo, conversando com um Rabino de uma aldeia, foi informado que aquele ritual era usado para expiação dos erros. Fazia parte da cultura daquele povo, contar alguém da sua confiança, quando cometia, mesmo escondido, as suas faltas, ficaria mais aliviado junto a sua consciência, pois estaria dividindo o sentimento ou problema.

Mas por que bode? Quis saber Paulo. É por¬que o bode é seu confidente. Como o bode nado fala, o confesso fica ainda mais seguro de que seus segredos serão mantidos, respondeu-lhe o Rabino. A Igreja, trinta e seis anos mais tarde, introduziu, no seu ritual, o confessionário, juntamente com o voto de silêncio por parte do padre confessor - nesse ponto a história não conta se foi o Apóstolo que levou a idéia aos seus superiores da Igreja, o certo é que ela faz bem à humanidade, aliado ao voto de silêncio, 0 povo passou a contar as suas faltas.

Voltemos em 1808, na França de Bonaparte, que após o golpe dos 18 Brumários, se apresentava como novo líder político daquele país. A Igreja, sempre oportunista, uniu-se a ele e começou a perseguir todas as instituições que não governo ou a Igreja. Assim a Maçonaria que era um fator pensante, teve seus direitos suspensos e seus Templos fechados; proibida de se reunir. Porém, irmãos de fibra na clandestinidade, se reuniram, tentando modificar a situação do país. Neste período, vários Maçons foram presos pela Igreja e submetidos a terríveis inquisições. Porém, ela nunca encontrou um covarde ou delator entre os Maçons. Chegando a ponto de um dos inquisidores dizer a seguinte frase a seu superior: - “Senhor este pessoal (Maçons) parece BODE, por mais que eu flagele não consigo arrancar-lhes nenhuma palavra”. Assim, a partir desta frase, todos os Maçons tinham, para os inquisidores, esta denominação: “BODE” - aquele que não fala, sabe guardar segredo.

Fonte: O Templo e o Maçom

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

ATA OU BALAÚSTRE. QUAL O TERMO MAIS APROPRIADO?

Em 01.07.2023 o Respeitável Irmão Giovani Nocchi, Loja Confraternidade Macabuense, GOB-RJ, REAA, Conceição de Macabu, Estado do Rio de Janeiro, faz a pergunta seguinte:

ATA OU BALAÚSTRE?

Bom dia meu querido e amado irmão. O balaústre é o nome maçônico ata. Por que nosso ritual do GOB, diz que haverá a leitura da ATA e não do balaústre? Pois em linhas azuis ao final, ele diz que findou a leitura do balaústre…. Aguardo mais esclarecimento.

CONSIDERAÇÕES:

De fato, em Maçonaria, o termo mais apropriado para o registro escrito no qual se relata o que passou em uma sessão é, ou pelo menos deveria ser, “balaústre”.

O vocábulo ata parece mais apropriado para registrar reuniões ou sessões profanas (de não iniciados).

Certamente isso ocorre por falta de conhecimento da parte de alguns de particularidades da Sublime Instituição. Graças a isso é que alguns rituais acabariam trocando o nome balaústre por ata.

Agora, se houve alguma outra razão para essa troca, de fato eu não sei. Quem sabe se com o tempo as coisas não retornam ao seu devido lugar?

Vale relatar que em se tratando de Maçonaria - uma Instituição essencialmente iniciática - o termo balaústre tem sido o mais apropriado para nominar as atas maçônicas, isso porque por definição arquitetônica e simbólica o substantivo balaústre menciona um colunelo de madeira, metal ou alvenaria que geralmente é utilizado para sustentar corrimões e apoios.

A vista disso, e sob a óptica de representação figurada, o balaústre é o emblema de sustentação da história da Loja, já que o seu conteúdo revela o registro das sessões que ocorreram ao longo dos tempos.

Lamentavelmente isso não foi levado em consideração por alguns ritualistas e assim o termo profano “ata” acabou indevidamente inserido em alguns rituais.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

RESPEITABILÍSSIMO

Sérgio Quirino - Grão-Mestre - GLMMG 2021/2024
Esse adjetivo aparece em determinados graus de nossa Ordem. Portanto, se ainda não o encontrou nos rituais, não tem problema, visto que não nos cabem as questões ritualísticas, mas sim as provocações filosóficas e a prova de que nada se faz na Maçonaria sem um motivo.

O superlativo de respeitável constrói-se com base em uma reputação, tendo em vista que venerável é sinônimo de respeitável. E aquele que, entre nós, merecer mais respeito deve ser instalado no Trono de Salomão!

O interessante é como avaliar o grau de respeito. Reafirma-se, pois, que é uma construção pessoal. Sendo assim, poderíamos dizer que é a lapidação? Não! É o polimento!

Façamos o exercício mental do símbolo maçônico do homem auto esculpindo-se. Ele está “se dando forma”, se formando. Pedra Bruta para Pedra Cúbica, mas ainda há a Pedra Polida.

Assim, nos deparamos com a idiossincrasia do estar vaidoso por ter alcançado o “polimento” ou ser vaidoso por ser “polido”.

George Bernard Shaw, jornalista, irreverente e inconformista dramaturgo irlandês do século XIX, sentenciou:

“Um homem é tão mais respeitável quanto mais numerosas são as coisas das quais se envergonha”.

NOSSA LAPIDAÇÃO É EXTERNA, FEITA COM FERRAMENTAS E MÃOS.

O POLIMENTO É INTERNO, REALIZADO PELA REFLEXÃO E PELA MENTE.

A respeitabilidade maior, ou seja, a condição de “Respeitabilíssimo” só pode recair sobre aquele acerca do qual os Mestres não tenham qualquer dúvida de conduta.

Afinal a plenitude maçônica não é de direitos, mas de deveres, sobretudo o dever do respeito.

A palavra respeito vem do latim respectus, particípio passado de respicere, “olhar outra vez”. Formada por re-, “de novo”, mais specere, “olhar”. O “olhar novamente” é resgatar o que já tenha sido realidade, valorizando e/ou reconhecendo o autor ou a obra.

É fácil compreender essa ideia quando revemos, por meio da memória, nossos pais e avós. A palavra “respeito” transforma-se no sentimento de consideração, deferência e estima pelo que o outro foi ou é e por sua existência.

Contudo qual será o elemento alegórico do polimento interno que resultará no respeito máximo?

A procura, a manutenção e a difusão da Verdade! Porém o que é a Verdade?

