Páginas

quarta-feira, 30 de junho de 2021

CONFECÇÃO DO BRASÃO DE UMA LOJA MAÇÔNICA

Em 03.10.2020 o Respeitável Irmão Juliano Faria de Souza, Loja Liberdade e Amor, REAA, GOB-MG, Oriente de Cássia, Estado de Minas Gerais apresenta a seguinte questão:

BRASÃO DA LOJA

Existe alguma regra para se confeccionar um Brasão de uma Loja? Por exemplo, tem alguns símbolos que devem estar contidos nele?

CONSIDERAÇÕES:

A ciência e a arte de descrever brasões denomina-se “heráldica” e foi desenvolvida na Europa por volta do século XII. Essa ciência surgiu com o desiderato de distinguir os personagens, principalmente, que eram simbolizados por escudos. Em síntese o escudo tem a função de identificar.

De modo acadêmico, o brasão deve estar em acordo com uma descrição escrita (memorial), na qual é dada uma linguagem própria, conhecida como linguagem heráldica.

Desse modo, o escudo, ou brasão, representa o conteúdo dessa descrição escrita. O ato de representar e desenho deve seguir uma série de regras mais ou menos estritas.

Em se tratando de Maçonaria, o brasão de uma loja maçônica é um desenho especificamente criado com a finalidade de identificar a Corporação (Loja). A elaboração do brasão, por conseguinte, segue as leis da heráldica, pelo que se sugere pesquisar esse termo e as suas regras.

É de bom alvitre também, que para a confecção de um escudo para Loja, seja feita uma consulta a respeito junto à Grande Secretaria da Guarda dos Selos da Obediência solicitando orientações.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com

Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

MINUTO MAÇÔNICO

TRIÂNGULO EQUILÁTERO - 2º

1º - Cada um dos seus lados tem o seu próprio simbolismo maçônico: o da direita simboliza o Amor, o da esquerda a Beleza e o da base a Justiça.

2º - O triângulo tem uma figuração e um simbolismo muito extenso, exprimindo a primeira manifestação da Divindade e a manifestação maternal e representando a unidade e a triplicidade de Deus, ou seja Vontade, Sabedoria, Inteligência.

3º - Em geometria, uma linha não pode representar um corpo absolutamente perfeito. Também duas linhas não constituem uma figura demonstrativamente perfeita.

4º - Mas três linhas formam, pela sua junção, o triângulo ou a primeira figura regularmente perfeita, e é por isso que ainda serve para caracterizar o Eterno que, infinitamente perfeito em sua natureza, é, como criador universal, o primeiro ser, e por conseguinte, a primeira perfeição.

5º - No meio está o Iod hebraico (inicial de Jehovah), espírito animador ou o fogo, princípio gerador representado pela letra G, inicial da palavra Deus nas línguas do norte e cuja significação é geração.

Fonte: http://www.cavaleirosdaluz18.com.br

A CIRCUNVOLUÇÃO DO HOSPITALEIRO

A CIRCUNVOLUÇÃO DO HOSPITALEIRO

A Circunvolução do Tronco de Beneficência é a demonstração efetiva de um exemplo do conjunto de símbolos, os quais constituem os ensinamentos ocultos das mensagens filosóficas da Maçonaria…

APRESENTAÇÃO

Acredito que todos os Irmãos ainda tenham gravado na retina de seus olhos, os primeiros passos de seus filhos, a forma descompassada, tentando se equilibrar nas pontas dos pés, normalmente com os olhos arregalados e boquiabertos, com um sorriso esplêndido estampado no rosto, ao atingir o seu objetivo, o colo de seus pais que os aguardavam de braços abertos.

Da mesma forma, os três passos, que me introduziram no cerne desta Ordem, são inesquecíveis, a respiração ofegante, as pernas trêmulas, o coração disparado, demonstrando não um nervosismo, mas sim a satisfação de um sonho realizado, além da certeza de que me foi dado a maior oportunidade da minha jornada neste plano.

Assim, ao ver os meus Irmãos caminharem no interior do Templo, ostentando na face uma satisfação em poder fazê-lo, me faziam imaginar como me comportaria quando chegasse a minha vez, tinha a consciência de que iria demorar a vivenciar esta emoção. Grande engano.

Como se fosse o inicio de uma grande “conspiração do Universo” a meu favor, fui convidado carinhosamente pelos Irmãos, para fazer uma visita a A∴R∴L∴S∴ Segredo Eterno, e assim o fiz.

Esta foi a minha primeira visita a uma Loja, e com que satisfação, fui por eles recebido, sem sombra de dúvidas, acabava de receber mais um grande presente para ficar gravado para sempre na minha memória.

Neste dia o Irmão Mestre de Cerimônias, dirigiu-se em minha direção e ofereceu-me uma Joia estendida em sua mão, e um brilho de felicidade no rosto, e disse enfaticamente:

“Hoje você é o Hospitaleiro”.

Inicialmente fiquei surpreso, relutei um pouco, mas no fundo, agradecia ao G∴A∴D∴U∴, a sublime oportunidade que estava me dando.

Sentia-me como aquela criança que chegou aos braços de seus pais após o intento dos seus primeiros passos, isto é, embebido de uma alegria infinda.

Iniciaram-se os trabalhos, e lá estava eu, sentado com uma Joia no pescoço, feliz, observando a tudo e a todos. Cada batida do malhete, me fazia saltar da cadeira, e não conseguia me concentrar, esperava ansiosamente a minha vez de praticar o meu ofício.

Então chegou a hora, seguindo o pedido do Venerável Mestre, para circular o Tronco de Beneficência, passei a cumprir o meu Oficio Ritualisticamente.

O Mestre de Cerimônias me acompanhou até eu ficar entre colunas, durante o percurso falava mansamente que tudo iria dar certo, era como que ensinar o filho a andar de bicicleta, tinha a certeza que tudo ia dar certo, eu confiava nele pelo brilho dos seus olhos.

À medida que caminhava observava, que cada um dos Irmãos que fazia a sua contribuição, me sorria, como que dando os parabéns, o Irmão Delegado, apertou os meus punhos com um semblante de criança, sorrindo, como que estivesse me abençoando, foi gratificante.

Assim, através das duas Instruções que recebi como Aprendiz, e dos exemplos dados pelos meus Irmãos, aprendi que fazer por fazer, é o mesmo “edificar a nossa casa sobre a areia”, ou seja uma beleza passageira, desta forma com o objetivo de consolidar esta oportunidade por mim vivenciada, junto de meus Irmãos, em forma de conhecimento, me foi proposto à realização deste trabalho o qual eu o abracei com muito carinho e gratidão, e também tomei a liberdade que me é facultada, para fazer deste, uma oportunidade de poder externar a emoção de um Aprendiz imensamente grato ao G∴A∴D∴U∴, por ter me dado a oportunidade de compartilhar desta grande fraternidade a qual posso dizer de corpo e alma, que é Justa e Perfeita.

INTRODUÇÃO

O Livro Sagrado nos apresenta personagens marcantes, pelas atitudes e pelos ensinamentos que transmitem. Alguns mais céticos acreditam que os relatos são apenas bibliografias de homens sagrados, deixando de lado os ensinamentos os quais muitas vezes estão ocultos, nos verbos, substantivos e até mesmo, na forma de relatar sobre revelações divinas, deixando aqueles que apenas veem apenas com os olhos da cara, estagnados a um conjunto de palavras que apenas são ditas e não sentidas.

Salomão é um exemplo deles, primeiro porque teve a oportunidade de dar continuidade e aperfeiçoar o trabalho de seu pai, segundo pela realização de um sonho. Como toda realização de nossos projetos de vida, Salomão primeiro criou seus objetivos, planejou e executou-os, assim o fez, passo a passo.

Primeiro conquistou a paz ao redor do seu Reino, depois, criou critérios para administrar a coleta dos alimentos de uma forma justa e sem provocar dificuldades ao seu povo.

Após, estas duas etapas, Salomão sonhou com Deus, e lhe pediu Sabedoria, e que soubesse discernir entre o bem e o mal, para que pudesse cuidar do seu povo. E Deus disse-lhe que pelo fato de não pedir riquezas daria mais do que Sabedoria, lhe daria também Inteligência infinda para que soubesse discernir entre o bem e o mal.

A sua Sabedoria foi colocada em prova pela primeira vez, quando Salomão teve que solucionar uma situação onde duas mulheres diziam-se mãe do mesmo filho. Com a finalidade de solucionar este impasse, Salomão ordenou que a criança fosse cortada ao meio, e que cada uma ficasse com a metade da criança. Uma das mulheres de imediato pediu para que a sentença não fosse concretizada, ela lhe pede para que desse a criança para a outra, pois apesar do sofrimento que teria por não estar junto de seu filho, ela se contentaria em apenas vê-lo crescer.

