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domingo, 31 de maio de 2020

FOTO MAÇÔNICA DE DOMINGO

Por Géplu

Foi Joe quem nos enviou esta foto e este comentário:

Olá:

No soberbo “Radhus” (prefeitura) de Copenhague, na Dinamarca, repleto de peças, pinturas e esculturas simbólicas. Um deles é um magnífico relógio de Jens Olsen, um relógio astronômico.

Sobre uma coluna, parece-me representar Martin Nyrop, o arquiteto do edifício, sob o brasão de armas de Copenhague, composto por três torres, um sol e uma lua. Seu colar é bastante claro. Ele também é o arquiteto do templo de Copenhague.

Também estou procurando razões de detalhes simbólicos: os brasões de Aarhus e Copenhague são muito semelhantes (três torres em uma onda, sol e lua). No entanto, enquanto muitas versões de ambos têm uma estrela de seis pontas, eu encontrei várias versões de 7 pontas em Aarhus '(e nenhuma em Copenhague até agora).

Se você também estiver perto de sua casa ou viajando, perceber um prédio, um objeto, uma decoração maçônica ou evocar alvenaria, não hesite em nos enviar fotos com algumas explicações.

Esses "depoimentos" são muito populares entre os leitores de blogs. (tradução livre)

Fonte: Blog Hiram.be

QUEM INSTRUI

QUEM INSTRUI
(republicação)

Em 25.08.2015 o Respeitável Irmão Lauro Goerll Filho, Loja Filhos do Pelicano, 3.866, REAA, GOB-PR, Oriente de Cianorte, Estado do Paraná, formula a seguinte questão: laurogoerllfilho@hotmail.com 

Tenho a seguinte dúvida: A quem cabe as instruções dos Aprendizes e Companheiros? Ao 1º e 2º Vigilantes, respectivamente? Já vi em alguns livros a respeito do REAA que aos Aprendizes, o responsável é o 1º Vigilante, e em outros que é o 2º Vigilante.

CONSIDERAÇÕES:

PÍLULAS MAÇÔNICAS

MICHELÂNGELO BUONAROTT

Caso único entre os artistas, Michelângelo é comumente tido como uma espécie de super homem. Quando a morte o alcançou, com a idade de 89 anos, ainda estava criando obras de arte. Suas pinturas e esculturas de figuras de homens e mulheres são quase sobre humanos em beleza, força e energia. Foi uma criação da Renascença, sendo arquiteto, poeta, pintor e escultor de suprema relevância. Não foi o único; diversos artistas de renome apareceram nesse período, mas sem dúvida foi o maior artista entre todos eles.

O “mundo” de Michelângelo foi bem pequeno, restringindo-se as cidades de Florença e de Roma, distantes 233 Km entre si. Percebe-se, pois, que os efeitos enriquecedores de viagens ao redor do mundo não foram o motivo de sua incrível genialidade.

Michelângelo Buonarotti nasceu em 06 de março de 1475, na cidade de Caprese, próximo à Florença e era filho de Lodovico di Leonardo di Buonarotti Simoni, que nessa cidade estava trabalhando quando do seu nascimento. Foi criado por uma governanta, cujo marido era mineiro e deve ter lhe passado as técnicas de, com um malho e cinzel, esculpir em pedra.

Em 1488, com treze anos de idade, foi aluno de um dos principais pintores da época – Guirlandaio, com técnica especializada em pintar e decorar paredes e tetos, em afresco. Depois de um ano e meio com Guirlandaio, foi notado por Lorenzo de Médici “O Magnífico”, o qual foi imediatamente surpreendido pela habilidade de Michelângelo em esculpir e levou-o ao seu palácio, que era o centro cultural de Florença. Lá, encontrou Bertoldo di Giovanni, sexagenário que havia sido aluno de Donatello, considerado o maior escultor do século XV. 

Quando Lorenzo “O Magnífico”, morreu em 1492, Michelângelo voltou para a casa de seu pai, iniciando nessa época seus estudos sobre anatomia, através de dissecação de cadáveres. Deste modo, artistas como Leonardo da Vinci e Michelângelo, da Alta Renascença, podiam revelar, em suas obras, a musculatura por baixo das roupas porque haviam estudado os músculos debaixo da pele.

Em 1496, em contato com o Cardeal Riário, e devido seu talento, foi convidado a ir a Roma. O primeiro trabalho conhecido de Michelângelo foi o “Baco”, para um vizinho do Cardeal. Essa obra, de grande beleza e naturalidade, mostra de forma adequada a embriaguez do deus do vinho, Baco, que com as pernas semi dobradas, parece que está prestes a cair.

Em seguida fez um trabalho mais ambicioso, a “Pietá”, uma representação da tristeza da Virgem Maria, segurando Jesus crucificado, em seus braços. Peça esculpida com riquezas de detalhes e perfeições jamais vistas em outras obras de igual envergadura.

Michelângelo voltou para Florença em 1501 e encontra um bloco de mármore de 5,4m de altura, num quintal próximo da Catedral de Florença e seus serviços são encomendados para trabalhar o bloco, e a estátua, conforme combinado, deveria ser de Davi, o herói bíblico, em confronto com o gigante filisteu – Golias. A maravilha produzida mostra a imagem do jovem Davi, carregando no ombro a funda com a qual derrotará o filisteu Golias.

Em 1505 foi convocado pelo Papa Júlio II, para pintar a Capela Sistinae, em 1520, prepara a Capela dos Médici.

No final da Renascença, as cidades italianas tiveram as maiores realizações culturais e Florença era uma das mais poderosas cidades italianas, próspera no comércio de tecidos e sedas, tornando-se um centro financeiro internacional. Produziu a maioria das grandes figuras do início do Renascimento, começando com Cimabue e Giotto, terminando com Leonardo da Vinci, Michelângelo e Rafael, entre outros.

Florença era normalmente uma república, mas durante quase todo o século XV foi controlada por uma única família – os Médici. Suas principais propriedades eram um banco com filiais ou agências por quase toda Europa, e a habilidade política, tradição familiar. O banco trouxe enorme poder e prestígio, a habilidade política os induzia a evitar danos à vaidade florentina, controlando a cidade por detrás dos bastidores. O real fundador da dinastia, Cósimo de Médici, usou o poder por mais de trinta anos. Ele foi grande apreciador das artes, embora suplantado por seu neto Lorenzo “O Magnífico”.

Lorenzo foi, quando Michelângelo era adolescente, seu protetor e estimulador na arte de esculpir, levando-o a frequentar a escola por ele patrocinada, no palácio. Apesar de Lorenzo ter morrido em 1492, e Florença pensar estar livre da influência dos Médici, em 1494, após conflitos com a França, trouxeram o poder dos Médici de volta, mais acentuadamente em 1512, como veremos adiante.

Depois de 1505, já famoso por algumas de suas obras, Michelângelo foi trabalhar para o Papa Júlio II, em Roma. Esse personagem era, além de Papa, um notável guerreiro, tornando-se um governante poderoso, tanto leiga como espiritualmente. Apesar de ambos estarem sempre em atrito, Michelângelo pintou a Capela Sistina, tornando-se mais conhecido e mais famoso ainda.

Em 1513, o Papa Júlio II morre, no auge de seu poder. Como dissemos, os Médici se reinstalaram no poder e o Cardeal Giovanni de Médici, o segundo filho de Lorenzo “O Magnífico”, em 1514, foi inesperadamente levado ao trono papal como Papa Leão X, e os Médici viram-se no poder tanto em Florença, como agora em Roma, os “dois mundos” de Michelângelo.

Em 1520, o Papa Leão X, para celebrar a volta da família Médici ao poder, estava ansioso para erguer uma maravilhosa fachada na Igreja Médici de São Lorenzo, Florença. Entretanto, não houve entendimentos entre o Papa Leão X e Michelângelo, e nada foi feito.

Ainda assim, ele de maneira nenhuma havia caido em desgraça com os Médici. Depois de certo tempo, envolveu-se em um novo projeto para a igreja de São Lorenzo. Na verdade eram diversos trabalhos e consistiam em projetar a Capela dos Médici. Além disso, deveria esculpir quatro túmulos para os Médici, e criar uma enorme biblioteca para a Igreja. Um dos túmulos seria destinado ao mais importante homem da geração anterior: Lorenzo de Médici “O Magnífico”, primeiro protetor de Michelângelo. O outro túmulo seria do Irmão de Lorenzo, Giuliano de Médici, que havia sido assassinado já a muito tempo, quando Michelângelo tinha três anos.

Na velhice de Michelângelo, a Arquitetura tomou lugar da Escultura, permitindo-lhe continuar a moldar rochas sem o duro esforço de esculpir, projetando diversas Praças.

E assim, na idade de 89 anos, morre um artista cuja magnitude jamais será suplantada.

Fonte: pilulasmaconicas.blogspot.com

WILLIAM SCHAW - O INVENTOR DA MAÇONARIA MODERNA

WILLIAM SCHAW - O INVENTOR DA MAÇONARIA MODERNA
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre
Tradução José Filardo

William Schaw (C. 1550-1602) foi Mestre de Obras de James VI da Escócia para a construção de castelos e palácios, e se reivindica ter sido uma figura importante no desenvolvimento da Maçonaria .

