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quarta-feira, 31 de julho de 2024

SESSÃO MAGNA PÚBLICA

(republicação)
O Respeitável Irmão Bartholomeo Freitas, sem declinar o nome da Loja, Rito, Obediência e Oriente (cidade) apresenta a questão que segue:
bartholomeofreitas@gmail.com

Meu Irmão, eu novamente venho com mais um questionamento, agora começo pela Sessão Magna Pública. Ela deve ser realizada de forma específica? Ou seja, sem ser antes precedida de uma Sessão Magna ou Ordinária privativa de maçom. Se for possível essa precedência, como iniciar a Sessão Magna Pública? Deve ocorrer o normal encerramento ritualístico com o fechamento do Livro da Lei? Ou apenas a suspensão dos sinais e palavras maçônicos e deixa-se o Livro da Lei aberto para depois da saída dos visitantes, passar o Orador a fechá-lo e o Venerável fechar a Loja a golpe de malhete, como se vê comumente? Há algum manual sobre a Sessão Magna Pública? Por fim, um Irmão, querendo, pode facultativamente portar sua própria espada (sem ser da Loja) nas sessões em sua faixa de Mestre? Ou ela somente deve ser portada quando o cargo ou função exigir?

CONSIDERAÇÕES:

PÍLULAS MAÇONICAS

nº 58 - Tradição Maçônica

A manutenção da Tradição de nossa Ordem faz com que a pratiquemos, agora no século XXI, periodicamente e de forma constante, conforme Rituais estabelecidos em 1790, aproximadamente.

É por meio da Tradição que grupos humanos mantém seus costumes, seus hábitos, suas conquistas morais e sociais, entre outras coisas. A cultura adquirida é assim mantida. Desse modo, a manutenção dos parâmetros estabelecidos nesses Rituais é que permite que a Maçonaria seja secular. Se assim não fosse nossa Ordem já teria se pulverizado.

Ao contrário do que muitos pensam, nossa Ordem não desconsidera a evolução e os atuais meios de comunicação e a tecnologia. Repare que, mantendo a Tradição, e ao mesmo tempo, a tecnologia é aplicada na medida do possível. Vamos dar alguns exemplos: o Pavimento de Mosaicos permanece o mesmo, porém o material do qual é feito muda. O que antigamente era somente feito de granito preto e mármore branco, hoje existe variedade enorme de materiais sintéticos que os substituem.

A função do Secretário era antigamente executada totalmente através de manuscritos. Hoje nos usamos os recursos dos computadores. Inclusive, existem Lojas nas quais as Atas são enviadas pela Internet e a concordância é feita na próxima Loja.

O “Tempo de Estudos” era feito somente através da leitura do Trabalho. Hoje nós temos uma série de recursos fornecidos pela mais alta tecnologia, como o uso de computadores e projeção em tela, comandados à distancia. Além de outros recursos áudio visuais.

As Colunas “J” e “B” antigamente eram fundidas em metal, e posteriormente feitas em pedras e gesso. Hoje a tecnologia do Plástico está adiantadíssima e nos permite que as mesmas sejam feitas com esse material extremamente leve e durável.

A manutenção imutável do Ritual através da Tradição, faz com que a Ordem também seja imutável ao longo dos séculos. Isso não quer dizer que ficará ou está obsoleta.

Mesmo assim, pequenas mudanças ocorrem. Apesar do rigor em manter a tradição, o GOB reconhece hoje seis Ritos. Ou seja, pequenas mudanças foram feitas no Ritual original e geraram derivativos, cuja única finalidade, ao meu ver, foi satisfazer a vaidade de pessoas, pois a essência desses Ritos são iguais.

Qual a necessidade do GOB ser reconhecido pela Grande Loja Unida da Inglaterra? O GOB não funcionaria do mesmo modo sem esse reconhecimento? A resposta é sim. Entretanto, esse reconhecimento, mantém a Tradição, e não permite mudanças radicais, fazendo com que o Sistema permaneça imutável, não descambe e nem se modifique alterando as características originais.

Por que o MacDonald's é igual no mundo todo? Se você quiser montar um no seu bairro, vai ter que fazer exatamente conforme descrito no contrato do franchise, e nada poderá ser mudado, ou não será feito. Por que? Porque essa é a maneira de preservar algo que deu certo, é bom e teve sucesso!

Fonte: pilulasmaconicas.blogspot.com

HOMO HOMINIS LUPUS

Paulo M.

A organização social das alcateias tem vindo a ser extensivamente estudada desde os anos 60 do século passado por L. David Mech, que começou pela observação do comportamento de várias alcateias que se haviam constituído em cativeiro a partir de indivíduos dispersos - reproduzindo o entendimento que se tinha, de que estes se reuniriam para, juntos, fazerem frente aos desafios trazidos pelo Inverno.

A hipótese inicial a que as observações levaram este cientista foi a de que os lobos se organizariam em torno de um "macho alfa", mais forte, que exigia acesso preferencial à comida e às fêmeas, por exemplo, mas também a locais de abrigo ou certos papéis nas atividades do grupo. Esta hipótese do "macho alfa" explicava o comportamento verificado, de constantes lutas entre machos no sentido da dominância de uns indivíduos sobre os demais.

Mais de trinta anos depois, Mech apercebeu-se de um erro que derrubava impiedosamente as suas conclusões: o que tomara por alcateias típicas não passava de agregados disfuncionais de indivíduos não relacionados entre si, o que raramente se encontrava na natureza. As verdadeiras alcateias eram constituídas por um casal reprodutor e pelos filhos mais novos - das ninhadas dos dois ou três anos anteriores. Nestes grupos não havia lutas pelo poder, e reinava a paz e a harmonia. Após confirmação do erro, Mech rejeitou oficialmente as suas conclusões anteriores.

Uma loja maçónica é uma alcateia de indivíduos dispersos, reunidos para fazer frente aos desafios que a vida levanta. Como em qualquer grupo, especialmente quando exclusivamente constituído por machos, a tendência natural é de confrontação e de medição de forças. É precisamente o domínio de si mesmo, no sentido de não deixar prevalecer os aspetos mais vis da natureza humana, que se procura incentivar.

Não é fruto do acaso o facto de os maçons se tratarem uns aos outros por "meu irmão". O estabelecimento deste "laço familiar" voluntário transforma a nossa visão do outro, trazendo-o de uma esfera em que é um estranho, um outsider, um potencial inimigo, para outra em que é "um dos nossos".

Não é arbitrária a imposição de que, no momento próprio de cada sessão, cada um possa intervir apenas uma vez sobre determinado assunto; esta limitação impede, na prática, a discussão do tema, sem impedir a exposição da posição de cada um.

Por fim, não é fortuita a rotação dos papéis que cada um vai desempenhando ao longo dos anos, e a recordação constante de que o papel que se desempenha é, acima de tudo, um serviço que se presta, e nunca um exercício de poder absoluto.

O aforismo segundo o qual "o homem é o lobo do homem" - homo homini lupus - remete-nos para as atrocidades de que o Homem é capaz - e tem demonstrado sê-lo ao longo da História. O potencial destruidor de um homem que se sinta acossado é virtualmente ilimitado.

O propósito último da maçonaria consiste, precisamente, em incentivar-nos a contrariar esta faceta da nossa natureza. O estabelecimento de laços de "fraternidade voluntária" é instrumental nesse sentido. De facto, mesmo correndo o risco de abuso, tratar aqueles que nos rodeiam como se fossem elementos do nosso núcleo familiar é um dos mais eficazes caminhos para a paz desta grande alcateia na qual todos fomos lançados.

Fonte: http://a-partir-pedra.blogspot.com.br

terça-feira, 30 de julho de 2024

PRIMEIROS RITUAIS MAÇÔNICOS - INÍCIO DA RITUALÍSTICA

(republicação)
Em 26/05/2018 o Respeitável Irmão Nilson Alves Garcia, Deputado Federal da Loja Estrela da Serrinha, REAA, GOB-GO, Oriente de Goiânia, Estado de Goiás, apresenta a seguinte questão:

PRIMEITOS RITUAIS

Irmão Pedro, gostaria de um comentário a respeito dos primeiros rituais maçônicos. Quando começou a ritualística maçônica?

CONSIDERAÇÕES:

ESCAPA-SE-ME DA MÃO

Sérgio Quirino*

Há um incontável número de frases e jargões maçônicos encontrados nos Rituais que, mesmo não compreendendo seu sentido ou seu simbolismo – seja por não termos alcançado o grau, seja por não nos atermos ao contexto – causa-nos um movimento interno.

Justo e Perfeito! Em ambas! Obreiros da Arte Real! Ordo Ab Chao! Pela Ordem!