Desta forma Salomão pode perceber quem era a mãe verdadeira, e castigou a impostora. Após ter superado todas estas situações, Salomão resolveu então construir o Templo Sagrado. Escreveu para Hiram, pedindo que este lhe enviasse as pedras necessárias para a construção o Templo, e relata que teria condições de pagar pela mão de obra dos construtores.

Hiram assentiu em relação às pedras, quanto ao pagamento de seus construtores, disse a Salomão que não precisava pagá-los, e sim alimentá-los, e acolhê-los, em outras palavras, deveria hospedá-los.

Este ensinamento nos conduz a refletir que para construir-se um Templo, é necessário ter a paz interior, e no meio em que se vive, ter a Sabedoria para resolver as situações que a vida nos apresenta, buscando apenas a justiça e Inteligência para discernir entre o bem e o mal, desvencilhando-se das vaidades.

Contudo, isto não bastaria para a sua edificação, é necessário antes de tudo ser um Hospitaleiro, ou seja, aquele que faz a caridade.

É com esta consciência que devemos estudar com muita atenção os passos do Hospitaleiro, que deve antes de qualquer coisa ter Sabedoria e Inteligência, para discernir entre o bem e o mal, no ato da sua caridade, para evitar prejudicar o seu próximo tornando-o um indivíduo acomodado apenas na espera da ajuda.

ESTUDO

O Hospitaleiro tem o seu lugar situado no Norte do Ocidente, à frente do Tesoureiro.

Após a solicitação da circulação do Tronco (palavra derivada de “Tronc” do francês que significa “Caixa de Esmolas”) de Beneficência, o mesmo é conduzido pelo Mestre de Cerimônias para ficar entre Colunas, com a Bolsa junto ao seu corpo do lado esquerdo, e ali fica até que o Primeiro Vigilante lhe determine o inicio da sua circunvolução.

A circunvolução pode ser executada de duas formas: a primeira, ritualisticamente, e a segunda de maneira informal, realizada de acordo com a solicitação do Venerável Mestre.

A circunvolução realizada Ritualisticamente, procede da seguinte maneira:

Partindo das colunas o Hospitaleiro, caminha-se:

1º – em direção ao Oriente, até o Venerável Mestre (sabedoria – Sol);

2º – em direção ao Norte do Ocidente, até o Primeiro Vigilante (força – Lua);

3º – em direção ao Sul do Oriente, fazendo um giro pelo quadro do grau, indo até o Segundo Vigilante (beleza – Zênite).

Assim completa-se a construção do primeiro Triângulo que representa a Espiritualidade.

4º – em direção ao Norte do Oriente, em direção ao Orador (Arcturus);

5º – em direção ao Sul do Oriente, em direção ao Secretário (Spica) e após;

6º – em direção ao Sul do Ocidente, em direção ao Cobridor Interno (Antares).

Assim completa-se o segundo Triângulo que representa o Materialismo.

Esta circunvolução, forma a figura entrelaçada de dois Triângulos Equiláteros, representando uma Estrela de Seis Pontas, tendo um de seus vértices voltado para cima, e o outro para baixo, sendo a mesma conhecida por Estrela de Davi no Judaísmo, ou Estrela Flamejante no Rito de York, a qual está representada na Abobada do Templo acima do Segundo Vigilante.

Os próximos passos caracterizam que a circulação do Tronco de Beneficência ocorre respeitando a Hierarquia Maçônica dos presentes, assim a circunvolução ocorre da seguinte forma: O Hospitaleiro, dirige-se ao Oriente: Primeiro Diácono, Mestres e Autoridades acomodadas ao Norte do Oriente, Mestres e Autoridades acomodadas ao Sul do Oriente, Mestre de Cerimônias, Chanceler, Mestres acomodados ao Sul do Ocidente, Segundo Diácono, Mestres acomodados ao Norte do Ocidente, Tesoureiro, faz o giro pelo Painel Simbólico do Grau, e caminha em direção ao Sul do Oriente até os Irmãos Companheiros, caminha em direção ao Norte do Oriente em direção aos Irmãos Aprendizes, faz o giro pelo Painel Simbólico do Grau e segue em direção ao Cobridor Interno, posta-se entre colunas e entregando-lhe a bolsa para que ele possa fazer a sua contribuição, após ainda entre, comunica que o Tronco de Beneficência foi circulado.

Quando então recebe a instrução para que o mesmo seja entregue ao Tesoureiro.

Então o mesmo entrega o Tronco de Beneficência ao Tesoureiro e este retira o montante arrecadado, na presença do Hospitaleiro, sendo então devolvida a Bolsa a ele para confirmar se a mesma está completamente vazia, aguarda a contagem do numerário arrecadado, até o momento em que o Tesoureiro comunica ao Orador, o total do valor auferido, completando assim a Circunvolução Ritualística do Tronco de Beneficência.

A circunvolução do Tronco de Beneficência, sem formalidades, ocorre da seguinte forma:

1º – Venerável e demais Irmãos que ocupam o assento no Altar;

2º – Demais Irmãos do Oriente, com início pelos Irmãos acomodados ao Norte do Oriente;

3º – Primeiro Vigilante, e demais Irmãos da Coluna do Norte;

4º – Segundo Vigilante, e demais Irmãos da Coluna do Sul; e

5º – Próprio portador do recipiente, antes de chegar entre Colunas.

CONCLUSÃO

A Circunvolução do Tronco de Beneficência é a demonstração efetiva de um exemplo do conjunto de símbolos, os quais constituem os ensinamentos ocultos das mensagens filosóficas da Maçonaria.

O início da Circunvolução no Venerável Mestre, representado pelo Sol, significando que a Luz da Sabedoria Caminha para o Oriente, o segundo ponto, o Primeiro Vigilante, representado pela Lua, que ao emanar o seu brilho, representa o espelho da sabedoria emanada pelo Oriente, proporcionando-lhe força infinda, como a que a própria Lua tem para mover Oceanos, ou proporcionar os movimentos de contração da gestante para a chegada de uma nova vida ao nosso mundo.

O encontro destes dois pontos forma uma reta, que pode simbolizar a dualidade, por exemplo podemos citar o Divino e o Material, o Dia e a Noite, demonstrando que o homem, originariamente tem o seu mundo representado de forma binária, cabendo o seu progresso, na busca da evolução da compreensão do mundo divino com a sua aplicabilidade ao mundo material, em outras palavras, viver o mundo material cônscio da existência do mundo espiritual.

O trajeto percorrido do Primeiro Vigilante, representado pela Lua, ao Segundo Vigilante, representado pelo Zênite, forma uma reta a qual compreende o tempo de trabalho do maçom, do meio-dia em ponto (Zênite) à meia-noite.

O Triângulo Equilátero, formado pela união desses três pontos, determinam um espaço, com características matematicamente esotéricas, com três retas iguais (lados iguais), três ângulos iguais, mostrando que devemos ser iguais por dentro e por fora, entretanto seguindo os conceitos matemáticos que a soma dos ângulos internos de um triângulo deve ter 180º, cada vértice tem 60º, com isto, para manter a forma equilátera do mesmo se uma reta de um vértice ao outro for aumentada, os outros dois lados também deve crescer, aumentando a área interna, portanto, para ocorrer um crescimento externo, devemos crescer interiormente, e por isto o Triângulo Equilátero é considerado como um símbolo da Perfeição, Harmonia e Sabedoria, e consequentemente, do celestial e Divino.

O segundo Triângulo, representa o retorno do Ocidente ao Oriente, uma das viagens simbólicas de nossa iniciação, tendo o vértice inicial no Orador, observamos que ele representa a união do Mundo Espiritual, ao Mundo Material, de acordo com as Leis do Universo.

Representado pela estrela Arcturus, significa o Guardião do Oriente.

A jornada do Orador ao Secretário constitui a primeira reta, que é à base do novo Triângulo a ser formado. Esta reta pode representar o registro das Leis para a sua aplicabilidade no mundo material.

O trajeto percorrido do Secretário ao Cobridor Interno forma uma reta onde fica caracterizado que as Leis ditadas pelo Guardião do Oriente (Orador) devem ser praticadas pelo Guardião do Ocidente (Cobridor Interno).

O Cobridor Interno tem como estrela regente a Estrela Antares, pelo fato do mesmo ser o responsável por garantir a fronteira entre o mundo Iniciático do Profano, concluído assim o segundo Triângulo Equilátero.

Segundo a literatura, o cargo de Cobridor é tão importante e deve ser assumido por uma pessoa de profunda sabedoria, que este ofício deve ser assumido pelo último Venerável Mestre.

O Primeiro Triângulo é formado sem ultrapassar os Trópicos de Capricórnio e o de Câncer, sendo este trajeto o mesmo percorrido pelo Sol desde o seu Nascimento no Oriente até o seu ocaso, e o inicio da construção do Segundo Triângulo se dá na saída do Ocidente ao Oriente, coincidente com a Primeira Viagem da Iniciação do Neófito.