Biografia

William Schaw era o segundo filho de John Schaw de Broich, e neto de Sir James Schaw de Sauchie. Broich agora é chamada Arngomery, um lugar em Kippen, Stirlingshire. A família Schaw tinha ligações com a Corte Real, principalmente por ser guardiães da adega de vinho do Rei. A família Broich esteve envolvida em um escândalo em 1560, quando John Schaw foi acusado de assassinar o servo de outro latifundiário. O pai de William foi denunciado como um rebelde e seus bens confiscados quando ele e sua família não compareceram ao tribunal, mas a família logo foi absolvida. Nesta época, William pode ter sido um pagem na corte de Maria de Guise, pois uma página com esse nome recebeu uma cobertura de pano preto de luto quando Maria de Guise morreu. William, o pagem, teria estado no Castelo de Edimburgo com corte do Regente durante o cerco de Leith, enquanto o Mestre de Obras, William MacDowall, estava fortalecendo as defesas do castelo. [1] 

William aparece pela primeira vez por sua própria conta nos registros em 1580, quando foi listado por um informante inglês na corte real como o “guardião do relógio” entre seguidores de favorito do rei Esmé Stewart, 1 º Duque de Lennox. [2] Ele assinou a confissão negativa pela qual os cortesãos juravam lealdade à Reforma . Em 11 de abril 1581, foi-lhe dado um presente valioso de direitos sobre as terras em Kippen pertencentes aos Grahams de Fintry. [3] Em maio de 1583, William Schaw estava em Paris por ocasião da morte do exilado Esmé Stewart e dizia-se que ele trouxe o coração de Esmé de volta para a Escócia. [4] 

sábado, 30 de maio de 2020

CONTRADIÇÕES EM RESPOSTAS

CONTRADIÇÕES EM RESPOSTAS
(republicação)

Tenho recebido através de alguns diletos Irmãos pedidos de esclarecimentos sobre duas respostas que dei e publicadas no JB NEWS nos últimos meses.

Penso que ocorreram algumas contradições geradas pela minha pessoa, no que preliminarmente antecipo as minhas desculpas.

Não vou dar nenhuma justificativa, salvo me curvar ao engano e às vezes a minha própria falta de atenção dentro desse imenso torvelinho de dúvidas e questões que me são apresentas - geralmente hauridas dos rituais e ritos praticados pelas três Obediências no Brasil (GOB, CMSB E COMAB).

Dessas súplicas farei um breve comentário sobre as duas questões, mais especificamente à Coluna do Norte e a um procedimento inerente à transmissão da Palavra Sagrada no encerramento da Sessão – ambas envolvendo o REAA∴ e a sua prática no GOB∴ 

1 - Quanto à Coluna no Norte. Em uma questão em resposta dada ao tema, desatentamente respondi que a Coluna do Norte relacionada à Coluna B∴ se encontrava no Templo “à direita de quem entra”. Obviamente que me enganei, pois de maneira correta é “à esquerda de quem entra”. Devo ter na oportunidade, por mera falta de atenção, digitado errado. Assim, ratifico: a Coluna do Norte fica situada à esquerda de quem ingressa pela porta o Templo.

2 - Quanto à transmissão da Palavra Sagrada. No que concerne a esse procedimento no encerramento da Sessão, mencionei em uma resposta que os protagonistas (Diáconos, Venerável Mestre e Vigilantes), durante a transmissão, o faziam com o Sinal composto. Equivoquei-me. Durante a transmissão, ambos, no momento da transmissão, desfazem o Sinal, voltando a fazê-lo logo em seguida. Essa prática, embora não apareça escrita, ela parte da lógica que dá para esse momento específico elegância ritualística e conforto no procedimento. Desse modo, também ratifico que durante a transmissão, os protagonistas o fazem sem o Sinal.

Dado o exposto peço desculpas pelos enganos cometidos e estou sempre à disposição para quaisquer outros esclarecimentos.

PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.053 – Melbourne (Vic.) segunda-feira, 16 de maio de 2016

TRANSMISSÃO DA PALAVRA SAGRADA

TRANSMISSÃO DA PALAVRA SAGRADA
(republicação)

Em 24.08.2015 o Respeitável Irmão Marcius Valerius Gomes Delalibera, Loja Fraternidade Jandaiense, 1.750, REAA, GOB-PR, Oriente de Jandaia do Sul, Estado do Paraná, solicita esclarecimento para a seguinte dúvida.
mv_gd@yahoo.com.br

Gostaria que o Irmão esclarecesse acerca da passagem da palavra sagrada entre Diáconos e Vigilantes no Grau de Aprendiz.

CONSIDERAÇÕES:

Resposta sob o ponto de vista ritualístico: Na abertura dos Trabalhos (a Loja não está ainda aberta) – O 1º Diácono sobe com passos normais os degraus do Trono pelo lado Norte do Altar e para. O Venerável por sua vez vira-se para o norte e fica de frente para o 1º Diácono. De frente um para o outro, o Venerável Mestre dá-lhe ao ouvido direito, a Palavra Sagrada por inteiro letra por letra. O Venerável volta-se novamente para o Ocidente. De posse da Palavra o 1º Diácono desce os degraus do Trono, sai do Oriente ingressando diretamente na Coluna do Sul, cruza o eixo (equador) do Templo entre a porta de entrada e a frente do Painel da Loja e aborda no Norte o 1º Vigilante pela sua direita (sobe os dois degraus) e para. O 1º Vigilante então se vira para o 1º Diácono, oportunidade em que ficam de frente um para o outro. Ato seguido o 1º Diácono transmite ao 1º Vigilante a Palavra Sagrada da mesma forma que a recebeu e retorna ao seu lugar passando pelo Norte e ingressando diretamente no Oriente. Em seguida o 2º Diácono dirige-se diretamente do seu lugar até o 1º Vigilante, sobe os dois degraus e o aborda pela sua direita. De frente um para o outro, o 1º Vigilante transmite da mesma forma que recebeu a Palavra Sagrada ao 2º Diácono. Recebida a Palavra este se dirige até o 2º Vigilante saindo do Norte, cruzando o eixo (equador) entre a retaguarda do Painel da Loja e a entrada do Oriente e ingressa no Sul, aborda o 2º Vigilante pela sua direita (subindo o único degrau) e para. Este por sua vez vira-se de frente para o 2º Diácono. De frente um para o outro, o 2º Diácono transmite a Palavra do mesmo modo que a recebeu. Comunicada a Palavra o 2º Diácono retorna ao seu lugar cruzando o eixo (equador) do Templo entre a porta de entrada e a frente do Painel da Loja.

Por ocasião do encerramento dos Trabalhos os procedimentos são idênticos, com a ressalva de que os protagonistas ao se posicionarem de frente um para o outro na abordagem, ambos se colocam à Ordem (a Loja está aberta).

Vale a pena mencionar que essa foi à explicação que propus fosse inserida no Ritual de Aprendiz como parte dos provimentos para aperfeiçoamento do Ritual de Aprendiz que eu enviei ao Poder Central do GOB em outubro de 2.013 quando eu era ainda Secretário Geral do Rito e que nunca sequer recebi uma única resposta.

Caso o Irmão queira saber sobre a origem histórica dessa prática ritualística, basta me solicitar e eu terei imenso prazer em informar.

T.F.A. 
PEDRO JUK – Secretário de Orientação Ritualística do GOB-PR -  jukirm@hotmail.com
JB News – Informativo nr. 1.994 – Florianópolis (SC) sexta-feira, 18 de março de 2016

AVENTAIS

Female Apron from loge d'adoption France - séc XIX

O AVENTAL

O AVENTAL

Após a cerimônia de iniciação, o Venerável Mestre entrega o Avental ao Mestre de Cerimônias, para com ele revestir o neófito. O agora Maçom, só poderá entrar no Templo de sua Loja, ou de qualquer outra, vestindo o Avental. Tal insígnia maçônica, nas palavras do Irmão Assis Carvalho, “é o principal Símbolo que compõe a Indumentária Maçônica.” O Avental, para o citado autor, possui uma característica especial que o diferencia de outras insígnias: está presente desde os remotos tempos Operativos. O famoso escritor francês Jules Boucher define o Avental como: “essencial adorno do Maçom”. Por mais celeuma que possa ocasionar essa palavra “adorno”, pois o sentido de adornar é enfeitar, decorar, e, obviamente, não é esse o principal sentido simbólico dessa indumentária, tomaremos essa definição como ponto de partida para um estudo mais aprofundado do Avental e sua função para os Maçons, tendo em vista as opiniões conflitantes muito comuns, em se tratando deste objeto de estudo. Para compreendermos melhor sua função e o porquê de suas diferentes formas, utilizaremo-nos de uma análise histórica do Avental. Contudo, ressalte-se, concentraremos nossos esforços em uma análise histórica e funcional, tendo em vista o Grau de Aprendiz, já que sabidamente, muitos dos símbolos que são ostentados em Aventais de Graus mais elevados ainda fogem e devem mesmo fugir de nossa compreensão de Aprendiz.

sexta-feira, 29 de maio de 2020

QUESTÕES DO BLOG DO IRINEU

QUESTÕES DO BLOG DO IRINEU
(republicação)

Em 24.08.2015 o Respeitável Irmão Irineu Bianchi, organizador de um blog de perguntas e respostas compiladas do JB NEWS, Oriente de Jaraguá do Sul, Estado de Santa Catarina, apresenta as questões seguintes: irineu.bianchi@gmail.com - http://iblanchier3.blogspot.com.br/

Prezado Irmão Pedro: Como leitor do JB News, senti a necessidade de compilar suas excelentes respostas num documento único. Criei um blog para reunir o acervo e dei conhecimento do fato à minha loja. O endereço do blog acabou sendo difundido e hoje conta com muitos acessos. No dia de hoje passam de trezentos (300). Ocorre que alguns leitores, em seus comentários, acabam formulando perguntas, as quais eu tomo a liberdade de lhe repassar: 

1. A pergunta que faço é a seguinte? É legal e passível de punição um Irmão que não foi reeleito para Deputado Federal continuar a usar o avental? Em PARAMENTOS DE DEPUTADO?

2. Irmão Pedro por acaso você teria alguma explicação para o painel do Grau 2 do REAA, já procurei por varias vezes e não acho nada. Wellington de Paula we33pa@gmail.com em POSIÇÃO DO PAINEL DO GRAU 

3. É necessário o Segundo Diácono fazer o giro na coluna para receber a palavra do Primeiro Vigilante? Ou ele simplesmente se vira à mesa? Em GIRO NA TRANSMISSÃO DA PALAVRA

CONSIDERAÇÕES:

1 – Obviamente que se um Irmão é ex-deputado, significa que ele foi Deputado. Assim, cumprida a sua missão na Assembleia ele deixa de usar esses paramentos oficiais. Não existem paramentos para ex-deputados (pelo menos até onde eu sei). Nesse sentido o Obreiro retoma os seus paramentos normais – de Mestre Maçom ou, se for o caso de ex-Venerável (Mestre Instalado). Se for passivo de punição o uso indevido desses paramentos, havendo insistência, eu acredito que sim – no mínimo essa prática pode ser considerada como indisciplina. Às vezes podem existir procedimentos distintos e particulares de cada Obediência. Entenda-se que eu estou generalizando por não saber de qual Loja, por conseguinte de qual Obediência procede ao Obreiro dessa questão. 

