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sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

A PEDRA E A MAÇONARIA


A PEDRA E A MAÇONARIA
Aldo Marcozzi Macedo e Silva M∴M∴ 

A História tem demonstrado através de registros os mais variados, que ao longo da caminhada da civilização, seu desenvolvimento fundamentou-se na utilização da pedra como elemento básico para construir e adornar, em face de suas características de solidez e durabilidade. A pedra está presente desde tempos imemoriais através dos mitos, tendo servido como ferramenta e objeto de adoração. O passado está repleto de monumentos que atestam a sua importância.

Na tradição hebraica ela existe, como se constata através da Bíblia:

"Tendo o Senhor acabado de falar a Moisés sobre o monte Sinais, entregou-lhe as duas tábuas do Testemunho, tábuas de pedra, escritas com o dedo de Deus." (Êxodo 31-18)

"O Rei ordenou que extraíssem grande quantidade de belas pedras, que deviam ser talhadas para os alicerces do Templo. Os operários de Salomão e Hirão talharam as pedras, enquanto os giblieus preparavam as madeiras e as pedras para a construção da casa." (Reis 5 – 17,18)

Ainda na tradição cristã ela ressurge quando o Divino Mestre afirma a respeito de Pedro: "E Eu te declaro; tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja." (Mt 16,18)

A despeito de opiniões que dizem ser a Maçonaria uma instituição milenar, podemos afirmar que ela na realidade evoluiu a partir das Corporações de Ofício da Idade Média. Faz-se mister esclarecer, que estas Corporações de Ofício eram associações onde se congregavam os artífices das mais diversas profissões, quer com o intuito de defesa da categoria, quer para salvaguardar dos olhos ávidos dos aventureiros e curiosos, os conhecimentos compilados ao longo do tempo pela classe.

Dentre todas as corporações, a que mais se destacou foi a dos obreiros da pedra, ou seja, dos arquitetos, dos construtores de palácios, igrejas, mosteiros e catedrais; por isto mesmo denominados sabiamente de obreiros da Arte Real.

Como estes pedreiros tinham preocupações meramente profissionais, chamou-se a este movimento de Maçonaria Operativa. Com o decorrer do tempo outros indivíduos, alheios à classe vieram a ela se juntar tais como, filósofos, estudiosos, eruditos e profissionais liberais. A agregação desses novos componentes, trazendo idéias de caráter indagador, modificou radicalmente a Instituição transformando-a em Maçonaria Especulativa, cujo enfoque passou a ser marcadamente de cunho moral.

No entanto, tal é a força da pedra, que dos primórdios da Maçonaria Operativa guarda-se ainda a tradição do trabalho com a cantaria, hoje consubstanciada na simbologia da Pedra Bruta e da Pedra Polida.

Como entendermos essa simbologia? O Ritual de Aprendiz assim estabelece: "A pedra Bruta é o material retirado da natureza, até que, pela constância do obreiro, fique na devida forma para poder entrar na construção do Edifício. Ela representa a inteligência, os sentimentos do homem no estado primitivo, ásperos e despolidos e neste estado se conserva até que, pelo cuidado de seus pais e instruções dos mestres, adquire educação liberal e virtuosa, tornando-se um ente culto, capaz de fazer parte de uma sociedade civilizada.

A Pedra Polida é o material perfeitamente trabalhado, de linhas e ângulos retos, que o Compasso e o Esquadro mostram estar talhado de acordo com as exigências da Arte. Representa o saber do homem no fim da vida, quando a aplicou em atos de piedade e virtude, verificáveis pelo Esquadro da Palavra Divina e pelo Compasso da própria Consciência Esclarecida."

A Pedra Cúbica quer ainda significar, o despojamento de todas as vaidades e preconceitos que retardam o nosso progresso e que formam uma carapaça que nos entrava os movimentos, dificultando assim nossa ascensão pela escada de Jacó.

Quantas belas lições este simbolismo encerra...Podemos afirmar que são incontáveis. Quantas assimilamos? Bem poucas; a grande maioria delas utilizamos como mera figura de retórica.

Nestes tempos em que os horizontes tornam-se sombrios em face dos conflitos armados, onde a intolerância e o interesse econômico são a tônica das relações entre os homens e as nações, e onde o sentimento coletivo é de incerteza quanto ao futuro da humanidade, podemos afirmar com convicção que o homem esqueceu o maior legado de Jesus Cristo: O AMOR FRATERNO, o maior dos Mandamentos.

Ainda há tempo para revertermos este quadro. Neste processo nós maçons desempenhamos um papel sumamente importante, em razão de sermos construtores de uma nova ordem social, calcada nos ensinamentos do Mestre dos Mestres. Portanto, conclamamos a todos para que juntemos as vozes em uníssono e brademos para o mundo:

"Oh! quão bom e quão suave, é que os IIr∴ habitem em união. É como o óleo precioso derramado sobre a cabeça e que escorre sobre a barba de Aarão: e que desce pela orla de suas vestes. É como o orvalho do Hermon que desce sobre os montes de Sião, porque ali o Senhor, derramou a sua benção e a vida para sempre."

QUE ASSIM SEJA!

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