A VERDADE É O ÚLTIMO DEGRAU, SOBRE O QUAL SE ASSENTA AQUELE QUE, PELO PASSADO, PELO PRESENTE E PELAS AÇÕES FUTURAS, INSPIRARÁ O RESPEITO, POR ESTAR SEMPRE EM CONFORMIDADE COM OS FATOS E A REALIDADE.

Neste ­17º ano de compartilhamento de instruções maçônicas e provocações para o enlevo moral e ético dos Irmãos, permanecemos no nosso propósito maior de disponibilizar uma curta reflexão a ser discutida em Loja. O Ritual não pode ser delapidado. A Ritualística deve ser seguida integralmente. O Quarto-de-hora-de-estudo é fundamental em uma sessão Justa e Perfeita.

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!

Fonte: Facebook_Maçonaria

sábado, 25 de novembro de 2023

PRERROGATIVA DE FALAR SENTADO. QUEM PODE?

Em 27.06.2023 o Respeitável Irmão Osvaldo da Costa Mendonça, sem mencionar o nome da Loja, REAA, GOB MINAS, Oriente Viçosa, Estado de Minas Gerais, apresenta a dúvida seguinte:

PRERROGATIVA DE FALAR SENTADO

Como sou oriundo de outro Oriente, me deparei com uma questão duvidosa, pois como a ritualista de tempos em tempos "sofre" alterações, peço seu auxílio e orientação.

Utilizo esse e-mail para me atrever a esclarecer uma dúvida, utilizando de seu grande conhecimento ritualístico.

Desde já agradeço a atenção.

Quem em loja aberta tem a prerrogativa de falar sentado?

A pergunta oriunda do fato que minha atual loja tem a "cultura" ou diretriz de na "Palavra a Bem da Ordem e do Quadro em Particular" somente Venerável Mestre, Orador e Secretário falam sentados. Os Vigilantes falam de pé, essa prática destoa da minha loja mãe.

Qual seria o correto?

CONSIDERAÇÕES:

Acredito que a sua Loja pratique o REAA. Sendo assim, salvo quando o ritual determinar ao contrário, todos os do Oriente têm o direito de falar sentados. Ocorre, entretanto, que geralmente os que de fato falam sentados na maioria das Lojas do REAA no GOB são o Venerável Mestre e as Dignidades do Orador e do Secretário. Comumente os demais por deferência preferem falar em pé, portanto, falam à Ordem. Reitero, no Oriente não existe obrigatoriedade para se falar em pé, a não ser nos momentos em que o Ritual assim determinar.

Quanto aos Vigilantes, esses por serem também Luzes da Loja, falam sentados, a não ser nos momentos em que o ritual determine que eles fiquem em pé. Obviamente que se um Vigilante por deferência resolver falar em pé, deve ficar à Ordem, isto é, deixa o malhete e compões o Sinal de Ordem com a mão, ou mãos se for o caso.

Fora os Vigilantes, no Ocidente todos obrigatoriamente falam em pé, portanto, à Ordem.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

CURIOSIDADES DA MAÇONARIA


Embora as provas sobre a suposta iniciação de Napoleão Bonaparte na Maçonaria sejam inexistentes, a maioria dos pesquisadores maçônicos apontam que Napoleão utilizou a Maçonaria como um instrumento político.

Quatro dos seus irmãos de sangue, bem como seu pai, sua esposa e cunhado, eram maçons, assim como importantes figuras militares e políticas ligadas a ele. Napoleão tinha a intenção de controlar as Lojas Maçônicas, e seu irmão José Bonaparte foi eleito Grão-Mestre do Grande Oriente.

A Maçonaria oferecia a Napoleão a possibilidade de ter um "exército" que combatia contra as instituições religiosas e ao mesmo tempo permitia manter as forças armadas e a polícia sob controle, além de ser um instrumento de propaganda favorável ao domínio francês na Europa.

A Maçonaria foi utilizada por Napoleão como um meio de dominação e integração das elites nacionais nos países invadidos por ele, incluindo a Espanha. As Lojas Maçônicas foram estabelecidas ao longo do caminho das forças invasoras e ocupacionais, visando submeter as elites locais ao domínio francês.

Colaboração de César Vidal

Fonte: Facebook_Curiosidades da Maçonaria

MAÇONARIA - GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO

Ir∴ Pedro Neves
(Publicado no Recanto das Letras em 02/03/2011 - Código do texto: T2823588)

Sempre que se fala em maçonaria, um termo é recorrente: O Grande Arquiteto do Universo, ou G.A.D.U. (a forma abreviada mais comum). 

Em quase todas as obras maçônicas e também na maioria das citações ou reportagens, há referências a esta expressão. Mas o que muitos leigos se perguntam sempre é: o que, ou quem é, exatamente, este Grande Arquiteto? Qual o real significado desta denominação?

Respondendo objetivamente, e de maneira simplificada, afirmamos: o G∴A∴D∴U∴ é a maneira pela qual os maçons se referem a Deus. E a razão é simples: sendo a maçonaria uma instituição que teve origem histórica nas corporações de construtores medievais – que eram formadas por arquitetos, engenheiros, artesãos, pedreiros e outros profissionais ligados à área da construção civil e militar – e, ainda nos nossos dias, valer-se de instrumentos daqueles ofícios como ícones simbólicos (o compasso e o esquadro, por exemplo), nada mais natural que denomine o projetista ou construtor de tudo o que existe como O Grande Arquiteto do Universo. Denominações adicionais para o Criador como O Grande Arquiteto dos Mundos ou O Grande Geômetra são encontradas em alguns livros maçônicos, todas com o mesmo significado.

Ampliando o escopo deste artigo, consideramos importante esclarecer brevemente o conceito de Deus na maçonaria. A imagem eternizada por Michelangelo na Capela Sistina – a de um ancião de cabelos brancos, adotada como representação costumeira de Deus por grande parcela da civilização ocidental – ainda que enquanto obra de arte seja belíssima, não é suficiente para a compreensão da onipotência, onipresença e onisciência divinas. Em verdade, ousaríamos dizer que é, de fato, inapropriada. Ora, qualquer que seja o ser, se este for limitado por uma forma, não pode ter tais características. Portanto, seguindo este raciocínio, concluímos que a imagem de Deus como um velho senhor sentado em um trono de nuvens é apenas o retrato humanizado do pensamento de uma época, não devendo ser levado em conta para uma reflexão mais aprofundada. Deus é o amor infinito, a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas, é aquele que não tem começo nem fim, e não pode ser conhecido através dos esforços intelectuais de uma mente humana que, por mais avançada ou capaz que seja, está sujeita a limitações. Deus, portanto, é uma força que não pode ser analisada ou mensurada, só podendo ser sentida e contemplada através de suas manifestações. Esta força é o que os maçons chamam de Grande Arquiteto, gerador do universo, do homem e da vida em todas as suas formas.