2 – Existem muitas contradições entre as alegorias dos Supremos Conselhos nesse caso, inclusive com as práticas de mudança de Grau por comunicação. Eu prefiro não meter a minha colher enferrujada na liturgia da escola de Kadosh do REAA. Entendo que explicações nesse sentido ficariam melhores se a cargo dos corpos filosóficos do Supremo Conselho que tem a obrigação de instruir e fornecer subsídios os seus quadros. Por ser eu um membro ativo da Maçonaria autêntica (três Graus Simbólicos), embora também pertença a essa escola, eu prefiro me ater no ofício da ritualística, história e filosofia correlacionada apenas ao Francomaçônico Básico Universal. 

3 – Em se tratando de tradição do simbolismo do REAA, não existe circulação ou giro quando um protagonista se desloca no mesmo hemisfério (dar a volta ao mundo para parar no mesmo lugar). Nesse sentido, em se tratando do Segundo Diácono, este sai do seu lugar e vai diretamente até o Primeiro Vigilante para receber a Palavra. Não existe também aquela invenção de se girar em torno da mesa do Vigilante. O Vigilante é literalmente abordado pelo seu lado direito (ombro direito). 

Finalizando, oriento aos Irmãos que declinem sempre o seu nome completo, a sua Loja, Obediência, Rito, Oriente e Estado da Federação quando formularem questões. As mesmas podem ser remetidas, se preferirem, diretamente ao meu endereço eletrônico – jukirm@hotmail.com. Devo salientar que respondo por ordem de chegada e sempre há acúmulo de questões.

T.F.A. 
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.992 – Florianópolis (SC) quarta-feira, 16 de março de 2016

MESTRE INSTALADO É GRAU?

DÚVIDAS SOBRE A CLASSIFICAÇÃO DA CATEGORIA "MESTRE INSTALADO". É GRAU? O QUE É?

Muitas vezes notamos que muitos irmãos quando indagados qual seu grau, ou quando assinam a lista de presença informam como grau: “mestre instalado”. 

Ocorre que mestre instalado NÃO É GRAU. De acordo com a Constituição do GOB no inciso IV, do Art. Art. 2° a maçonaria simbólica é divida em três graus. Verbis: 

Art. 2º - São postulados universais da Instituição Maçônica: 
(...) 
IV - a divisão da Maçonaria Simbólica em três graus;

Para os mais filosóficos convém lembrar que é unânime dentre os diversos autores maçom que escrevem sobre os landmarques, também o “landmark” que estabelece a “divisão da maçonaria simbólica em três graus.”. Portanto, tanto juridicamente como filosoficamente, mestre instalado não é grau.

Então o que é Mestre Instalado? No GOB mestre instalado é um título honorífico. É o que estabelece o Art. 42 do RGF, verbis

Art. 42 – O Mestre Maçom que passar pelo Cerimonial de Instalação integrará a categoria especial honorífica dos Mestres Instalados. (Novo texto pela Lei n. 118, de 23 de março de 2011, publicado no Boletim Oficial n. 6, de 14/4/2011). 

Assim, considerando que a maçonaria é uma escola, deve-se zelar pelo uso correto das nomenclaturas com o objetivo de evitar a perpetuação de eventual costume infundado.

Ir∴ Marcelo Artilheiro - Agosto/2019. 

Fonte: Fonte: https://artilheiro7.wixsite.com

quinta-feira, 28 de maio de 2020

LOJAS CAPITULARES

LOJAS CAPITULARES
(republicação)

Em 07.01.2016 o Respeitável Irmão Elder Madruga, Deputado Federal da Loja Cavaleiros de Aço do Pantanal, 4.288, Rito de York, GOB, Oriente de Cuiabá, Estado do Mato Grosso, formula a seguinte questão:

Fui iniciado no REAA em 98, mas há 10 anos estudando e praticando o Trabalho inglês. No momento representando a Loja como Deputado Federal. Li seu belo artigo sobre Lojas Capitulares e http://iblanchier3.blogspot.com.br/2014/12/lojas-capitulares.html.

Parabéns e muito obrigado pelos ensinamentos. Fiquei com algumas dúvidas e pergunto se o Irmão poderia sana-las:

1. Quando e como chegou ao Brasil o REAA? O rito majoritário na época seria o Moderno ou a Adonhiramita?

2. No seu texto você escreve "escocesismo alcançando também a Maçonaria brasileira, fato que duraria até os meados do século XIX época em que se extinguiria o sistema das Lojas Capitulares". Não seria "meados do século XX"? Pergunto em função de texto de Ailton Pinto que li em http://www.oficina-reaa.org.br/v1/index.php option=com_content&view=article&id=70:reaaiorigem&catid=39:reaabrasil&Itemid=64, em que as Lojas Capitulares no Brasil só deixariam de existir após a cisão de 27, quanto anos depois o GOB desistiu de ter seu Grão Mestre comandando o Supremo Conselho.

3. Na França, a maçonaria do século XVIII tinha a influência dos Modernos, que devido a Prichard havia feito alterações de sinais, toques, palavras... em que o ritual de 1804 levou a herança dos "Antigos"? Pergunto porque vejo no ritual do REAA GOB a Pedra Bruta no altar do 1º Vigilante e a Cúbica no do 2º. 4. Você escreveu "É bem verdade que ainda existem Obediências no Brasil que, na contramão da história, mantém equivocadamente para o Rito em questão aventais e templos azulados herdado por influência do Craft americano". Li em https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0ahUKEwj2ntnUx5fKAhWBC5AKHQWJCycQFggcMAA&url=http%3A%2F%2Ffiles.arlspentalpha.webnode.com.br%2F2000015467e9f07f990%2FA.pdf&usg=AFQjCNEZhcm0z9zd-MN8MhSNRe7V9Cx_6A&sig2=cr39_sVg99vmA9mEPaNgdg&bvm=bv.110151844,d.Y2I&cad=rja, artigo intitulado "A Variação dos Aventais de Mestre Maçom no REAA no Brasil" (de Joaquim da Silva Pires) que o avental com borda azul surgiu no GOB por Decreto do GM no ano de 1889. Me intriga porque nessa época a Constituição do GOB dizia que o avental era orlado de escarlate. O que teria motivado o GM a baixar esse Decreto, aparentemente inconstitucional, e que pegou?

CONSIDERAÇÕES:

COMBATENDO A VAIDADE E O ORGULHO

COMBATENDO A VAIDADE E O ORGULHO
Autor: Tiago Valenciano

Talvez a vaidade seja o primeiro vício que ouvimos falar em Maçonaria após a iniciação. Dinâmica, a ordem maçônica nos demonstra (com o passar do tempo), que um ensinamento apreendido num determinado grau jamais deve ser esquecido, pois ou o irmão o colocará em prática no seu dia-a-dia ou ele ressurgirá em algum momento na escala de estudos do rito. Assim a vaidade (ou o orgulho) aparece no Grau 21, do Cavaleiro Prussiano. O que nos leva nesse grau a relembrá-la?

A Torre de Babel é a principal alegoria a demonstrar a vaidade e a necessidade de mostrar às pessoas da época como construir uma torre alta o bastante para atingir o céu ou ainda para abrigo quando Deus enviasse algum dilúvio, segundo as tradições bíblicas. Analogicamente, iremos abordar essa passagem da Torre de Babel em três momentos: a forma de distribuição espacial do homem de hoje; a vaidade explorada pelas pessoas; e a construção do chamado “templo interior” do maçom.

Em primeiro lugar, ressaltamos que o convívio na sociedade urbanizada de hoje reflete (e muito) o estilo Torre de Babel de viver. Não basta morar em um edifício: ele tem que ser o mais alto de todos; não basta construir um viaduto: ele tem que passar sob a cabeça de todos; não basta ter um estádio: ele tem que ser o maior de todos. Essa configuração espacial nos mostra que as cidades de hoje são reflexo direto da melhor ocupação dos locais pelo homem, mas, sobretudo pelas grandes torres erigidas, frutos da pompa e ostentação de cada povo. Afinal, quem nunca se aventurou a conhecer Dubai e seus imensos edifícios? E Tóquio, São Paulo, Nova Iorque?

Além das grandes torres sacramentadas pelo concreto, a vaidade aparece ainda nas relações interpessoais. Cansamos de chegar à nossa própria casa e ver os irmãos chamando uns aos outros pelos títulos maçônicos ou profanos; cansamos de ver homenagens sem fundamento e entrega de placas e distintivos apenas para estimular a vaidade alheia e pessoal, uma vez que o financiador de placas espera a mesma retribuição daquele que agora as recebe; cansamos de ver a ornamentação riquíssima de templos e o reclame de jantares poucos fartos; cansamos de ver o tratamento de doutor para quem deveria ser apenas irmão.

Por fim, abordamos tanto a questão do chamado “templo interior”. Fala-se muito nessa expressão em trabalhos maçônicos, que o irmão deve construir seu templo interior, ou seja, preparar-se para o aperfeiçoamento moral e intelectual. Todavia, raros são os casos em que o templo interior não ultrapassa a barreira da própria pessoa, com discriminação por candidatos de baixa renda, fora do seu vínculo social e o estímulo ao orgulho – quando se visualiza os bens adquiridos por outro irmão, entre cunhadas e afins, por exemplo.

De nada adianta pregarmos o fim da vaidade se ela é alimentada por nós se ela está intrínseca na natureza humana. O ofício do maçom nesse caso é fazer com que a vaidade caminhe para o fim a partir dos próprios templos maçônicos: o fim de entradas e protocolos oficiais, o fim da premiação pela obrigação, o fim de paramentos pomposos de que nada mudam nossas vidas, o fim de charmosos discursos em cerimônias públicas apenas para ratificar outras falas e querer “se aparecer”… A maçonaria não pode e não deve ser o centro da vaidade. Ela pode e deve ser o centro da simplicidade com eficácia, mantendo seu tradicionalíssimo ensinamento do combate ao vício, mas sempre rememorando que toda vaidade acaba sempre quando nossa existência terrena tem fim.

