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sexta-feira, 31 de julho de 2020

RETORNO DA PALAVRA NA MESMA COLUNA

Em 06/03/2020 o Respeitável Irmão Sandro Machado, Loja Acácia de Imbituba, 3.506, REAA, GOB-SC, Oriente de Imbituba, Estado de Santa Catarina, faz a seguinte questão:

PALAVRA NA MESMA COLUNA

Pesquisei, porém não localizei nenhum dispositivo legal para responder a minha dúvida que é a seguinte: Exemplo: Palavra a bem da Ordem, estou na Coluna do Sul, peço a palavra ao irmão 2º Vigilante, ele autoriza eu falo e após me sento, a palavra continua na Coluna, lembro que deveria dar um aviso aos irmãos, posso pedir a palavra novamente? Ela pode voltar pra mim?

CONSIDERAÇÕES:

Se a palavra ainda estiver na Coluna (o Vigilante não tiver declarado que nela reina silêncio), embora não costumeiro, a ação de pedir a palavra novamente é perfeitamente fatível. 

Entretanto, reitera-se que essa prática não deve ser corriqueira, mas esporádica, se de fato houver necessidade. 

No caso de a palavra já estar em outra Coluna, então o Irmão que solicita o seu retorno deve aguardar a conclusão do giro da mesma. Nesse caso, assim que ela (a palavra) tenha passado pelo Oriente e nele reinar silêncio, o solicitante a pede novamente ao Vigilante da sua Coluna. Este por sua vez pede o retorno da palavra ao Venerável Mestre, cabendo a ele decidir da sua volta ou não. 

Se o Venerável autorizar, a palavra volta às Colunas a partir da Coluna do Sul, não importando aonde esteja aquele que a pediu novamente. Desse modo a palavra em retorno percorre as Colunas e o Oriente.

Vale a pena mencionar que essa é a prática consagrada no Rito, portanto, a bem da organização e respeito à liturgia, não há premente necessidade que ela esteja escrita nos dispositivos legais. Afinal, organização e bom senso são elementos constantes nos trabalhos maçônicos. 

Por vivermos na peripatética Maçonaria latina, com seus carimbos e convenções, onde parece que tudo tem que estar escrito, nunca é demais lembrar que o termo "bom senso" menciona o que é argumentado com sabedoria, razoabilidade e adequado as regras e costumes. A bem da verdade, no REAA o termo tem sido o modo sensato e equilibrado de se agir conforme os padrões ritualísticos onde existem regras inseparáveis dos fatos. 

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

OS CONSTRUTORES DA UTOPIA

OS CONSTRUTORES DA UTOPIA
Rui Bandeira

Desde que, no século XVI, Thomas More inventou a palavra e dela fez título de uma das suas obras que se designa por Utopia a sociedade ideal, perfeita.

Em termos sociais, os maçons procuram contribuir para a construção dessa Utopia. Fazem-no desde logo procurando melhorar a qualidade dos materiais de que se fazem todas as sociedades: os homens, suas ideias e suas ações.

Nenhuma sociedade organizada, qualificada e funcionando com um exigível nível mínimo de organização, qualidade, liberdade e eficiência pode assentar em pessoas desqualificadas, seja em termos de conhecimentos e preparação, seja do ponto de vista da Moral e dos Valores inerentes a uma sã, agradável e produtiva vida em comum.

Não há Valores sociais que se fundem perenemente em homens de baixo caráter e inferiores qualificações pessoais e relacionais. Homens apenas primários, sem capacidade para ver e agir para além dos seus interesses pessoais egoísticos e imediatos não geram nem acalentam valores essenciais a qualquer sociedade eticamente relevante. 

As sociedades são compostas por pessoas. Quanto melhores forem estas, melhores podem ser as Sociedades, os seus valores, os seus níveis de organização e cooperação. Por isso, ao construir-se a si próprio, ao melhorar-se a si mesmo, cada maçom está também a contribuir para a melhoria da sociedade em que se insere, a favorecer um pequeno, quiçá quase insensível, mas sempre significante, avanço da sociedade em que se insere na construção da Utopia.

Mas a Utopia não se constrói apenas com os materiais, as pessoas. Essa construção necessita também de ferramentas, os valores. Neste campo, muito se avançou, na parte mais desenvolvida do Mundo: a Liberdade é reconhecida como indispensável à existência de uma Sociedade digna dos seus cidadãos; a Igualdade é uma aspiração que se busca concretizar mais e mais; a Fraternidade emerge como uma condição indispensável à coesão social; a Tolerância emerge cada vez mais como uma necessidade; a Justiça consolida-se como uma essencialidade; a Solidariedade aparece como um elemento indispensável à reação comum ao infortúnio, ao cataclismo ou simplesmente à adversidade. Paulatinamente, estes e outros essenciais valores adquirem o estatuto da naturalidade e ascendem ao patamar da indispensabilidade. Mas muito ainda há e haverá ainda a fazer, para que esses valores sejam efetivamente para todos tão naturais como o ato de respirar.

Porém, a construção social não se basta apenas com bons materiais e sólidas ferramentas. Há que limpar o espaço, que afastar tudo o que prejudique a edificação que se busca. Há, assim, que lutar com, afastar, remover, os preconceitos que tolhem o avanço comum - mas sem os substituir por novos preconceitos, quiçá de sinal contrário. Também neste campo muito se avançou. Também aqui muito mais há ainda a fazer. O racismo perdeu o estatuto de naturalidade que ainda há cerca de meio século (tão pouco tempo ainda; não mais de duas gerações...) detinha em sociedades tão importantes como, por exemplo, alguns Estados dos Estados Unidos. Mas subsiste teimosamente em muitas mentes e manifesta-se ainda insidiosamente em demasiadas situações e abertamente numas quantas delas! A igualdade entre sexos evoluiu notavelmente no último maio século, mas ainda é, manifestamente, um valor ainda frágil, que muitos afastam sem rebuço à menor dificuldade social (basta ver as diferentes taxas de desemprego e os não coincidentes níveis de remuneração entre os dois sexos). A Igualdade afirmou-se quase universalmente como princípio absoluto na teoria, mas é muito insuficientemente ainda na realidade concretizada na prática, continuando - infelizmente! - ainda a ser válida a frase de O Triunfo dos Porcos, de George Orwell, de que "Todos são iguais... mas há alguns mais iguais do que os outros". Os fundamentalismos existem, estão à vista de todos e não são extirpáveis por decreto.

Muito se andou, mas muito caminho está ainda por percorrer, se se quiser ficar perto de ver ao longe uma Sociedade que possa aspirar a comparar-se levemente com a Utopia... E esse caminho tem de ser percorrido passo a passo, incansavelmente, inabalavelmente, persistentemente, por cada um que aspira à Utopia.

Ao dedicarem-se ao seu aperfeiçoamento, os maçons fazem esse caminho, dão o seu contributo à Sociedade para a evolução desta. O que cada um dá é ínfimo, quase imensurável, no contexto da imensidão do que é necessário. Mas o conjunto do que todos proporcionam possibilita o avanço, ajuda a que a evolução se torne visível.

Os maçons são, por natureza, construtores da Utopia. Não se afirmam, nem pretendem ser os únicos. Todos não são demais, que a tarefa é enorme e prolongada!

Fonte: https://a-partir-pedra.blogspot.com

quinta-feira, 30 de julho de 2020

MESTRE DE CERIMÔNIAS

MESTRE DE CERIMÔNIAS
(republicação)

Em 04/11/2015 o Respeitável Irmão Antonio Cristóvão dos Santos, Loja Amparo da Virtude, 0276, REAA, GOPE/GOB, Oriente de Pesqueira, Estado de Pernambuco, apresenta a questão seguinte. toinpesque@yahoo.com.br

Muitas vezes trabalhando como Mestre de Cerimônias vou colher as assinaturas de alguns Irmãos. Pergunto: Devo obrigatoriamente ficar à Ordem enquanto o Irmão assina a presença? Agradeço sua valiosa orientação, pois muitos Irmãos estão com essa dúvida.

CONSIDERAÇÕES:

Atendendo a regra de que em Loja aberta o Obreiro estando em pé e parado deverá se posicionar à Ordem, ele então manterá o corpo ereto, pés unidos pelos calcanhares em esquadria compondo ao mesmo tempo o Sinal do Grau de trabalho da Loja com a(s) mão(s).

No caso do Mestre de Cerimônias em cumprimento precário desse ofício (de colher assinaturas), no tempo em que ele permanecer em pé e parado com as mãos livres, o mesmo se submeterá à regra. Isto é: ficará à Ordem enquanto se procede a assinatura.

Vale a pena mencionar um aspecto que talvez tenha passado despercebido. No Rito em questão existe o cargo de Chanceler que é o responsável pelo Livro de Presenças da Loja. É sabido que o Chanceler possui lugar fixo na Coluna do Sul. Assim, o correto seria que o Mestre de Cerimônias não colhesse assinatura, porém conduzisse até a mesa do Chanceler o Irmão que firmará o seu ne varietur. Nesse sentido para o bem da ritualística o Mestre de Cerimônias, indo à frente e portando o bastão conduzirá ao lugar devido (do Chanceler) àquele que aporá a assinatura. Por fim faz a condução do Obreiro novamente ao seu lugar.

Nesse caso, portando o bastão, o Mestre de Cerimônias não fará sinal algum quando parado, entretanto manterá ainda o corpo ereto com os pés em esquadria segurando na forma de costume (pelo lado direito do corpo) o bastão que ficará verticalmente apoiado no solo (não se faz Sinal com o objeto de trabalho).

Finalizando essa questão sabe-se que às vezes pela carência de Obreiros presentes na Loja o Mestre de Cerimônias se vê obrigado a preencher outros ofícios. Dentre esses, no caso da ausência do Chanceler, o Mestre de Cerimônias, agora sem portar o bastão, é ele que se desloca para colher a assinatura. Nesse caso ele permanecerá à Ordem enquanto é providenciada a assinatura.