Um movimento anti-maçônico, fundado nos Estados Unidos no século XX e formado quase majoritariamente por fundamentalistas religiosos, tem distorcido continuamente o conceito do Grande Arquiteto do Universo. Este movimento, que já conta com ramificações no Brasil, afirma erroneamente que o G.A.D.U. não passa de um „deus maçônico‟, ou ainda uma divindade que representaria uma suposta união sincrética de ídolos antigos. Os mais radicais acreditam ainda que o G.A.D.U. seria uma representação do diabo. Conforme já explicado, nada mais longe da realidade. Aliás, para ser maçom, o postulante tem de, necessariamente, crer na existência de um ser supremo. Todos os trabalhos maçônicos são dedicados à glória de Deus, e os templos maçônicos conservam abertos em seus rituais o chamado Livro da Lei, que nada mais é que o livro sagrado da religião dos países onde funcionam as lojas maçônicas. No Brasil é a Bíblia que pode ser vista na quase totalidade dos templos, e ao redor do planeta, o livro sagrado muda conforme o caso: para os hebreus, o Talmude ou o Antigo Testamento; para os muçulmanos, o Alcorão; para os adeptos do bramanismo, os Vedas; para os masdeístas ou seguidores de Zaratustra, ou Zoroastro, o Zenda-Avesta etc. O Livro da Lei possui esse nome por conter o código de moral e ética que devemos seguir em nossas vidas. Este nome evita ainda qualquer tipo de sectarismo. A única exigência que se faz é que o volume deve conter, de fato, as sagradas escrituras de uma religião conhecida, e fazer referência ao Ser Supremo, Deus.

É importante colocar que a crença no Grande Arquiteto do Universo é encarada na maçonaria como uma realidade filosófica, e não de modo dogmático. A maçonaria, portanto, não é uma religião, mas abriga em suas fileiras homens de todas as religiões – por reconhecer a importância de cada uma delas, respeitando o conceito íntimo que cada um tem de Deus. Mas a maneira pela qual cada maçom professa a sua crença neste ser supremo é assunto de foro íntimo. Assim, em um templo maçônico poderão ser vistos, lado a lado, católicos, budistas, espíritas e assim por diante, pois a tolerância e o respeito mútuo fazem que praticantes dos mais diferentes cultos estejam unidos em prol da lapidação espiritual, da construção de um mundo justo e da busca pelo bem de toda a humanidade.

Termino este artigo citando o escritor Dan Brown, em carta endereçada aos maçons americanos na época do lançamento de seu livro O Símbolo Perdido, cuja trama envolve a maçonaria: “Em um mundo onde os homens batalham a propósito de qual definição de Deus é a mais acertada, não acho palavras para expressar adequadamente o profundo respeito e admiração que sinto por uma organização na qual homens de crenças diferentes são capazes de „partilhar o pão juntos‟ num laço de fraternidade, amizade e camaradagem”.

Que o Grande Arquiteto nos ilumine e guarde.

Fonte: JBNews - Informativo nº 223 - 08.04.2011

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

COLUNETAS E OS VIGILANTES. ELEMENTOS INEXISTENTES NO REAA

Em 26/06/2023 o Respeitável Irmão Wellington Sampaio, Loja Cavaleiros de Aço de Alagoas, 37, (CMSB), REAA, Oriente de Maceió, Estado de Alagoas, apresenta a dúvida seguinte:

COLUNETAS E OS VIGILANTES

Sobre o levantar e abaixar das colunetas dos VVig∴ já li e reli em seu blog, assim como no livro Estudos Maçônicos sobre Simbolismo (pp. 140 a 155), de Nicola Aslan, bem como no seu Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia, Vol. 1 (p. 256), a Simbólica Maçônica (pp. 113 a 117) e em tantos outras fontes, inclusive no The Freemasons’ Guide and Compendium, porém nada encontrei da associação específica do "coluna em pé" corresponder a governo (dos trabalhos ou do descanso) e da "coluna deitada" corresponder a não-governo (dos trabalhos e do descanso).

Há algum simbolismo no fato da coluna da "Força" em ficar de pé durante os trabalhos e a da "Beleza" em ficar deitada, ou vice-versa durante o descanso/recreação?

NICOLA ASLAN diz que, quando se abre os trabalhos, a coluna do 2º Vig∴ deita porque ele (2º Vig∴) nada faz, senão receber ordens do 1º Vig∴; e no descanso, o governo é tão somente do 2º Vig∴, motivo pelo qual a coluna dele fica de pé. A leitura desse procedimento poderia ser entendida que uma coluna fica levantada é porque é ela que "sustenta" o peso dos trabalhos? e deitada é que não teria nenhuma responsabilidade? ou não tem nada a ver essa interpretação?

E esse procedimento foi inserido na maçonaria por qual motivo? Sou da Grande Loja e só temos um rito, o REAA, o que me dificulta entender o porquê exatamente desse procedimento, diferente do GOB, que adota muitos ritos, entre os quais, o de Emulação, de onde se originou esse procedimento, conforme vi em seu blog.

Por fim, e quanto a coluna do Venerável (Sabedoria)? por qual razão ela fica de pé tanto durante os trabalhos, quanto no descanso? haveria alguma explicação pra isso?

Caso o irmão tenha as respostas a esses questionamentos, agradeceria muito que me informasse, pois estou fazendo uma peça de arquitetura sobre o assunto, mas em que pese está há quase dois meses procurando por tais respostas, infelizmente não consigo obtê-las, pois as fontes não abordam sobre a especificidade dessa questão.

CONSIDERAÇÕES:

Veja, toda essa dificuldade oriunda de confusas interpretações advém de enxertos e as suas respectivas tentativas de explicar algo que não existe na originalidade do Rito, no caso o REAA.

 Estou cansado de dizer que originariamente no REAA não existem colunetas junto às Luzes da Loja. Não adianta querer forçar interpretações.

Infelizmente, vez por outra esse tema volta à baila e até bons autores às vezes escorregam nas justificativas para as invencionices. Por exemplo, essas interpretações de "governo e não-governo" são meras balelas inventadas para desculpar algo que não existe no rito em questão. Notadamente no REAA isso é um enxerto de outra prática ritualística que acabou ingressando indevidamente nos rituais de algumas Obediências.