Fonte: https://pavimentomosaico.wordpress.com

quarta-feira, 27 de maio de 2020

COMENTÁRIOS EM LOJA

COMENTÁRIOS EM LOJA
(republicação)

Em 14/12/2015 o Respeitável Irmão Orlando Ribeiro, Loja José Ferreira Vieira, 168, REAA, GLESP, Oriente de Votuporanga, Estado de São Paulo, formula a seguinte questão: 
amonra_ramses@hotmail.com

Meu Irmão, pesquisando um assunto na Internet, cheguei ao seu nome através do endereço. Gostaria de saber se o Irmão poderia me esclarecer a seguinte dúvida: infelizmente, em sessões de minha Loja, nos três graus, são emitidos comentários humorísticos e até mesmo piadas. Entretanto, nunca nenhuma destas observações (que até considero inconvenientes) constava em ata. Porém, no balaústre de uma sessão de Iniciação, o Secretário fez constar o comentário irônico de um Mestre Instalado, dirigindo-se ao Neófito, afirmando que “na Loja encontraria muita fraternidade, mas poderia se deparar também com membros do Exército Islâmico ou Boko Karan, numa alusão de que a “turma”, às vezes, “bota terror” em cima dos Irmãos”. Por considerar a frase inadequada, pedi a palavra e solicitei ao Orador um parecer sobre a legalidade de se colocar este tipo de comentário nas atas da sessão. Fui advertido pelo autor do referido, que disse que nunca, na história da Loja, alguém teria solicitado para se extrair algo e que como ele tinha falado, teria de ser escrito, pois que a ata deveria ser o registro da sessão. Sem alimentar a polêmica, apenas disse que meu questionamento era a bem da Ordem e do Quadro, jamais desejando polemizar.

CONSIDERAÇÕES:

MINUTO MAÇÔNICO

CIRCUNVOLUÇÃO

1º - Em todos os ritos giratórios, o movimento deve ser feito sempre para a direita, isto é, no sentido dos ponteiros do relógio”, é literalmente, “para o lado direito”, dextrogiro. 

2º - Rito adotado nos antigos mistérios egípcios e gregos, e ainda hoje perpetuado na maçonaria e nas religiões, além das procissões ou em sua seqüência. 

3º - Tanto os romanos como os druidas e industânicos empregavam esse rito, pois em suas cerimônias tratavam de imitar o exemplo do Sol. 

4º - Na Grécia os sacerdotes davam três voltas ao redor do altar, durante os ritos sacrificiais, enquanto entoavam um hino sagrado, divididos em três partes, cantadas em cada passagem ou circuito da procissão. 

5º - Na maioria dos ritos maçônicos, o giro (para a direita) se faz em torno do Altar ou o Painel do Grau localizado no ocidente. (mais ou menos no centro)

Fonte: http://www.cavaleirosdaluz18.com.br

GNOSTICISMO MAÇÔNICO

GNOSTICISMO MAÇÔNICO
Acadêmico Sérgio Quirino Guimarães

Toda palavra carrega em si um valor que está relacionado
diretamente ao seu leitor.

Por exemplo: DEUS. Ao ler esta sequência de letras, vem à mente de cada leitor um significado, uma mensagem, um ícone ou uma sensação, que vai variar conforme a relação do leitor com o que a palavra representa.

Alguns relacionam a palavra GNOSE com um determinado “G”, que sabemos onde se encontra, através de simples exercício de lógica inversa. Os maçons operativos usavam a geometria para construir catedrais. Era um conhecimento restrito, que parecia inspirado por Deus. “G” de Geometria, de Gnose (conhecimento) e de God (Deus), são apenas uma elucubrações. Somente nas línguas anglo-saxônicas, a palavra Deus inicia-se com "G".

A palavra Gnose vem do grego “gnosis” que representa conhecimento. Mas, o termo não é aplicado no sentido do conhecimento como ato de perceber ou compreender por meio da razão e ou da experiência, que era, por exemplo, o conhecimento das leis que regem a Geometria, aplicadas pelos nossos Irmãos da Idade Média.

A Gnose no sentido de “além do conhecimento material”, já foi uma doutrina religiosa praticada pelos cristãos primitivos nos primeiros séculos. Muitos anos depois, foi combatida pela própria Igreja, pois ela via nos seus ensinamentos grandes heresias. Muitos conflitos surgiram pela interpretação literal do que era apregoado e dentro dos dogmas cristãos era, realmente, uma grande heresia.

No gnosticismo acredita-se na força da dualidade. Existem então dois deuses. Um deus bom e um deus mau. O mundo como conhecemos foi criado pelo deus mau.

Antes disso, as almas dos homens viviam em Plenoma (paraíso), mas houve um conflito e muitos espíritos foram expulsos e condenados a ficar aprisionados em corpos materiais. Mas há a possibilidade da libertação e retorno ao Plenoma, através de conhecimentos secretos (gnose) e de rituais esotéricos.

Sendo assim, não há gnosticismo maçônico, por não sermos uma vertente religiosa e muito menos ser nosso foco a espiritualidade neste sentido. Todavia, não há como negar a presença da gnose em nossos labores. Devemos manter o foco na gnose, não como instrumento para salvar o espírito, mas para melhorar o ambiente material que se relaciona com o espírito.

Cabe a nós Maçons a Gnoseologia, que é o fundamento do conhecimento. Diante de cada instrução, de cada alegoria, de cada símbolo, devemos questionar: Qual é a origem? Qual é a essência? Qual o potencial transformador? Até quanto aprofundar?

O propósito é nos tornarmos COGNOSCENTES. Agentes capazes de procurar, assimilar e de passar para frente o conhecimento maçônico.

Como exemplo prático da Gnose maçônica, reproduzo, abaixo, a mensagem do ilustre Irmão Pedro Juk, que, bem fundamentado, contribuiu com preciosas informações na prancha que publicamos na semana passada, a quem agradecemos a hora da intervenção.

“Bom dia Mano. Só para complementar sua peça de arquitetura. O termo "cowan" é originário de um dialeto escocês e signica aquele que assenta pedras sem argamassa, ou seja, um prossional sem qualicação. Essa denição se encaixa perfeitamente no contexto do seu precioso trabalho. Fonte - Harry Carr - Mason's At Work. Fraterno Abraço. Pedro Juk"

Fonte: Revista Libertas

terça-feira, 26 de maio de 2020

CADEIA DE UNIÃO

CADEIA DE UNIÃO
(republicação)

Em 24.08.2015 o Respeitável Irmão Paulo Assis Valduga, Loja Luz Invisível, REAA, GORGS (COMAB), Oriente de São Borja, Estado do Rio Grande do Sul, pede esclarecimentos no que segue: paulovalduga@gmail.com

Estou buscando luzes sobre a formação da Cadeia de União; fazemos a Cadeia de União (no Brasil) entrelaçando as mãos e braços e unindo os calcanhares uns aos outros. Entretanto na Argentina e Paraguai a Cadeia de União é realizada apenas entrelaçando mãos e braços, não havendo, por conseguinte, a união dos calcanhares. Pergunto: qual a forma correta e por quê?

CONSIDERAÇÕES:

O correto é como fazem nossos “Hermanos” da Argentina e do Paraguai. Em se tratando do REAA∴ a Cadeia de União serve apenas e tão somente para a transmissão da Palavra Semestral. 

Por ocasião dessa transmissão, a Cadeia de União deve ser realizada imediatamente após o encerramento da Sessão, dentro da própria Loja (Templo) e dela somente participam Obreiros do Quadro. 

Assim, os Irmãos formam uma disposição circular no Ocidente tendo o Venerável ladeado pelo Orador e pelo Secretário na banda Leste e o Mestre de Cerimônias ladeado pelos Vigilantes no Oeste. 

Os demais se dividem pelo Norte pelo Sul da formação circular. Todos posicionados os Irmãos simplesmente dão-se as mãos cruzando o braço direito sobre o esquerdo e a Palavra é transmitida sussurrada na forma de costume. 

Não existe nenhuma união das pontas dos pés quem vão unidos pelos calcanhares entre os participantes da Cadeia. Também nela não existem preces, orações e outras súplicas similares. 

Outro procedimento também inexistente no Rito Escocês é o subir e descer dos braços com as mãos dadas pelos protagonistas ao final da Cadeia e seguidas ainda de exclamações de tríades a exemplo da manjada Saúde, Força e União. 

Volto a enfatizar, Cadeia de União no REAA tem apenas a finalidade de transmitir a Palavra Semestral. Outros procedimentos dela acompanhados como os acima citados são costumes e práticas de outros Ritos, sobretudo do Adonhiramita que foi muito por aqui praticado nos primórdios da Maçonaria brasileira. 

Como boa parte dos maçons tupiniquins são dados há achar tudo muito bonito sem nem mesmo saber qual a sua serventia, o resto ficou por conta da imaginação. 

Cabe por fim o último esclarecimento – a Cadeia de União é realizada somente após o encerramento dos trabalhos para que se dê tempo dos visitantes se retirarem do recinto, assim como para que se evitem constrangimentos ao ter que solicitar a cobertura do Templo para eventuais presenças de Irmãos que não fazem parte do Quadro.

T.F.A. 
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.985 – Florianópolis (SC) quarta-feira, 9 de março de 2016

MAÇONARIA E ASTROLOGIA

MAÇONARIA E ASTROLOGIA

I - INTRODUÇÃO

A Astrologia (1) era na antiguidade considerada a chave de todas as ciências humanas e naturais e não é de duvidar que algum dia descubra inúmeras razões para que volte a ocupar esta posição. 

A Astrologia teve sua origem, por volta do ano 3000 a.C., provavelmente na cidade de "Ur", supostamente a pátria de Abraão, fundada no 4º milênio a.C., por um povo do norte da mesopotâmia, os Sumérios. Este povo tinha um grande interesse pela observação do céu.