T.F.A.
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.099 – Florianópolis (SC), sexta-feira, 1º de julho de 2016

ENTENDENDO A ANTI-MAÇONARIA

ENTENDENDO A ANTI-MAÇONARIA
Texto do ir.∴ José Maurício Guimarães.

As antimaçonarias são movimentos formados por fundamentalistas religiosos, políticos radicais e ex-maçons voltados para a crítica à Maçonaria. Sendo a Ordem Maçônica estruturada numa filosofia libertária, não condenamos a priori essas críticas. Entendemos que todo homem e toda associação (desde que se mantenham nos limites da lei) têm o direito ao livre pensamento. Todavia, analisando os fatos que deram origem à crítica sistemática, o estudioso acaba encontrando aspectos curiosos e relevantes dessa intolerância. Daí, prefiro colocar o termo antimaçonaria em itálico – e possíveis aspas! – uma vez que não existe bom-senso nem contraditório no radicalismo e na intolerância.

O primeiro ensaio para a criação de uma antimaçonaria foi perpetrado pelo escritor e jornalista francês Marie Joseph Gabriel Antoine Jogand Pagès, mais conhecido pelo nickname Léo Taxil. Esse Taxil tornou-se conhecido na Europa entre 1870 e início do século XX por ter enganado as hierarquias eclesiásticas com falsas publicações (ditas “confissões”) sobre os maçons. A principal dessas “confissões” consistia no relato das desventuras de uma suposta Diana Vaughan perante uma imaginária “seita maçônica”. O livro de Taxil causou grande repercussão entre o clero católico e, apesar das sábias considerações e advertências do bispo de Charleston, denunciando as falcatruas e invencionices de Taxil, o Papa Leão XIII recebeu o falsário em audiência e acabou acreditando nele… Só mais tarde descobriu-se que Marie Joseph Gabriel Antoine Jogand Pagès – aliás Léo Taxil, aliás Paul de Régis, aliás Adolphe Ricoux, aliás Samuel Paul, aliás Rosen, aliás Dr. Bataille… – era o esperto e oportunista, diretor do jornaleco “La Marotte” proibido na França por violar a moral e, por causa disso, Léo Taxil fora sentenciado a oito anos de prisão. Era o mesmo Adolphe Ricoux que publicava livros anti-católicos pintando a hierarquia eclesiástica como hedonista e sádica. Esse homenzinho de nome grande e de vários nomes confessara muito mais em 1885: com carinha de anjo, dizia-se convertido ao catolicismo para ser solenemente recebido no seio da Igreja. Era o mesmo nanico moral Gabriel Antoine Jogand que, neste mesmo ano!, ludibriara uma Loja Maçônica a aceitá-lo como Aprendiz – grau do qual ele nunca progrediu – e onde tentou utilizar a boa-fé dos irmãos Maçons para conseguir dinheiro e promover uma imprensa anticlerical. Um homem de mil caras esse Taxil. No ano seguinte Taxil achou por bem tornar-se o autor oficial da antimaçonaria promovendo a venda indiscriminada de novos livros e jornais sobre o assunto. Tomava dinheiro de uns para escrever e publicar contra outros. Taxil foi o mestre da cizânia. Aproveitou as alucinações de Eliphas Lévi (aliás abade Alphonse Louis Constant) e endereçou novas “acusações” contra a Ordem que inadvertidamente o iniciara. Despejou entre os franceses o café requentado da época dos Templários: os maçons seriam satanistas e adoradores de um ídolo com cabeça de bode chamado Baphomet. Essa reinvenção do absurdo ficou conhecida como “Jogo de Taxil” ressuscitando a malfadada figura do bode como ícone (maldito) da Maçonaria. Entre 1886 e 1887, doente e com medo da morte, constantemente assombrado pelo diabo que ele mesmo criara – trêmulo diante da perspectiva do Juízo Onipotente – Taxil acabou por confessar suas fraudes. O nanico estava cansado de ludibriar as pessoas. Mas era tarde demais, o mal estava feito: a calúnia é semelhante à história daquele homem que subiu no alto de uma torre e espalhou um saco de penas sobre a cidade – impossível recolher todas… impossível recompor…

No século XX as bases das antimaçonarias assentaram-se em três elementos: as fantasias de Léo Taxil, o fanatismo religioso e os movimentos políticos totalitaristas: o salazarismo, o fascismo, o nazismo e o stalinismo. Quanto ao comunismo, o Quarto Congresso da III Internacional (novembro de 1922) estabeleceu “a incompatibilidade entre a Maçonaria e o Socialismo” tido como evidente na maioria dos partidos da anterior II Internacional. A Maçonaria foi considerada como “organização do radicalismo burguês destinada a semear ilusões e a prestar seu apoio ao capital organizado em forma de Estado”. Em 1914 o Partido Socialista Italiano expulsou os maçons de suas fileiras e o Quarto Congresso recomendou ao Comitê Central do Partido Comunista francês a tarefa de liquidar, antes de 1º de janeiro de 1923, todos os vínculos do partido com alguns de seus membros e de seus grupos com a Maçonaria. Todo aquele que antes de 1º de janeiro de 1923 não declarasse abertamente e a público, através da imprensa do partido, sua ruptura total com a Maçonaria ficaria automaticamente excluído do Partido e sem direito a reafiliar-se no futuro. Felizmente esse tipo de oposição foi revisto na segunda metade do século XX: a Maçonaria tem hoje mais de 300 Lojas em Cuba (Gran Logia de Cuba fundada antes da revolução – em 1859 – e mantida por Fidel Castro). Além disso, desde 1995 a Grande Loja da Rússia prossegue em seus trabalhos com Lojas sediadas em Moscou, St. Petersburg, Voronezh, Vladivostok, Yaroslavl, Kaliningrad, Novosibirski, Beliy Ritzar, Voronezh, Stavropal, etc… (fonte: List Of Lodges, Pantagraphprinting).

Em 1945 o nazismo impedira o funcionamento das Lojas Maçônicas na Alemanha. Nos países ocupados as Lojas foram queimadas e todos seus arquivos confiscados e queimados. O prejuízo para a história da Ordem foi incalculável. Os líderes da Maçonaria alemã foram sumariamente assassinados sob o pretexto de que a maçonaria mantinha ligações “ilícitas” com o judaísmo internacional. Outros foram mandados para campos de concentração, juntamente com suas famílias. Nossos irmãos eram obrigados ostentar nas vestes a estrela de seis pontas que é, ao mesmo tempo, judaica e maçônica (Estrela de Davi).

Enquanto isso, nas fileiras da resistência permaneceram maçons ingleses, americanos, franceses, dinamarqueses, tchecos e poloneses. Este é um fato que a atual antimaçonaria parece desconhecer… Sir Winston Churchill, líder e principal vitorioso da 2ª Grande Guerra, era maçom – iniciado em 24 de maio de 1901 na “Studholme Lodge nº 1591” e conduzido ao Grau de Mestre, em 25 de março de 1902, na “Rosemary Lodge nº 2851” de Londres.

Para entendermos as antimaçonarias é necessário ressaltarmos que a Ordem apresenta duas correntes principais: a Regular e a Paralela. Maçonaria regular é a de origem judaico-cristã (católico-protestante) surgida como “Operativa” por volta de 1356 e tornada “Especulativa” em 1717(*). Essa Maçonaria sempre conviveu com a Igreja Católica ou com os Anglicanos e/ou Protestantes quando o Vaticano lhes fez oposição. A outra, chamada “maçonaria paralela”, é a que supostamente possui elementos “contraditórios” com as teses da Maçonaria regular, por exemplo: a aceitação em seu meio de místicos exacerbados, pagãos e outras correntes esotéricas e similares. Essa dicotomia não afeta os laços de fraternidade dentro da Ordem como um todo. Mas, os inimigos da Maçonaria se aproveitam da convivência pacífica entre essas correntes e “colocam todas as laranjas no mesmo saco”.

Quanto ao fanatismo religioso, torna-se mais difícil analisá-lo nos dias de hoje. Muitos de seus “baluartes” estão na internet ocultos em matérias e sites anônimos. Do outro lado, a falta de estudo e pesquisa em vários segmentos da Ordem Maçônica propicia a esses adversários a formação de redes descontínuas e propositadamente confusas onde se misturam fatos e preconceitos. Apesar de assentarmos os trabalhos das Lojas sobre cânones da literatura sagrada (em nossa caso a Bíblia), o fanatismo religioso usa esses mesmos textos para condenar e desacreditar as instituições iniciáticas e o trabalho que realizamos em benefício da sociedade. Apegam-se num ou noutro deslize, numa ou noutra falha humana para condenar uma ideologia inteira que vem sobrevivendo dignamente durante séculos, com enormes sacrifícios e mesmo com a vida de seus membros. Isto sem falar no auxílio que dispensamos às demais instituições (religiosas e iniciáticas) e na defesa que lhes prestamos sempre que sintam ameaçadas.

– A Maçonaria é uma organização de homens sujeitos aos mesmos erros e imperfeições que acometem nossos detratores. Com uma diferença: não pretendermos ser infalíveis nem ocultamos nossos atos sob a capa da religiosidade.
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(*) – Maçonaria operativa é o ofício de pedreiro (mason em inglês ou maçon em francês = pedreiro); por outro lado, Especulativa é a Maçonaria que averigua minuciosamente os fatos das Ciências Sociais em busca da verdade; que observa, indaga, pesquisa, cogita e reflete no seu campo de AÇÃO que é o homem e a sociedade. A Maçonaria Especulariva data do século XVIII, portanto, não é apropriado o uso do termo operativo para designar um Maçom dos dias atuais (a não ser que ele exerça a profissão de alvanel = pedreiro).