Vamos aos fatos. Na Maçonaria anglo-saxônica, particularmente no CRAFT, existem apenas e tão somente "duas colunetas" sem qualquer ordem de arquitetura. Essas colunetas, que ficam junto aos respectivos Vigilantes, nada tem a ver com a alegoria das colunas que sustentam a Loja, ou seja, a da Sabedoria (Jônica), da Força (Dórica) e da Beleza (Coríntias), cujas três aparecem regularmente ilustradas na Tábua de Delinear Inglesa.

Assim, por falta de atenção, alguns autores, no afã de colocar em seus rituais aquilo que em outros ritos eles acham bonito, logo acabariam indevidamente enxertando costumes de outros sistemas em outros, comprometendo a originalidade - é o caso das tais colunetas do Craft indevidamente enxertadas no REAA. Vale dizer que um símbolo está diretamente ligado à estrutura iniciática do rito. Isso é imperativo para se compreender a sua organização e o seu objetivo.

A vista disso, as colunetas - que originalmente só existem no Craft (Maçonaria Britânica) - são apenas elementos indicadores ou sinalizadores do andamento dos trabalhos em Loja. Explica-se: se a coluneta relativa ao 1º Vigilante estiver em pé e a do 2º Vigilante deitada, quer dizer que os trabalhos se encontram em plena força e vigor. Já ao contrário, se a do 2º Vigilante estiver em pé e a do 1º Vigilante deitada, quer dizer que os operários estão em recreação, ou mesmo a Loja fechada. Nesse sentido, as colunetas existem apenas e tão somente para indicar o andamento dos trabalhos na Loja. Sem inventar, essa é a única função das delas, e ponto final.

Ainda nesse contexto, vale relatar que existem apenas duas colunetas na Loja - estas relativas a cada um dos Vigilantes. Não há coluneta para o Venerável Mestre.

Nessa conjuntura, vale relatar também que a prática de se colocar a Loja em descanso é comum no Craft, não no REAA. Graças a isso, se servindo das colunetas, há na Maçonaria anglo-saxônica uma ritualística própria para essa ocasião, oportunidade em que o 2º Vigilante, vendo que o Sol já passou do zênite, se o Venerável desejar, pode mandar os operários para a recreação. Uma particularidade desse período é que em recreação a Loja permanece aberta, mas com os trabalhos suspensos. No momento apropriado é também dever do 2º Vigilante chamar de volta os operários para o trabalho.

Uma particularidade é de que no Craft, quando a Loja estiver em recreação, o Livro da Lei é fechado, mas sem se retirar do seu interior o Esquadro e o Compasso organizados no grau. É por isso que no Rito de York esses instrumentos ficam dispostos sobre a página do Volume da Lei Sagrada que fica à direita do titular que os arranja. Assim, quando a Loja estiver suspensa, o Livro é fechado, mas sem que se retirem os instrumentos emblemáticos do seu interior. Nessa ocasião, a coluneta do 2º Vigilante fica em pé e a do 1º tombada.

Como dito, tudo isso originalmente ocorre na vertente anglo-saxônica de Maçonaria, mas é desconhecido no REAA, que é um rito de origem francesa. Obviamente que meus comentários se prendem à originalidade do REAA e não ele enxertado com práticas de outros ritos.

Ao encerrar reitero alguns pontos: 1) no verdadeiro REAA não existem colunetas para os Vigilantes; 2) as colunetas são naturais nos trabalhos do Craft (Rito de York, por exemplo); 3) no Craft não há ordem de Arquitetura para as colunetas (estas não podem ser confundidas com as Colunas da Tábua de Delinear inglesa); 4) no Craft existem apenas duas colunetas, uma para cada Vigilante, já o Venerável não possui nenhuma coluneta sobre o pedestal; 5) pela inexistência desses elementos no REAA, nele seria improcedente alegar qualquer significado para os mesmos.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br



O DELTA LUMINOSO

Paulo Roberto Marinho
Delta Luminoso ou Radiante é o triângulo eqüilátero tendo no seu interior a figura de um olho esquerdo – Olho da Providência – ou as letras do nome hebraico de DEUS (Iôd, He, Vau, He) ou ainda somente a primeira letra (Iôd). Representa a presença de DEUS. Sua localização correta é na parede Oriental do Templo, compondo, ou não, o Painel Simbólico. Por representar a divindade ele não pode ser encoberto por nada ou ninguém.

Para destacar o Delta Luminoso alguns Rituais do R∴E∴A∴A∴ descrevem sua figura suspensa por um fio entre duas Colunas de ordem Compósita que ladeiam a cadeira do Ven∴ Mestre. Ou seja, acima do espaldar. Porém muitas Lojas, por adequações sem fundamentações, resolveram transferir o Delta para frente do dossel. Aproveitaram, para ficar mais “bonito”, construí-lo em forma de caixa e colocaram dentro uma lâmpada elétrica, desta forma ninguém duvidaria que aquele seria o Delta “Luminoso”. Como se não bastasse inventaram um Delta para a Loja de Companheiro, este com a Estrela Flamejante ou Hominal. Em Loja de Companheiro Maçom, retiram o Símbolo de DEUS e colocam um símbolo do homem, ignorando as prescrições da maioria dos Rituais do R∴E∴A∴A∴

“A Estrela Flamejante brilha no centro da Loja” (Templo). Está colocada entre o Sol e a Lua (Venerável e 1º Vig∴) portanto, ao “Meio-dia” é representada pelo 2º Vig∴ .

Nos Rituais mais antigos, no texto que descreve a cerimônia iniciática de Elevação ao grau de Comp∴, lê-se:

“... contemplai este Delta Misterioso... este DELTA resplandecente de luz, dominando nossa Loja, vos mostra duas grandes verdades e duas sublimes idéias. A letra Iôd ou G, representa...”

Já nos Rituais mais recentes lê-se:

“... contemplai este Delta Misterioso... Esta ESTRELA resplandecente de luz, dominando nossa Loja, vos mostra duas grandes verdades e duas sublimes idéias. A letra Iôd ou G, representa...”

Isto foi o suficiente para inventarem o tal “Delta do Grau de Comp∴”; enxertaram a Estrela dentro do Delta materializando o sentido figurado, a conotação. Esqueceram, ou fizeram “vista grossa”, a parte do texto que define em todas as edições dos Rituais do grau de Companheiro Maçom o simbolismo da letra Iôd ou G, que figuram, uma ou outra, inscritas no Delta.

O Pentagrama – Estrela flamejante – com a letra “G”em seu interior é figura que compõe o Painel do grau de Companheiro Maçom; também, faz parte dos Ornamentos da Loja de Comp∴ (Pavimento Mosaico, Orla Dentada e Estrela Flamejante), e como tal deveria estar suspensa no centro geométrico do Templo – Meio dia – próximo ao 2o Vig∴.