Podemos dizer ainda que o primeiro Triângulo representa Salomão, pela sabedoria implícita no seu cerne, e o Segundo representa Moisés por tratar das Leis do nosso mundo.

A estrela formada tem um vértice voltado para cima (Salomão), e o outro voltado para baixo (Moisés), deixando subentendido o legado de Hermes Trismegisto na fabulosa obra Tábua de Esmeralda: “O que está embaixo é como o que está no alto e o que está no alto é como o que está embaixo, para produzir os milagres de uma coisa só”.

O restante da circunvolução por ser realizada em ordem hierárquica nos transmite o ensinamento que devemos respeitar as Leis aplicadas pelo Universo ao nosso mundo, e ter a humildade de reconhecer que tudo tem a sua sequência e hora para se concretizar.

Assim podemos concluir que devemos ter olhos para ver, e ouvidos para escutar, devemos alimentar a chama da vontade de aprender acesa para ampliar nossos conhecimentos, nos destituindo de preconceitos e vaidades, para que possamos assim evoluir, e estas condições caracterizam a importância do Aprendiz na nossa Augusta Instituição, deixando claro que mesmo com o aumento salarial, devemos ter a consciência de aprender constantemente, pois o fato de aprender é inerente ao grau ocupado pelo Maçom, o qual apenas serve para discernir uma hierarquia material.

Ir∴ Ronaldo José Pereira
A.’.R.’.L.’.S.’. Conselheiro Crispiniano – GOP
Or∴ Guarulhos – SP.
Remessa do Irm Joel Affonso
09.12.2013

BIBLIOGRAFIA
  • Compêndio Litúrgico 4a Edição – 1999.
  • Ritual de Aprendiz Maçom Rito Escocês Antigo e Aceito 2002.
  • Regimento Normativo 1999.
  • Manual do Aprendiz. Aldo Lavagnini (Magister). Editora Dag.
  • Consultório Maçônico V. José Castellani. Editora Maçônica “A Trolha”–1997.
  • Cadernos de Pesquisa Nº 16. A Maçonaria e as Religiões: Reflexões necessárias para os Maçons Conscientes.
  • Fadel David Antonio Filho. Editora Maçônica “A Trolha” – 1997, págs 137-144.
  • Circulação em Loja. Antonio Carlos Maciel Cunha. Trabalho apresentado em Tempo de Estudo da A∴R∴L∴S∴ Conselheiro Crispiniano em 2002.

terça-feira, 29 de junho de 2021

NA FALTA DO VM QUEM DIRIGE A SESSÃO MAGNA?

NA FALTA DO VM QUEM DIRIGE A SESSÃO MAGNA?
(republicação)

Questão apresentada pelo Respeitável Irmão Cláudio Rodrigues, Harmonia, 26, Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, Rito Escocês Antigo e Aceito, Oriente de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais. 
voclarodrix@yahoo.com.br 

Solicito-lhe o esclarecimento: Em Sessão Magna de Elevação e na falta do Venerável Mestre, por acidente de última hora, e não havendo nenhum Ex-Venerável Mestre a Sessão deve iniciar ou ser prorrogada?

CONSIDERAÇÕES:

A questão é a seguinte. Nos ritos que possuem o ato da consagração (sagração) este só pode ser realizado pelo Venerável Mestre que foi instalado (posse) na cadeira do dirigente da Loja. 

Por assim ser, a Espada Flamejante como um dos instrumentos de trabalho do Venerável só pode ser por ele empunhado. 

Como todo Venerável Mestre é um Mestre Instalado, por extensão todos os Ex-Veneráveis serão sempre Mestres Instalados. 

Tradicionalmente em uma Sessão que por ventura não esteja presente o Venerável, quem o substitui precariamente é o Primeiro Vigilante. Se a Sessão for Magna de Iniciação, Elevação ou
Exaltação o ato da consagração fará certamente parte dela. 

Daí, estando presente um Mestre Instalado da Loja e não sendo o Primeiro Vigilante um Ex-Venerável, esse Mestre Instalado fará a consagração.

Não estando presente nenhum Mestre Instalado da Loja na oportunidade a Sessão não deverá ser realizada.

Cabe apenas a um Mestre Instalado da Loja, pois é ele que constituirá o Grau ao Obreiro como parte integrante da Oficina que, por extensão, pertence à Obediência detentora do governo das Lojas jurisdicionadas. 

Ainda mais dois esclarecimentos importantes:

1 – Pelo costume de que somente um Mestre Instalado poderá empunhar a Espada Flamejante, é que a mesma ficará sobre um escrínio ou almofada. Essa conduta faz com que seja desnecessário ser o Irmão Porta Espada um Mestre Instalado, pois quando por dever de ofício esse Oficial conduzir a Espada, ele não tocará no objeto, porém no recipiente em que ela estará pousada.

2 – O ato da consagração ou sagração em Maçonaria significa conferir dignidade ao Grau. Essa ação não corresponde ao sentido de sagrar com santidade, ou tornar santo (religioso) o ato. O mesmo se aplica às tais “Sagrações de Templo” que nesse caso conferem dignidade ao espaço (Sala da Loja). Ainda no ato de consagração nos respectivos graus no Rito Escocês Antigo e Aceito, é o único caso em que uma espada tradicionalmente será empunhada pela mão esquerda do portador, porquanto a sua direita estará segurando o malhete para o desempenho do ato. 

T.F.A.
PEDRO JUK
jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 475 Florianópolis (SC) 16 de dezembro de 2011.

CANTEIROS - OS TALHADORES DE PEDRAS DA IDADE MÉDIA

CANTEIROS - OS TALHADORES DE PEDRAS DA IDADE MÉDIA
Por Albert Mackey
Tradução José Filardo

A história da origem e evolução da Irmandade de Talhadores de Pedra (Canteiros) na Europa, durante a Idade Média é de grande importância como um estudo para o erudito maçônico, devido à íntima ligação que existia entre aquela Irmandade e a Fraternidade de Maçons. Com efeito, a história de uma é simplesmente a introdução à história da outra. Em uma digressão histórica, somos compelidos a assumir a ciência especulativa onde descobrimos que a arte operativa a deixou. Assim, quem quer que se dedique a escrever uma história da Maçonaria, deve dar, para a realização do seu trabalho, uma consideração integral à Irmandade dos Canteiros. No ano de 1820, um trabalho foi publicado em Leipzig, na Alemanha, pelo Dr. Christian Ludwig Steiglitz, sob o título de “Von Altdeutscher Baukunst“, isto é, “Ensaio sobre a Arquitetura Alemã Antiga”. Neste trabalho, o autor traça com grande exatidão a ascensão e o progresso das fraternidades de Canteiros desde os primeiros tempos, através da Idade Média, até a sua absorção final pelas associações de Maçons. A partir dos trabalhos do Dr. Steiglitz, confrontado com algumas outras autoridades em relação a assuntos sobre os quais ele é silencioso ou errôneo, compilei o seguinte esboço.

segunda-feira, 28 de junho de 2021

SINAL DO COMPANHEIRO

SINAL DE COMPANHEIRO
(republicação)

Em 23/04/2016 o Respeitável Irmão Fausto Belem, Loja Flórido Abrão, 3.246, REAA, GOB-PR, Oriente de Contenda, Estado do Paraná, solicita o seguinte esclarecimento.

No Sinal do Companheiro do REAA a mão esquerda tem todos os dedos unidos ou apenas o polegar resta separado? Existe realmente a analogia ao prumo desta mão?

CONSIDERAÇÕES:

Conforme o que prevê o ritual em vigência no GOB, a mão esquerda terá todos os dedos unidos. Isso implica que inclusive o dedo polegar obedece a essa postura.

Quanto a sua relação com o prumo, não é propriamente só a mão (que fica na altura do ombro), mas figuradamente a postura do respectivo braço e antebraço que ficam na vertical já que o cotovelo relativo permanece junto ao corpo. Esse é um detalhe que deve ser atentado – cotovelo esquerdo unido ao lado esquerdo do corpo (o braço não é levantado).

À bem da verdade, no puro escocesismo não se faz, ou pelo menos não se deveria fazer, uso do membro superior esquerdo para complementar o Sinal de Companheiro, pois ele, no Rito Escocês, é cordial e é feito apenas com a mão direita. Em síntese, segue a regra universal do simbolismo onde Sinais Penais são executados sempre pela a mão direita.

Na realidade, o também uso da mão esquerda na execução do sinal do Segundo Grau no REAA (que é rito de origem francesa) é um enxerto deturpado, pois ele foi copiado, em partes, da prática inglesa de Maçonaria onde lá, genuinamente, o Segundo Grau faz uso das duas mãos, mas com postura diferente, para compor esse Sinal, até porque no Craft inglês o gesto faz sentido como preparação para outro Sinal que virá no Terceiro Grau. Só que isso não acontece no escocesismo.