O verbo do título tem a compreensão básica de “fugir” ou “salvar-se”. A exemplo de “Conseguiu escapar da cadeia!”. “Apesar da forte batida, salvou-se ileso.”

Contudo, no linguajar comum, a frase pode transmitir a mensagem de “perda” ou “falta de sorte”. “O resultado estava em minhas mãos, mas escapou-me o argumento final.” “Escapou de minhas mãos aquele enorme peixe.”

A conotação maçônica, porém, está na sutileza da compreensão: o que escapa? A coisa que se escapa ou me escapa? A problemática está no que escapa ou na mão que permite o escape?

Decerto, não vamos descrever a cena. No entanto, cumpre-nos o dever de alertar que vivemos esta realidade constantemente.

QUANTAS VEZES E QUANTAS COISAS DEIXAMOS ESCAPAR DE NOSSAS MÃOS?

Muitas vezes, acontece por não compreendermos a distância de nosso conhecimento ou nossa habilidade da missão apresentada. Em nosso labor maçônico, é como pedir a um Irmão do Grau 1 que faça um trabalho no Grau 3. Vai rodar como um Aprendiz em torno de um Mestre, mas, ao final, dirá: “escapas-se-me da mão”.

O mesmo com um Companheiro que, apesar da “pouca distância”, ainda não alcançou o Mestrado e...................escapas-se-me da mão.

E, ainda que seja Grau 3 com Grau 3, pode acontecer de as mãos não cumprirem sua missão. Esse é o alerta sobre trabalharmos pontos perfeitos para não “escapa-se me da mão”, ou seja:

NUNCA DEIXARMOS DE CUMPRIR UMA TAREFA, UMA RESPONSABILIDADE.

SOMOS EXALTADOS PARA O TRABALHO, PARA A PLENITUDE DO DEVER!

Ao utilizarmos nossas mãos, não devemos dar toques, mas pôr uma garra, demonstrar que nossa união deve ser indissolúvel.

Tal união não pode ser estática, uma vez que isso não é positivo em prol de nosso ideal. Devemos, pois, andar juntos, pés unidos caminhando na mesma direção.

Crentes em um Princípio Criador, dobramos nossos joelhos – sobretudo em gratidão – pelo alcançado. Todavia, se houver necessidade de amparo, o ombro de um Mestre Maçom é esteio mútuo.

A terna e consoladora amizade que reina em nossos labores advém de que nossos corações devem abrigar as mesmas virtudes e os mesmos sentimentos de fraternidade.

Entretanto nunca devemos esquecer que muito o que aprendemos nos Templos e pelos Rituais deve ser praticado no mundo comum.

A VIDA É MUITO EFÊMERA. PORTANTO NÃO PODEMOS DEIXÁ-LA PASSAR ENTRE OS DEDOS.

USEMOS SEMPRE UNIDOS NOSSAS MÃOS, NOSSOS PÉS,

NOSSOS JOELHOS, NOSSOS OMBROS E NOSSO PEITO.

A GRANDE MAESTRIA DA VIDA ESTÁ EM SERVIR E INSPIRAR.

ASSIM, EXALTAMOS A VIDA, VENCENDO A MORTE.

Neste ­17o ano de compartilhamento de instruções maçônicas e provocações para o enlevo moral e ético dos Irmãos, permanecemos no nosso propósito maior de disponibilizar uma curta reflexão a ser discutida em Loja. O Ritual não pode ser delapidado. A Ritualística deve ser seguida integralmente. O Quarto-de-hora-de-estudo é fundamental em uma sessão Justa e Perfeita.

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!

Fraternalmente

*Sérgio Quirino - Grão-Mestre - GLMMG 2021/2024

Fonte: Grupo Maçonaria

segunda-feira, 29 de julho de 2024

JOIAS DOS CARGOS - VESTINDO UMA SOBRE A OUTRA

Em 25/10/2023 o Respeitável Irmão Francisco Perini, Loja Izaias de Oliveira Freitas, REAA, GOB-ES, Oriente de Pedro Canário, Estado do Espírito Santo, apresenta a dúvida seguinte:

JOIAS DOS CARGOS

Estimado irmão, por gentileza nos tire uma dúvida. Na nossa Loja temos 2 irmãos que são Deputados, um estadual, um federal e um outro irmão Assessor do Grão-Mestre, acontece que o quadro da Loja é pequeno e para compor é necessário distribuir os cargos para os irmãos mencionados trabalharem também, a dúvida é se eles fazem uso da joia do cargo e de deputado/acesso juntas, apenas a joia do cargo ou apenas a joia da função. A mesma dúvida se aplica aos irmãos instalados, a joia de MI é utilizada junto com a joia do cargo?

CONSIDERAÇÕES:

Antes de mais nada, vale relatar a minha satisfação ao ver autoridades maçônicas trabalhando no intuito de auxiliar nos trabalhos da sua Loja.

No tocante a uma autoridade que assumiu um cargo em Loja, ela deve se apresentar com os seus paramentos de autoridade, vestindo sobre o colar com a joia que o identifica como autoridade maçônica, também o colar com a joia do cargo que ele estiver ocupando.

Assim, o maçom não deixa de ser uma autoridade maçônica porque momentaneamente foi revestido pelo Mestre de Cerimônias para preencher um determinado cargo em Loja. Não há nenhum desrespeito em se vestir um colar sobre o outro, pois o ocupante do cargo em Loja deve ser identificado pela joia do seu cargo.

O mesmo ocorre como os Mestre Instalados que ocupam cargos em Loja, oportunidade em que se apresentam com os paramentos completos de Mestre Instalado, trazendo, vestido sobre a sua joia, o colar com a joia distintiva do cargo que ele estará exercendo nos trabalhos da Loja.

Ao concluir, vale comentar que se a autoridade preferir usar apenas o colar com a joia do cargo ocupado em Loja, ele pode assim proceder, todavia, o que ele não pode é ocupar um cargo em Loja sem estar identificado pela joia do seu ofício, durante os trabalhos.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

POLINDO A PEDRA BRUTA

Repasse do Ir∴ Adelar da Rosa
Loja União e Trabalho nr. 9 Rio Branco
(autor desconhecido)

Uma das situações, talvez a mais dolorosa para um homem, é quando ele se conscientiza de que é totalmente desnecessário, seja no ambiente familiar, no trabalho, na comunidade ou, principalmente, para nós Maçons, na nossa Instituição.

Os Maçons tornam-se desnecessários:

Quando, decorrido algum tempo de sua Iniciação ao primeiro grau da Ordem, já demonstram desinteresse pelas Sessões, faltando constantemente, demonstrando não estarem comprometidos com a Instituição, apesar de terem aceitado a Iniciação e terem feito um juramento solene.

Quando, durante as Sessões, já "enturmados", ficam impacientes com as instruções, com as palestras ou com a palavras dos Irmãos mais velhos, achando tudo uma chatice, uma bobagem que atrasa o ágape e a esticada.

Quando, ao tempo da apresentação de trabalho para aumento de Salário, não têm a mínima idéia dos assuntos dentre os quais podem escolher os seus temas. Simplesmente "copiam" alguma coisa de um livro e apresentam-no, pensando que ninguém vai notar.

Quando, ainda Companheiros, começam a participar de grupos para ajudar a eleger o novo Venerável e, não raro, já pensando seriamente em, assim que chegarem a Mestres, começarem a trabalhar para obter o " poder" na Loja.

Quando Mestres, não aceitarem que ainda não sabem nada a respeito da Ordem e acharem que estudar e comparecer ao máximo de Sessões do ano é coisa para a administração, para os Companheiros e Aprendizes.

Quando Mestres, ao participarem das eleições como candidatos a algum cargo na Loja, principalmente para o de Venerável, e não forem eleitos, sumirem ou filiarem-se a outra Loja onde poderão ter a "honra" de serem cingidos com o avental de M\I\, que é muito mais vistoso do que o de um "simples" Mestre.

Quando já Mestres e até participando dos graus filosóficos não terem entendido ainda que o essencial para o verdadeiro Maçom é o seu crescimento espiritual, a sua regeneração, a sua vitória sobre a vaidade e os vícios, a aceitação da humildade e o bem que possam fazer aos seus semelhantes, e que, a política interna, a proteção mútua, principalmente na parte material, é importante mas não essencial.

Quando, como Aprendiz, Companheiro ou Mestre, não entenderem que a Loja necessita que suas mensalidades estejam rigorosamente em dia, para que possam fazer frente às despesas que são inevitáveis.

Quando como Venerável-Mestre, age de forma mesquinha, de forma a ocultar de todos os obreiros de sua Loja, fatos e eventos que tenha claramente interesses materiais particulares.