Fonte: https://www.deldebbio.com.br

quarta-feira, 29 de julho de 2020

ENTRADA DE AUTORIDADE

ENTRADA DE AUTORIDADE
(republicação)

Entrada de autoridade Em 29/10/2015 o Respeitável Irmão Alberto Coelho da Costa Sobrinho, Loja Liberdade e União, 1.158, REAA, GOB-GO, Oriente de Goiânia, Estado de Goiás, apresenta a questão seguinte: albertosobrinho@plansati.com.br

Mano Juk, mais uma vez volto a questionar sobre o constante aprendizado da Ritualística no REAA. Exposição: Quando da recepção do Soberano Grão Mestre em Loja, em sessão Magna, o mesmo é recebido pelo Venerável Mestre acompanhado de sua Comissão (Orador, Porta Bandeira, Porta Estandarte e Secretário), e uma comissão de 12 Mestres no Ocidente. O Mestre Cerimônias anuncia a presença do Soberano Grão-Mestre, adentra ao Templo, à frente do Soberano e aguarda a aproximação do Venerável Mestre. Pergunta: Qual o local correto para fazer a transmissão do Malhete ao Soberano? Certo de contar com a vossa costumeira atenção subscrevo-me.

CONSIDERAÇÕES:

Antes das considerações propriamente ditas, é bom lembrar que a comissão de doze Mestres mencionada na questão é aquela designada para formar a Abóbada de Aço ao longo das Colunas do Norte e do Sul. Diga-se de passagem, que essa comissão protocolar deveria ser sempre em número ímpar, porém, infelizmente no GOB, inventaram uma com número par. 

No tocante ao Venerável e os seus acompanhantes por ocasião do ingresso do Grão-Mestre, eles se deslocam pelo Ocidente até o local próximo à porta de entrada (dentro do Templo). Ali, o Venerável protocolarmente entrega o primeiro malhete ao Grão-Mestre. Ato seguido, com o Mestre de Cerimônias indo à frente, todos se deslocam para o Oriente. 

É oportuno salientar que esses deslocamentos obedecem à circulação levando-se sempre em conta de que a Loja está aberta.

T.F.A. 
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.097 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 29 de junho de 2016

MINUTO MAÇÔNICO

O ESQUADRO 

1º - Instrumento de desenho em forma de ângulo reto cuja origem é antiqüíssima. Símbolo da Retidão, o Esquadro exprime que o homem deve sujeitar todas as suas ações a essa qualidade, constituindo a virtude que deve existir em todo homem de bem. 

2º - O Esquadro é uma das seis jóias da Loja e a primeira das três chamadas móveis, e figura em todos os graus da Maçonaria como um dos emblemas mais eloqüentes. 

3º - Símbolo da Terra, onde se desencadeiam as paixões humanas, o Esquadro relaciona-se com a Matéria, que simboliza, retifica e ordena, representando, de um lado, a ação do Homem sobre a Matéria, e do outro, a ação do Homem sobre si mesmo. 

4º - Sempre à vista do Maçom, o Esquadro lembra-lhe constantemente a obrigação que tem de desprender-se das coisas materiais e das preocupações vulgares para enveredar pelo caminho mais reto da Equidade e da Justiça. 

5º - Simbolizando a Equidade e a Justiça, por isso, constitui a jóia do Venerável Mestre, porque este deve ser o Maçom mais reto, justo e eqüitativo da Loja.

Fonte: http://www.cavaleirosdaluz18.com.br

A CORDA DE OITENTA E UM NÓS

A CORDA DE OITENTA E UM NÓS

À Glória do Grande Arquiteto do Universo

A CORDA DE OITENTA E UM NÓS

Iniciaremos nossa pesquisa neste dia, exortando que a Maçonaria é uma Instituição filosófica, filantrópica dotada de um esoterismo místico e uma natural simbologia que nos conduzem a uma reflexão profunda através de simples utensílios profanos. Dessa feita atribuir um significado próprio aos símbolos é de sublime importância para os aprendizes, pois é neles que nos apoiamos e com eles que trabalhamos.

A humanidade em geral aprendeu e evoluiu consoante a utilização de símbolos, hoje são utilizados certamente em todas as áreas do conhecimento, e até mesmo na dicção de uma simples palavra, que por uma convenção arbitrária atribuímos às letras, palavras e idiomas sons distintos; sujeitos a uma determinada interpretação. Na vida maçônica esta regra ocupa um lugar de destaque, senão vejamos, assim que adentramos ao Templo nossos olhos são guiados espontaneamente a todos os símbolos presentes e dispostos harmoniosamente, assim, de modo a obter um profícuo esclarecimento, buscamos o início, o significado da própria palavra símbolo.

Aurélio Buarque de Holanda Ferreira – “Símbolo. [Do gr. Symbolon, pelo lat. Symbolu] S. m 1. Aquilo que por um princípio de analogia representa ou substitui outra coisa; 2 Aquilo que por sua forma e natureza evoca, representa e substitui, num determinado contexto, algo abstrato ou ausente; 3 Aquilo que tem valor evocativo, mágico ou místico; 4 Objeto material que, por convenção arbitrária, representa ou designa uma realidade complexa...”

Assim a “corda de oitenta e um nós” é um símbolo presente nos Templos maçônicos, e é encontrada no alto das paredes, junto ao teto e acima das colunas Zodiacais, conforme estatuído no R∴E∴A∴A∴. A corda será preferencialmente de sisal, sua disposição inicia-se com a colocação e a observação do “nó” central dessa corda que deve estar acima do Trono de Salomão (cadeira do V∴M∴) e acima do dossel, se ele for baixo; ou abaixo dele e acima do Delta, se o dossel for alto, sua significação representa o número UM, unidade, indivisibilidade, sagrando-se por representar ainda o Criador, princípio e fundamento do Universo. Dessa forma a corda conta ainda com quarenta “nós”, eqüidistantes, de cada lado que se estendem pelo Norte e pelo Sul; os extremos da corda terminam, em ambos os lados da porta ocidental de entrada, em duas borlas, representando a Justiça (ou Eqüidade) e a Prudência (ou Moderação), muito embora existam Templos na França que apresentam cordas com doze “nós” representando os signos do Zodíaco.

Embora alguns exegetas afirmem que a abertura da corda, em torno da porta de entrada do templo, com a formação das borlas, simboliza o fato de estar, a Maçonaria, sempre aberta para acolher novos membros, novos candidatos que desejem receber a Luz Maçônica, porém a interpretação, segundo a maioria dos pesquisadores, é que essa abertura significa que a Ordem Maçônica é dinâmica e progressista, estando, portanto, sempre aberta às novas idéias, que possam contribuir para a evolução do Homem e para o progresso racional da humanidade, já que não pode ser Maçom aquele que rejeita as idéias novas, em benefício de um conservadorismo rançoso, muitas vezes dogmático e, por isso mesmo, altamente deletério.

Na busca do significado esperado, remontemos no tempo... na Grécia antiga os cabelos longos das mulheres eram usados para fazerem as cordas necessárias para a utilização na defesa das cidades. Já os agrimensores egípcios usavam a cordas com “nós” para declinarem os terrenos a serem edificados, sendo que os “nós” demarcavam os pontos específicos das construções, onde deveriam ser necessárias aplicações de travas, colunas, encaixes, representando, portanto, os pontos de sustentação. Também fora utilizada, na Idade Média, como instrumento para medir e demonstrar dimensões e proporções da cúpula que se desejava construir através da sombra sabiamente provocada por uma luz. Incontestavelmente ela é um elemento que pode ser composto pelos mais diferentes materiais e que tem a finalidade de prender, separar, demarcar ou em nosso caso “unir”. Sua origem mais remota parece estar nos antigos canteiros trabalhadores em cantaria, ou seja, no esquadrejamento da pedra informe medieval, que cercava o seu local de trabalho com estacas, às quais eram presos anéis de ferro, que, por sua vez, ligavam-se, uns aos outros, através de elos, havendo uma abertura apenas na entrada do local.

Uma das possíveis origens da “corda de 81 nós”, ocorre quando em 23 de agosto de 1773, por ocasião da palavra semestral em cadeia da união na casa "Folie-Titon" em Paris, tomava posse Louis Phillipe de Orleans, como Grão-Mestre da Ordem Maçônica, na França, onde estavam presentes 81 irmãos em união fraterna, e a decoração da abóbada celeste apresentava 81 estrelas.

Contudo encontramos ainda, na Sociedade dos Construtores (Maçonaria Operativa), que foi o embrião na Maçonaria como conhecemos hoje, a herança da “corda” que era desenhada no chão com giz ou carvão, fazendo parte alegoricamente parte de um Painel representativo dos instrumentos utilizados pelos Pedreiros Livres. Agora nas reuniões maçônicas, seguindo o ritual, é pedido ao Irmão Guarda do Templo que verifique se o Templo está "coberto" em sua parte externa, das indiscrições profanas, somente iniciando os trabalhos após sua confirmação. Seguindo a isto a protetora Corda Maçônica saiu do chão e elevou-se aos tetos dos Templos, significando a elevação espiritual dos Irmãos, que deixaram de trabalhar no chão com o cimento e passaram a trabalhar no plano superior com o cimento místico que é a argamassa da Espiritualidade. Esta corda é que oferece-nos proteção através da irradiação de energias pela "Emanação Fluídica" que abriga e sustenta a "Egrégora" (corpo místico) formada durante os trabalhos em Templo através da concentração mental dos Irmãos, evitando que ondas de energia negativa desçam sobre os presentes na reunião. As borlas separadas na entrada do Templo funcionam como captores da energia pesada dos Irmãos que entram, devolvendo-lhes esta energia sob forma leve e sutil quando de sua saída.