Desafortunadamente, não é de hoje que esse elemento impróprio se faz presente no Rito Escocês Antigo e Aceito aqui no Brasil, ao ponto de ser hoje componente consuetudinário desse Sinal, e até mesmo exportado para outros países latinos. Como a boca se entorta conforme o uso do cachimbo, nossos rituais ao apregoarem esse costume ficam, pois a procurar justificativas por tê-lo adotado. Dentre elas, a de compará-lo com um prumo.

É justo mencionar, entretanto, que mesmo aqui no Brasil, existe Obediência que já aboliu o uso do membro superior esquerdo no Sinal do Companheiro do REAA. É o caso do Grande Oriente Independente de Pernambuco (COMAB).

De qualquer forma, embora discutível, primeiro segue-se o que está legalmente previsto nos rituais. Justificativa para extinção desse costume impróprio existe, a questão é como atravessar a blindagem da teimosia.

T.F.A.
PEDRO JUK
jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

O AVENTAL MAÇÔNICO

O AVENTAL MAÇÔNICO
Ir∴ Fredrico de Jesus Silva
Loja Obreiros do Vale do Or∴ do Park Way – DF

O avental é um legado que a maçonaria moderna recebeu da maçonaria operativa. Esta peça, que foi de tanta utilidade para o Maçom operativo, já que lhe protegia a roupa, transformou-se para o maçom moderno numa alfaia simbolizando a disciplina e o trabalho do Maçom.

Até a sua regulamentação pela Grande Loja Unida da Inglaterra, os aventais da maçonaria inglesa assumiram os mais variados aspectos e formas. Simples peles desalinhadas de cordeiro, no princípio, os aventais sofreram uma evolução constante nos países que adotaram a instituição maçônica.

Em fins do século XVIII era grande moda enfeitar os aventais com pinturas e bordados à mão que reproduziam a riqueza emblemática da maçonaria.

O primeiro contato do Maçom com essa insígnia, que expressa sua condição, é na Iniciação. Ao entregar o Avental ao Iniciando o Venerável diz: Recebei este Avental, a mais honrosa insígnia do Maçom, pois é o emblema do Trabalho, a indicar que devemos ser sempre ativos e laboriosos. Sem ele, não podereis comparecer às nossas reuniões. Deveis usá-lo e honrá-lo; porque ele, jamais vos desonrará.

O Avental, cujo uso se liga a costumes antiqüíssimos relatados não só na Bíblia, quando Moisés instruiu os hebreus para que tivessem os rins cingidos na noite da libertação do jugo egípcio, por exemplo, mas nos mistérios persas, na Grécia cerca de 40 séculos antes de Cristo, no Hindustão ou nas Américas, tem a finalidade de isolar e de filtrar as vibrações primitivas que atuam no corpo do Homem evitando que seu pensamento seja desviado dos planos superiores para o plano das forças mais densas. Quando isso ocorre, o que não é raro acontecer, cria-se uma fluidez magnética intensamente negativa e, como é óbvio, altamente prejudicial ao trabalho em Loja.

É mister, portanto, impedir que isso ocorra e o Avental tem a propriedade de fazê-lo desde que devidamente magnetizado e usado corretamente, pois ele tem uma espécie de tela entérica que atravessa o seu cinto. Essa tela funciona como uma barreira contra as forças negativas e contra a comunicação prematura entre os planos astral e físico o que é muito importante, especialmente para o Aprendiz já quer este detém muito pouco ou nenhum conhecimento sobre esse assunto.

Ao nosso Avental, não importa o grau que detenhamos, merece que lhe dediquemos um especial cuidado. Primeiramente, porque temos que honrá-lo como símbolo do trabalho que eleva e dignifica o Homem em sua trajetória terrena; e em segundo lugar, porque se o tratarmos como deve ser tratado ele será nossa proteção permanente contra as forças maléficas que pululam ao nosso redor e que podem ser fácil e rapidamente atraídas por nossos corpos.

O Avental é a peça mais importante na Maçonaria. Distintivo indispensável do trabalho. É o único que dá ao maçom o direito de entrar nos Templos e participar das reuniões. Sua forma e cores variam de acordo com os graus e Ritos, mas seu significado místico é o mesmo. O Avental Branco, sem adornos, do 1o grau, indica a pureza da alma, que se supõe tê-la alcançado neste grau.

O azul celeste está associado com a dedicação espiritual. Nos graus 1 e 2 não aparecem nenhum metal, pois o maçom esteve, teoricamente, se despindo de todos os metais e transmutando-os em riquezas espirituais Azul: Cor da Safira que simboliza a piedade, o equilíbrio, a lealdade e a sabedoria. é a cor celeste que caracteriza as Lojas Simbólicas e os maçons dos três primeiros graus.

A abeta levantada, (ternário) significa que o aprendiz não sabe ainda trabalhar e precisa proteger-se.

O companheiro maçom cujo material de trabalho é a pedra cúbica (provinda do polimento da pedra bruta), já pode usar o avental com a abeta abaixada (quaternário) pois não necessita mais de tanta proteção para o corpo.

Na condição de companheiro o Irmão elevado não usa venda porque ele já conhece a Verdade, sua vista já é forte suficiente para resistir a luz dentro do Templo, mas não ainda para subir ao Or∴. Ele usou venda quando como profano bateu nas portas do Templo e foi necessário ocultar da sua vista a Loja em trabalhos maçônicos, porém ele já possui defesa suficiente para que seu corpo não seja lambado pelas águas lodosas das corrupções do mundo profano, o corpo a que se refere é o corpo espiritual, e é nesse momento com o avental de abeta baixa que se está formando o verdadeiro maçom, a partir deste ponto é que saberemos se realmente o Comp∴ será ou não um bom M∴M∴.

Os CComp∴, finalmente, após passar 6 (seis) meses com a abeta baixa e ter provado seus merecimentos passam então a condição de mestres e aí é que só planejam e dirigem, simbolicamente os trabalhos, passam a utilizar o avental também de pele branca, orlado de azul-celeste, em todo seu contorno e na abeta.

O avental do mestre é forrado de preto, tendo uma roseta também azul celeste no centro da abeta, que estará sempre descida, e duas rosetas iguais, uma em cada lado inferior do avental, no centro das rosetas, um botão também azul-celeste. E finalmente o Mestre Instalado utiliza o avental também de pele branca orlado de azul-celeste, em todo seu contorno. A diferença é que ao invés de rosetas, traz três (taus) invertidos, sendo um no centro da abeta e dois na parte inferior, um de cada lado, de metal dourado. Terá junto a ponta inferior do triângulo, duas fitas azuis com franjas, formadas por sete correntes de sete elos dourados e pequenas esferas também douradas. Uma vez passado pelo procedimento ritualístico de Instalação, o M∴I∴ jamais usará o avental com rosetas.

Fonte: JBNews - Informativo nº 111 - 05/01/2011

domingo, 27 de junho de 2021

ESOTERISMO E HUMANISMO - RITOS MAÇÔNICOS

ESOTERISMO E HUMANISMO - RITOS MAÇÔNICOS

Em 01/10/2020 o Respeitável Irmão David Lorenzo Sotolepe, Loja Unidade, Justiça e Trabalho, 274, GLMRGS, Rito Schröder, sem mencionar o Oriente, Estado do Rio Grande do Sul, solicita esclarecimentos para o que segue relacionado a uma resposta enviada em 01/10/2020

ESOTERISMO E HUMANISMO

Mais uma pergunta? Tu falas de Esoterismo e Humanismo. Tu crês que o Schröder não pratica Esoterismo? Também trabalha como maçonaria, sem diferenças de sua finalidade. Aí creio que, é também esotérico.

A GLMRGS reconhece três Ritos: Escocês acredito seja mais esotérico. York que seja mais religioso e Schröder, catalogado como humanista.

Aí que está, não deveria ser todos humanistas, e suas peculiaridades, como citei acima?

Schröder também, prepara seus candidatos na Câmara Escura, isso não seria Esoterismo?
e outras tantas da Iniciação.

Tenho essas dúvidas, e muitos Irmãos as têm.

Como tu disseste, a finalidade e sermos melhores para contagiar nossos semelhantes na vida profana.

CONSIDERAÇÕES:

Caro Irmão, no meu modesto entendimento, cada rito possui sua cultura e o seu particular formato doutrinário na busca de uma construção à virtude universal.

Existem ritos que possuem carga maior de esoterismo e outros menos, além daqueles que exageram nessa conceituação o que acaba os tornando, muitas vezes, por incompreensão dos seus adeptos, num centro de exposições particulares de credos.