Quando, como Veneráveis Mestres deixa o caos se abater sobre a Loja, não sendo firmes o suficiente para exercer sua autoridade; não tendo um calendário com programação pré-definida para um período; não cobrando de seus auxiliares a consecução das tarefas a eles determinadas, e não se importando com a educação maçônica, que é primordial para o aperfeiçoamento dos obreiros.

Quando, como Vigilantes, não entenderem que, juntamente com o Venerável Mestre, devem constituir uma unidade de pensamento, pois, em todas as Lojas nas quais um, ou os dois Vigilantes não se entendem entre si e, principalmente não se entendem com o Venerável, o resultado da gestão é catastrófico.

Quando, como Guarda da Lei, nada sabem das leis e regulamentos da Potência e de sua própria Loja, e usam o cargo apenas para discursos ocos e intermináveis.

Quando, como Secretários, sonegam à Loja as informações dos boletins quinzenais, as correspondências dos Ministérios e, principalmente, os materiais do departamento de cultura, que visam dotar as Lojas de instruções e conhecimentos que normalmente não constam dos rituais, e são importantes para a formação do Maçom.

Quando, como Tesoureiros, não se mostram diligentes com os metais da Loja, não se esforçam para manter as mensalidades dos Irmãos em dia e não se importam com os relatórios obrigatórios e as prestações de contas.

Quando, como Hospitaleiros, não estão atentos aos problemas de saúde e dificuldades dos Irmãos da Loja. Quando constatamos que em grande número de Lojas, com uma freqüência média de vinte Irmãos, se recolhe um tronco de beneficência de R$ 10,00 (dez reais) em média, todos são desnecessários, pois a benemerência é um dever do Maçom.

Quando, como Chanceleres, não dão importância aos natalícios dos Irmãos, cunhadas, sobrinhos e de outras Lojas. Quando, em desacordo com as leis, adulteram as presenças, beneficiam Irmãos que faltam e não merecem esse obséquio.

Quando a Instituição programa uma Sessão Magna Pública para homenagear alguém ou alguma entidade pública ou privada, constata-se a presença de um número irrisório de Irmãos, dando aos profanos uma visão negativa da Ordem, deixando constrangidos aqueles que se dedicaram e se esforçaram para realizar o evento à altura da Maçonaria. Todos esses Irmãos indiferentes, que não comparecem habitualmente a essas Sessões, são desnecessários à nossa Ordem.

Muito mais haveria para se dizer em relação aos Irmãos desinteressados da nossa Sublime Instituição. Fiquemos por aqui e imploremos ao Grande Arquiteto do Universo que ilumine cada um de nós, pra que possamos agir na Maçonaria com o verdadeiro Espírito Maçônico e não com o espírito profano, e roguemos ainda, que em nenhuma circunstância, seja na família, no trabalho, na sociedade ou na Arte Real, tornemo-nos desnecessários, pois deve ser muito triste e frustrante para qualquer um sentir-se sem importância e sem utilidade no meio em que se vive.

Fonte: JBNews - Informativo nº 244 - 29.04.2011

domingo, 28 de julho de 2024

QUESTÕES DE PÉ E À ORDEM

(republicação)
Solicitação que faz o Respeitável Irmão Silas Augusto de Souza, GOB, REAA, sem declinar o nome da Loja, Oriente (Cidade) e Estado da Federação. 
silascaze@hotmail.com 

Estou elaborando uma pesquisa sobre o significado do tema “EM PÉ E A ORDEM” sobre a óptica do REAA, para poder, com base nas informações colhidas, elaborar um trabalho sobre o tema. Para tanto, conto com sua costumeira e balizada colaboração relatando-nos sua opinião sobre tema que ora colocamos à sua apreciação.

Questionamentos:

1 - Qual o significado e a origem da expressão “De pé e a Ordem”? 

2 - Qual o significado ritualístico ou litúrgico da orientação para que estando o maçom em Loja e de pé, deverá este, necessariamente, estar de “Pé e a Ordem”? 

3 - De que forma o Obreiro deve postar-se, estando ele em Loja, parado e de pé, quer seja para usar da palavra ou não? 

4 - O correto seria o Obreiro estar em pé e a ordem? 

5 - Porventura o Irmão Juk poderia informar a razão e até mesmo o fundamento formal (legal) que autoriza os Veneráveis, que, de tempos pra cá, vem dispensando os Obreiros - quando estão de pé (parados), em Loja a se desfazerem do Sinal de Ordem? Isso seria correto? Tenho notado que alguns Veneráveis, aleatoriamente, liberam somente os obreiros que estão postados no Oriente, ficando os que estão no Ocidente, de forma discriminatória, tendo que se portarem conforme orientação ritualística ditada, ou seja, de Pé e a Ordem. Vários Veneráveis ao ser perguntados à razão de estarem liberando os obreiros de se portarem conforme determina o ritual, ou seja, “De pé e à Ordem”, simplesmente não sabem responder e muito menos o de fundamentar suas atitudes, ou seja, a razão de assim procederem. Uns respondem de forma bem simplória, dispenso porque tenho visto outros assim fazerem.

CONSIDERAÇÕES: 

1. Estar à Ordem é o mesmo que estar pronto para o labor no canteiro (Loja); a disposição para o trabalho disciplinado. Essa expressão não é comum a todos os Ritos como procedimento. Geralmente um rito de vertente francesa, como é o caso do Rito Escocês Antigo e Aceito, está previsto que em Loja aberta todos os Obreiros que estejam em pé e parados, permanecem à Ordem – corpo ereto, pés em esquadria, e Sinal Penal composto. A origem da expressão é mais bem entendida a partir da Moderna Maçonaria – Século XVIII. Existe ainda uma redundância no termo – só fica à Ordem aquele que estiver em pé. Ninguém fica à Ordem estando sentado. O termo mais correto seria simplesmente à Ordem.

2. Para o rito que assim previr como dito no item anterior significa prontidão; servidão; a disposição. A sua necessidade geralmente está condicionada à doutrina do rito, cujas diferenças se apresentam conforme as vertentes maçônicas. No Craft (inglês) não é comum essa prática, já que nesse conceito, o Obreiro em pé dá primeiro o passo regular, compõe o Sinal e imediatamente o desfaz pela pena simbólica. Ato seguido pousa as mãos cruzadas sobre o avental, fazendo em seguida o uso da palavra. Já na ilharga francesa, o Obreiro se posta com o sinal composto e só o desfaz ao retomar assento. De qualquer maneira, quaisquer desses procedimentos indicam um sentido figurado de prontidão. 

3. Como anteriormente já explicado, no Rito Escocês, estar à Ordem é estar em pé e parado com o corpo ereto e os pés em esquadria. Como quem assim estiver postado obrigatoriamente compõe o Sinal Penal esse conjunto por si só dá a conotação de se estar à Ordem. Ainda nesse sentido existe a regra que não se faz sinal com um objeto de trabalho. Isso significa que estando um Obreiro empunhando (segurando) o objeto, ele somente não comporá com ele o Sinal Penal, todavia o corpo permanecerá ereto (aprumado) e os pés em esquadria unidos pelos calcanhares. Reforçando esse tópico – o Obreiro autorizado a se posicionar em pé, compõe o Sinal, menciona as Luzes (isso não significa saudação), fala e, antes de tomar assento novamente, desfaz o Sinal pela pena simbólica e senta. Obviamente podem existir outras situações se estiverem previstas no ritual.

4. Estar à Ordem, posto que no ato seja exigida também a composição do Sinal, o termo e a prática é somente usada em Loja aberta. 