A estrutura dos “nós” (melhor denominados “laços”) representa o símbolo do infinito –¥– e a da perpetuação da espécie, simbolizando na penetração macho/fêmea, determinando que a obra da renovação é duradoura e infinita. Este é um dos motivos pelos quais os laços são chamados "Laços de Amor", por demonstrar a dinâmica Universal do Amor na continuidade da vida. Os átomos detêm toda a sabedoria do Mundo, porque ele gera e cria novas propostas para a evolução humana. A Corda de 81 laços representa a laçada como um "8" deitado, lembrando ao Maçom que é preciso tomar muito cuidado para não puxá-la transformando-a em nó o que significaria a interrupção e o estrangulamento da fraternidade que deve existir entre os Irmãos. Os 81 laços são apresentados nos Templos Escoceses do Brasil e Paraguai, cuja Maçonaria foi originada da nossa

Depois de analisada a natureza dos símbolos, a disposição simbólica da “corda de oitenta e um laços” no Templo, assim como sua origem nesta sublime Instituição passemos a uma retida análise consoante ao número 81, representado através dos laços eqüidistantes, senão vejamos: Esotericamente, a “corda de oitenta e um laços” simboliza a união fraternal e espiritual, que deve existir, entre todos os Maçons do mundo; representa, também, a comunhão de idéias e objetivos da Maçonaria, que evidentemente, devem ser os mesmos, em qualquer parte do planeta.

“Para que um símbolo se torne de fato um símbolo são necessárias várias interpretações, justificativas e significados” já lecionavam carinhosamente os “velhinhos” da A∴R∴L∴S∴ “Barão de Ramalho”, e é dessa maneira que a máxima se justifica, vez que mais uma vez encontramos várias teorias acerca do tema proposto.

Nesse contexto, inicialmente abstrairemos o laço central que é a representação G∴A∴D∴U∴ entre seu passado e o seu futuro, representa o número um, a unidade indivisível, o símbolo de Deus, princípio e fundamento do Universo; o número um, desta maneira, é considerado um número sagrado. Destarte passemos às laterais com 40 laços, e lembramos que este número marca a realização de um ciclo que leva a mudanças radicais. A Quaresma dura 40 dias. Ainda hoje temos o hábito medicinal de colocar pessoas ou locais sob "quarentena" como se nela estivesse a purificação dos males antes existentes. Jesus levou 40 dias em jejum e tentações. Os Hebreus vagaram 40 anos no deserto. Quarenta foram os dias que durou o dilúvio (Gênese, 7-4). Quarenta dias passou Moisés no monte Horeb, no Sinai (Êxodo, 34-28). Os 40 laços representam os 40 dias que Jesus usou para preparar-se para a morte terrestre e os 40 dias que ficou entre nós após a ressurreição, preparando-se para a Eternidade.

Ato contínuo analisemos as justificativas simbólicas no próprio número 81 que segue os princípios místicos da Cabala, senão vejamos: o número 81 é o quadrado de 9, que, por sua vez, é o quadrado de 3, número Perfeito, bastante estudado em Escolas Esotéricas e de alto valor místico, para todas as antigas civilizações; Três eram os filhos de Noé; Três os varões que apareceram a Abraão; Três os dias de jejum dos judeus desterrados; Três as negações de Pedro; Três as virtudes teolegais (Fé; Esperança e Amor). Além disso, as tríades divinas sempre existiram, em todas as religiões: Shamash, Sin e Ichtar, dos Sumérios - Osiris, Isis, Horus, dos Egípcios - Brahma, Vishnu e Siva, dos Hindus - Yang, Ying e Tao, do Taoismo - Pai; Filho e Espírito Santo, da Trindade Cristã. Também não poderíamos deixar de citar a tríplice argamassa das oficinas Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

E ainda, os comportamentos humanos tem valores numéricos, de acordo com as letras de seus nomes. As letras são divididas em três grupos de 9 letras, cada letra com 3 chaves, a saber: o valor numérico que lhe é próprio; o som que lhe é próprio; e a figura que a caracteriza. Como temos nove variações comportamentais segundo a Psicologia, teremos 81 variações de comportamento. Podemos, então dizer em estudo livre, que esta corda mostra também os 81 comportamentos que uma pessoa pode ter em uma existência, sendo então a representação do indivíduo e suas mudanças humorais.

No ritual do Grau 20 do Supremo Conselho do Grau 33 do Paraná encontramos uma explicação para os 81 laços; na página 35, ao perguntar-se o porquê dos 81 laços, responde-se que Hiram Abiff tinha 81 anos quando foi assassinado. Também encontramos no Artigo II da Constituição dos Princípios do Real Segredo para os Orientes de Paris e Berlim, edição de 1762; para se chegar ao Grau 25, naquela época, eram necessários 81 meses de atividades maçônicas. A Cosmogonia dos Druídas, resumidas nas Tríades dos Bardos antigos, eram em número de 81 (as Tríades) e os três círculos fundamentais de que trata esta doutrina, tem como valor numérico o 9, o 27 e o 81, todos múltiplos de 3. Ragon, em seu livro "A Maçonaria Hermética", no rodapé da página 37, diz em uma nota, que segundo o Escocês Trinitário, o 81 é o número misterioso de adoração dos anjos. Assim, segundo Oswaldo Ortega, da Loja Guartimozim de São Paulo, à luz do Esoterismo, ele cita que os 81 laços que estão no teto, portanto, próximos do céu, tem ligação com os 81 anjos que visitam diariamente a Terra, com mostram as Clavículas de Salomão, e se baseiam nos 72 pontos existenciais (os 72 nomes de Deus), da Cabala Hebraica modificada. A cada 20 minutos, um anjo desce à Terra e dá sua mensagem aos homens. São 72 visitas no curso do dia, se levarmos em conta que a cada hora teremos 3 anjos, em 24 horas, teremos 72 anjos. Agora, somando 72 anjos aos nove planetas que nos influenciam diariamente chegamos ao número 81. Sabemos que estes anjos podem nos ajudar se os chamarmos pelos nomes no espaço de tempo que nos visitam. E eles estão representados no teto do Templo, através dos 81 laços.

Pontofinalizando encontramos ainda outra denominação à “corda”, ou seja, “Borda Dentada”, traduzida pela corda de nós (laços de amor) que rodeia o “Quadro de Aprendiz” (3 ou 7 laços), assim como o “Quadro de Companheiro” (5 ou 9 laços) terminada com uma borla em cada extremidade e que per si mereceria um estudo próprio. Não obstante ao explicitado, a lição primordial que nos resta é que a corda é a imagem da união fraterna que liga, por uma cadeia indissolúvel, todos os Maçons, simbolizando o segredo que deve rodear nossos augustos mistérios, assim como representa a Cadeia de União permanente pela busca da proclamada Fraternidade, tão bem explicitada no Salmo 133.

Os deuses não concedem nunca aos mortais qualquer bem autêntico, sem esforço e sem uma luta séria para obter. – Sócrates

BIBLIOGRAFIA

CASTELLANI, José. “O Rito Escocês Antigo e Aceito - História, Doutrina e Prática”. 2. Ed. São Paulo: A Trolha, 1995.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. “Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa”. 2. ed. 30. Impr. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira.

Fonte: http://cidademaconica.blogspot.com

terça-feira, 28 de julho de 2020

LOJA EM RECREAÇÃO

LOJA EM RECREAÇÃO
(republicação)

Em 23/10/2015 através do Respeitável Irmão Aquilino R. Leal do jornal semanal A Folha Maçônica do Oriente do Rio de Janeiro, membro da Grande Loja do Rio de Janeiro, me foi passada a seguinte questão formulada pelo Respeitável Irmão Francisco Jadson Miranda Viana, REAA, GLMRJ: 
aquilinoleal@ibest.com.br
jadson.miranda@gmail.com

Quando a loja em colocada em recreação, para um evento em que nele participarão profanos e depois retornando os trabalhos, por exemplo, O Livro da Lei é fechado, o Painel do Grau fechado e as colunas dos vigilantes movimentadas. A partir desse momento, recomenda- se que não se faça mais sinais.

A pergunta: Como a loja está "fechada", ou seja, com os trabalhos suspensos, o Mestre de Cerimônias continua tendo a obrigação de continuar circulando portando o bastão? Eu entendo que estando a Loja com os trabalhos suspensos e com a presença de profanos, os trabalhos ritualísticos estão suspensos, não se utiliza nenhum instrumento de trabalho. Perguntei a membros da comissão de liturgia e se enrolaram para me confirmar, pois fiz um reconhecimento conjugal em na Loja Vigilância no 1, em Niterói, e o Venerável, muito gentil, me passou o Malhete para dirigir os trabalhos e oficiar a cerimônia de reconhecimento conjugal. Após eu colocar a Loja em recreação o Mestre de Cerimônias me perguntou se ele deveria usar o bastão quando fosse chamar os convidados para adentrarem ao templo e eu disse que, como a Loja estava na condição de recreação e nenhum Irmão estava usando instrumento de trabalho, isso se aplicava a ele. Nesse instante um MI da Loja, muito deselegante, disse que o Mestre de Cerimônias tem que ficar o tempo todo com o bastão mesmo com a Loja em recreação. Para não contemporizar e estragar a egrégora aceitei, mas não me conformo.

Podes me ajudar?

CONSIDERAÇÕES:

Quando existir a possibilidade de que não iniciados adentrem ao recinto para assistir os trabalhos da Loja, o que acontece mesmo é que ficam, na presença deles, suspensos os Sinais.

Assim, no que diz respeito aos Sinais Penais maçônicos (Gut∴, Cord∴ e Ventr∴) revelados somente aos iniciados são apenas aqueles que possuem elo com as obrigações assumidas por ocasião dos juramentos que um maçom faz durante a sua Iniciação, ou quando dos seus respectivos aumentos de salário na Elevação e Exaltação (em se tratando do simbolismo do REAA). Desse modo esses Sinais é que são os verdadeiros segredos maçônicos, já que uma eventual revelação a respeito daria ao conhecedor desses, figuradamente o direito de ingressar nos trabalhos da Loja.

O que não se deve confundir com Sinal Penal - aqueles que exigem postura velada e à Ordem - é a atitude assumida por um protagonista com um instrumento de trabalho (malhete, bastão, espada, bolsas, etc.), ou as circulações por ocasião dos deslocamentos e ainda outros gestos secundários que, repito, não são Sinais em estado de segredo.