O Obreiro, quando em circulação, deve observar que a saudação que se faz ao cruzar o eixo do Templo, à frente do A∴dos JJur∴ou do A∴dos PPerf∴, ou ainda do Oriente, é gesto de homenagem, respeito e reverência ao G∴A∴D∴U∴ representado pelo DELTA LUMINOSO, o símbolo de Deus na Loja. O Ven∴Mestre não tem que responder a esta saudação com meneio de cabeça ou outros gestos, mesmo porque, a saudação, naquele momento não lhe é dirigida. O que ocorre é que o Ven∴Mestre posiciona-se na mesma linha do Delta Luminoso, ficando, o Delta, deste modo, encoberto. Surgiu então, por esta confusão, a proposta que a saudação seria ao Ven∴Mestre.

O Ven∴Mestre representa a principal Luz da Loja; o Sol, a Sabedoria etc. Mas, algo é infinitamente superior à representação do Sol, da Sabedoria e outras analogias qualificativas ou representativas do Ven∴Mestre, que é a representação do G∴A∴D∴U∴ pelo DELTA LUMINOSO com o Olho da SUPREMA SABEDORIA ou o TETRAGRAMA SAGRADO, ou ainda, da letra Iôd ou G.

Para distinguir a saudação – entre o Venerável e o Delta – e evitar a confusão os Obreiros passaram a dirigir o olhar para o Delta Luminoso suspenso, no momento da saudação. Mas, isto não é necessário, principalmente, quando o Delta está instalado, irregularmente, na frente do Dossel. O importante é se ter conhecimento que aquela saudação é ao Delta Luminoso ou Radiante. Nada no Templo é superior ao DELTA RADIANTE – a PRESENÇA DE DEUS. Se dedicarmos nossa saudação, ao cruzar o eixo do Templo, ao Ven∴Mestre, estaremos ignorando ou subestimando o G∴A∴D∴U∴ Ações de respostas às saudações, procedidas pelo Ven∴Mestre, neste caso, sugerem legitimar a interpretação de que a reverência é ao Ven∴Mestre. “Meneio de Cabeça”, embora contido nos Rituais, não é sinal maçônico, apoiar o Malhete sobre o peito, somente quando de pé. Mesmo assim, não como resposta a Saudações e sim como postura ritualística.

Fonte: Revista Arte Real nº 6

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

TRABALHO ELABORADO PELO MESTRE. QUEM É O REVISOR?

Em 22.06.2023 o Respeitável Irmão Vicente Miranda Neto, Loja Igualdade Santista, 2164, REAA, GOB-SP, Oriente de Santos, Estado de São Paulo, apresenta a dúvida seguinte:

TRABALHO ELABORADO POR UM MESTRE

Gostaria de seus esclarecimentos quanto a apresentação de trabalho pelo Mestre Maçom.

Até onde eu sei, todo trabalho de Aprendiz deve ser revisado pelo Vigilante de sua coluna. O mesmo ocorre para o Companheiro.

No caso do Mestre Maçom os trabalhos devem ser revisados?

CONSIDERAÇÕES:

Antes, um pequeno comentário. No REAA o revisor do trabalho de um Aprendiz é o seu instrutor, no caso, o 2º Vigilante, e do Companheiro, o 1º Vigilante - vide o ritual em vigência e o SOR.

 No tocante ao Mestre Maçom, não há um revisor, pois todos os Mestres, em tese, alcançaram esclarecimentos necessários para integrar o 3º Grau, que é a plenitude maçônica. No caso, uma Peça de Arquitetura elaborada por um Mestre, a mesma pode ser debatida com os seus pares em Loja de Mestre Maçom. Diga-se de passagem, algo deveras salutar.

No REAA há um elemento que indica essa igualdade entre os Mestres alcançada pela plenitude. É o chapéu, onde em Loja de Aprendiz e Companheiro apenas o Venerável Mestre se cobre (vide o SOR), já em Câmara do Meio (Loja de Mestre) todos se cobrem (vide o SOR).

Esse costume advém da Maçonaria francesa dos séculos XVIII e XIX onde, em um comparativo com o Rei e a sua superioridade, diante dos seus súditos apenas ele se apresentava coberto, enquanto que diante dos seus pares, em sinal de igualdade, todos se apresentavam cobertos.

Graças a isso, é que entre os Mestres Maçons impera a igualdade. No caso de uma peça escrita por um Mestre não existe propriamente um revisor para esse mister, podendo sim existir entre os pares a apresentação para crítica literária.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

A CRISE DA LOJA

Rui Bandeira
Li já há algum tempo que um maçom americano, académico, efetuou um estudo sobre a Maçonaria europeia e as suas Lojas, tendo concluído, além do mais, que as Lojas maçónicas europeias, independentemente da respetivas Obediências e ritos praticados, tinham tendência a atravessar crises significativas a intervalos entre cerca de 25 a 35 anos. Mais concluía o dito investigador que essas crises que assolavam as Lojas europeias ou não eram superadas e a Loja abatia colunas, ou eram superadas e a Loja reforçava-se na sua solidez.

Não recordo já quem foi esse académico maçom e porventura haverá razão para esse esquecimento, pois, com todo o respeito pelo trabalho de investigação, tratamento de dados e análise que terá tido, estas suas conclusões não se me afiguram serem estrondosa novidade nem incrível descoberta, antes puro e simples senso comum. O que, no entanto, não retira valor ao trabalho efetuado, pois, pelo menos, tem a virtude de alertar para a questão. O facto de algo ser de senso comum não significa que se esteja atento a isso...

Para mim, é pura questão de senso comum que, ocorrendo uma crise numa Loja (e já agora, em qualquer organização social humana...), das duas, uma: ou a crise não é superada e a Loja (a estrutura social) chega ao seu fim, não tendo mais condições para prosseguir a sua atividade, ou é superada e essa superação resulta num reforço da solidez da Loja (estrutura social). Já há muito que diz o Povo, na sua proverbial e secular sabedoria, que o que não mata, engorda!

Quanto ao estabelecimento da existência de crises em ciclos de 25 a 35 anos, bem vistas as coisas também não é fator de grande admiração, sendo mesmo evidente a causa de tal: a transição geracional.

Que existe uma relação de simbiose ente a Loja e os respetivos obreiros, geradora de modificações na Loja e em cada um dos obreiros, já o tinha mencionado no texto O outro termo da equação. Que as opções organizativas e de funcionamento de Loja determinam a sua evolução, também o mencionei no texto Da diferente evolução das Lojas. Resta consignar que um importante fator na evolução das Lojas é a transição de gerações.