5. Entendo que regra é simplesmente para ser cumprida. Esse costume de dispensas indiscriminadas dos Sinais por muitos Veneráveis é um verdadeiro atentado contra a ritualística. De modo generalizado isso é mesmo ilegal. O que existe é apenas a questão de bom-senso. Em algumas oportunidades o Venerável até pode dispensar o Sinal, como é o caso de uma leitura de texto. Agora essa “banalização ritualística” que alguns dirigentes da Loja vêm praticando é completamente ilegítima. A regra é para todos, desde o Ocidente até o Oriente. Em Loja aberta o Obreiro em pé e parado estará à Ordem compondo impreterivelmente o Sinal Penal. Assim, é completamente irregular essa generalização de dispensa dos Sinais praticada por alguns Veneráveis. É até uma questão do Orador como Guarda da Lei corrigir esse despautério. Quando esse equivocado procedimento aparece, o ato tende a colaborar para que “certos” Irmãos, desprovidos do “si mancol” profiram longos e rançosos discursos abusando da paciência dos outros e em particular do Secretário que, em nome de certa “liberdade de expressão” se vê obrigado a registrar todo o “lero-lero” – ai dele se na próxima sessão a verborragia não estiver apontada ipsis literis. Lá vem mais perda de tempo para se emendar a Ata e... “pelo adiantado da hora vamos suspender o período de instrução” É notório que a composição de um Sinal Penal por tempo estendido causa desconforto. Se bem observada essa tradição, ela é também uma maneira de se coibirem esses “abusos parlatórios”. Aproveito aqui para colocar mais um apontamento – Sinal de Ordem. Esse é outro termo que não apresenta qualquer justificativa. Não seria o Sinal Penal? Infelizmente muitos “ritualistas” e as suas compilações poluíram nossos costumes com esse equívoco. Talvez tenham pensado estes apenas no leite fervendo e esqueceram que para ferver o leite precisamos lembrar que o leite só existe porque a vaca o produziu. À bem da verdade não existe “sinal de ordem”. O que verdadeiramente existe é o ato de se “estar à Ordem”. Quem está à Ordem compõe o Sinal Penal. Assim bastaria o termo à Ordem, já que o ato subentende a necessidade de se compor o Sinal, porém esse Sinal é o Penal. Então que “estória” seria essa do tal “sinal de ordem”. Ordem – substantivo feminino – dentre outros significa: disposição conveniente dos meios para se obterem os fins – seria talvez a melhor definição para o caso da prática maçônica e o termo abordado. Não confundir com “questão de ordem”. 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.143 – Florianópolis(SC) – sábado, 19 de outubro de 2013

BREVIÁRIO MAÇÔNICO

O SAL

O Sal (cloreto de sódio) faz parte dos três princípios herméticos, com o Enxofre e o Mercúrio.

O Sal é o elemento que dá sabor aos alimentos; filosoficamente, o homem é o Sal da Terra, ou seja, o elemento que dá "sabor" à Criação.

Foi muito usado nas Parábolas de Jesus. Esse elemento é encontrado em toda a Natureza, mesmo onde não existam salinas; animais, vegetais, minerais, todos contêm Sal.

Em Maçonaria, faz parte do cerimonial da Iniciação e do Grau 4, Mestre Secreto, pois encerrada a cerimônia iniciática, os presentes comem pão espargido com sal e bebem vinho, simbolizando o elemento completo, material e espiritual.

Nas Sagradas Escrituras, os primitivos cristãos eram denominados por Jesus: "Vós sois o Sal da Terra", significando que o cristão fora transformado em um elemento "com sabor".

O Sal acentua o sabor e torna o elemento que desperta o sentido do gosto.

Os Pães Ázimos, usados pelos Sacerdotes Israelitas, não continham Sal nem fermento, simbolizando a fuga do Egito; no deserto, esses dois condimentos não eram encontrados.

Na Câmara de Reflexões é apresentado num recipiente com Sal para o maçom meditar sobre seu valor.

Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 354.

SER APRENDIZ

Autor: Marcello Senise

A vida de um neófito não é fácil…

Nascer, abrir os olhos, enxergar pela primeira vez a intensa Luz, perpetrar os primeiros e mais difíceis passos rumo aos augustos mistérios que se descortinam a nossa frente e, por fim, tentar balbuciar as primeiras palavras.

Como qualquer criança recém nascida, o Aprendiz é tomado por uma intensa curiosidade por tudo que está a sua volta, ao mundo novo que lhe apresenta, o significado dos símbolos, a linguagem, a postura, pois absolutamente todos os sabores são inovadores a seu insaciável apetite e paladar.

Sem qualquer embargo, de forma indelével, queremos sorver a taça em um único gole, toda de uma só vez… E nossos Mestres, com a paciência e misericórdia de atenciosos pais, procuram amorosamente nos ensinar a postura correta de nosso corpo para facilitar os primeiros trabalhos de desbastamento da pedra bruta, sem que nos desestimulemos frente ao cansaço que vez por outra começam a abater nosso corpo e nosso espírito.

Qualquer que tenha sido o vosso propósito e o anseio de vosso coração ao ingressar na Augusta Instituição que fraternalmente vos acolheu como um de seus membros, é certo que não tereis entendido, a princípio, toda a importância espiritual deste passo e as possibilidades de progresso que com ele vos foram abertas.

A Maçonaria é, pois, uma Instituição Hermética no tríplice e profundo sentido da palavra. O segredo maçônico é de tal natureza, que não pode nunca ser violado ou traído, por ser mística e individualmente realizado por aquele maçom que o busca para usá-lo construtivamente, com sinceridade e fervor, absoluta lealdade, firmeza e perseverança no estudo e na prática da Arte. A Maçonaria não se revela efetivamente senão a seus adeptos, aqueles que a ela se doam por inteiro, sem reservas mentais, para tornar-se verdadeiros maçons, isto é, Obreiros Iluminados da Inteligência Construtora do Universo, que deve manifestar-se em sua mente como verdadeira Luz que ilumina, desde um ponto de vista superior, todos os seus pensamentos, palavras e obras.

Isto é conseguido por intermédio das provas que constituem os meios pelos quais torna-se manifesto o potencial espiritual que dorme em estado latente na vida rotineira, as provas simbólicas iniciais e as provas posteriores do desânimo e da decepção. Quem se deixar vencer por elas, assim como aquele que ingressar na Associação com um espírito superficial, deixará de conhecer aquilo que a Ordem encerra sob sua forma e seu ministério exterior, deixará de conhecer seu propósito real e a Força Espiritual oculta que interiormente anima a Ordem.

Seu tesouro acha-se escondido profundamente na terra. Só escavando, ou seja, buscando-o por baixo da aparência, podemos encontrá-lo. Quem passa pela Instituição como se fosse uma sociedade qualquer ou um clube profano, não pode conhecê-la; somente permanecendo nela longamente, com fé inalterada, esforçando-nos em tornarmo-nos verdadeiros maçons e reconhecendo o privilégio inerente a esta qualidade, ela nos revelará o seu tesouro oculto.

Assim como não existe uma criança que não deseje atingir prontamente a vida adulta, não há Aprendiz que não deseje tornar-se rapidamente um Mestre. Embora tanto uma como o outro não compreenda que se tornar um adulto assim como um Mestre, é na verdade assumir grandes responsabilidades, inclusive com outras crianças ou Aprendizes que se sucederem a ele.

Pela ordem natural das coisas, não é possível se polir uma pedra bruta sem antes desbastá-la.

Deste ponto de vista, e qualquer que seja o grau exterior que possamos conseguir, ou que já nos tenha sido conferido para compensar de alguma forma nossos anseios e desejos de progresso, dificilmente poderemos realmente superar o grau de Aprendiz. Na finalidade iniciática da Ordem, somos e continuaremos sendo aprendizes por um tempo muito maior que os simbólicos três anos de idade. Oxalá fossemos todos bons aprendizes e continuássemos sendo-o por toda nossa existência! Se todos os maçons se esforçassem primeiro em aprender, quantos males que tem sido lamentados e que ainda serão lamentados, não mais teriam razão de existir!

Ser um Aprendiz ativo e inteligente que envida todos os esforços para progredir iluminadamente no caminho da Verdade e da Virtude, realizando e pondo em prática (fazendo-a carne de sua carne, sangue de seu sangue e vida de sua vida) a Doutrina Iniciática que se encontra escondida e é revelada no simbolismo deste grau, é sem dúvida muito melhor que ostentar o mais elevado grau maçônico, permanecendo na mais odiosa e destruidora ignorância dos princípios e fins sublimes de nossa Ordem.

Não devemos ter, portanto, demasiada pressa na ascensão a graus superiores. O grau que nos foi outorgado, e pelo qual exteriormente somos reconhecidos, é sempre superior ao grau real que alcançamos e realizamos interiormente, e a permanência neste primeiro grau dificilmente poderá ser taxada de excessiva, por maiores que sejam nossos desejos de progresso e os esforços que façamos nesse sentido. Compreender efetivamente o significado dos símbolos e cerimônias que constituem a fórmula iniciática deste grau, procurando a sua prática todos os dias da vida, é muito melhor que sair prematuramente dele, ou desprezá-lo sem tê-lo compreendido.

A condição e o estado de Aprendiz referem-se, de forma precisa, à nossa capacidade de apreender; somos aprendizes enquanto nos tornamos receptivos, abrindo-nos interiormente e colocando todo o esforço necessário para aproveitarmos construtivamente todas as experiências da vida e os ensinamentos que de algum modo recebemos. Nossa mente aberta, e a intensidade do desejo de progredir determina esta capacidade.

Estas qualidades caracterizam o Aprendiz e o distinguem do profano, seja dentro ou fora da Ordem. No profano, prevalecem a inércia e a passividade, e, se existe um desejo de progresso, uma aspiração superior, encontram-se como que sepultados ou sufocados pela materialidade da vida, que converte os homens em escravos completos de seus vícios, de suas necessidades e de suas paixões.