Infelizmente ainda existe o equívoco de se achar que determinadas posturas auferidas pelo uso do instrumento de trabalho são Sinais maçônicos. Dentro desse conceito cabe observar que não se faz sinal com um objeto de trabalho. Isso significa então que não se usa o objeto (instrumento) para com ele fazer o Sinal. Exemplo: um Mestre de Cerimônias não passaria o bastão na região gut∴, ou um Cobridor colocaria a espada nessa oportunidade sobre a garra∴, etc.

Assim sendo, como mencionado, as posturas assumidas em Loja com objetos de trabalho por dever de ofício, absolutamente não são Sinais maçônicos, daí, mesmo em presença de não maçons (não iniciados) nas sessões que assim permitam os seus comparecimentos, os usos desses utensílios são perfeitamente exequíveis e estão muito longe de revelarem qualquer segredo maçônico. Portanto nessas oportunidades (mesmo diante de profanos) usam-se normalmente os instrumentos ou objetos de trabalho na ritualística maçônica.

Aliás, todo esse embrolho ritualístico só existe porque como “latinos” que somos “inventamos”; a despeito de que muitos ainda adoram ficar se exibindo diante de não maçons em sessões e procedimentos fantasiados por alguns rituais, cujo objetivo nem mesmo se sabe bem o porquê (verdadeiras inutilidades), já na verdadeira e tradicional Maçonaria, essas “firulas” maquiadas como sessões maçônicas de reconhecimento, confirmações, brancas, pompas, etc., além de inexistentes, sempre foram perfeitamente dispensáveis. 

Diz a verdadeira da sabedoria da Arte Real: “na construção alegórica do Templo de Jerusalém não se ouvia de lá nenhum ruído das ferramentas ali empregadas”, então... A discrição é uma das virtudes elementares na edificação idealizada.

Já no que implica o uso do termo “Loja Fechada” mencionado na vossa questão, me parece não ser essa a expressão mais apropriada, senão a que mencione a suspensão de alguns procedimentos que porventura possam fazer revelações a não maçons - é o caso da execução do Sinal Penal que obrigatoriamente é feito sempre com a(s) mão(s), na presença de maçons e em Loja regularmente aberta.

No que diz respeito ao fechamento de uma Loja, a mesma para ser fechada regularmente ela deveria primeiro cumprir todos os procedimentos litúrgicos para tanto, o que me parece não ser esse bem o caso.

Se eventualmente no mesmo período ela (a Loja) viesse a ter novamente a volta dos seus trabalhos cobertos, vindo a Loja de estar fechada pelo tempo que se fizesse necessário, indispensável seria então que ela retomasse ritualisticamente a sessão conforme os usos e costumes, destarte em se mencionando que nenhuma Sessão maçônica pode ser aberta ou encerrada com um só golpe de malhete. Quem assim procede, ou mesmo rituais que assim possam prever, inquestionavelmente estariam cometendo um dos erros mais crassos em Maçonaria. Desse modo não caberia aqui o termo "Loja Fechada”.

É oportuno também mencionar que em se tratando do REAA, o termo “Loja em Recreação” é completamente desconhecido. Recreação numa sessão maçônica é prática de outra vertente da Maçonaria - a inglesa, já que o escocesismo (latino por excelência) é filho espiritual da França. Daí se existe essa possibilidade de metodologia no Rito em questão, o mais adequado mesmo seria o de ter na sessão os “trabalhos suspensos temporariamente”.

Dando por concluído, vale a pena antes trazer a baila dois aspectos importantes: o primeiro é aquele que infelizmente faz com que principalmente alguns Irmãos que pensam por serem detentores do título honorífico de Mestre Instalado (que não é grau), se arvorem independente de terem ou não razão, a deselegantemente (ou falta de educação mesmo) chamarem atenção de outros Irmãos diante da assembleia de Homens que se dedicam ao aperfeiçoamento moral e ético – como disse o Pregador, há tempo para tudo... O segundo aspecto é o que diz respeito à palavra “egrégora” por nada ter sobre ela mencionado, já que desconheço virtualmente o seu significado, principalmente nas lides maçônicas – sobre a dita, tenho a dizer apenas que consultando vários dicionários oficiais, nada encontrei até hoje algo que mencionasse o seu significado no nosso idioma vernáculo – palavra inexistente.

T.F.A. 
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.095 – Florianópolis (SC), segunda-feira, 27 de junho de 2016

REUNIÃO ADMINISTRATIVA

REUNIÃO ADMINISTRATIVA 
Sérgio Quirino Guimarães 
ARLS Presidente Roosevelt 025 

A maioria das Lojas acredita que as reuniões administrativas são para “Lavar Roupa Suja”, o que é exatamente o contrário. “Roupa Suja” se lava em reunião ritualística e SEMPRE com o Livro da Lei aberto. 

Desviando um pouco do tema, alerto aos Irmãos que não há lógica em fechar o Livro da Lei em determinadas situações. Vejo em algumas Lojas que durante uma palestra ou apresentação de trabalho, o Venerável Mestre manda que se proceda ao “fechamento”, por quê? Será que o Livro da Lei será ofendido pela movimentação do Palestrante ou o uso de equipamentos eletrônicos? Há também situações em que o assunto é complicado ou “pesado” e sempre aparece a sugestão de fechar o Livro da Lei. Meus Irmãos o Livro da Lei é fonte emanadora de Luz e boas vibrações, é um símbolo que nos remete ao respeito, fechá-lo é como fechar uma janela: Vai “escurecer” o ambiente! Retornemos ao tema original: A primeira reunião do semestre deve ser para planificar o que fará a Loja e quais serão as prioridades das reuniões. E são muitos assuntos que podem e devem ser tratados: 

1) Se a Loja já tem Aprendizes ou Companheiros que cumpriram o interstício, mas não receberam as instruções, prioridade então nesta obrigação; 

2) Se a Loja fará aniversário neste semestre, que bem antecipadamente se resolva como serão as comemorações; 

3) A estrutura física da Loja precisa de melhorias? Forma-se uma Comissão de levantamentos de gastos e fundos; 

4) A cidade a qual funciona a Loja, fará aniversário neste semestre? Que tal uma Sessão Pública comemorativa com a presença das autoridades municipais? 

5) Quando foi a última Iniciação? Há mais de 06 meses? Cuidado, não precisamos ser números, mas a Coluna da Força vazia enfraquece qualquer Oficina; 

6) Como vai encerrar o semestre que acaba de iniciar? Ora Quirino, nem começou ainda! Mas já está tarde para pensar no encerramento com um Banquete Maçônico; 

7) Como está a situação da Tesouraria? Tem fundos para cobrir as obrigações? Já tivemos cunhada que deixou de receber o seguro, porque a Loja do Irmão não estava em dia com o Fundo de Assistência Maçônica; 

As Reuniões Administrativas tem uma sistemática diferente: 

1) Não há abertura ritualística dos trabalhos. Todos os Irmãos se assentam no Ocidente (todos no mesmo nível); 

2) Como nenhum Maçom inicia uma nova tarefa sem antes invocar o auxilio do G.’.A.’.D.’.U.’., um Irmão fará uma pequena reflexão; 

3) Antecipadamente o Venerável Mestre fará com que os Irmão tomem conhecimento dos assuntos que serão tratados; 

4) Todos os assuntos são apresentados, as manifestações são livres e independentes de Colunas e ao final, votados; 

5) O Venerável Mestre é o observador do tempo das manifestações. São apenas TRÊS MINUTOS; a Maçonaria forma líderes, e lideres não são prolixos, se você gasta mais de três minutos para dar sua opinião é porque junto a ela esta a justificativa da opinião, o que é desnecessário; 

6) As Comissões devem ser formadas com apenas três Irmãos e dado a ela a autonomia de desenvolver os trabalhos. É de suma importância que se leve em questão as aptidões e conhecimentos dos Irmãos, INDEPENDENTE DE GRAUS; 

7) Cabe ao Venerável Mestre dar a seqüência do uso da palavra, quando o Irmão quiser se manifestar: deve levantar a mão e o V.’.M.’. quando encerrar os três minutos daquele que estiver falando, vai passando a palavra e já informar quem serão os dois próximos a se manifestarem; 

Pode parecer complicado, mas jamais esqueçam que a Maçonaria é sim uma Escola de Líderes; a liderança é desenvolvida por atividades que lhe ensinam a manter o foco, ser objetivo, pontual e comprometido com o grupo e as Reuniões Administrativas são oportunidades de treinamento e desenvolvimento de potenciais. 

segunda-feira, 27 de julho de 2020

PROCEDIMENTOS NO PROCESSO DE INICIAÇÃO

Questão que faz em 05/03/2020 o Respeitável Irmão Paulo Mota, Loja 21 de Abril, 82, sem mencionar o Rito, Grande Oriente do Paraná (COMAB), Oriente de Curitiba, Estado do Paraná.

PROCEDIMENTOS PARA INICIAÇÃO

Qual a ordem cronológica correta da iniciação? Ou melhor, a ordem do procedimento para a iniciação? Ou seja, desde o aceite do profano em integrar a Ordem.

Exemplo: Mestre Maçom, percebe as características no profano e deseja indica-lo, a partir desse momento, até sua iniciação qual a ordem? Primeiro a ficha preliminar, leitura em loja, edital, escrutínio?

CONSIDERAÇÕES:

A Iniciação de um proposto segue, na Maçonaria, as regras emanadas dos regulamentos da Obediência. 

A indicação de um novo membro para a Ordem é um fato que exige responsabilidade e prudência. Assim, a despeito dos dispositivos legais derivados dos regulamentos, é salutar que o padrinho, antes de abordar o futuro proposto, se certifique se o indicado possui de fato perfil para se tornar um maçom - obviamente levando-se em consideração de que quem indica, por ser um Mestre Maçom, conhece a contento os pormenores da Ordem nesse sentido.