A caraterística diferenciadora da transição geracional em relação aos outros fatores de evolução de uma Loja é que, enquanto os demais decorrem em harmoniosa, lenta e mesmo impercetível, ou quase, mudança, aquela propicia ou impõe uma potencial abrupta correção do paradigma da Loja.

A Loja consolida-se num grupo, mais homogéneo ou heterogéneo, também em termos de idades. Cria os seus hábitos, as suas rotinas. Estabelece os seus princípios e fixa os seus objetivos. Qualquer problema é resolvido tendo em conta esses princípios, hábitos, rotinas e objetivos. O padrão é harmonioso e durável. Até ao momento em que porventura deixa de o ser... O que mudou? Em bom rigor, nada. Ou, se preferirmos, tudo! O fator de mudança, de possível estabelecimento de crise, de fixação de patamar a ser superado, de mudança a ser efetuada de forma mais abrupta do que se estava habituado é bem conhecido de todos nós. Tão bem conhecido, que até nos esquecemos dele: a passagem do tempo!

Num dado período, os problemas são resolvidos de determinada forma e tudo vai bem. Mas, 25 a 35 anos passados, de repente verifica-se que os problemas de agora são diferentes dos de antes, que a forma de lidar e trabalhar da Loja, que antes foi eficaz, que ao longo do tempo foi satisfatória, agora já não satisfaz. Porventura os problemas são os mesmos ou de idêntica natureza, mas agora apresentam-se de forma diferente ou necessitam de uma diferente rapidez na sua resolução. Ou a simples evolução do mundo e do ambiente social, e das tecnologias, e da sociedade, tornam obsoletamente ineficaz o que antes fora remédio acertado.

Em dado momento, com surpresa, a Loja apercebe-se que os seus hábitos, as suas rotinas, as suas formas de lidar com as situações não obtêm já os mesmos resultados positivos de anteriormente. No entanto, a evolução desde há anos e anos foi harmoniosa. Muitos dos que ajudaram a estabelecer as rotinas, os hábitos, os procedimentos, continuam a ser preciosos e respeitados elementos da Loja. Os que se lhes foram juntando integraram-se harmoniosamente e foram dando a sua contribuição para a paulatina, normal e expectável evolução da Loja. Nem sequer se pode, honestamente, dizer que se faz agora como se fazia há 25 ou 35 anos. Mudanças e evoluções naturais foram ocorrendo. Os mais novos integraram-se no que os mais antigos construíram. Os mais antigos foram evoluindo com os mais novos. Como se explica que se descubra agora um desfasamento?

A resposta está na paulatina e imperturbável passagem do tempo e na erosão que esta causa nas pessoas e nas estruturas. Aqueles que há 25 ou 35 anos foram os pilares da Loja hoje já não o são, já deram o lugar na primeira fila a outros. Onde antes decidiam e assumiam responsabilidades, agora assistem e limitam-se a aconselhar. E, se não for assim, se o poder de decisão e de execução ainda neles reside, então o problema da Loja é bem pior!

Agora a Loja é dirigida por outra geração de homens bons que pretendem tornar-se melhores. Utilizam as regras e os procedimentos que encontraram, que aprenderam, que, aqui e ali, foram sendo naturalmente modificadas. Mas não são as suas regras. São as que receberam. Adaptaram-se a elas. Mas, em maior ou menor medida, a evolução delas não logrou acompanhar a diferença que a sua geração faz em relação à anterior, em sintonia com a evolução da Sociedade, do mundo e da técnica. Agora são eles que dirigem, mas o volante e o assento não estão ergonomicamente adaptados a si - ainda estão feitos à imagem e semelhança da geração anterior.

O problema é que a geração anterior ainda aí anda. E é respeitável e respeitada. Afinal, tem muito mais anos disto do que a atual. E criou e manteve as regras que serviram a Loja durante muitos anos. E pensa e defende que o que antes foi bom para a Loja não há razão para não continuar a ser bom agora.

O dilema é que agora a responsabilidade é de outra geração. Que respeita e considera os mais antigos. Que compreende as regras que estabeleceram e em que se integraram. Mas que não se sente já confortável nelas. Sobretudo que vê não terem elas a mesma eficácia que tinham. Que concluiu que alguma coisa tem de mudar para que a Loja possa continuar a ser essencialmente a mesma auspiciosa realidade em que, gostosamente, entraram.

Que periodicamente esta questão se ponha na Loja não é nada de admirar. É a vida a decorrer. Simplesmente. Por muito cordata e harmoniosamente que se tenha processado a evolução, chega sempre um momento que não basta evoluir, que há um degrau a vencer, uma mudança a fazer, em que a evolução em tudo não chega, em que se tem de inventar e fazer diferente e novo. E em que convivem elementos que criaram o que há e a quem lhes custa que se mude o que com eles resultou com novos obreiros que veem que há mudanças a fazer e têm a tendência de mudar tudo, por vezes pondo desnecessariamente em causa algo que vem de trás.

A crise necessariamente que chega quando ocorre a transição geracional. Para a resolver satisfatoriamente é imperioso que uns aceitem que nem tudo o que com eles funcionou bem continua a ser suscetível de bem continuar a funcionar e que os outros interiorizem que nem tudo o que vem de trás está obsoleto e ultrapassado, que mudar não é fazer tábua rasa do que existe, antes aproveitar do que há o que é útil que continue, modificar o que convenha ser modificado e introduzir de novo o que seja útil que de novo se acrescente.

Com Sabedoria na atuação, Firmeza, que é Força, nas escolhas e Elegância, que é Beleza, no trato, a Loja consciente do desafio enfrenta-o, muda o que tem a mudar, conserva o que tem a conservar, honra os mais antigos pelo que fizeram e continua a beneficiar da sua experiência e prossegue nas novas bases que os novos tempos, os novos hábitos, as diferentes circunstâncias aconselham.

A Loja que o não souber fazer inevitavelmente que definha, declina, progressivamente vê as suas colunas minadas até ao momento em que elas abatem. A Loja que souber reconhecer a sua crise e as suas causas e lograr efetuar as mudanças necessárias, sem ser contra ninguém, mas com todos colaborando no essencial, essa, sim, fortalece-se e prossegue galhardamente... por mais 25 ou 35 anos, até se voltar a pôr em causa e se reformular de novo.

O académico Irmão americano estabeleceu isto. Mas - digam-me lá! - bem vistas as coisas é ou não questão de simples bom senso?