Para os Sumérios, este parecia uma grande abóbada de veludo negro onde as estrelas estavam fixas como enfeites de brilhantes. Notaram, entretanto que além do Sol e da Lua, cinco estrelas apresentavam um movimento mais rápido que as outras; eram os planetas: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno.

Mais tarde foram os Caldeus que introduziram a astrologia como hoje é conhecida. As estrelas foram agrupadas em constelações, para servirem como marcadores do movimento dos planetas. O Zodíaco, ou o Caminho de Anu, era a rota seguida no céu pelo Sol, Lua e planetas, sempre pela mesma massa de estrelas, as Constelações Zodiacais. 

A divisão do Zodíaco em doze partes talvez tenha vindo da divisão em doze partes de duas horas cada uma do dia dos Caldeus.

A maçonaria, com seus templos onde sempre são representados os signos do zodíaco e a abóbada celeste, sempre serviram de veículo para a difusão de ensinamentos da Astrologia e, com certeza, foram em lojas que a Astrologia deve ter primeiro florescido em nosso país, em especial no Rio de Janeiro.

segunda-feira, 25 de maio de 2020

CONTRADIÇÕES RGF E CONSTITUIÇÃO

CONTRADIÇÕES RGF E CONSTITUIÇÃO
(republicação)

Em 21.08.2015 o Respeitável Irmão Tacachi Iquejiri, Loja 11 de Outubro, 2.081, Benfeitora da Ordem, REAA, GOB – MS, Oriente de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, solicita esclarecimentos. tacachisamurai@gmail.com

Mais uma vez recorro da sua sapiência para dirimir dúvida.

1. Constituição do GOB - Art. 25º – A Loja não poderá: II – realizar sessões ordinárias, salvo das de pompas fúnebres, nos feriados maçônicos e período de férias maçônicas.

2. RGF – Art. 208 – As sessões das Lojas serão ordinárias, magnas ou extraordinárias.

Continuando, sobre as tipificações das sessões, as magnas se desdobram em privativas de maçons e admitida à presença de não maçons;

E nessa última, se encaixa no item III – de pompas fúnebres.

Após citações acima, vem à dúvida: Quando o legislador citou as pompas fúnebres, deu a entender de que se tratava de uma sessão ordinária, pois não faz menção da palavra magna;

Há entendimento de que é possível realizar qualquer sessão, desde que seja magna, nos períodos proibidos pela Constituição do GOB, isto é, feriados maçônicos ou férias maçônicas. Por exemplo: realizar uma sessão magna alusiva ao dia do Maçom, exatamente no dia 20 de agosto, data considerada oficialmente feriado maçônico, conforme art. 134, não constitui ofensa ao dispositivo constitucional?

Posso ou não entender, o termo “ordinária”, como sendo algo programável, previsível, escalonável, e consequentemente alterável?

Também, que o único evento não previsível é a morte, considerado então como exceção, sendo permitido a qualquer momento que o fato ocorra.

CONSIDERAÇÕES:

Sem querer fugir da raia e nem ser infectado pelo vírus da preguiça, penso que essas perguntas deveriam ser feitas aos legisladores maçônicos. Como não fui eu quem as escrevi, não me sinto capacitado para interpretá-las, muito menos emitir opinião sobre as ditas.

Além do mais, não raras vezes tem aparecido elementos contraditórios entre a Constituição e o Regulamento Geral.

Assim, deixo a palavra com os construtores das Leis e os seus regulamentos nesse caso.

T.F.A. 
PEDRO JUK –jukirm@hotmail.com
JB News – Informativo nr. 1.983 – Curitiba (PR) – segunda-feira, 7 de março de 2016

OS TRÊS TOQUES

OS TRÊS TOQUES
Valdemar Sansão

Batei e Vos abrirá

Batendo às portas do Temp∴ do saber elas vos serão abertas; pois, todas as portas se abrem ao chamado imperativo da vontade e do desejo de aprender, que são as chaves mestras que abrirão todas as portas cerradas ao vosso passo.

Batendo aos corações de vossos Ir∴, com o toque sincero de vossa bondade eles vos abrirão o peito para compartilharem das vossas dores e alegrias, vossos problemas aflitivos e vossas esperanças.

Batendo com o chamado mágico do saber, na porta da vida, esta vos será aberta. Jamais vos esquecendo dos juramentos prestados nas câmaras em que estivestes, nossos corações vos darão a prova de fraternidade universal, peculiar em nós, verdadeiros maçons.

Pedi e Vos dará

Pedi a resposta ao enigma que vos atormenta e o significado do símbolo que vos confunde, pois, a afã de compreendê-los conduzir-vos-á adiante, um passo mais em cada dia.

Pedi – ao mestre a chave do segredo que guarda secretamente, pois, se o discípulo está pronto para recebê-los, o M∴ também o está para orientá-lo e fazê-lo participar dos seus conhecimentos à medida que se façam dignos deles.

Pedi – sempre a tarefa mais penosa, o trabalho mais árduo, o labor mais perigoo, e desenvolvereis uma vontade mais poderosa e uma fortaleza ainda maior, conforme ouvistes dos IIr∴ Ven∴ e Ord∴ durante a Inic∴.

Bucai e Encontrareis

Buscando em vossos corações, encontrareis a palavra que afague uma esperança, o gênio doce que alivie vossas penas, e o amor sincero que arranque radicalmente os espinhos cravados em vossos corações.

Buscando em vossa mente encontrareis a solução do problema, a inteligência analítica que desentranha um teorema; a finalidade que dignifica, transformando o animal humano em um ser pensante que raciocina e analisa, que dirige e ama.

Buscando em vossa consciência, encontrareis a norma de vossa conduta, o farol rutilante que ilumina a estrada da vossa vida, a bússola que guia firmemente a vossa direção pelo mar tortuoso de vossas paixões. Em vosso espírito encontrareis o sentido oculto das causas, a verdade escondida do símbolo, e a harmonia rítmica da vida.

Assim, caríssimos Irmãos: Batei e Vos abrirá – Pedi e Vos dará – Buscando Encontrareis.

Fontes de Consultas:
- Bíblia Sagrada;
- Trabalho do Ir∴ Jayme Janeiro Rodrigues.

Fonte: http://masonic.com.br

domingo, 24 de maio de 2020

FOTO MAÇÔNICA DE DOMINGO

Por Géplu

Nicolas nos envia esta foto, com esta longa explicação:

Em Montreuil-Sur-Mer (62), uma estranha casa anti-maçom.

Esta casa surpreende todos os visitantes desta vila, que terminou em segundo lugar no programa da mais bonita vila favorita dos franceses em 2016. Seu estado negligenciado e suas bandeiras estrangeiras sírias, iranianas e russas orgulhosamente penduradas chamam a atenção. As tramas conspiratórias e negacionistas escritas pelo proprietário e exibidas em suas janelas são nojentas. Uma das paredes do edifício mostra claramente a orientação: é uma "zona anti-francmac". É um câncer na vila.

La Voix Du Nord em 2014 observou que o autor dessas mensagens foi, no entanto, apreciado favoravelmente por seus vizinhos. Ele foi descrito como um homem sorridente, bastante quieto, além de algumas escapadas. No volante de seu carro, porém, ele costumava levantar os decibéis quando ouvia músicas da Wehrmacht, o exército alemão do Terceiro Reich ou a música Shoananas de Dieudonné.

A Associação Nacional de Arquitetos de Edifícios da França (ANABF) notificou o casal na 31 rue du Général-Potez porque a casa estava "dentro do perímetro de proteção dos monumentos históricos da cidade de Montreuil". Como tal, o edifício é classificado e a fachada deve permanecer intacta. O senhor teve que apagar seus slogans a partir de 2014.

Quatro anos depois, apenas um slogan anti-maçonaria retornou. Prova de que, conforme relatado por um residente local no Voix du Nord em 2014, nada está se movendo. Este vizinho então explicou ao ativista exuberante que ele gosta de seguir certos moradores locais para cantarolar em seus ouvidos um refrão obsceno e anti-semita. "Já aconteceu com duas pessoas, você pode imaginar a atmosfera que ela cria no bairro", disse o morador local, para quem é urgente agir. 

“Todo mundo tem medo, estamos cansados, exaustos. Fomos à prefeitura, à gendarmeria, mas ela não se move. Pena que Montreuil-Sur-Mer, que ironicamente, era um animado centro maçônico no século 18, notadamente com a presença de vários arquitetos militares em lojas.

Se você também estiver perto de sua casa ou viajando, perceber um edifício, um objeto ou uma decoração maçônica ou evocar alvenaria, não hesite em nos enviar fotos com algumas explicações.

Esses "depoimentos" são muito populares entre os leitores de blogs. (tradução livre)

Fonte: Blog Hiram.be

LIVRO DA LEI ILUMINADO

LIVRO DA LEI ILUMINADO
(republicação)

Em 19.08.2015 o Respeitável Irmão Tacachi Iquejiri, Loja 11 de Outubro, 2.081, REAA, GOB – MS, Oriente de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, solicita esclarecimentos.
 tacachisamurai@gmail.com

No Ritual de Aprendiz – REAA, pg. 26, sob nº 1.3.6 – Abóbada Celeste, observa-se a presença do Sol. Sob o Sol, em nosso Templo, está localizado o Altar dos Juramentos, sobre ele, o Livro da Lei.

O Sol foi incrementado com uma lâmpada de facho direcionado, que incide exatamente sobre o Livro da Lei, quando aberto. (Esta iluminação só é acionada quando da abertura do Livro da Lei, ficando apagada enquanto o Livro da Lei estiver fechado).

Alguns Irmãos da Loja questionaram sobre o significado dessa luz incidente sobre o Livro da Lei.

Perguntamos: é correto e usual o procedimento? O que significa essa luz? Se for alguma invencionice, gostaria que nos esclarecesse.

CONSIDERAÇÕES:

Puro fruto da imaginação. Não há nenhuma previsão ritualística para essa iluminação especial sobre as Três Grandes Luzes Emblemáticas. As únicas Luzes litúrgicas previstas são aquelas posicionadas sobre o Altar ocupado pelo Venerável e as mesas dos Vigilantes que vão acesas conforme o Grau de trabalho – identificam também as Luzes da Loja.