O que torna patente o estado de aprendiz, é exatamente o despertar do potencial latente que se encontra em cada ser e nele produz um veemente desejo de progredir, caminhar para frente, superando todos os obstáculos e limitações, tirando proveito de todas as experiências e ensinamentos que encontra em seus passos. Este estado de consciência é a primeira condição para que seja possível tornar-se maçom no sentido verdadeiro da palavra.

Toda a vida é para o ser ativo, inteligente e zeloso, uma aprendizagem incessante; tudo o que encontramos em nosso caminho pode e deve ser um proveitoso material de construção para o edifício simbólico de nosso progresso, o Templo que assim erigimos, cada hora, cada dia e cada instante à G∴D∴G∴A∴D∴U∴ isto é, do Princípio Construtivo e Evolutivo em nós mesmos. Tudo é bom no fundo, tudo pode e deve ser utilizado construtivamente para o Bem, apesar de que possa ter-se apresentado sob a forma de uma experiência desagradável, de uma contrariedade imprevista, de uma dificuldade, de um obstáculo, de uma desgraça ou de uma inimizade.

Eis aqui o programa que o Aprendiz deve esforçar-se em realizar na vida diária. Somente mediante este trabalho, inteligente, zeloso e perseverante, pode converter-se num verdadeiro obreiro da Inteligência Construtora e companheiro de todos os que estão animados por este mesmo programa, por esta mesma finalidade interior.

O esforço individual é condição necessária para este progresso. O Aprendiz não deve contentar-se em receber passivamente as ideias, conceitos e teorias vindas do exterior, e simplesmente assimilá-las, mas trabalhar com estes materiais, e assim aprender a pensar por si mesmo, pois o que caracteriza a nossa Instituição é a mais perfeita compreensão e realização harmônica de dois princípios de Liberdade e Autoridade, que se encontram amiúde em tão franca oposição no mundo profano. Cada um deve aprender a progredir por meio de sua própria experiência e por seus próprios esforços, ainda que aproveitando segundo seu discernimento e experiência daqueles que procederam nesse mesmo caminho.

A Autoridade dos Mestres é, simplesmente, Guia, Luz e Apoio para o Aprendiz, enquanto não aprender a caminhar por si mesmo, mas seu progresso será sempre proporcional a seus próprios esforços. Assim é que esta Autoridade – a única que é reconhecida pela Maçonaria – nunca será o resultado de uma imposição ou coação, mas o implícito reconhecimento interior de uma superioridade espiritual, ou melhor, dizendo, de um maior avanço na mesma senda que todos indistintamente percorremos. Aquela Autoridade natural que somente conseguimos conhecendo a Verdade e praticando a Virtude.

O Aprendiz que realizar esta sublime Finalidade da Ordem reconhecerá que em suas possibilidades há muito mais do que fora previsto quando, inicialmente, pediu sua filiação e foi recebido como irmão.

O impulso que o moveu desde então, foi sem dúvida, radicalmente mais profundo que as razões conscientes determinantes. Naquele momento, atuava nele uma Vontade mais elevada que a da sua personalidade comum, sua própria vontade individual, que é a Vontade do Divino em nós. Seja ele, pois, consciente desta Razão Oculta e profunda que motivou sua afiliação a uma Ordem Augusta e Sagrada por suas origens, por sua natureza e por suas finalidades.

A todos nós, Aprendizes, Companheiros e Mestres, é dado o privilégio e a oportunidade de cooperar para o renascimento iniciático da Maçonaria, para o qual estão maduros os tempos e os homens. Façamo-lo com aquele entusiasmo e fervor que, tendo superado as provas simbólicas, não se deixa vencer pelas correntes contrárias do mundo profano, nem arrastar pelo ímpeto das paixões, nem desanimar pela frieza exterior, e que chegando a tal estado de firmeza, amadurecerá e dará ótimos frutos.

Mas, antes de tudo, aprendamos. Aprendamos o que é a Ordem em sua essência, quais foram suas verdadeiras origens; o significado da Iniciação Simbólica pela qual fomos recebidos; a Filosofia Iniciática da qual provêm os elementos, o estudo dos primeiros Princípios e dos símbolos que os representam; a tríplice natureza e valor do Templo alegórico de nossos trabalhos e a sua qualidade; a palavra dada para uso e que constitui o Ministério Supremo e Central. Receberemos assim o salário merecido como resultado de nossos esforços e tornar-nos-emos obreiros aptos e perfeitamente capacitados para o trabalho que de nós será exigido.

Um T∴F∴A∴ a todos.

Fonte: https://opontodentrocirculo.com

sábado, 27 de julho de 2024

INGRESSO NO ORIENTE - SAUDAÇÃO

(republicação)
Em 25.05.2018 o Respeitável Irmão Wagner Luiz de Oliveira Filho, Loja Luz Amor e Vida, 2.079, REAA, GOB-GO, Oriente de Goiânia, Estado de Goiás, apresenta a seguinte questão:

INGRESSO NO ORIENTE - SAUDAÇÃO

Existem muitas duvidas que dificilmente são solucionadas em um simples estudo de nossos rituais, uma delas é a respeito do local onde fazemos a saudação que quando subimos ao oriente. Nossos rituais explicam que fazemos a saudação quando subimos o ultimo degrau (quarto degrau) entre o Oriente e o Ocidente antes da linha que os divide, mas há muitos Irmãos que o fazem após subir o terceiro degrau. Onde é o local ritualisticamente correto?

CONSIDERAÇÕES:

São os excessos de preciosismo. À bem da verdade, se o ritual do REAA∴ estivesse correto nesse sentido, não seriam quatro os degraus para se subir ao Oriente, porém apenas um pequeno degrau e nada mais. 

Infelizmente, continuamos na contramão da tradição e ficamos copiando costumes de outros ritos. Daí, em vez de um degrau, copiamos o Rito Moderno e colocamos quatro degraus para se subir ao Oriente. A partir daí começam esses embrolhos que nada - mais nada mesmo - contribuem com a boa e salutar ritualística.

Como a boca se entorta de acordo com o hábito do cachimbo e somos obrigados a seguir o que está escrito no ritual, vamos então considerar, mesmo que controversos, os “quatro degraus” que vem nele descritos. 

Desse modo, para se proceder à saudação segue-se como referência a linha da balaustrada, pois ela é o elemento visual e palpável que indica o limite entre o Oriente e o Ocidente da Loja. 

Nesse sentido, um Irmão em deslocamento ingressando no Oriente, ao atingir o nível oriental, imediatamente interrompe a sua caminhada e faz a saudação na forma de costume. Em seguida prossegue no seu trajeto. Não se saúda antes de se ingressar, se não assim que se atinja o piso do Oriente. Isto é, sobe-se por primeiro “todos os degraus”.

Quanto à retirada do Oriente, o obreiro antes de descer, tendo como referência a linha da balaustrada, volta-se para o Venerável e faz a saudação. Ato seguido prossegue na sua retirada descendo os degraus rumo à Coluna do Sul. Em síntese, faz-se a saudação imediatamente antes de descer.

É oportuno mencionar que essa saudação é feita sempre ao Venerável Mestre quando do ingresso e saída do Oriente. Também é adequado comentar que o ingresso no Oriente se faz sempre vindo da Coluna do Norte (nordeste) e dele se sai sempre em direção à Coluna do Sul (sudeste).

Concluindo a questão, com um ou quatro degraus, a saudação se dá sempre que alguém atinge o quadrante oriental (ao lado da balaustrada) e na saída, imediatamente antes de descer do Oriente (ao lado da balaustrada). É no nível do piso oriental que se saúda e não no primeiro, segundo ou terceiro degrau.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

MAÇONS FAMOSOS


LUIZ GONZAGA PINTO DA GAMA (Salvador, BA, 1830 – São Paulo, 1882). Rábula (que na época era o advogado que não possuía formação acadêmica em Direito), orador, jornalista, funcionário público e poeta brasileiro.

Nascido de mãe negra livre e pai branco, foi contudo feito escravo aos 10, e permaneceu analfabeto até os 17 anos de idade. Conquistou judicialmente a própria liberdade e passou a atuar na advocacia em prol dos cativos, sendo, já aos 29 anos, autor consagrado e considerado "o maior abolicionista do Brasil".

Algumas teorias dão conta de como ele tomou conhecimento da Maçonaria: na mais conhecida e aceita ele se tornou membro por volta de 1864. Indicado, possivelmente, por Bernardino de Campos e seu irmão, Américo de Campos, ou pelo sobrinho de José Bonifácio e lente da Faculdade de Direito de São Paulo, Antonio Carlos Ribeiro de Andrada e Silva.