Fonte: http://a-partir-pedra.blogspot.com.br

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

O ORADOR E A ASSINATURA NA ATA

Em 21/06/2023 o Respeitável Irmão Rogério Uilson da Silva, Loja Obreiros da Paz, 2909, REAA, GOB-PR, Oriente de Pinhais, Estado do Paraná, apresenta a questão seguinte:

ASSINATURA NA ATA

Surgiu uma dúvida durante nossa última sessão realizada em 19/06/2023 e de fato não consegui encontrar uma informação documental para sanar minha dúvida.

O Irmão Orador titular participou da última sessão da Loja, logo foi nomeado um Orador ad hoc para esta sessão em específico, na sessão seguinte (19/06), foi realizada a leitura da ata, onde constava o nome do Orador ad hoc pois de fato ele esteve compondo a sessão, a ata foi aprovada em loja, porém Orador titular, não aceitou assinar a ata, pois o nome que constava na mesma não era o dele.

Em conversa com Mestres Instalados de minha loja, e em grupos de estudos que participo, a grande maioria afirma que o Orador presente do dia, deve assinar a Ata mesmo que o nome dele não tenha participado, pois assina o Orador presente na leitura da ata, pois ele atesta a legalidade da aprovação da ata em sessão. 

E esta minha interpretação, porem eu gostaria se possível de vossa opinião ou se conheça, materiais didáticos sobre este tema.

CONSIDERAÇÕES:

Vou dar apenas a minha opinião sobre o caso, portanto, nada por mim dito é laudatório, até porque esse não é um assunto de ritualística propriamente dito, porém, uma questão legal de administração da Loja.

A vista disso, sou da opinião de que o Orador titular deveria assinar normalmente a ata da sessão em que ele estivera ausente e então substituído por um Orador Ad Hoc.

No meu entender, o titular esteve presente no dia da aprovação da referida ata, portanto essa não é questão de ele ter estado ou não presente na sessão que gerou a ata. Aqui, ao meu ver, o importante é que ele estava como Orador na sessão em que a Loja (assembleia de maçons) aprovou a tal ata.

Nesse contexto, entendo que quem aprova a ata não é o Orador, mas obviamente a Loja. Assim, não vejo o porquê dessa recusa.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

PÍLULAS MAÇÔNICAS

nº 22 - Companheiro e Companonnage na Maçonaria

É sabido que, até o ano de 1738, quando houve a revisão da Constituição de Anderson feita em 1723, havia somente dois graus na Maçonaria: o Entered Apprentice (vide Pílula Maçônica nº 8) que é o nosso APRENDIZ e o Fellow Craft que é o nosso COMPANHEIRO.

O grau de Master, que é o nosso MESTRE, apareceu somente após 1738, como mencionado, inclusive com o aparecimento da Simbologia, Alegorias, Lendas, etc, que na fase Operativa da Maçonaria não existiam, mesmo porque nessa fase, a Maçonaria era muito ligada à Igreja Católica e isso não era permitido.

Por sua vez, o COMPANONNAGE, era uma Associação de Trabalhadores de uma mesma profissão que tinha, também, uma assistência mútua e era requisitada pelos Cavaleiros Templários, para construção e/ou reconstrução de suas fortalezas ( quem tiver oportunidade visite a fortaleza de Tomar em Portugal) e seus membros também eram chamados de “companheiros”.

E como escreveu nosso pranteado Mestre Ir∴ Castellani, no livro “Cartilha do Companheiro”:

“...não se deve, todavia, confundir o Grau de Companheiro Maçom, com o Companonnage – associação de companheiros – surgido na Idade Média, em função direta das atividades da Ordem dos Templários... e existente até hoje, embora sem as mesmas finalidades da organização original, como ocorre, também, com a Maçonaria. O Companonnage foi criado porque os Templários necessitavam, em suas distantes comendadorias do Oriente, de trabalhadores cristãos; assim organizaram-nos de acordo com sua própria doutrina, dando-lhes um regulamento chamado Dever. E esses trabalhadores construíram formidáveis cidadelas no Oriente Médio e, lá, adquiriram os métodos de trabalho herdados da Antiquidade, os quais lhes permitiram construir, no Ocidente, as obras de arte, os edifícios públicos e os templos góticos, que tanto tem maravilhado, esteticamente, a Humanidade”.

Fonte: pilulasmaconicas.blogspot.com

VELHICE

Por Carl Jung
O homem que envelhece deveria saber que sua vida não está em ascensão nem em expansão, mas um processo interior inexorável produz uma contração da vida. Para o jovem constitui quase um pecado ou, pelo menos, um perigo ocupar-se demasiado consigo próprio, mas para o homem que envelhece é um dever e uma necessidade dedicar atenção séria ao seu próprio si-mesmo. Depois de haver esbanjado luz e calor sobre o mundo, o Sol recolhe os seus raios para iluminar-se a si mesmo. Em vez de fazer o mesmo, muitos indivíduos idosos preferem ser hipocondríacos, avarentos, dogmatistas e laudatores temporis acti (louvadores do passado) e até mesmo eternos adolescentes, lastimosos sucedâneos da iluminação do si-mesmo, consequência inevitável da ilusão de que a segunda metade da vida deve ser regida pelos princípios da primeira (Jung, OC 8/2, §785).

Nas tribos primitivas observamos, por exemplo, que os anciãos quase sempre são guardiões dos mistérios e das leis, e é através destas, sobretudo, que se exprime a herança cultural da tribo. E como se passam as coisas entre nós, sob este aspecto? Onde está a sabedoria de nossos anciãos? Onde estão os seus segredos e as suas visões? (idem. §788)

[…] é difícil ver que a segunda metade da vida oferece objetivos diferentes daqueles da primeira metade: expansão da vida, utilidade, eficiência, construção de uma boa imagem na vida social, canal seguro que leva a um bom casamento para seus filhos, e boas posições – não são objetivos suficientes? Infelizmente não são objetivos suficientes nem têm sentido para muitos que não veem na aproximação da velhice senão uma diminuição da vida e consideram seus ideais anteriores simplesmente como coisas desbotadas e puídas! Se tais pessoas tivessem enchido, já antes, a taça da vida até transbordar, e a tivessem esvaziado até a última gota, certamente seus sentimentos agora seriam outros; não teriam reservado nada para si; tudo o que quisesse pegar fogo estaria consumido, e a quietude da velhice seria bem-vinda para elas. Mas não devemos esquecer que só bem pouquíssimas pessoas são artistas da vida, e que a arte de viver é a mais sublime e a mais rara de todas as artes. Quem jamais conseguiu esvaziar o cálice todo com elegância e beleza? Assim, quantas coisas na vida não foram vividas por muitas pessoas – muitas vezes até mesmo potencialidades que elas não puderam satisfazer, apesar de toda a sua boa vontade – e assim se aproximam do limiar da velhice com aspirações e desejos irrealizados que automaticamente desviam o seu olhar para o passado. (idem. §789)