Os inventores precisam compreender que a Maçonaria não é nenhuma religião e em particular o Livro da Lei é tomado como um código de moral e ética daquele que presta obrigação sobre esse conteúdo. O Livro significa a fé pessoal.

Crenças religiosas fazem parte do foro íntimo de cada um dos membros da Ordem, entretanto delas nunca se fazem proselitismos contemplativos na Loja.

Assim, respondendo diretamente as vossas perguntas começo por mencionar que procedimento correto seria o de não se fazer uso desse tipo de expediente em Loja, respeitando a profecia religiosa individual de cada Irmão. 

Quanto ao significado desse facho de luz equivocadamente usado para iluminar o Livro da Lei, eu diria que não há nenhuma acepção, pois ele nem mesmo está previsto no Ritual.

Por fim, tudo isso nada mais é do que pura invencionice.

T.F.A. 
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.980 – Florianópolis (SC) – sexta-feira, 4 de março de 2016

PÍLULAS MAÇÔNICAS

O OLHO QUE TUDO VÊ

O “Olho de Deus”, também conhecido como o “Olho Que Tudo Vê” é um Símbolo mostrando um olho circundado por raios de luz e, normalmente, no centro de um triângulo eqüilátero.

Ele é comumente interpretado, na Maçonaria, como “Olho do Grande Arquiteto do Universo” mantendo uma vigilância sobre o comportamento da raça humana e, principalmente, dos Maçons.

Sua origem pode ser encontrada na antiga Mitologia Egípcia juntamente com o “Olho de Orus”. Este último, para os Egípcios, era o Símbolo do Poder e Proteção.

Na Maçonaria serve para lembrar a todos os maçons que o Grande Arquiteto do Universo sempre observa seus feitos e ações. Muitas vezes aparece dentro de um triangulo, o que é, talvez, uma referencia para a preferência Maçônica para o número “três” na numerologia. Algumas vezes, mas de raro modo, a letra “G”, representando o Grande Arquiteto, substitui o olho.

Na literatura maçônica a primeira referencia parece ter sido feita por Thomas Smith Webb no “The Freemasons Monitor” onde cita algo semelhante a “pensamentos, palavras e ações, podem ser escondidos dos olhos do Homem, mas ao Olho que Tudo Vê nada pode ser escondido, pois penetra no fundo do coração do ser Humano, premiando ou punindo conforme seus méritos”.

Posteriormente, ficou bem conhecido quando apareceu como parte do simbolismo, no verso do Grande Selo dos Estados Unidos da América, acompanhado das palavras “annuit coeptis” (favorável aos nossos empreendimentos). Ele está posicionado em cima de uma pirâmide truncada

A anti-maçonaria, sempre alerta, alega que a origem do Grande Selo tenha sido na Maçonaria, idealizado por projetistas maçons. Hoje sabe-se que isso é uma tremenda bobagem, pois nenhum deles era Maçom.

Aparentemente, os comentários se acentuaram quando um professor da Harvard, Elliot Norton, em 1884, disse o verso da nota de “um dólar” lembrava, pela aparência, um emblema da fraternidade maçônica.

Na verdade, apesar da Maçonaria ter adotado esse Símbolo, o mesmo não é exclusivo da mesma. Ele aparece com freqüência na arte Cristã, nas Antigas Seitas, e foi muito usado durante o comportamento “deísta” no Renascimento.

Fonte: pilulasmaconicas.blogspot.com

CONSIDERAÇÕES SOBRE A ACLAMAÇÃO “HUZÉ! HUZÉ! HUZÉ!”

CONSIDERAÇÕES SOBRE A ACLAMAÇÃO “HUZÉ! HUZÉ! HUZÉ!”

Traduzimos e registramos aqui a exposição sobre a matéria, de Jules Boucher, encontrada em seu substancioso compêndio “La Symbolique Maçonique”, às páginas 345 e 346. 

Jules Boucher, em seus comentários, cita vários renomados autores. Após cada citação, aduziremos algumas palavras para melhor entendimento de nosso ponto de vista. Passemos a palavra ao mestre: 

“Huzza! Huzza! Huzza! tal é a velha aclamação escocesa. 

Albert Lantoine fez algumas pesquisas a respeito dessa aclamação e é a ele que recorremos, de início, em nossa argumentação." 

Ele diz: 

“Eis o que escreve Delaunay às páginas 3 e 5 de seu “Cobridor dos Trinta e Três graus do Escocismo” (1815):“Acrescente-se a trípliceaclamação HUZZÉ, que se deve escrever HUZZA, palavra inglesa que significa VIVE LE ROI! e que substitui o nosso VIVAT”.

sábado, 23 de maio de 2020

SAUDAÇÃO

SAUDAÇÃO
(republicação)

Em 18.08.2015 o Respeitável Irmão André Luiz Rosera, Loja Cavaleiros Templários, 3.968, REAA, GOB-SC, Oriente de Fraiburgo, apresenta as questões que seguem: rosera@formatto.com.br

1. Quando se executam as Marchas de Aprendiz, Companheiro e Mestre o Irmão deve fazer com o Sinal de Ordem de cada Grau? 

2. Sempre que um Irmão entrar ou sair do Oriente deve ele deve fazer a saudação ao Venerável 

3. No encerramento dos trabalhos quando o 1º Diácono recebe a Palavra Sagrada do Venerável ele deve fazer a saudação ao aproximar-se do mesmo, e após o recebimento também deve fazer a saudação?

CONSIDERAÇÕES:

1 – Do Companheiro – após ter realizado na forma de costume a Marcha do Aprendiz, o protagonista desfaz o Sinal Gut∴ pelo Sinal Penal e imediatamente compõe o Sinal Cord∴. Ato contínuo ele executa os passos do Companheiro e ao final saúda hierarquicamente as Luzes da Loja pelo Sinal Penal. 

No caso do Mestre o protagonista tendo já realizado a Marcha do Primeiro e Segundo Grau, sem saudar as Luzes pelo Sinal, ele prossegue desfazendo o Sinal Cord∴ pelo Sinal Penal e compõe imediatamente o Sinal do Ventr∴ do Mestre. Ato seguido dá os passos do Terceiro Grau na forma de costume e ao final saúda hierarquicamente as Luzes da Loja pelo Sinal Penal. 

Em qualquer situação o executor da Marcha somente saúda as Luzes no final da respectiva Marcha. Em se tratando do Primeiro e Segundo Grau, na transformação de um para o outro Sinal o protagonista sempre desfaz por primeiro o Sinal pela aplicação da pena simbólica. É equivocado passar diretamente (sem desfazê-lo por completo) de um para o outro Sinal – primeiro se desfaz um por completo antes de se arranjar o outro. 

2 – Conforme prevê o Ritual as saudações em Loja são feitas ao Venerável quando do ingresso ou saída do Oriente ou às Luzes da Loja por ocasião do ingresso formal em Loja. Obreiro que por dever de ofício estiver com a mão(s) ocupada(s) fará nessa ocasião apenas uma parada rápida e formal, sem inclinação com o corpo ou maneios com a cabeça. Saudação em Loja é feita sempre pelo Sinal completo do Grau (pela sua composição e a respectiva aplicação da pena simbólica). Todos esses procedimentos são executados tão-somente em Loja aberta. 

3 – Como no encerramento dos Trabalhos a Loja ainda está aberta, conforme o Ritual, o Diácono sobe pelo lado norte do Altar (ombro direito do Venerável) os degraus para o sólio. Lá ele se detém colocando-se à Ordem. Por sua vez o Venerável (sem portar o malhete) se vira para a direita e fica à Ordem de frente para o Diácono que o aguarda. Ato seguido, sem desfazer o Sinal, o Venerável transmite a Palavra para o Diácono na forma de costume. Encerrado o procedimento, ambos desfazem o Sinal na forma de costume (isso não é saudação) enquanto que o Diácono segue o seu destino e o Venerável, do seu lugar, volta-se novamente para o Ocidente. 

É oportuno salientar mais uma vez que todo esse movimento alegórico é executado à direita (norte) do Altar, nunca pela sua frente como algumas Lojas equivocadamente insistem em executar. Não confundir o termo indicativo de que ambos ficam de frente um para o outro com a terminação pela frente do Altar.

T.F.A. 
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.978 – Florianópolis (SC) – quarta-feira, 2 de março de 2016

AVENTAIS

Egyptophilic Master's Apron France - séc XIX

INVESTIR NO JOVEM

INVESTIR NO JOVEM É A CERTEZA DE UM FUTURO MELHOR!
Francisco Feitosa

O jovem – a semente do amanhã - deve ser trabalhado com seriedade em sua formação. Os valores da ética, moral e disciplina devem ser incansavelmente ensinados e praticados para que tenhamos no futuro gerações melhores do que as dos últimos tempos.

O mundo que nossos filhos e netos estão herdando é simplesmente desolador. Uma total inversão de valores e a expectativa do nada. É duro ser jovem nos dias atuais!

Vivemos em um mundo imediatista, capitalista e cruel onde “Ser” e “Ter” se confundem, como no verbo “to be”; é raríssimo, nos dias de hoje, a família em que apenas o pai trabalha e a mãe se dedica, como sacerdotisa do lar, à educação dos filhos, até porque é também coisa rara uma família composta de pai, mãe e filhos. Essa falida instituição – família – se resumiu, na maioria dos lares, na figura da mulher atuando em duplo papel.. Coisas da “modernidade”!

A televisão pobre em programação educativa e a Internet rica em informação de toda espécie invadem nossos lares, sem pedir licença e põem abaixo toda tentativa de conduzir nossos filhos e netos por caminhos seguros. Apologias à violência, às drogas e à corrupção. Os noticiários, visando sempre o “IBOPE” para sua emissora fazem questão de falar apenas sobre catástrofes, epidemias, injustiça social, descaso com a natureza, superlotação de presídios. Que mundo é esse que estamos deixando para nossos jovens?

Podemos modificar esse quadro? Tenho certeza que sim!

“Eduque os jovens e não mais será preciso castigar os adultos!”

Pitágoras há quase 2.500 anos já nos alertava para isso. Será que chegamos ao fundo do poço? Acredito que nem tudo está perdido!