Obviamente que em se tratando de exageros, Schröder soube dosar as coisas se afastando dos excessos. Ora, isso, contudo, não vem denegrir nenhum rito que atue sob concepções deístas, com um arcabouço esotérico mais elaborado – é o caso do simbolismo do REAA e os cultos solares da antiguidade.

Do mesmo modo, também os ritos que se estruturam historicamente sob influência teísta, como é o caso da maçonaria anglo-saxônica. Por sua vez, o Rito Schröder que contém um viés humanista me parece mais acentuado, também não deixa de atuar com conceitos iniciáticos esotéricos.

É bom que se diga que a Moderna Maçonaria é constituída por vários ritos e trabalhos. Todos ao seu modo doutrinário buscam um só objetivo, que é o de aprimorar o homem. Os formatos doutrinários inerentes aos ritos foram construídos, cada qual, sob seu viés histórico e cultural. O que me parece é que em não raras ocasiões, os próprios maçons não compreendem a sua essência iniciática e deturpam os seus objetivos doutrinários.

Obviamente que existem ritos que, pela sua formação de origem, acabam por facilitar compreensões inadequadas.

Concluindo, devo mencionar que independente das qualificações doutrinárias que cada rito maçônico possa ter, a Moderna Maçonaria, por ser uma Ordem iniciática é, por extensão, esotérica, pois nela todos os ensinamentos são fornecidos a um círculo restrito e fechado de ouvintes (hermético), cujas matérias somente são compreensíveis àqueles que seguem as respectivas sendas iniciáticas.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

MAÇONS FAMOSOS

INICIAÇÃO MAÇÔNICA DE DUQUE DE CAXIAS

LUIZ ALVES DE LIMA E SILVA (Porto da Estrela, RJ, 25 de agosto de 1803 – Valença, RJ, 7 de maio de 1880). Militar e político brasileiro. Acredita-se que Caxias deve ter sido iniciado numa loja do GOP (Grande Oriente do Passeio, Potência Maçônica, cujo nome original era Grande Oriente Nacional Brasileiro, que surgiu em 1830 e instalada, um ano depois), ou numa das três lojas do Supremo Conselho do Conde de Lages, antes da fusão de 1842, na Corte, entre 30 de junho de 1841 e 17 de maio de 1842, quando ainda era brigadeiro e Barão.

INICIAÇÃO MAÇÔNICA: 1842?

Loja: São Pedro de Alcântara?, São Paulo, Brasil.

Idade: 30? anos.

Oriente Eterno: Faleceu aos 76 anos de idade.

Elevação: 11 de novembro de 1845.
Exaltação: 1846.

Fonte: famososmacons.blogspot.com

MAÇONARIA: HISTÓRIA, LENDA E MITOS

MAÇONARIA: HISTÓRIA, LENDA E MITOS
Rui Bandeira

A Maçonaria dá uma crescente atenção à sua História. Pela mesma razão que cada sociedade o deve fazer: os sucessos passados são à base da situação presente e as lições para as atuações futuras. Conhecer a sua História é beneficiar de uma aprendizagem duramente feita, ao longo de séculos.

E uma parte dessa aprendizagem foi à conveniência de distinguir entre o que é História da Maçonaria e o que são histórias à roda ou inspiradas na Maçonaria. Esta aprendizagem fez-se na Maçonaria como se fez na sociedade.

Ainda no século XIX, a História (com H maiúsculo), em resultado da cultura baseada no Romantismo da época, pouco mais era do que a narração de episódios épicos envoltos em véus tecidos pela imaginação, que realçavam as qualidades dos que na época eram incensados.

A evolução da Ciência Histórica gradualmente habituou-nos à necessidade de fixação de fatos e ações em função das provas documentais ou de outra natureza existentes. Por vezes caindo-se porventura no extremo oposto da recusa de dar por assente determinado fato ou ação, porque se não encontrava prova considerada bastante para tê-lo como verificado, em exagero que dá um novo e particular e enviesado significado à expressão Tribunal da História...

Da época em que a pesquisa histórica se enleava com a imaginação romântica, sobram-nos alguns mitos, que, à falta de comprovação, pelo menos nos estimulam os egos e a imaginação. O rigor histórico dos dias de hoje permite estabelecer, com algum pormenor e o devido rigor, o crescimento e a evolução da Maçonaria, desde a fundação da Premier Grand Lodge de Londres, em 1717, até à contemporaneidade. Neste período, já significativo, a tarefa do investigador histórico está facilitada pelo profuso acervo documental que os maçons se habituaram a deixar para a posteridade.

Só o fato de ser rotineira, desde há séculos, a elaboração e guarda de atas registrando os sucessos ocorridos nas reuniões das Lojas facilita enormemente o trabalho do investigador. Em muitos casos, poder-se-á até dizer que o problema porventura será já o oposto: o excesso de documentação, que dificulta, quiçá torna impraticável, normalmente, a análise de toda a documentação e a extração das pérolas de interesse histórico do meio da imensidão de registros de reuniões banais de gente vulgar tomando decisões corriqueiras.

Já quando se busca conhecer as origens históricas da Maçonaria as dificuldades são maiores. Os documentos e registos não abundam e rareiam mais à medida que se recua no tempo. O manuscrito mais antigo relacionado com a Maçonaria que se conhece é o Poema Regius, de finais do século XIV, um poema sobre os deveres morais, divulgado nos tempos modernos por Halliwell-Phillips numa comunicação, intitulada Da Introdução da Maçonaria em Inglaterra, apresentada na sessão de 1838-1839 da Sociedade de Antiquários. O manuscrito do poema é, por esse fato, também por vezes referido como Manuscrito Halliwell.

Através deste documento, confirma-se que as Lojas das corporações de construtores em pedra, os maçons que hoje designamos por operativos, existiam organizadamente no século XIV e, mais importante, que já nessa época, não se preocupavam unicamente com a guarda, transmissão e aprendizagem das técnicas de construção (algumas avaramente guardadas, como, por exemplo, a forma prática de tirar ângulos retos, imprescindível para que os edifícios fossem construídos com os cantos efetivamente a 90 graus e não ficassem com as paredes tortas, em aplicação da chamada 47.º Proposição de Euclides, a formulação geométrica do - agora - bem conhecido Teorema de Pitágoras), mas evidenciavam também interesse pelas regras de comportamento moral. Ou seja, o mais antigo documento relacionado com a Maçonaria mostra-nos que os maçons operativos já começavam a ser também especulativos, muito antes da transformação das instituições da Maçonaria Operativa na moderna Maçonaria Especulativa.

Os documentos históricos disponíveis e analisados indicam que a moderna Maçonaria Especulativa tem o seu início nos séculos XVII-XVIII nas Ilhas Britânicas, mediante evolução das Lojas das corporações de construtores em pedra pré-existentes.

Os construtores (que não tinham só preocupações profissionais, mostra-nos o Regius) foram paulatinamente aceitando entre si elementos não pertencentes à profissão (senhores que os protegiam e que lhes davam trabalho, depois intelectuais que consideravam e que, pelo seu prestígio local, valorizavam as suas Lojas), originando uma surpreendentemente rápida transição da Maçonaria Operativa para a moderna Maçonaria Especulativa. Simbolicamente, marca-se o início formal desta através da constituição da Premier Grand Lodge de Londres, em 1717. Mas, na época, e antes, havia outras Lojas, para além das quatro Lojas de Londres fundadoras dessa Grande Loja, designadamente, na Escócia, na Irlanda e na região de York. Da Maçonaria pré-estabelecida na região de York reclama-se herdeira - e mais antiga Grande Loja do Mundo - a relativamente pouco conhecida (e não reconhecida pela UGLE e pela Maçonaria Regular) The Grand Lodge of All England at York.

Desde a fundação da Premier Grand Lodge, a evolução histórica da Maçonaria até aos dias de hoje é bem conhecida.

Fonte: A Partir a Pedra

sábado, 26 de junho de 2021

COLUNA QUEBRADA

COLUNA QUEBRADA
(republicação)

O Respeitável Irmão Luiz Antonio Pellegrini, Mestre Instalado da Loja Sentinela do Oeste, 17, Grande Loja de Santa Catarina, sem declinar o nome do Oriente (cidade), Estado de Santa Catarina,
apresenta a seguinte questão: 
abcl22@desbrava.com.br 

A coluna quebrada (poucas Lojas possuem) deve-se ao desconhecimento do seu simbolismo ou não é usada por que é uma corruptela do Rito Escocês Antigo e Aceito?

CONSIDERAÇÕES:

Essa alegoria não está propriamente presente nos Painéis das Lojas conforme o Grau, bem como dificilmente se apresenta como elemento de instrução nos ritos maçônicos. 

A alegoria das colunas quebradas aparece na Maçonaria, sobretudo na França, e ocorreria posteriormente ao nascimento do grau de Mestre Maçom criado a partir de 1.724 na Inglaterra.