No processo de indicação é recomendável que o futuro candidato não saiba ainda que está sendo observado. Nesse sentido, o futuro padrinho deve previamente levar ao Venerável Mestre a sua intenção. Assim o Venerável, sem mencionar o nome de quem propõe, dá conhecimento à Loja do nome ventilado e dá também o prazo para manifestações a respeito. Esgotado o tempo e não havendo nenhum impedimento, o nome do candidato é então lançado oficialmente na Loja, cujo processo passa a tramitar de acordo com o que exaram os regulamentos. Destaque-se que a prévia evita uma série de procedimentos desnecessários no caso de haver uma rejeição do candidato, inclusive a de que ele mesmo fique sabendo do acontecimento.

Em linhas gerais, o processo de iniciação se inicia a partir do momento em que alguém é pessoalmente convidado e preenche a proposta de admissão anexando a documentação exigida. Cabe salientar, entretanto, que na atualidade algumas Obediências estão disponibilizando aos interessados meios de contato àqueles que demonstram interesse em participar da Ordem – é também uma espécie de prévia, todavia oriunda do interessado a ingressar.

Aceito após a prévia, estando ele ciente, o nome do candidato, depois de passar pela comissão de admissão e graus da Loja, irá oficialmente para publicação no Boletim da Obediência e assim obedecendo aos prazos estipulados para impugnações, se for o caso. Decorrido o tempo estipulado por lei e não existindo nenhum impedimento, o Venerável Mestre então nomeia três Mestres Maçons da Loja para que efetuem as respectivas sindicâncias. Elas então concluídas e dentro dos prazos previstos, serão lidas em Loja aberta em sessão ordinária, ocasião em que, não havendo nenhum óbice, será realizado o Escrutínio Secreto. Se aprovado "limpo e puro" o candidato, o Venerável comunica à Loja quem foram os sindicantes e os nomes do padrinho e do irmão que abonou a indicação. Passo seguinte a Loja comunica à Obediência o resultado do processo e solicita o competente placet de iniciação do proposto. Expedido o mesmo, a Loja marca a data da Iniciação no limite de validade da autorização.

Por certo essa é apenas uma síntese desse processo, pois para cada fase dele existem trâmites que devem ser seguidos, destacando ainda a possibilidade de impedimentos e outros fatos naturais ao processo. Muitas Obediências já incluíram oficialmente a prévia de apresentação de candidato no processo de admissão, o que sem dúvida propicia agilidade ao andamento.

Em linhas gerais são esses os procedimentos adotados pelas Obediências, lembrando sempre que a prudência é uma das virtudes que sustentam as Colunas da Sublime Instituição. O papel do padrinho e dos sindicantes nesse processo é o verdadeiro segredo para o sucesso de uma Iniciação. 

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

DIFERENÇA ENTRE FILIAÇÃO E REGULARIZAÇÃO

DIFERENÇA ENTRE FILIAÇÃO E REGULARIZAÇÃO

Inicialmente, convém dizer que são institutos diversos, em que pese tratar ambos, de uma forma de Admissão ao quadro de uma Loja, sendo mais comum a INICIAÇÃO. 

Para nós do GOB dar-se:

Filiação: quando se tratar de Obreiro ativo pertencente ao quadro de Loja federada ao Grande Oriente do Brasil, e que seja portador de placet válido de Loja desta Federação ou de potência regularmente reconhecida, portanto, o a ser filiado encontra-se REGULAR.

Regularização: ocorrerá quando se tratar de Obreiros oriundos de instituições não reconhecidas pelo Grande Oriente do Brasil, ou que tenham seu placet vencido, sendo necessária nova tramitação de documentos (certidões)

Cabe destacar entretanto, que em ambas as hipóteses "irmão" já foi Iniciado, portanto, inaplicável em ambos os casos qualquer ato ou cerimônia relativa a Iniciação. Assim, considerando tal situação/condição, ele já deve entrar em Loja devidamente paramentado, obviamente observando-se as demais normas do GOB e o rito da Loja.

É o que diz o RGF, inclusive com as alterações produzidas em 2019, no seu Art. 3 °, incisos, I, II e III.

Fonte: https://artilheiro7.wixsite.com

domingo, 26 de julho de 2020

FOTO MAÇÔNICA DE DOMINGO

Por Géplu


Uma foto da Antiga Loja Maçônica Brethren, em Ontário, enviada por Henry, "tirada em uma viagem ao Canadá" ...

Se você também estiver perto de sua casa ou em uma viagem e perceber um prédio, um objeto maçônico ou uma decoração ou uma decoração semelhante a alvenaria, não hesite em nos enviar fotos com algumas explicações.

Esses "depoimentos" são muito populares entre os leitores do blog. (tradução livre)

Fonte: Blog hiram.be

CADEIA DE UNIÃO

CADEIA DE UNIÃO 
(republicação)

Em 26/10/2015 o Respeitável Irmão Sérgio P. Saraiva, sem declinar o nome da Loja, Obediência, Oriente e Estado da Federação, mencionando uma resposta dada, provavelmente sobre a Cadeia de União, formula o seguinte comentário e apresenta uma questão: 

Caro Irmão Pedro Juk, parabéns pelo seu comentário, porém em nossa Loja usa-se (SAÚDE, SABEDORIA E SEGURANÇA) ao término da Cadeia de União. O que o Irmão tem a dizer sobre essas palavras. Será que só se usa no REAA da GLESP, e no GOB não? 

COMENTÁRIOS:

Como eu tenho sempre comentado: não se trata de quem usa pronunciar uma tríade ao final da Cadeia de União. No que diz respeito ao Rito Escocês Antigo e Aceito a Cadeia de União somente é formada após o encerramento dos trabalhos da Loja e dela somente participam Irmãos do Quadro. 

No escocesismo a Cadeia somente é formada para a transmissão da Palavra Semestral e nada mais. Assim, em se tratando do Rito em questão, nela também não existem preces, evocações e outros artifícios do gênero assim como o a aclamação de tríades, sejam elas quais forem. 

Esses costumes, enxertados no REAA, são particularidades de outro Rito. Como por aqui ainda impera “o que se acha bonito”, ainda existem contradições inseridas em alguns rituais que misturam práticas e fazem do escocesismo uma sofisticada colcha de retalho – veja a origem dos rituais brasileiros a partir do Século XIX. 

Como não me foi informado o nome, o Rito e a Obediência da vossa Loja, caso ela não seja praticante do REAA, fica prejudicado qualquer comentário. 

É oportuno salientar, entretanto, que as minhas considerações se prendem à verdadeira tradição do Rito, embora eu saiba perfeitamente que por aqui existam ainda muitos rituais em vigência que exaram procedimentos a respeito até certo ponto equivocados. 

Quanto à tríade composta pelas palavras “Saúde, Sabedoria e Segurança”, se é que se pode comentar alguma coisa, o termo “Segurança” não me parece ser muito original na tradição maçônica, sobretudo em se tratando e uma aclamação por ocasião da Cadeia de União. 

Dando esses comentários por concluídos, um rito maçônico não é propriedade desta ou daquela Obediência. Infelizmente, o que verdadeiramente tem existido de há muito, são certos rituais descompromissados com a verdade história, isso além do péssimo costume que algumas Lojas têm de exacerbar equívocos como particularidade das suas próprias tradições – cada um quer fazer à sua maneira. 

T.F.A.
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.092– Florianópolis(SC), sexta-feira, 24 de junho de 2016

PÍLULAS MAÇÔNICAS

O ORGULHO DA MAÇONARIA

Sem dúvidas os Maçons têm orgulho de pertencerem a uma Instituição com o perfil da Maçonaria. Somos “bairristas” ao extremo, mas temos um enorme motivo para isso. Se não, vamos ver o que foi escrito por um escritor que não era Maçom, Jasper Ridley, em seu livro “Los Masones”, editado em 1999:
Na Idade Média, a Maçonaria Operativa era distinta pois tinha seus obreiros que eram diferentes, para melhor, de todas as outras classes de trabalhadores. Nos povoados os artesões faziam coisas, que os comerciantes compravam e vendiam. Os tecelões faziam panos, Os ourives faziam anéis e jóias, e os carpinteiros construíam casas de madeira para os habitantes locais. 
Mas os Maçons eram distintos! Trabalhavam a pedra, e eram muito poucos os edifícios feitos em pedra. Somente os castelos do Rei e daqueles Nobres a quem o rei havia dado permissão de construção. Igualmente para as Catedrais, Abadias e Paróquias. Então, os únicos empregadores dos maçons eram o Rei, alguns de seus Nobres e a Igreja, apesar de que algumas pontes também fossem construídas de pedra. A Ponte de Londres, a única sobre o Rio Tâmisa até no século XVII, foi feito a princípio de madeira, e em 1209 reconstruída em pedra, durando até 1832. 
Os Maçons viajavam e conheciam o “mundo” adquirindo conhecimentos, que são um forte fator de distinção entre os membros de uma comunidade. Eram qualificados e existiam dois tipos de Maçons: os “rústicos”, que cortavam as pedras para formarem a base e outras partes das construções e os mais habilidosos que talhavam as elegantes fachadas dos castelos e das catedrais. 
Viajavam muito, como já foi dito, mas não eram bandos de trabalhadores procurando serviço e, sim, requisitados com antecedência e disputadíssimos!
Como a Maçonaria Especulativa, que é a que praticamos hoje, teve como origem a Maçonaria Operativa com obreiros cuja função está descrita acima, temos que ter muito orgulho, mesmo!

Fonte: pilulasmaconicas.blogspot.com

QUAL A NOÇÃO DE LIBERDADE

QUAL A NOÇÃO DE LIBERDADE DO/NO RITO FRANCÊS?
Autor: Tiago Valenciano

Qual é a noção de liberdade no Rito Francês, isto é, quais foram as bases para que tal rito maçônico possuísse a liberdade enquanto princípio básico de sua constituição? Motivado por este questionamento, apresentamos este pequeno trabalho, no intuito de enfatizar um dos sustentáculos da filosofia maçônica: a liberdade. Para isto, percorremos o seguinte caminho: 1) a razão enquanto necessidade científica; 2) os ideais do iluminismo e a configuração do rito francês; 3) como, porque, onde e quando a liberdade surge como importante coluna na maçonaria.