[…] Como médico, estou convencido de que é mais higiênico – se assim posso dizer – olhar a morte como uma meta para a qual devemos sempre tender, e que voltar-se contra ela é algo de anormal e doentio que priva a segunda metade da vida de seu objetivo e seu sentido. Por isto, acho que todas as religiões, com seu objetivo supramundano, são eminentemente racionais, do ponto de vista de uma higiene psíquica. Quando moro numa casa que eu sei que vai desabar sobre minha cabeça nos próximos dez dias, todas as minhas funções vitais são afetadas por estes pensamentos; mas se me sinto seguro, posso viver nela de maneira normal e confortável. Por isto, do ponto de vista da psiquiatria, seria aconselhável que só pudéssemos pensar na morte como uma transição, como parte de um processo vital cuja extensão e duração escapam inteiramente ao nosso conhecimento. (idem. §791)

Embora a imensa maioria das pessoas não saiba o motivo pelo qual o organismo precisa de sal, contudo todas elas o exigem por uma necessidade instintiva. O mesmo acontece com as coisas da psique. A imensa maioria dos homens desde tempos imemoriais sempre sentiu a necessidade da continuação da vida. Esta constatação não nos conduz a um desvio; ela nos põe no centro da grande estrada real percorrida pela humanidade ao longo de sua existência. Por isto, pensamos corretamente em harmonia com a vida, mesmo que não entendamos o que pensamos. (idem, §793)

Compreendemos já alguma vez o que pensamos? Só compreendemos aquele tipo de pensamento que seja uma mera equação da qual não se extrai senão o que aí se colocou. É a operação do intelecto. Mas, além deste, há também um pensamento nas imagens primordiais, nos símbolos, que são mais antigos do que o homem histórico e nascidos com ele desde os tempos mais antigos e, eternamente vivos, sobrevivem a todas as gerações e constituem os fundamentos da nossa alma. Só é possível viver a vida em plenitude, quando estamos em harmonia com estes símbolos, e voltar a eles é sabedoria. Na realidade, não se trata nem de fé nem de conhecimento, mas da concordância de nosso pensamento com as imagens primordiais do inconsciente que são as matrizes de qualquer pensamento que nossa consciência seja capaz de cogitar. E um destes pensamentos primordiais é a ideia de uma vida depois da morte. […] Para mim, as imagens primordiais são como que órgãos psíquicos, que eu trato com o máximo cuidado. Por isto algumas vezes preciso dizer a algum de meus pacientes mais idosos: “Sua imagem de Deus ou sua ideia de imortalidade atrofiou-se, e, consequentemente, o seu metabolismo psíquico caiu fora dos eixos. O antigo ϕάρµαχον α᾽θανασία”, o remédio da imortalidade, era mais profundo e mais significativo do que imaginávamos”. (idem. §794)

In Estudos Experimentais, Vol. II – Obras Completas de C.G. Jung

Fonte: https://bibliot3ca.com

terça-feira, 21 de novembro de 2023

CADEIA DE UNIÃO NO REAA

Em 20/06/2023 o Respeitável Irmão Diego Di Luca, Loja Palmares do Sul, 213, REAA, GLMERGS, Estado do Rio Grande do Sul, apresenta a dúvida seguinte:

CADEIA DE UNIÃO

Entro em contato visando sanar uma dúvida, creio que na área de ritualística.

Seguinte: Caso eu não acredite em Cadeia de União para cura, ou para mandar energia para fora para alguma pessoa doente, por exemplo; ou pelo fim da guerra; ou qualquer outro tema que não seja trocar a energia entre os irmãos que a compõem, devo me abster de participar da mesma? Neste caso, permaneço sentado no templo, até que ela finalize?

Ou, mesmo assim, participo, a fim de não quebrar a corrente física presente?

CONSIDERAÇÕES:

Eu quero crer que no ritual do REAA da sua Obediência a Cadeia de União não traga procedimentos que envolvam orações, súplicas, formação de egrégoras, etc. Faço essa colocação porque originalmente isso não existe no REAA. Assim, se não constar no ritual não há o porquê agir de modo contrário, isto é, desrespeitando o Ritual.

Nesse caso, se estiver ocorrendo inserção de práticas que não constem no ritual em vigência, o Orador, ou quem de direito, precisa coibir tal prática, até porque isso pode levar Irmãos a participar de algo contrário às suas crenças e convicções religiosas, por exemplo.

Por outro lado, dizer que um Irmão nessas circunstâncias se negue de participar da Cadeia, também não me parece ser uma atitude adequada. É difícil eu sei, mas o mais coerente é combater as distorções por meios legais do que proceder com atos de indisciplina e rebeldia – o maçom nunca deve se nivelar por baixo.

Sob o aspecto da originalidade da Cadeia de União, posso lhe afirmar que no REAA ela existe apenas como um mecanismo ritualístico para se transmitir a Palavra Semestral.

A bem da verdade, o REAA segue pura e simplesmente os propósitos do Grande Oriente da França que criou, em 1777, a Palavra Semestral para sanar um sério problema pelo qual passava a Maçonaria Francesa daquela época, onde irmãos irregulares acintosamente ingressavam nas Lojas para causar tumulto. Graças a isso nasce a Palavra Semestral como um artifício de cobertura para barrar os insurgentes irregulares. Com ela surge também a Cadeia de União como um dispositivo sigiloso e único para a transmissão dessa palavra. A título de esclarecimento, no Brasil a Palavra Semestral existe desde 1832, então adotada no GOB.

Enfim, dados aos comentários até aqui expressos, sugiro ao Irmão que se apegue à legalidade. Apresente sua súplica fundamentada à Loja e mostre a sua indignação e discordância relatando os equívocos pedindo providências.

Caso a Loja não tome conhecimento, é possível então relatar o fato ao Ministério Público Maçônico da sua Obediência informando a inserção de elementos que não constam no ritual. Vale mencionar que atitudes extremas somente devem ser tomadas após esgotadas todas as possibilidades de acerto.

Concluindo, devo lembrar que ritual em vigência é para ser cumprido, portanto, as eventuais contradições que nele constem devem ser antes resolvidas na forma da lei.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br