Provavelmente essa associação se deve a morte de Hiram na Lenda do Terceiro Grau cuja quebra possui elo com uma das Colunas do Templo no que tange àquela que representa a Beleza.

Nesse sentido em muitos diplomas, quadros com motivos maçônicos e outros documentos apareceria essa figura alegórica. 

No conceito simbólico, a alegoria representa a desordem e o caos pela morte do Mestre o que sugere a associação com o grau de Mestre Maçom.

 Em termos de simbolismo do Rito Escocês Antigo e Aceito, embora de origem francesa, essa alegoria não é própria do mesmo e consequentemente não é dele um apanágio. Daí não faz sentido
algum quanto à referência de “uma corruptela do Rito (...)”. 

O “caos” inserido no dístico do escocesismo como “ORBO AB CAOS” - Ordem no Caos, nada tem a ver com a coluna quebrada. O termo “caos” aqui se relaciona com a desordem que ocorria à
época na Franca em relação ao descontrole e profusão de graus ditos superiores. 

Segue aqui também uma orientação. A alegoria da coluna quebrada não se relaciona em hipótese alguma com as Colunas Vestibulares (B e J). Essa alegoria algumas vezes é também usada por ocasião das exéquias fúnebres, sugerindo a lacuna deixada por aquele que partiu para o Oriente Eterno.

Ao longo dos tempos infelizmente muitos ritualistas no afã equivocado de que tudo que reluz é ouro, acabaram por misturar símbolos indiscriminadamente nos ritos praticados pela Maçonaria sem observar que cada sistema possui uma mensagem particular em relação à sua doutrina. 

O problema é que esses ritualistas em sua grande maioria não eram arqueólogos, o que viria inegavelmente corroborar com teorias fantasiosas, inspiradas bem mais pela imaginação generosamente batizada de ciência dos símbolos, do que pelo rigor científico.

T.F.A.
PEDRO JUK
jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 474 Florianópolis (SC) 15 de dezembro de 2011.

DA CURIOSIDADE À SABEDORIA

DA CURIOSIDADE À SABEDORIA
Ir∴Murilo Juchem
Oriente de Porto Alegre - RS

Os termos “informação”, “conhecimento” e “sabedoria” são freqüentemente utilizados com o mesmo sentido, o que traz muitas interpretações dúbias e até errôneas, principalmente no que diz respeito aos termos conhecimento e sabedoria.

A informação é o dado em seu estado bruto, captado pelos sentidos de todos os níveis: um odor, uma imagem, um pressentimento, etc. O conhecimento é a informação analisada, compreendida e incorporada. A sabedoria é o conhecimento submetido ao julgo da Ética e da Moral.

Desta forma, não há sabedoria sem conhecimento, e nem conhecimento sem informação.

No entanto, a informação que não é transformada em conhecimento é inútil. A inteligência é o dom humano capaz de “digerir” as informações, através da análise, e transformá-la em conhecimento útil. Para guardar uma informação, precisamos retê-la em nossa memória; para guardar um conhecimento, devemos incorporá-la em nossa mente e, conseqüentemente, em nossa maneira de pensar.

De forma semelhante, o conhecimento diferencia-se da sabedoria. O conhecimento que não é transformado em sabedoria está sujeito a tornar-se alimento para o vício, um vício mental que, incorporado em nossa mente, passa a influenciar negativamente nossa maneira de desenvolver processos mentais. A Sabedoria é a mãe de todas as virtudes, pois é dela que se origina a prática consciente dos bons hábitos que, incorporados em nossa maneira de pensar, conduzem o homem à Verdade.

Sendo a ignorância a ausência de conhecimento, ainda que a mente possua informação em abundância, esta é menos perigosa do que o conhecimento que não é feito sabedoria, pois conhecer sem saber é como possuir uma espada sem os critérios que diferenciam sua utilidade consagradora de sua capacidade mortal.

A ignorância é o estado original de todo o ser pensante, inicialmente desprovido de conhecimento por não ter sido alimentado pela informação obtida pela experiência e pela instrução. Sabe-se que não é possível dar conhecimento ao homem, pois este só pode ser construído por ele mesmo. No entanto, é possível fornecer-lhe informação, submetendo-o às experiências e instigando-o à busca. Para tanto, a curiosidade cumpre seu papel de alavanca que impulsiona o homem a buscar a informação e, através desta, a construir o conhecimento.

Na iniciação Maçônica, mais precisamente na Câmara de Reflexões, existe a frase “Se a curiosidade aqui te conduz, retira-te”, que tem como objetivo alertar o candidato que este deverá desistir de ingressar na Maçonaria caso sua motivação seja a mera curiosidade. Esta curiosidade, enquanto apenas desejo a ser saciado, age tão somente como elemento de busca da informação, não digerida e, possivelmente, mal interpretada.

No entanto, não devemos condenar a curiosidade, pois ela é parte integrante de qualquer ser pensante. Sendo um elemento útil ao aprendizado, a curiosidade é a força impulsionadora do espírito investigativo, necessário à busca do conhecimento e, conseqüentemente, da sabedoria.

É através da curiosidade que despertamos para o aprendizado, lançando mão da fé - não aquela cega ao mundo e limitada aos dogmas - para perseverar na busca, utilizando a inteligência para analisar o mundo à nossa volta, colocando o conhecimento obtido sob o julgo da retidão Moral, da sinceridade de propósitos e da vigilância aos princípios universais presentes no íntimo do ser, que somos capazes de atingir a Sabedoria.

Fonte: JBNews - Informativo nº 111 - 05/01/2011

sexta-feira, 25 de junho de 2021

SAUDAÇÃO AO DELTA OU AO VENERÁVEL?

SAUDAÇÃO AO DELTA OU AO VENERÁVEL?
(republicação)

Em 23/04/2017 através do Consultório Maçônico José Castellani, Editora A Trolha, o Respeitável Irmão Francisco Chagas Silva, Loja Lauro Sodré, 03, REAA, GLEMA (CMSB), Oriente de São Luiz, Estado do Maranhão, solicita esclarecimento para a seguinte dúvida:

Existe diferença na saudação entre GOB e Grande Loja? Na edição de abril um Irmão pergunta qual o lugar no Oriente se saúda o Venerável Mestre. Em nossos rituais ensina que saudamos o Delta Sagrado e não o Venerável. O Rito não é o mesmo (REAA)?

CONSIDERAÇÕES:

Realmente, aqui no Brasil, como se isso fosse o correto, depende do ritual e da Obediência.

O atual ritual do REAA do GOB, por exemplo, determina que ao se entrar e sair do Oriente, essa saudação seja feita exclusivamente ao Venerável Mestre. Já outras Obediências, como é o caso da vossa Grande Loja, me parece determinar que ela seja feita ao Delta.

Sob o ponto de vista tradicional do escocesismo simbólico, sobre esse fato, cabem alguns esclarecimentos para melhor entendimento desse fato.

Na realidade, o costume de se saudar ao Delta é oriundo da época dos primeiros rituais escoceses do simbolismo (a partir de 1804) na França. Nessa época, o piso da Loja era todo no mesmo nível (elevado era só o Altar ocupado pelo Venerável), não havendo, portanto, nenhum desnível entre os pisos e nem balaústra entre o Oriente e o Ocidente (costume seguido pelos “antigos”). Devido a isso, durante a circulação horária, quando alguém cruzasse o eixo do Templo, no mesmo nível e mais próximo do Altar ocupado pelo Venerável, esse deveria saudar o Delta, ou a letra G que o substituía em alguns casos.

No que diz respeito à saudação ao Venerável Mestre, ainda naqueles tempos, geralmente ela só acontecia se alguém ingressasse ou se retirasse formalmente da Loja, oportunidade em que eram saudados inclusive os Vigilantes, tal como costumeiramente ainda se faz.

Entretanto, essa regra acabaria sendo mais tarde alterada pelo aparecimento das Lojas Capitulares a partir do primeiro quartel do século XIX (vide a sua história na França). Essa alteração se daria porque, dentre outros costumes admitidos de então, o principal seria o de se alterar a topografia do espaço reservado à sala da Loja elevando e demarcando o Oriente, tudo para se adaptar à novidade capitular que, a partir dai, teria incorporado para si também os três graus simbólicos. Assim, com o espaço oriental demarcado e elevado, é que surgiria o termo usual de se “entrar e sair do Oriente”, por conseguinte, também o de se saudar o Venerável quando do ingresso e saída do espaço oriental.

A título de esclarecimento, para os ritos que não adotam o espaço oriental elevado e demarcado, como é o caso do Craft inglês e americano, Rito de York, por exemplo, o Oriente da Loja é simplesmente a parede oriental e aqueles que ocupam lugar imediatamente à sua frente, ou os que ficam mais próximos a ela (como era também o REAA nos seus primórdios).