Outra corrente diz que em 1867, foi iniciado na Maçonaria, vindo a receber a Luz na Loja "Sete de Setembro". Posteriormente, filiou-se à Loja "América” (GOBen-SP, hoje GOB), onde, em 1874, ocupou o cargo de Venerável, cargo que honrou até 1880.

INICIAÇÃO MAÇÔNICA: Possivelmente por volta de 1864.

Loja: Não identificada.

Idade que foi iniciado: Por volta de 34 anos.

Faleceu aos 52 anos de idade, vítima de complicações da diabetes.

Fonte: Facebook_Curiosidades da Maçonaria

A LUZ


Aroldo Gonçalves

E disse Deus: ”faça-se a Luz, e a Luz foi feita...”

A luz é, para a Maçonaria, o mais importante de todos os símbolos. É o símbolo da verdade e da sabedoria. E, nisto, a Arte Real segue os passos do mais antigo sentimento religioso, pois a luz sempre foi considerada como objeto da realização e concretização das metas principais dos antigos mistérios.

Castellani afirma que a luz "figuradamente designa ilustração, esclarecimento, o que esclarece o espírito, claridade intelectual. A luz, não a material, mas a do intelecto e da razão, é a meta máxima do iniciado maçom, que vindo das trevas do Ocidente, caminha em direção ao Oriente, onde reina o sol, havendo, aí, sem dúvida, uma influência dos mitos solares da antigüidade, principalmente o de Mitra (persa) e o de Apolo (grego). Graças a essa busca da verdade, do conhecimento, da razão, é que os maçons autodenominam-se "Filhos da Luz"; e talvez não tenha sido por acaso que a Maçonaria, em sua forma atual, a dos aceitos, nasceu no Século das Luzes, o século XVIII".

É do oriente, que, todas as manhãs, a luz jorra magnífica. O sol, luz e vida da Terra, brilha igualmente sobre todos, sem distinção de raças, de cores ou de credos. Os maçons sabem que o Oriente, fonte da luz material, é um dos símbolos da Arte Real, pois eles percebem que a Ordem contém, em seu bojo, a pura luz da verdade.

E, se, no mundo físico, a luz do sol é a grande dádiva da natureza, vivificadora distribuição de energia e fonte de vida, também, isto acontece no mundo espiritual e no mundo moral. Quando a noite intelectual, nos tempos primitivos, pairava por sobre o mundo, do antigo sacerdócio, que vivia no Oriente, a grande lição sobre Deus, a natureza e a humanidade foi primeiramente emanada, e, dirigindo-se para o Ocidente, revelou ao homem seu destino futuro e sua dependência de um poder superior.

Era a luz vivificadora do Espírito que, do Oriente, esparzia luminosidade através dos sábios persas, gregos, árabes e judeus, modificando inteiramente a visão dos que buscavam e ainda buscam o saber, na ânsia incontida de encontrar a verdade. Daí porque luz - sinônimo do conhecimento e da verdade - se contrapõe às trevas - sinônimo da ignorância, da mentira e da falsidade.

Em todos os antigos mistérios religiosos, a luz era o que todos buscavam, tal qual, hoje, na Maçonaria.

Entre os egípcios, Osíris, a principal divindade, era o nome do sol. Entre os hindus, as três manifestações de sua divindade suprema - Brahma, Shiva, Vishnu - eram os símbolos do sol: Brahma, o sol no nascente; Shiva, o sol no zênite; Vishnu, o sol no poente.

Além disso, "a roda solar”, como arma de Vishnu, como símbolo Chakravartin e como a lei que o Buda pôs em movimento, procede, por sua vez, de um simbolismo solar antiqüíssimo e muito difundido. Luiz XIV da França imitou a fórmula, chamando a si mesmo de Rei Sol. “O sol, luz e vida do mundo, brilha igualmente sobre todos nós” (Henrich Zimmer, Filosofia das Índias).

A significação emblemática da luz, na Maçonaria, está presente em todos os Graus e em todos os Ritos. Em todos os sistemas antigos, essa reverência pela luz, como símbolo da verdade, era predominante. Nos mistérios de todas as Nações, o candidato passava, durante suas iniciações, por cenas de mais profunda escuridão e, por fim, terminava suas provas pela entrada num santuário esplendidamente iluminado, onde lhe diziam que tinha alcançado a luz pura e perfeita e onde recebiam as instruções necessárias para investi-lo do conhecimento da Verdade Divina, cuja consecução fora o objeto de todos os seus trabalhos, e cujo fornecimento constituía o desígnio da ordem em que fora iniciado.

Quando o candidato diz querer ver a luz, imerso em profunda escuridão, não está implorando a luz física, mas a superior, a saber, para que possa, iluminando os caminhos da sua inteligência e do seu espírito, buscar outra vida, através da qual possa transformar-se em outro homem, passando de profano a maçom.

O que busca, realmente, é aquela luminosidade que lhe dissipará a escuridão da ignorância moral e mental, colocando-lhe, diante dos olhos da inteligência, as verdades maravilhosas da filosofia e da ciência, cujos ensinamentos se consubstanciam na grande meta da Maçonaria.

O sol, a lua, a estrela flamejante, as luzes, que iluminam os altares, ali, com uma significação muito além daquela que lhes emprestamos no mundo material.

Se a luz material nos informa, através de nossa visão, tudo o que existe ao nosso redor, há outras formas de luz que nos proporcionam uma visão de muito maior valor para a nossa vida, o caminho da existência espiritual, que haveremos de percorrer, como, por exemplo, a luz da inteligência, que, na Maçonaria, é representada simbolicamente pela estrela flamejante, representação do homem, de suas faculdades e sentidos. Essa é a luz que nos faz enxergar os problemas interiores e os meios para enfrentá-los e, às vezes, corrigi-los ou vencê-los. A luz da inteligência é aquela que ilumina o mundo interior da consciência e da razão. Podemos chamá-la de luz espiritual.

Necessário é que não desfitemos os olhos de uma terceira luz, talvez mais importante que as duas primeiras: A Luz Divina.

É preciso que o maçom lance mão de todos os seus esforços, de todos os meios, que a Maçonaria lhe oferece para conseguir iluminar o seu interior. Com o trabalho e o estudo diuturnos, ele alcançará aquela claridade indicadora do seu progresso intelectual e, sobretudo, moral, e estará cumprindo fielmente as metas que a Arte Real lhe traçou: através do esforço de cada maçom em busca do seu aperfeiçoamento interior, conseguir- se-á o progresso moral e espiritual da humanidade.

A significação emblemática da luz, na Maçonaria, está presente em todos os Graus e em todos os Ritos. Em todos os sistemas antigos, essa reverência pela luz, como símbolo da verdade, era predominante. Nos mistérios de todas as Nações, o candidato passava, durante suas iniciações, por cenas de mais profunda escuridão e, por fim, terminava suas provas pela entrada

Fonte: Revista Arte Real nº 10

sexta-feira, 26 de julho de 2024

POSIÇÃO DO SEGUNDO VIGILANTE NO TEMPLO - REAA

Em 25/10/2023 o Respeitável Irmão Júlio César Polido, Loja Caminho do Peabiru, 4343, REAA, GOB-PR, Oriente de Peabiru, Estado do Paraná, apresenta a dúvida seguinte:

POSIÇÃO DO 2º VIGILANTE

Gostaria de saber o porquê de a mesa do 2º Vigilante ser direcionada para o Norte e, a mesa do 1 vigilante para o Leste. Já tentei pesquisar, porém, não consegui chegar a uma resposta concreta.

CONSIDERAÇÕES:

 A resposta está no ritual. Observe a dialética de abertura e a pergunta que o Venerável faz aos Vigilantes.

Assim, o 1º Vigilante se coloca no poente do Sol pelas razões mencionadas no ritual. Por ele se encontrar no extremo do Ocidente, ele vê, do Ocidente, à sua frente, o nascer do Sol no Oriente que, durante a sua jornada diária, encaminha-se para o ocaso.

Já o 2º Vigilante, conforme descreve o ritual, fica no meridiano do dia para observar a passagem do Sol pelo zênite. Como ele está estrategicamente colocado ao Sul como observador do movimento aparente do Sol, naturalmente ele precisa se colocar de frente para o Norte do Templo para registrar esse movimento solar à sua frente, do Leste ao Meio Dia e do Meio Dia ao ocaso.

Vale lembrar que no REAA, o Templo é a representação simbólica de um segmento retangular posicionado sobre o equador da Terra, cuja orientação se faz, no comprimento, de Leste para o Oeste, e na sua largura, de Norte para o Sul.