Em 18 de março de 1919, anos EUA, aniversário da morte do último Grão-Mestre da Ordem dos Templários – Jacques DeMolay, foi fundada aquela que se tornaria na maior Organização Fraternal de Jovens do mundo, a Ordem DeMolay, que logo se espalhou por vários países de todo o mundo, tendo passado em suas fileiras ilustres personagens como Bill Clinton, John Wayne, Airton Senna e tantos outros.

Há 26 anos chegou ao Brasil essa digníssima Ordem, baseada em valores éticos, morais e rigorosa disciplina, tendo por lema: Por Deus, Pela Pátria, Pela Família e Pela Causa DeMolay. Conta atualmente, somente no Brasil, com mais de 600 Capítulos e mais de 50.000 jovens filiados.

Não possuindo caráter religioso, político, e sem fins lucrativos, a Ordem DeMolay congrega jovens do sexo masculino na faixa etária de 12 a 21 anos, que visam aperfeiçoar sua personalidade e seu caráter, através da prática de Sete (7) Virtudes Cardeais: Amor Filial, Reverência pelas Coisas Sagradas, Cortesia, Companheirismo, Fidelidade, Pureza e Patriotismo. Dessa forma, deseja formar líderes, sérios e dinâmicos, preparados para assumir posições de importância em todos os setores da sociedade.

Preocupados com a formação de nossos jovens do Sul de Minas, a Loja Maçônica Ruy Barbosa no 46–, em São Lourenço, a exemplo da Loja Maçônica Nova Acácia no 229 - de Caxambu, ambas jurisdicionadas à GLMMG, fundou em 12 de março próximo passado o mais novo Capítulo da Ordem DeMolay – Cavaleiros de São Lourenço e sua instalação está prevista para o dia 26 de maio de 2007.

No próximo dia 14 de abril no auditório da Casa da Cultura, em São Lourenço, se realizará uma Sessão de Apresentação da Ordem DeMolay, aberta ao público, com a presença de várias autoridades maçônicas, civis e militares locais e do Estado, patrocinada pela Loja Maçônica Ruy Barbosa, a fim de trazer ao conhecimento do público os excelsos valores praticados por esses jovens.

Não é vedado apenas aos filhos de Maçons o ingresso na Ordem DeMolay. Todo jovem na faixa etária de 12 a 21 anos poderá ingressar e sorver de seus sublimes ensinamentos.

“A esperança da colheita está na semente!” 

Tenho certeza que no futuro colheremos bons frutos em forma homens dignos, de uma sociedade mais justa, de um mundo melhor!

É tudo que se quer!

Fonte: www.revistaartereal.com.br

sexta-feira, 22 de maio de 2020

COMUNICAÇÃO DO TRONCO

COMUNICAÇÃO DO TRONCO
(republicação)

Em 17.08.2015 o Respeitável Irmão Ney Carlos Rocha, REAA, GOB, sem declinar o nome da Loja, Oriente (Cidade) e Estado da Federação, solicita minha opinião sobre o seguinte: neycarlos@ccs.com.br

Gostaria de conhecer sua opinião sobre uma questão de sequência em uma sessão ordinária, no caso, a declaração, pelo tesoureiro, do valor do Tronco de Beneficência. Diz o ritual que após o tronco circular, o Venerável “dá andamento aos trabalhos” enquanto é conferido o Tronco e que o Tesoureiro “comunica em voz alta tão logo seja oportuno”. Normalmente, o dar andamento aos trabalhos, significa passar à Palavra a Bem da Ordem... Eu entendo que o Tesoureiro tem que esperar a palavra chegar ao Norte, pedir autorização ao 1º Vigilante, ficar de pé à Ordem, saudar as Luzes e então, anunciar o Tronco. Um irmão discordou desse meu entendimento. Ele defende que o Tesoureiro pode se levantar, sem pedir autorização ao Vigilante, sem precisar saudar as Luzes e anunciar o Tronco diretamente ao Venerável.

CONSIDERAÇÕES:

OS EFEITOS PSICOLÓGICOS DA PRÁTICA DO RITUAL MAÇÔNICO

OS EFEITOS PSICOLÓGICOS DA PRÁTICA DO RITUAL MAÇÔNICO
Rafhael Guimarães(1)

Resumo

O presente artigo visa realizar análise comparativa da psicologia junguiana com a simbologia maçônica, mais especificamente com os símbolos contidos em uma Loja Maçônica do Rito Escocês Anti- go e Aceito e em suas práticas ritualísticas, além de observar os efeitos psicológicos da prática da ritualística do referido rito maçônico sobre seus adeptos.

Introdução

A definição mais comum de Maçonaria é a de que Maçonaria é ―um belo sistema de morali- dade velado em alegoria e ilustrado por símbo- los‖ (ZELDIS, 2011). Isso já diz muito sobre a instituição e seu modo de ensino e aprendizagem, que ocorre por meio de rituais repletos de alegorias e expressões simbólicas. No entanto, entre o desdobramento do ritual e o comportamento moral de seus praticantes há um mecanismo psicológico que não pode ser ignorado e cuja compreensão pode colaborar um melhor entendimento da razão da Maçonaria atrair ao longo dos séculos o interesse de tantos distintos homens e a ira de tão perigosos inimigos, como os nazistas, papas e o Comintern – Comitê Comunista Internacional (ROBERTS, 1969).

Este estudo tem por objetivo analisar as influências psicológicas que a prática ritualística maçônica, suas falas, movimentos, símbolos, dramas e alegorias, pode ter sobre seus praticantes.

Muitos talvez possam julgar os rituais maçônicos como ingênuos, ultrapassados, estranhos ou até mesmo supersticiosos. Serão apresentados neste estudo indícios de que tanto os rituais como a mitologia possuem as mesmas fontes de origem — o inconsciente (CAMPBELL, 2007; JUNG, 2005).

Há, sem dúvida, inúmeras diferenças entre as religiões e mitologias da humanidade, e todas essas, de uma forma ou de outra, podem ser encontradas em alguma medida, representadas nas alegorias maçônicas (MAXENCE, 2010).

Foi em 1900 que Sigmund Freud apresentou ao mundo sua teoria do Inconsciente, na obra "A interpretação dos sonhos" (FREUD, 1972). O conceito de Inconsciente já existia de alguma forma desde a Grécia Antiga, contudo foi somente com Carl Gustav Jung que tal teoria encontrou sua plenitude, alcançando um sentido mais amplo, quando o mesmo diferenciou a atuação do inconsciente de uma camada mais profunda, que chamou de Inconsciente Coletivo, que são formas ou imagens de natureza coletiva que se manifestam praticamente em todo o mundo como constituintes dos mitos e, ao mesmo tempo, como produtos individuais de origem inconsciente, que influenciam toda nossa psique (JUNG, 2011c).

Ao contrário da escola freudiana, que afirma que os mitos estão profundamente enraizados dentro de um complexo do inconsciente, para Jung, a origem atemporal dos mitos reside dentro de uma estrutura formal do inconsciente coletivo. Torna-se assim uma diferença considerável para Freud, que nunca reconheceu a autonomia congênita da mente e do inconsciente, enquanto que, para Jung havia uma dimensão coletiva inata e com autonomia energética.

As ideias apresentadas por Jung foram o embasamento científico que o estudioso das Religiões e Mitologias Comparadas, Joseph Campbell, adotou para sustentar as similaridades existentes entre todas as religiões e mitologias da história. Tal conceito chamado anteriormente de "Monomito" (2) por Jaymes Joyce, foi esmiuçado por Campbell, que mostrou todo o roteiro da manifestação arquetípica do herói, que se encontrava representado em todo o mundo como um arquétipo do Inconsciente Coletivo (JUNG, 2010; JUNG, 2011a).

Assim, será com base nas obras de Campbell e Jung o desenvolvimento deste artigo, que visa comparar e reapresentar o simbolismo maçônico sob a ótica científica da Psicologia Junguiana e da Ciência das Religiões.

Análise Comparativa da Psicologia Junguiana com o Simbolismo Maçônico

O que é um Símbolo? (3)

Os símbolos são, em síntese, metáforas e compêndios de um conhecimento sensivelmente elevado (CAMPBELL, 2007), mas que em outras palavras, são manifestações exteriores dos arquétipos. Os arquétipos só podem se expressar através dos símbolos em razão de se encontrarem profundamente escondidos no inconsciente coletivo, sem que o indivíduo os conheça ou possa vir a conhecer (JUNG, 2011b). Dessa forma, em nosso nível comum de consciência, para compreendermos um elevado sentimento contido no Inconsciente Coletivo, necessitamos dos símbolos, gestos existentes desde o início da humanidade (CAMPBELL, 2008; JUNG, 2011a).

Essas afirmações precedentes necessitam de um exemplo hipotético: O amor da mãe para com seu filho jamais seria compreendido por palavras ou descrições objetivas, como números ou letras. Em vez disso, podemos, ao invés de escrever sobre tal amor, apenas apresentar o conhecido símbolo do coração. Deste modo, mesmo que parcialmente, a noção que teremos a respeito do amor de uma mãe para com seu filho, será muito mais próxima do que as expressadas por meras palavras (JUNG, 2011d).

As mitologias e sentimentos são comumente manifestados por meio de símbolos e gestos. Do mesmo modo, a Maçonaria atua através da ritualística das suas iniciações e instruções. Os símbolos e gestos atuam como um catalizador de sentimentos de seus praticantes através do mito trabalhado pelo grupo-cultura (CAMPBELL, 2008). O avanço moral que a Maçonaria proporciona a seus adeptos é, além de consciente, educativo e ético, também um reforço psicológico.

A diferença crucial entre símbolo e arquétipo é que o primeiro pode ser visto e em alguns casos também tocado e sentido, ao passo que o segundo pode ser apenas sentido, e mesmo assim, somente por intermédio do primeiro. Portanto, para que haja símbolos, deve antes haver arquétipos, pois aqueles são a manifestação destes em menor escala (JUNG, 2011d; JUNG, 2012). Contrariamente a esta teoria junguiana agora apresentada, observamos na psicanálise de Freud outra visão dos arquétipos, que se encontra centrada nos três arquétipos relativos ao chamado "Complexo de Édipo", que, por suas características peculiares, possui proximidades com a antropologia e com a linguística, ao passo que a visão apresentada neste artigo, Junguiana, possui proximidades com os conceitos do Inconsciente Coletivo sustentados pelo sociólogo francês Émile Durkheim, um dos pais da Sociologia Moderna, onde em sua obra o define como o conjunto de crenças e sentimentos autônomos de uma sociedade (DURKHEIM, 2004). Suas teorias também influenciaram Freud, mas com devido efeito, acham-se proficuamente delineadas nas obras de Jung.