Retomando o raciocínio, mais tarde, ainda no século XIX, as mencionadas Lojas Capitulares, por razões administrativas ocorridas entre o Grande Oriente da França e o Segundo Supremo Conselho do REAA, seriam extintas, mas não sem antes ter deixado a sua marca no simbolismo do Rito – o espaço oriental elevado e demarcado pela balaustrada permaneceria consuetudinariamente até o presente.

A despeito de tudo isso é que passou a existir a prática de se saudar o Venerável quando se entra e sai do Oriente, e ao Delta quando em deslocamento (circulação no Ocidente) ao se passar da Coluna do Norte para a do Sul próximo do limite com o Oriente.

Não existe saudação nem ao Delta e nem ao Venerável ao se transitar de um lado para outro no Oriente, pois nele não há circulação porque simbolicamente ali é o lugar da Luz, tanto daquela relativa à “Criação” (o Delta), quanto daquela concernente à Sabedoria e Esclarecimento (o Venerável).

Assim, muitos rituais corretamente ainda hoje mantêm o costume de saudar ao Delta e ao Venerável conforme a ocasião. Outros, entretanto, sem nenhuma explicação, equivocadamente restringem essa saudação apenas ao Venerável quando se entra e sai do Oriente, extirpando qualquer saudação ao Delta.

É oportuno ainda mencionar que a saudação maçônica é sempre feita pelo Sinal, portanto são dispensáveis as inventivas inclinações com o corpo e/ou os maneios com a cabeça em qualquer situação. Se na oportunidade as mãos estiverem ocupadas, far-se-á apenas uma parada rápida e formal com os pés e esquadria, corpo a prumo e sem incliná-lo – o Oriente não é tatame de judô.

Concluindo, devo respondê-lo que sem dúvida alguma praticamos o mesmo Rito, portanto todos os procedimentos ritualísticos “deveriam” ser equivalentes, entretanto, como bons latinos que somos, aqui no Brasil, cada Obediência construiu seus próprios costumes, o que tem feito com que na maçonaria tupiniquim, sem nenhum juízo de valor, possam literalmente existir entre os rituais de um mesmo rito, diferenças elementares adquiridas principalmente pelo desenfreado apetite de se editarem rituais (talvez para alguém nele colocar o seu nome). Sem nenhum embargo, todas as nossas Obediências, em maior ou menor escala, acabaram fazendo do REAA uma verdadeira “colcha de retalhos”, construída principalmente a partir de enxertos e invenções. Obviamente que cada um “puxa a sardinha para a sua brasa”.

T.F.A.
PEDRO JUK
jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

REFLEXÕES DE UM APRENDIZ

REFLEXÕES DE UM APRENDIZ
(autor não fornecido)

Após freqüentar, em Sessões Brancas, esta magnífica Loja, senti aguçada a minha curiosidade. Fiz algumas indagações ao meu patrono que, em certo momento, sugeriu que só entrando para a Arte Real eu obteria mais informações.

Não vai muito longe aquele dia 4 de junho de 1998 em que fui eleito para ingressar nessa Sublime Ordem. Compareci para a admissão, ato ao qual me entreguei por inteiro, vivenciando incríveis emoções.

Reconheço que até aquele momento eram bastante modestos os meus conhecimentos sobre a Maçonaria, o que me deixou em turbulências, mas, lá estava eu por inteiro, disposto a traçar novos rumos nessa minha simples e despretensiosa maneira de viver. Estava ali, me dando ao meu primeiro contato com os Mistérios Maçônicos.

quinta-feira, 24 de junho de 2021

GRAUS FILOSÓFICOS - INGRESSO

GRAUS FILOSÓFICOS - INGRESSO
(republicação)

Questão apresentada pelo Respeitável Irmão José Roberto Toledo da Silva, Loja Justiça e Lealdade, 1.908, Oriente de Lins,Estado de São Paulo.
jrtstoledo@yahoo.com.br

Meu irmão por que a subida de Graus Filosóficos é permitido somente aos Irmãos que tem mais dinheiro? Por que aos menos afortunados não lhe são dados essa oportunidade? O saber maçônico é algo exclusivo dos que tem mais “dim dim”? Será que o G.´.A.´.D.´.U.´. sabe disso por aqui na Terra?

CONSIDERAÇÕES:

Bem meu Irmão. No tocante ao que “Deus” vê, ou deixa de ver, na minha concepção metafísica e religiosa eu acredito que nosso Pai Celestial está sempre presente. Alias assim se reporta o conceito do “Olho Que Tudo Vê”. Agora, a SUA ação nas coisas terrenas é uma questão de percepção particular de cada ser humano – teísmo, ou deísmo.

Quanto à posição socioeconômica do Irmão não deveria prevalecer, penso eu. Todavia nessa história de Graus Filosóficos merece ser bem perscrutada nas suas origens no Século XVIII em solo de França. Parece-me que as coisas começaram mais na intenção de conceder e (até vender) títulos que mais massageavam os egos do que realmente aperfeiçoavam o Homem. Penso que ainda hoje essa prática, embora não genérica, ainda se faz presente. 

A questão de pagar para passar é no mínimo inconcebível, todavia essa prática deve ser questionada junto aos “altos dirigentes” dos corpos filosóficos que porventura assim procedem. 

Ter ou não dinheiro para prosseguir carreira nesses graus é outra pergunta que deve ser feita a esses “dirigentes” que assim possam pensar. O certo é que qualquer atitude discriminatória dentro da Maçonaria é assunto fora de questão. 

Por outro lado também há que se considerar que vivemos em um mundo capitalista e tudo tem o seu preço. A tese talvez seja se o custo é justo ou injusto (exagerado). 

Não vou me aprofundar nesse tema talvez porque esse não seja o meu campo específico na senda maçônica, embora reconheça a legalidade dos graus pertinentes ao aperfeiçoamento dos ritos após o simbolismo. 

Indubitavelmente se bem compreendida a “arte”, a mensagem proposta por esses graus possui um imenso ideário de valor moral, ético e político-social que se consolidou ao longo dos tempos.

Por fim se faz também cogente se compreender que “graus superiores” são particularidades de Ritos e não da Maçonaria de forma geral. Assim, ninguém é melhor do que ninguém por estar colado em um grau acima do de Mestre Maçom. 

A Maçonaria Universal é composta apenas e tão somente de três graus. Acima disso são particularidades de aperfeiçoamento específico de um sistema dentro da Ordem. É dito e claro que o Maçom que alcançou o Grau de Mestre no simbolismo, adquiriu de fato e de direito a plenitude maçônica.

T.F.A.
PEDRO JUK
jukirm@hotmail.com
DEZ/2011
Fonte: JB News – Informativo nr. 473 Florianópolis (SC) 14 de dezembro de 2011.

OS DOIS SANTOS DE NOME JOÃO

OS DOIS SANTOS DE NOME JOÃO
Rodrigo de Oliveira Menezes 
Por Robert Cooper
Traduzido por Rodrigo Menezes

Alguns de vocês perceberam que postamos recentemente um evento – o Festival de Santo André – no Facebook e já perguntaram: Por que Santo André?

Nós acreditamos que cada Grande Loja no mundo entende que São João é seu Santo Patrono. Esse não é o caso da Grande Loja da Escócia. Abaixo vou tentar explicar os motivos.

A Reforma Escocesa de 1559-60 varreu o Catolicismo Romano do Cristianismo e inaugurou a nova religião protestante, que tem uma visão diferente de como Deus deve ser adorado. Lá se foi toda forma de adoração Católica (como a Missa), imagens de santos, símbolos Católicos e outras parafernálias da Igreja. Elas foram substituídas por uma maneira muito diferente; mais simplista, plana e tudo isso ocorreu no período da escrita dos Estatutos de Schaw (1598 e 1599). William Schaw, o homem que por muitos é conhecido como o pai da Maçonaria Moderna, pois foi ele que iniciou o processo que levou a Maçonaria como a conhecemos hoje.

Muitas Lojas recebem o nome de um Santo em particular (normalmente Santos bem conhecidos do local) e frequentemente ouvimos referentes aos Santos de nome João com a Maçonaria. Alguns podem estar mais familiarizados com o símbolo do ponto no meio do círculo, suportados (pela direita e esquerda) por duas linhas paralelas (veja a imagem). Se, entretanto, a religião do país foi completamente modificada na Reforma, porque os símbolos da antiga crença ainda permanecem no Oficio Moderno por referência a vários Santos?

Por que esses dois Santos em particular, São João Batista e São João Evangelista, são normalmente referenciados pela Maçonaria nesse papel em especial? Não estamos falando da fé religiosa ou do aspecto teológico aqui (veremos isso mais a frente). Estamos falando do motivo que esses santos ainda estão conosco na Maçonaria atual.