No conjugado desta alegoria, a Abóbada corresponde ao firmamento e o Pavimento Mosaico o solo terrestre. O Oriente é o lugar onde nasce o Sol e o extremo do Ocidente, o seu poente. As Colunas B∴ e J∴, figuradamente marcam a passagem dos trópicos: o de Câncer ao Norte, e o de Capricórnio, ao Sul. A linha imaginária que corta longitudinalmente o Templo, de Leste para o Oeste, separa-o em dois hemisférios, chamados em Maçonaria de Colunas do Norte e do Sul.

Destaque-se que o REAA, que tem o seu berço de nascimento na França, mas, por questões históricas, possui inegáveis influências da Maçonaria Anglo-saxônica, é um rito solar, cuja construção iniciática se dá baseada no movimento aparente do Sol, tanto o diário (de rotação), como o anual (de translação).

Em resumo, essa mecânica celeste se constitui no período de aperfeiçoamento do Iniciado, ou o aperfeiçoamento humano. Por isso é que no REAA cada ciclo anual da Natureza (as Estações do Ano) se encontra representado pelas doze Colunas Zodiacais distribuídas em quatro grupos de três colunas, seis ao Norte e seis ao Sul.

Esta é a razão pela qual as Luzes da Loja se colocam no Leste, Oeste e Sul do Templo.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

NÃO PODEMOS ESQUECER

Bom dia meus irmãos. 🙏
Sidnei(*)

Não podemos esquecer nosso passado glorioso, mas não podemos viver eternamente dele!

Nossa ordem anda, nas últimas décadas, tão carente de realizações dignas de nota na história do Brasil que, quando queremos citar nomes de grandes maçons, temos de recorrer a personagens da época do império ou do início da república velha, fatos ocorridos há mais de 100 anos.

Não podemos esquecer nosso passado glorioso, mas não podemos viver eternamente dele. Independência, Abolição e República tiveram a participação direta e fundamental de maçons, mas fazem parte dos livros de história.

Dia desses, minha esposa perguntou o motivo de tudo na maçonaria ter tratamento superlativo: Potência, Soberano, Sapientíssimo, Supremo, Eminente, Poderoso, Grande, Venerável, Ilustre, Respeitável, Excelso, Colendo, Egrégio, e por ai vai. 

Confesso que fiquei sem resposta.

Dai comecei a matutar. 

E isso nem sempre é bom... 

Diagnostiquei como sendo complexo de superioridade, se vangloriar, se gabar de ser o que não é para tentar impressionar e manter viva uma importância que faz parte do passado.

O gosto por comendas é outro sintoma. 

De vez em quando cruzamos com Irmãos portando tal número de medalhas que nos perguntamos se não seria o próprio Grande Arquiteto do Universo que resolveu dar o ar da sua graça no plano terreno. 

Nada contra a outorga de honrarias, mas não apenas pelo tempo de serviço.

Temos que reconhecer o mérito também. 

Mais um indício: A profusão de cargos e respectivos paramentos, órgãos com sobreposição de funções ou com atribuições apenas decorativas. 

Nossa Ordem tem uma estrutura administrativa similar, para não dizer idêntica, a do Estado Brasileiro.

Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Governos, Assembleias Legislativas, Tribunais de Justiça, Tribunais Eleitorais e Conselhos Federais e Estaduais. 

Isso gera certa confusão na cabeça dos maçons e atiça nossa “mania de grandeza”.

Acabamos achando ser a Ordem uma entidade imune à competência jurisdicional da Republica Federativa do Brasil. 

Mas não meus caros Irmãos, somos uma simples Associação Civil sujeita, como qualquer outra, aos ditames da legislação profana. 

Reitero minha convicção de que a tripartição dos poderes é a melhor forma de administração, só acho que a estrutura está inchada demais.

A legislação maçônica fala em “defesa de mérito” no âmbito maçônico de infrações penais cometidas no mundo profano e em “homologação por tribunais maçônicos” de sentenças judiciais proferidas por tribunais profanos.

Tratam-se de procedimentos privativos de nações soberanas e não de uma simples associação civil, a qual deve inteira obediência às determinações legais do Poder público dito profano.

Em recente conversa com um Irmão pelo qual tenho muito apreço, ele dizia de sua dúvida se algum magistrado decretaria uma busca e apreensão numa Loja Maçônica, onde poderiam acessar toda e qualquer dependência do imóvel, arquivos, etc.. 

Sinto informar que sim.

Qualquer magistrado pode determinar o que achar conveniente e eficaz para a aplicação da prestação jurisdicional, desde que previsto na legislação brasileira. 

Muitos Irmãos ficaram chocados quando, recentemente, candidatos a cargos eletivos na maçonaria recorreram à justiça profana questionando decisões de tribunais maçônicos. Teriam os irmãos que recorreram à justiça profana cometido perjúrio? 

Conformar-se com nossas leis internas e com as decisões delas decorrentes são condições com as quais concordamos ao entrar na maçonaria.

Ao perjurar estaríamos cometendo ato de indisciplina maçônica, antigamente denominado crime maçônico, punível com expulsão da Ordem. 

Por outro lado, somos cidadãos da República Federativa do Brasil e temos a prerrogativa de recorrer ao Poder Judiciário profano quando entendermos ter algum direito violado. 

E aí?

Como resolver este imbróglio? 

Entendo que, enquanto maçons, assumimos a obrigação moral de nos conformar em tudo com nossas leis e decisões delas advindas.

Ao violar essa obrigação que assumimos de forma voluntária, nos sujeitamos a receber as punições decorrentes. 

Melhor seria pedir para sair antes de colocar a Ordem numa situação, digamos constrangedora perante a sociedade brasileira. 

Melhor mesmo seria não ter decisões políticas em uma sociedade que se diz JUSTA e PERFEITA. 

Relatório de Pesquisa “CMI – Maçonaria no Século XXI” analisou dados coletados no período de 21/02 a 18/03/2018 com a participação de 7.817 Irmãos das três potências (GOB, Grandes Lojas e COMAB).

O relatório é rico em dados e traz uma série de conclusões. 

Mas a que mais chama a atenção é a de que “menos de 5% dos maçons brasileiros sabem o que é maçonaria, conforme os conceitos e definições mais utilizados no mundo.” 

Sendo o conceito mais comum o de que maçonaria é “um belo sistema de moralidade velado em alegoria e ilustrado por símbolos” (Zeldis, Leon).

Conclui o relatório que “o legítimo objetivo maçônico, de ensino de moralidade, de transformar bons homens em melhores, vai sendo preterido, ignorado, esquecido...”; e “se não se sabe o que é, não se sabe o que realmente se deve fazer..., distanciando-a (a maçonaria) de seus legítimos objetivos e de sua própria razão de existir enquanto instituição”.

Parece que chegamos ao cerne do problema da atual situação de nossa Ordem. 

Ao invés de querer que a nossa sublime instituição tome as rédeas da política, beneficência, ação social, etc., devemos preparar o homem maçom, através do ensinamento da moralidade, para que este o faça.

Não é a maçonaria enquanto instituição, mas sim os maçons devidamente preparados que agirão, conforme os preceitos de moralidade e ética, nas empresas, órgãos públicos, escolas, lares, associações, etc., difundindo e aplicando os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

O foco principal da maçonaria deve ser a formação do maçom. 

A continuarmos do jeito que está iremos nos tornar, se é que já não nos tornamos um clube de serviços onde nos reunimos para troca de favores e obtenção de vantagens pessoais. 

Sem esquecer, é claro, das medalhas, paramentos …

Vamos a todo custo e nunca a qualquer custo!!!

(*) Texto recebido pela rede social. Desconheço a identidade do autor.

quinta-feira, 25 de julho de 2024

PRÉSTITO PARA O INGRESSO NO TEMPLO

Em 24.10.2023 o Respeitável Irmão Ruy Guilherme Rodrigues, Loja Fraternidade Pinheirense, 12, REAA, GLEPA (CMSB), Oriente de Icoaraci, Estado do Pará, apresenta o seguinte:

INGRESSO NO TEMPLO

Gostaria de um esclarecimento a respeito de uma dúvida suscitada durante uma de nossas Seções, relacionada ao Mestre de Cerimônias, e a dúvida ocorreu em virtude de não estar prevista em nosso ritual.

Trata-se do seguinte: Antes da exortação do Mestre de Cerimônias, estavam presentes Irmãos visitantes, e este perguntou ao Venerável Mestre se em virtude da presença de Irmãos visitantes, entraríamos em família ou com as formalidades, momento em que, um dos Irmãos advertiu o Mestre de Cerimônias de que não era necessário aquele procedimento.

Criou-se um mal-estar no momento, pois, nenhum dos Irmão soube esclarecer com propriedade se tal procedimento é correto ou não.

Gostaria de saber o vosso entendimento para a questão, pois ao que parece, é mais uma daquelas tradições que se incorporaram ao REAA tal qual o romper a marcha com o pé esquerdo.