Das propriedades humanas diferenciais dos demais seres dotados de vida terrena, a razão sem dúvida é a que qualifica-nos enquanto existência, isto é, a razão é um traço marcante dos homens. Mas, o que é a razão? Razão é pensar, atender a um raciocínio de forma lógica, com princípios que tornam válidos os argumentos apresentados. Razão é a faculdade humana que permite conhecer, interpretar e compreender o princípio e o fim das coisas, ou seja, é a capacidade de dar sentido àquilo que nos rodeia.

E quando surgiu a corrente racionalista? Foi no renascimento[1] europeu iniciado no século XIV na Itália e expandido pela continente a partir do Século XV que os ideais racionalistas tornaram-se sustentáculo para o desenvolvimento do pensamento humano. Pautando diversas transformações no modo de vida das pessoas, o renascimento contribuiu para aguçar a ruptura – no plano cultural, das ideias medievais e iniciar a Idade Moderna, caracterizada basicamente pela formação e desenvolvimento do capitalismo (em todos os sentidos).

Como expoentes do racionalismo filosófico, podemos salientar as figuras de René Descartes (1596-1650), Spinoza (1632-1677), Leibniz (1646-1716) e Immanuel Kant (1724-1804), ao passo que Max Weber (1864-1920) e Karl Marx (1818-1883) se destacaram no campo da Sociologia. Destes autores, Descartes foi quem se notabilizou pelos trabalhos desenvolvidos em diversas áreas do conhecimento. É atribuída a ele a frase “penso, logo existo”, bem como as quatro regras básicas de seu método, o método cartersiano[2]: verificar a existência dos fenômenos, analisá-los, sintetizar o estudo efetuado e enumerar as conclusões apreendidas. Do mesmo modo, Weber atribuía à razão a possibilidade de estudar a sociedade (fazer sociologia), procurando assim entender e interpretar a ação social, para explicar causalmente os efeitos desta na sociedade. Ou seja, para Weber estudar sociologia é compreender como são estabelecidas as relações sociais, estas para ele fundadas na racionalidade.

Pelo exposto, a razão caminha no conhecimento científico em todas as áreas – e, neste caso, destacamos a sociologia, campo do conhecimento que ganhou notoriedade a partir do século XVIII, com o surgimento das chamadas “revoluções burguesas” (A Revolução Industrial e a Revolução Francesa), ambas alterando significativamente o modo de vida das pessoas.

Foi durante a Revolução Francesa que os ideais do iluminismo ganharam destaque, isto é, a partir daí que a era da razão veio para “iluminar” a verdade ainda encoberta pela igreja, aliada aos Estados Nacionais. Com esta corrente, o conhecimento científico, comprovado, pode substituir o saber teocêntrico, voltado para as verdades de Deus e da igreja e, assim, despertar a busca incessante pela experiência e comprovação – que resultam na ciência, ou seja, a um conhecimento sistemático e demonstrado.

Concomitantemente com o ápice da corrente iluminista, a maçonaria funda suas bases em 1717, em seu período moderno ou especulativo espalhando-se pelo mundo desde então. Do mesmo modo, o Rito Francês surgiu em 1761 dentro do seio do Grande Oriente de França e influenciou diretamente na Revolução Francesa, pregando isoladamente com alguns maçons do rito a noção de liberdade diante do clero e da nobreza, que gozavam de poder excessivo na sociedade. Camargo (2005) esclarece o espírito do rito:

O Rito Moderno é fruto de uma época de valorização da liberdade e da igualdade, quando o poder do trono e da mitra foi questionado e o valor do ser humano exaltado, entendendo ainda em nossos dias que o maçom deve ter a faculdade de pensar livremente, de trabalhar para o bem-estar social e econômico de todo o cidadão, defendendo os direitos do homem e uma melhor distribuição de rendas (CAMARGO, 2005, p. 44)

Retomamos, então, o programa exposto neste trabalho: demonstramos ao longo dos anos a razão enquanto necessidade para a existência da ciência, bem como da influência desta no iluminismo e o prevalecimento do conhecimento científico para a existência do Rito Francês. Ainda falta um ponto a expormos: como, porque, onde e quando a liberdade surge como coluna na Maçonaria e, em especial, no Rito Francês.

A relação existente entre a liberdade e o Rito Francês é evidente. O espírito do rito prevê a liberdade de pensamento enquanto peça fundamental para a formação de um maçom. Ela surge por si só, fruto dos valores de uma época (acima expostos) e que constantemente deve ser relembrada, de geração em geração, para que a tirania e os opressores não acabem com esta excelente faculdade humana.

A liberdade deve ser cultivada no meio maçônico desde a propositura de um novo profano para ingresso na ordem, verificando o caráter e os valores do candidato – e não os aspectos religiosos e crenças pessoais, como o próprio rito prevê. Ela deve ser guiada pelo padrinho durante a formação do Aprendiz até ao grau de Mestre, demonstrando os caminhos a perseguir, mas jamais deixando de lado a liberdade do neófito em buscar, por si só, o conhecimento, pois:

O Rito Moderno é tradicionalmente reconhecido como o Rito dos Livres Pensadores, tem por princípio o respeito absoluto da liberdade de pensamento e consciência, proporcionando aos maçons o contínuo estudo em busca da verdade, reconhece que não detém a verdade, apenas motiva seus integrantes na sua busca incessante (CAMARGO, 2005, p. 65)

Será então a liberdade a mais importante coluna da maçonaria? Talvez seja, pois ainda que a liberdade do outro irmão termine quando começa a minha – em um claro princípio de tolerância maçônica, jamais será possível formar uma nova safra de irmãos com o espírito de LIVRES PENSADORES, que cultivem esta máxima em suas vidas. E, sem pensar e produzir uma nova maçonaria a partir dos ideais da ordem, cultivados pelos nossos antepassados, jamais a maçonaria feita hoje pensará na LIBERDADE do amanhã, sendo assim uma instituição filantrópica (amando a humanidade), filosófica (amando a sabedoria) e, sobretudo, PROGRESSISTA, não se confinando ao passado.

Bibliografia

ARLS FREDERICO CHALBAUD BISCAIA Nº 119 – RITO FRANCÊS. Ritual do 1º Grau Aprendiz Maçom. Maringá, 2010.

CAMARGO, Alexandre Magno. O Aprendiz no Rito Moderno. São Paulo: Outubro, 2005.

DESCARTES, René. Discurso do método. São Paulo: Abril Cultural, 1973. Col. Os Pensadores, vol. XV.

QUINTANEIRO, Tania; BARBOSA, Maria Ligia de Oliveira; OLIVEIRA, Márcia Gardênia Monteiro de. Um toque de clássicos: Marx, Durkheim e Weber. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009.

[1] Movimento cultural, marco que distingue o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna.

[2] Método este desenvolvido durante o livro “O Discurso do Método”

Fonte: https://pavimentomosaico.wordpress.com

sábado, 25 de julho de 2020

LUZES APAGADAS E CONDUZINDO O MALHETE

Em 04/03/2020 o Respeitável Irmão Sérgio Albuquerque Jr., Lojas Olhar Consciente, 3.843, e Basiléia, 4.109, REAA, GOB-SP, Oriente de São Paulo, Capital, apresenta as dúvidas seguintes:

LUZES APAGADAS E CONDUZINDO O MALHETE

Tenho duas questões que gostaria de sua resposta:

1. Em sessão de Mestre, é normal deixar as luzes todas apagadas para a sessão, onde está escrito?

2. Quando os vigilantes, a pedido do Respeitab∴ Mestre, saem percorrendo as Colunas na abertura da loja para verificar se todos são Mestres, é preciso portar o malhete? Da mesma forma, não encontrei na literatura.

Há uma terceira questão, sobre Aprendizes agora, no ritualistica.gob.org.br, há que colocar o novo Aprendiz, o que acho coerente, no topo da Coluna do Norte, mas nos rituais antigos ainda não, é já para fazermos isto?

CONSIDERAÇÕES:

A Loja trabalha em penumbra apenas no período que envolve a cerimônia de Exaltação. O ritual em vigência menciona quando a Loja deve assim proceder (página 100), todavia não menciona o retorno às condições normais de iluminação do recinto. Isso está sendo corrigido e irá em breve para o Sistema de Orientação Ritualística do GOB RITUALÍSTICA. 

Em síntese a Loja trabalha em penumbra num determinado momento que envolve a liturgia da Exaltação – a partir do ingresso do Comp∴ e o encerramento da teatral representação da Lenda de H∴ A∴. Passado esse trecho dos trabalhos, o espaço volta a ser iluminado normalmente. Esse retorno da iluminação é que não consta no ritual em vigência e está sendo corrigido. As luzes do ambiente devem voltar à normalidade assim que for encerrada a narrativa da Lenda. Observação – em nenhum momento da sessão apagam-se as luzes litúrgicas (as dos candelabros que ficam junto às Luzes da Loja). Isso também será melhor esclarecido no GOB RITUALÍSTICA.

Nas sessões ordinárias não se trabalha com a Loja em penumbra, ficando isso relegado apenas a uma parte da Sessão Magna de Exaltação, assim como na Sessão Magna de Iniciação durante o "fiat lux".

Não, pois o porte desse objeto apenas irá atrapalhar durante os procedimentos de verificação. Assim, nessa oportunidade os VVig∴ deixam sobre as suas respectivas mesas o malhete.

Sim, os Aprendizes iniciam a sua jornada junto à primeira Col∴ Zodiacal no topo da Col∴ do Norte (parede setentrional) a partir da constelação de Áries que marca o início da primavera no hemisfério norte da Terra. Dessa forma, o recém-iniciado lá deve ser colocado e não próximo a balaustrada que é o final da jornada do Aprendiz, ou seja, lugar daquele que está prestes a ser Elevado, quando irá cruzar o eixo em direção à Col∴ do Sul (da perp∴ ao nív∴).