O Manuscrito Edinburgh Register House (1696) é o mais antigo ritual Maçônico conhecido no mundo, e está escrito em Escocês – o que fica claro pela retórica, sintaxe, escrita, etc. Esse ritual e outros muito similares a ele (por exemplo o Manuscrito Airlie (1705) e o Manuscrito Chetwode Crawley (c. 1710)) são também escoceses e foram descritos e analisados em outros artigos (veja o texto Airlie MS no Volume 117 da AQC – the anual jornal of Lodge Quatour Coronati, nº 2076). A primeira menção ao São João, e devo revelar qual deles daqui a pouco, está no texto da obrigação (que é extremamente significativa), nesses primeiros rituais. Parte da obrigação pede que o candidato diga: “Eu Juro por São João, e o esquadro e o compasso…” Isso significa que 140 depois da Reforma (1559), São João ainda era usado no juramento dos Maçons durante a cerimônia e este Santo estava emparelhado com o Esquadro e o Compasso.

Antes de discutirmos qual São João Maçônico é descrito, quero voltar aos nossos Maçons anteriores a Reforma para tentar entender o que estavam fazendo e em qual lugar, se alguma prece a São João existia em suas atividades.

Na Idade Média, a maior parte dos negócios, especialmente as de força econômica, formaram Guildas (na Escócia elas eram normalmente conhecidas como Incorporações). Sem entrar em grandes detalhes, comércios como os Baxters (padeiros), Wobsters (tecelãos), etc., eram permitidos a participar de forma limitada nas atividades do município. Isso foi útil quando o assunto relacionado ao Ofício, a Maçonaria, era debatido. Por exemplo, a incorporação podia negociar horas de trabalho e salários e outras condições de emprego com o conselho da cidade. Em troca da pequena representação política, as Incorporações deviam concordar em aceitar certas responsabilidades. Por exemplo, eles tiveram que concordar em controlar seus aprendizes, e tiveram que concordar em aceitar a responsabilidade de melhorar seus ensinamentos. A pré-reforma da Igreja começou uma mudança muito grande na vida das pessoas. Os horários dos dias eram estruturados em torno do tempo dos rituais da Igreja, dos dias sagrados, etc. Era comum que grupos como comerciantes combinassem de pagar a manutenção de uma parte, ou ocasionalmente, de uma igreja inteira em particular. Pessoas ricas ocasionalmente recebiam a responsabilidade de um lugar específico da Igreja. Essas ‘partes particulares’ de uma igreja eram geralmente corredores laterais dedicados a um santo onde as orações seriam oferecidas. Quando os Maçons atingiram o status de uma Incorporação em Edimburgo, em 1475, a eles foi dada a responsabilidade de manutenção dos corredores laterais dedicado a São João Evangelista dentro da Catedral de São Giles. Isso significava que eles tinham que manter o corredor limpo e arrumado, em boa ordem, reparar qualquer dano e fazer uma doação anual de cera para velas. O custo foi considerado ao longo de um ano. Em outras palavras, os Maçons encontravam-se lá regularmente, não só para ouvir as orações sendo ditas pelas almas dos Maçons falecidos, mas também discutiam os costumes relevantes para o seu Ofício. Naturalmente, se seguiu dessa forma, porque o corredor foi dedicado a São João, o Evangelista, cujo dia da festa é o de 27 de dezembro, que se tornou a data anunciada para todos os Maçons se reunirem juntos. Na sequência, era sensato usar o período após a conclusão das cerimônias religiosas para conduzir os trabalhos relevantes ao ofício da Maçonaria – prestar contas, pagar taxas anuais, planejar o futuro, sugerir mudanças de acordos e regras de regulamentação, e o mais importante: Iniciar Aprendizes e fazer Companheiros de Ofício. O dia 27 de Dezembro se mantêm como o principal dia no calendário da Maçonaria Escocesa. É por esta razão que hoje, a Maioria das Lojas Escocesas continuam a celebrar o dia 27 de Dezembro e não o dia 24 de Junho – o dia da festa de São João Batista. Depois da reforma, muitos elementos religiosos relacionados aos Santos, incluindo os corredores dedicados a eles, foram abolidos e isso significava que os Maçons não tinham mais responsabilidades religiosas, como manter o “seu” corredor na Catedral de St. Giles. No entanto, eles ainda precisavam realizar seus encontros anuais e logicamente continuaram a realizar a Assembleia Geral Ordinária (AGM) no dia 27 de Dezembro de cada ano. Isso pode ser encontrado nos registros (incluindo os do Conselho da Cidade de Edimburgo por exemplo), onde está data está registrada como encontro regular dos Maçons antes da Reforma.

Quando William Schaw (1550-1602), o pai da Maçonaria Moderna, reorganiza as Lojas Escocesas, eles mantêm nos registros das Lojas que o dia 27 de Dezembro continuaria a ser o encontro anual. Nós agora chamamos esse encontro de “Instalações” (geralmente no dia 27 de dezembro) ou seja, quando o novo Mestre de uma Loja foi eleito e instalado na cadeira da Loja.

É claro, portanto, que São João Evangelista foi o santo padroeiro dos Maçons Escoceses, mas a questão que continua é saber por que foi ele o escolhido? Existem algumas possíveis razões religiosas e teológicas, mas estas devem ser objeto de uma discussão posterior. No entanto, para nós esse é um entendimento muito simples. Quando os pedreiros se tornaram uma Incorporação, pode ter ocorrido que uma Igreja tenha selecionado a próxima vaga disponível para ela, e bateu de ser uma dedicada a São João Evangelista! Se isso for verdade, então foi a igreja que “nos atribuir” esse santo, em vez de haver uma razão religiosa para os Maçons selecioná-lo como seu Santo Padroeiro.

O que então São João Batista e Santo André, ambas figuras da Maçonaria Moderna, não são tão proeminentes na Maçonaria Escocesa? Quando a Grande Loja foi estabelecida em Londres, já se sabia que “São João” era o “santo padroeiro”. Não havia dúvidas sobre isso, mas haviam dúvidas sobre qual deles – o Evangelista ou o Batista? Quando configuraram a nova organização, como a Grande Loja tinha que escolher entre um dia no meio do inverno, quando os dias eram escuros, curtos, frios e muitas vezes molhados, ou um dia no meio do verão, com dias mais quentes e mais tempo de horas do sol, qual dia você escolheria? Nossos irmãos Ingleses podem automaticamente assumir que ninguém seria louco o suficiente para escolher o dia 27 de dezembro, ou se eles soubessem que a Escócia usou o dia da festa de São João Evangelista, eles “fecharam os olhos” nesse fato inconveniente e escolheram São João Batista, cujo dia da festa está no auge do verão – 24 de junho de cada ano.

Quando Lojas em Edimburgo decidiram que a Escócia deveria ter sua própria Grande Loja, prestaram bastante atenção nos procedimentos usados para a formação da Grande Loja em Londres, e também adotaram o dia da festa de São João Batista. Infelizmente, aqueles que organizaram a Grande Loja da Escócia, não levaram em conta as tradições dos Maçons Escoceses, incluindo o seu patrono – João o Evangelista. O principal efeito disso é que a maioria das Lojas de Maçons na Escócia não tomaram partido da formação da nova Grande Loja, pois acreditavam que seria errado ignorar séculos de tradição e adotar um novo Santo Padroeiro que parecia ter sido escolhido “para eles” pelos Maçons Ingleses.

A nova Grande Loja da Escócia tinha um grande pepino nas mãos. Se persistisse com o dia de São João Batista como a data para seu encontro anual e instalação de novos Veneráveis Mestre, iria ofender todos os Maçons Operativos, Lojas que ela estava ansiosa para trazer sobe sua tutela. Da mesma forma, se optasse por São João Evangelista, arriscava mudar todas as regras das Lojas Especulativas que estiveram tão envolvidas na organização e apoiaram sua criação desde o início. Também seria considerado um fato fundamental que estava completamente errado. De qualquer forma sobre São João, eles iriam chatear um grupo ou outro. Em um típico movimento pragmático escocês, um acordo foi alcançado – não se adotou nem São João Evangelista ou João Batista! Ao invés disso, o Santo Patrono da Escócia – Santo André. É por isso que, embora a Maçonaria Escocesa seja conhecida como a Maçonaria de São João, a Grande Loja da Escócia não usa nenhum santo! Em vez disso, o dia da festa de Santo André, 30 de novembro, é a data da instalação do Grão Mestre da Grande Loja da Escócia, que é seguido pelo Festival de Santo André.

Publicado originalmente na página oficial da Grande Loja da Escócia:

The Grand Lodge of Antient Free and Accepted Masons of Scotland (A Grande Loja dos Maçons Antigos Livres e Aceitos da Escócia)

Fonte: http://ritoserituais.com.br