CONSIDERAÇÕES:

Em que pese eu não ter em mãos o ritual da sua Grande Loja, vou colocar alguns comentários sobre o que é mais natural no REAA.

Assim, nele, o Mestre de Cerimônias organiza o préstito e, no momento apropriado, dirige naturalmente o ingresso dos Irmãos, sem nenhuma "exortação", ou outras práticas deste gênero. É oportuno lembrar que orações, exortações, mensagens, etc., antes do ingresso, são práticas impróprias para a liturgia do rito em questão.

No tocante ao préstito, como os visitantes com direito ao protocolo de recepção, ou mesmo Irmãos do Quadro com este direito, irão entrar dispensando as formalidades, isto é, ingressarão juntos no préstito de entrada, o que é comumente chamado “entrar em família”, de fato, o Mestre de Cerimônias nada deve perguntar ao Venerável Mestre nessa ocasião. Isso se explica, porque este particular deveria ter sido tratado na sala dos pp∴ pp∴, antes da formação do préstito e não no momento do ingresso.

Deste modo, se todos vão entrar “em família”, conforme antes fora combinado, não há o porquê desta indagação do Mestre de Cerimônias no momento da entrada no Templo.

Vale relatar que em Maçonaria, costumeiramente autoridades e portadores de títulos de recompensa que ingressarão com formalidades previstas, aguardam sala dos PP∴ PP∴ o momento em que serão conduzidos aos trabalhos nas regras formais.

Enfim, este é o procedimento mais corriqueiro adotado para o ingresso na Loja, salvo se o ritual determine o contrário.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

JEFTÉ

JEFTÉ: 1. Juiz em Israel. Após a morte de Abimelec, os filhos de Israel caíram
no erro novamente, voltando à idolatria. Não confiando mais no Deus que os havia escolhido, foram vítimas de novos ataques, novas pilhagens, raptos, assassinatos, incêndios criminosos, estupros, e, finalmente, guerra aberta, que lhes foi infligida pelos filisteus e amonitas, ambos inimigos implacáveis. Era chegada à hora de um novo defensor para salvar o povo da extinção. E, como sempre, ele apareceu. Havia entre eles um homem, cujo nome era Jefté, a quem os velhos da tribo de Gad pediram que assumisse a chefia e reinasse sobre eles, salvando-os do perigo. Jefté olhou fixamente para a delegação de anciões como que duvidando dos seus próprios sentidos. Estavam eles, de fato, pedindo-lhe que se tornasse o seu governante provisório, realmente seu ditador, até que o inimigo fosse rechaçado. Pedindo a ele, filho de uma prostituta. A ele, que, durante toda a sua vida haviam sido desprezado e repudiado, como filho ilegítimo, como a escória dos homens? A ele, que foram expulso da casa de seu pai devido ao escândalo de seu nascimento, ele que fugiu para Tob e tornou-se uma espécie de chefe de bandoleiros. (Jz. 11,1-3). 

– Vem, Jefté, e seja nosso chefe – o povo insistiu, pois conhecia sua reputação de homem sábio e corajoso. 

– Antes, vós me odiastes – replicou ele – e agora me procurais, em vossa desgraça? E, encarando-os fria, mas argutamente, prosseguiu: 

- Se o Senhor entregar o inimigo, vós me elegereis vosso chefe? – Sim – juraram os anciões – e que Deus seja nossa testemunha. 

Jefté não perdeu tempo e começou a organizar o exército israelita, preparando-os para uma batalha que derrotaria, implacavelmente, o inimigo. Na sua ânsia pela vitória, Jefté fez um voto insensato. Prometeu ao Senhor Deus, se ganhasse a batalha, ofereceria em holocausto a primeira pessoa, fosse quem fosse, que o viesse saudar, após o seu regresso da conquista. A vitória foi dele. (Jz. 11,39). Os amonitas mostravam-se impotentes para enfrentá-lo; os seus soldados caíam como trigo diante do golpe dos ceifeiros. Vinte cidades foram tomadas e a potência militar amonita destruída. E Jefté, exultando cada gota de sangue e cantando triunfo, retornou à sua casa, em Masfa. A mancha de sua origem desapareceu com a glória e a vitória. Mas, esperai! Quem está saindo da porta de sua casa e vindo ao seu encontro? Uma moça com tímpanos e danças: sua filha, sua única filha, pulando e cantando para celebrar a vitória do pai. Era uma adolescente cheia de alegria juvenil e de amor exagerado pelo pai. O seu rosto brilhava de júbilo, quando ela empertigada aproximava-se dele, numa pantomima dançante de felicitações, toda lépida e feliz, inclinando muito a cabeça para um lado e retinindo os pratos metálicos acima do peito, enquanto corria em direção ao pai, oferecendo-lhe uma recepção jovial e ritmada. E viu o horror nos olhos do pai. 

- Ai de mim, minha filha! Gemeu ele, rasgando suas vestes. – Sinto-me prostrado de tristeza, pois prometi ao Senhor oferecer-lhe em holocausto a primeira pessoa que me viesse saudar, saindo da minha casa! 

A jovem guardou um silêncio durante longo tempo. Pensava na notícia da sua condenação. Mas, quando falou, por fim, era como Jefté, e não ela fosse a criança. 

- Faze de mim o que prometeste a Deus, pois que ele Te concedeu a vitória sobre nossos inimigos. - Oh, se eu pudesse morrer em teu lugar! Chorou Jefté. 

O destino terrível da filha de Jefté não é o único, embora assim o pareça. Há tantas tragédias semelhantes todos os dias; sofrimento, separação e morte caindo sobre os inocentes! Homens e mulheres choram, como a filha de Jefté poderia ter chorado e lamentado. 

- Por que isto me devia acontecer? O que fiz eu para merecê-lo? Mas é uma lição divina que os humildes, aqueles que como essa moça, podem aceitar o pior e ainda acreditar na bondade e misericórdia do Senhor, herdarão a terra. Não é fácil acreditar nesse preceito sem o dom da fé - mas é a verdade. A obscura filha de Jefté (a Bíblia Cristã não lhe dá um nome, mas o Talmude judaico a chama de Sheila) não esperou nem lastimou o seu destino como o fez o seu muito espiritual pai. Em sua mente, ela já estava preparada para morrer. Pediu ao pai, apenas, que lhe concedesse dois meses mais de vida, com o que ele concordou. Ao menos, assim, a teria ao seu lado, durante aqueles dois meses, pensou Jefté, mas pensou mal, porque a moça unindo-se a algumas companheiras de sua idade internou-se nos montes. E ali, durante dois meses, oraram e meditaram nos mistérios da vida e da morte. Calma e linda a donzela condenada voltou então para o seu pai, que teve de cumprir o voto, embora a sua própria vida se lhe tornasse vazia, em conseqüência de tudo isto.

Assim Jefté matou a espada a própria filha. Mas o exemplo de Jefté O exemplo de obediência até a morte, dessa moça, foi uma lição inesquecível para o povo de Israel. também foi inesquecível, já que o general cometeu um erro moral, trágico e terrível. Primeiro, porque nunca deveria ter feito tal voto e segundo, tendo-o feito nunca deveria tê-lo cumprido. Em comemoração a essa tragédia, as donzelas israelitas instituíram o costume de tirar quatro dias de cada ano para lamentar o trespasse de alma tão brilhante. 

2. Quando Jefté precisou de reforços para combater os amonitas, solicitou-o junto aos efrainitas, que lhe foi negado. Quando de sua vitória, os efrainitas atravessaram o Jordão para participarem dos despojos da guerra contra os amonitas. Jefté tentou por todos os meios a apaziguá-los e convencê-los de que não era justo o seu intento, não foi possível. Dando-lhes combate os derrotou. Para tornar decisiva a vitória, precavendo-se contra futuras agressões, Jefté enviou destacamentos para guardar as passagens do Jordão, por onde os insurretos deveriam forçosamente fugir para o seu país. Deu ordens severas para que fosse executado qualquer fugitivo que por aí passasse e se confessasse efrainitas. Aqueles que negassem ou usassem de subterfúgios seriam obrigados a pronunciar a palavra Schibolet, que significa uma espiga. Os efrainitas, por defeito vocal, próprio do seu dialeto, não pronunciaram Schibolet, mas Sibolet. Deste modo, a ligeira diferença de pronúncia descobriria a nacionalidade. Dizem as Escrituras que morreram, nas margens do rio Jordão, 42.000 efrainitas, numa batalha fratricida, já que, tanto os gleaditas, como os efrainitas eram tribos irmãs.

Do Ir∴ João Ivo Girardi (Blumenau)
Verbete extraído do seu Vade –Mecum “Do Meio-Dia-à Meia-Noite”

Fonte: JBNews - Informativo nº 243 - 28.04.2011