Concluindo, todas as orientações e adequações constantes do Sistema de Orientação Ritualística em http://ritualistica.gob.org.br , criado pelo Decreto 1784/2019, devem ser aplicadas imediatamente sobre os rituais, até que os mesmos tenham uma nova edição (prevista futuramente).

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

AVENTAIS

Operative Royal Arch Apron Scotland - séc XVIII

AS COLUNAS DO TEMPLO NOS DÃO LIÇÕES DE VIDA

AS COLUNAS DO TEMPLO NOS DÃO LIÇÕES DE VIDA

Queremos nesta reflexão, trazer a tona, a experiência e o exemplo de vida de dois homens que viveram no período de aproximadamente (c. 1000 a.C.), ou no século que se seguiu o exílio babilônico (c. 450 a C.). O primeiro, foi um rico dono de terras na cidade de Belém; homem de fé, sábio, justo, piedoso, valente e poderoso. Estamos falando de Booz.

O livro Ruth Capítulo 2:1 “Tinha Noemi um parente do seu marido, senhor de muitos bens... homem valente e poderoso... O qual se chamava Booz”.
A história da sua vida esta no L∴ L∴ Registrada no livro Ruth. O livro é histórico, composto em prosa narrativa, que descreve a situação do povo pobre que estava vivendo sob o jugo do império Persa. No seu primeiro capítulo, o livro começa dizendo que “nos tempos em que julgava os Juizes...” (Rt 1:1) ouve um período de muita fome, e nesse contexto, conta a história de uma família da qual fazia parte o nosso personagem.

Foi escrito no pós-exílio babilônico e retrata a situação do pobre que era marginalizado, excluído, sofredor... Neste sentido, quando se reporta à época dos Juízes, quer-se principalmente, fazer memória do projeto igualitário, onde todos tinham acesso à terra, ao pão, e à vivência da fraternidade que permitia às pessoas de serem felizes com suas famílias (Josué 24:13 e Dt 6:10 -13).

Belém, cidade de Booz, significa “casa de pão”, Mas a realidade era o oposto do nome. Se não havia pão, deveria ter algum motivo para isso. Aí se refletem as causas que geram a fome do povo, ou seja, a estrutura injusta da época que não permitia que o povo tivesse o necessário para sobreviver. Algo muito parecido aos dias em que vivemos.

Booz fazia cumprir fielmente a lei dos Juizes de Israel, onde havia uma provisão legal dando aos pobres o direito de ir aos campos no momento da colheita e recolherem o necessário para passarem o dia. Essa provisão, obviamente, obrigava aos donos de lavouras a deixarem no campo, alguma coisa de resto, que eles chamavam de “rebusco” para que os pobres pudessem ali, colher o suficiente sustento diário das suas famílias.

Era costume de Booz, como homem bom, justo e solidário, instruir aos seus empregados a deixarem no campo, bem mais que a provisão da lei “para os pobres”.

Em. Ruth, Capítulo 4:13 e 17: “Assim tomou Booz a Ruth, e ela passou a ser sua mulher; coabitou com ela, e o Senhor lhe concedeu que concebesse, e teve um filho. 17... e lhe chamaram Obede. Este é o pai de Jaquim, pai de Davi”.

O segundo nome em destaque foi um homem de vida simples, agricultor e pastor de ovelhas. Foi também um homem bom, solidário e piedoso, pai de família exemplar. Homem Ungido por Deus (através do profeta Samuel) em razão do seu extraordinário caráter. Sua história esta registrada no L:. L:. Em (I Sm. 16:3 - 5). Estamos falando de Jaquim, o belemita, pai de Davi e avô de Salomão.

Em I Crônicas 2:12 e 15 ‘c’ diz: “E Booz gerou a Obede, e Obede gerou a Jaquim... e jaquim gerou... Davi, o sétimo”.

Pois bem, quero salientar que nos chama atenção na vida desses dois homens, as suas ações em favor dos seus semelhantes, em favor dos mais humildes e menos favorecidos; a disponibilidade, a prontidão, a voluntariedade, à vontade de fazer e de ver acontecer. No primeiro caso, Booz, já fazia a diferença ao cumprimentar os seus serviçais. No L∴:. L∴, em Ruth 2:4 diz: “Eis que Booz veio de Belém e disse aos seus segadores: O Senhor seja convosco! Responderam eles: O Senhor te abençoe!”

Percebem o tratamento? É fantástico! Um homem rico, senhor de muitos bens, poderoso, e que trata com justa igualdade, com humanidade fraterna refinada respeito e carinho aos seus serviçais. “O termo Senhor de muitos bens” em hebraico, designa, normalmente, um guerreiro notável, (como Davi o foi), mas aqui significa uma pessoa poderosa (que detém a força e o poder), e muito bem conceituado na sociedade de sua época, Booz era reconhecido também como o ” resgatador “aquele que regata, que traz de volta”. Era um homem que estava sempre pronto a servir, contribuir e agir em favor dos mais fracos.

No segundo caso, Jaquim, diferente de seu avô Booz, foi um homem de poucas posses, porém, sempre preocupado com o bem estar de sua família, do seu país, dos seus amigos e dos menos favorecidos. O L:. L:. Em I Samuel, 17:17-18 fundamenta bem o que estamos dizendo.

Jaquim, mesmo já tendo todos os seus valentes filhos nas frentes de batalha, em guerra contra os filisteus, não encontrou nenhum empecilho para enviar seu filho mais moço (Davi) ao rei Saul, quando este o solicitou. Ficou sem o seu valente Pastor de ovelhas, para enviar e consolar a tristeza do rei, o melhor músico (tocador de harpa), que se tinha notícia. O L:. L:. em I Samuel 16:17-21, fundamenta bem isso. Davi Certamente seguia o bom exemplo do seu avô Booz. Logo, Podemos deduzir que não foi sem razão e motivos, que o Sábio Salomão, ao construir o templo, não titubeou em homenagear ao seu avô e tataravô nas duas colunas que mandou erguer para ornamentar e embelezar a entrada do templo.

No L:. L:. em I Reis 7:15 e 21 diz: 15 – “E formou duas colunas de cobre... 21 – Depois, levantou as colunas no pórtico do templo; tendo levantado a coluna direita, pôs-lhe o nome de Jaquim; e, tendo levantado a coluna esquerda, pôs-lhe o nome de Booz. Em II Crônicas 3:15, também esta registrada a homenagem”.

A lição de vida que podemos aprender com os nossos personagens e Irmãos do passado é, exatamente através do que eles tinham em comum. Não obstante um ser muito rico e poderoso, e o outro ser de classe média, visto ser apenas um pequeno agropecuarista criador de ovelhas, o que faziam deles iguais eram o caráter, a dignidade, a solidariedade, a voluntariedade, a prontidão, à vontade e o querer, levado à ação de ver acontecer, de fazer a diferença no mundo de sua época, tão injusto e carente. Qualidades necessárias e imprescindíveis na vida de um Maçom.

O Sábio Salomão com a justa homenagem prestada a seus digníssimos parentes nas colunas do templo nos dá a dica necessária de aprendizado, quando conseguimos discernir e entender que através dos homenageados, as colunas simbolizam entre outras coisas, a quebra da barreira social, cultural e racial, objetivando o agrupamento de indivíduos das diferentes classes, raças e culturas da sociedade local e global; na busca do entendimento, da razão de viver, da amizade, da paz, da liberdade, fraternidade e solidariedade entre os povos.

Assim, meus IIr:. O sábio rei Salomão através dessas colunas, esta nos dizendo que, Ao adentrarmos em nossos templos (neste augusto templo), devemos pensar como Jaquim e Booz. Ou seja, ao passarmos por entre colunas, deve ficar para traz as nossas diferenças sociais e culturais, os nossos títulos e as nossas vaidades, nos tornando a partir delas, todos iguais, verdadeiros irmãos, cuidadosos e zelosos uns pelos outros; como que, um por todos e todos por um. 

Quero pensar que entre outras simbologias que as nossas colunas possam ter, esse ensinamento é verdadeiro, e deve ser uma realidade constante nas nossas vidas.

O sábio rei nos indica ainda, que é no templo, entre colunas o lugar apropriado para desbastar e polir a nossa pedra bruta, onde aprendemos a filosofia de vida dos nossos antepassados, e os ensinamentos dos mestres do nosso tempo, onde inteiramos uns com os outros, na busca do pleno conhecimento filosófico da nossa ordem, visualizando como Jacó, o topo da escada estendida a cada um de nós, rumo à plenitude final da nossa caminhada.

E por fim, o sábio Salomão nos indica pelo exemplo de vida e cidadania deixadas pelos seus parentes homenageados, que é lá fora, no mundo profano, entre os poderes constituídos, na política, nas organizações, nos negócios, em nosso lar, na criação e no tratamento dos nossos filhos e nossas esposas, e, principalmente entre os mais humildes, os pobres e miseráveis, os excluídos e desassistidos, que nós precisamos mostrar quem somos, porque somos e a quem servimos. É lá, que precisamos ser o “sal da terra e a luz do mundo” é lá que os bons exemplos deixados por Jaquim e Booz, e outros bons maçons que já foram e os que ainda vivem, precisam ser seguidos. Sem nenhuma pretensão de sermos diferentes, mas com objetivos bem definidos, traduzidos em ação o nosso aprendizado e convivência, para fazermos a diferença, neste mundo tão injusto, tão desigual e que precisa muito de cada um de nós.

“Devemos tratar com desigualdade os desiguais, na medida em que eles se desigualam” (Rui Barbosa)

Que o Deus Eterno, criador do Céu e da Terra, Grande Arquiteto do Universo nos abençoe a todos.

Adalvo Ribeiro de Araújo,

A∴M∴, A∴R∴L∴S∴ Suprema Razão Nº25, Porto Velho, Rondônia - Brasil

Fonte: https://focoartereal.blogspot.com