O Templo Maçônico do Rito Escocês e a Psique Humana

Os maçons são unanimes em dizer que o Templo Maçônico(4) é simbólico, e como já vimos, o símbolo é muito mais do que mera ornamentação artística para representar algo (JUNG, 2012). Importante registrar que o templo maçônico não é uma réplica do Templo de Salomão, se não apenas simbolicamente inspirado no Templo  de Salomão, mas contendo muitas outras influências, de acordo com o Rito adotado (ISMAIL, 2012). No caso do presente estudo, refere-se a um templo do Rito Escocês Antigo e Aceito.

Portanto, toda a ornamentação e divisão do templo não é fruto do acaso, a começar pela Sala dos Passos Perdidos, mais adiante o Átrio, a Câmara ou Caverna de Reflexões, e finalmente o Templo em si. Todos estes compartimentos são estágios há muito tempo utilizados para separar o sagrado do profano (VAN GUENNEP, 2011).

Nesse contexto, o ritual tem por objetivo a realização da passagem de um estado de consciência para outro, estados esses chamados maçonicamente de profano e sagrado, e em última análise, o templo com suas divisões simboliza o estado de consciência em que nos encontramos. Desta forma, o templo em si representa um estado intransponível de pureza e santidade para seus membros. As funções-cargos expressas no ritual e as disposições do templo são personificações simbólicas das leis psicológicas que atuam na psique (CAMPBELL, 2007; MAXENCE, 2010), conforme será demonstrado neste estudo.

Rituais ou simples gestos simbólicos identificam nossa consciência com o campo essencial de ação. O soldado que retorna da guerra, ao passar pelo Arco do Triunfo, um rito de passagem, acaba deixando a guerra para trás. Da mesma forma, ao passarmos pela sala dos passos perdidos e posteriormente pelo átrio, sabemos que estamos em um local consagrado para a prática do bem, o Templo Maçônico. Assim, as salas que antecedem o templo, cumprem a função psicológica de devidamente introduzir o adepto em um local que, por meio de seus símbolos, colabora para o ingresso a um estado da consciência necessário para que o ritual cumpra seu dever cognitivo de forma efetiva (JUNG, 1978; VAN GUENNEP, 2011).

De acordo com a psicologia analítica de Carl G. Jung, a psique divide-se em três níveis: A consciência, o inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo (HALL & NORDBY, 2010). Conforme se segue abaixo, tais divisões se conciliam em significados e funções com os cômodos de uma Loja Maçônica do Rito Escocês Antigo e Aceito, ou seja, sala dos passos perdidos, átrio e templo, sendo que na parte interior, teremos o ocidente e o oriente.

Nível 1 – Consciência: Sala dos Passos Perdidos

A consciência é a única parte da psique a qual conhecemos direta e objetivamente (HALL & NORDBY, 2010), e nela tudo ocorre geralmente de forma racional e lógica. Da mesma forma, isso também ocorre antes de adentrarmos ao templo, pois é na sala dos passos perdidos que tudo ainda ocorre de forma desprovida de questões oníricas, sem sinais ou gestos simbólicos.

O significado psicológico de persona, para Jung, é aquela parte da personalidade desenvolvida e usada em nossas interações mundanas, ou profanas, no vocabulário maçônico. É nossa face externa consciente, nossa máscara social, como veículo não de nossa real vontade, mas da nossa necessária aceitação (JUNG, 1978; HALL & NOR- DBY, 2010). Assim que, nas iniciações maçônicas, o gesto dos candidatos serem despidos de todos os metais, e iniciarem todos exatamente da mesma forma, significa que, naquele momento, o indivíduo despe-se de suas personas. Esse desprendimento se faz necessário visto que, conforme Jung, no nível do inconsciente pessoal – que citaremos logo adiante – não há persona, a qual se manifesta apenas no nível consciente.

O crescimento psicológico ocorre, de acordo com Jung, quando alguém tenta trazer o conteúdo-conhecimento do inconsciente, para o nível consciente, e estabelecer uma relação entre a vida consciente e o nível arquetípico da existência humana (JUNG, 1978; JUNG, 2011b). O homem que assim o fizer, haverá de reconhecer as origens de seus problemas no próprio inconsciente, pois a pessoa que não torna consciente suas limitações e defeitos, acaba por projetar sobre os outros tais percepções negativas (HALL & NORDBY, 2010). Fazendo o devido paralelo, o crescimento na senda maçônica somente ocorre quando se aplica no chamado mundo profano o que se estuda e aprende no mundo maçônico, que é neste quadro comparativo o referido inconsciente pessoal, e assim tem-se a oportunidade de transformar o conhecimento em sabedoria.

Nível 2 - Pré-consciência: Átrio

Para Freud, a consciência humana se sub-divide em três níveis, chamados de Consciente, Pré-Consciente e Inconsciente. O estado intermediário entre a Consciência, abordada no Nível 1, e o Inconsciente, que será abordado no Nível 3, é o de Pré-consciência, o qual tem por característica uma experiência munida de relativo equilíbrio entre um material perceptível e um material latente (FREUD, 1972).

Dessa forma, tem-se o átrio do templo maçônico como representativo desse estado de pré-consciência, visto o átrio, apesar de muitas vezes interpretado como sendo uma extensão do templo, é fisicamente um cômodo intermediário entre a sala dos passos perdido e o templo maçônico. Nele ocorre o momento de transição entre os estados psicológicos, em que os maçons se concentram, geralmente com as luzes apagadas, para se desvencilharem dos problemas e pensamentos do chamado "mundo profano" e adentrarem ao interior do templo. Assim, o átrio se assemelha em correspondência com o pré-consciente na medida em que ambos não possuem uma natureza específica, mas sim transitória. Portanto, este estado intermediário tem por objetivo introduzir o personagem no recinto onírico e simbólico seguinte.

Nível 3 – O Inconsciente Pessoal: O Templo Maçônico

Todas as experiências que se têm, mesmo aquelas consideradas esquecidas, mas que todavia não deixaram de existir, são armazenadas no inconsciente pessoal. É nesse nível que ocorrem os sonhos quando se está dormindo, e como todos sabem, tais eventos sonhados são dotados de acontecimentos surreais e ilógicos perante a nossa realidade objetiva (JUNG, 2005).

Assim o Inconsciente Pessoal encontra correspondência com o templo maçônico, onde a ritualística e os símbolos alcançam a totalidade dos trabalhos, e estes retratam bem o estado fictício e mítico do drama maçônico, estado este que – paralelamente – também é encontrado nos sonhos, com seus símbolos abstratos, passagens ilógicas e surreais, onde tanto no estado onírico como na ritualística, pode-se viajar do Oriente ao Ocidente com alguns poucos passos, e do amanhecer ao pôr do sol, vai-se em alguns minutos, semelhante ao que ocorre nos sonhos, pois no nível do inconsciente pessoal não há uma limitação objetiva. Da mesma forma o simbolismo da ritualística não possui um senso lógico. Ambas linguagens (sonhos e ritualística) são figuradas.

Assim como o ritual maçônico não é literal e tem por objetivo transmitir instruções morais, os sonhos também não o são e, segundo Jung (2011d), o crescimento e amadurecimento moral são a real e efetiva finalidade dos sonhos. Destarte, em ambos os casos perde-se o efeito do lógico e racional, para com isso, trabalhar o simbólico e onírico. Sendo assim, interpretar o ritual maçônico de forma literal é um erro lastimável, ao passo que o sonho, inexoravelmente, também deve ser interpretado de forma não literal (JUNG, 2012).

Os conceitos de Anima e Animus foram talvez as duas mais importantes descobertas de Jung. Ambos são aspectos inconscientes de um indivíduo. O inconsciente do homem encontra ressonância com o arquétipo feminino, chamado de Anima, enquanto que a mulher associa-se com o arquétipo masculino, chamado de Animus. Cabe notar que quando se fala de masculino e feminino, em se tratando de Animus e Anima, está se referindo às expressões e características, e não algo literal (JUNG, 2011b; JUNG, 2012), pois, como supramencionado, o inconsciente reside em um nível atemporal, inteiramente psicológico, portanto não material.

A Anima manifesta-se na psique de forma emocional, passiva e intuitiva, por outro lado, o Animus manifesta-se de forma racional, ativa e objetiva. Jung costuma relacionar Anima ao deus grego Eros, o deus do Amor, ao passo que Animus é relacionado com o termo Logos, que significa verbo, razão (JUNG, 1978). No templo maçônico tal equilíbrio dual é conhecido pelas duas colunas, Boaz e Jaquim. No Rito Escocês, os Aprendizes Maçons tomam assento do lado da coluna Boaz, e ali são instruídos sobre a educação moral, espiritualidade e ética maçônica, conceitos perfeitamente associados ao arquétipo de Anima. Já do lado da coluna Jaquim tomam assentos os Companheiros Maçons, que, ao contrário dos aprendizes, possuem suas instruções voltadas para as artes ou ciências liberais, bem como para algum conhecimento esotérico, que são características de Animus. Ao Oriente vê-se o Sol e a Lua, que são símbolos conhecidos do Animus e da Anima.

Desta forma, Boaz e Jaquim, representam Anima e Animus, e a consecução entre ambas colunas representa o Casamento Alquímico, a totalidade do ser, ou seja, o Equilíbrio Perfeito, o Mestre. Aquele que caminha com tal união, anda pelo caminho ou câmara do meio (CAMPBELL, 2008), no nosso caso, o Mestre Maçom.

Nível 3 – Inconsciente Coletivo: Sólio do Oriente

Teoria proposta pela Psicologia Analítica, o inconsciente coletivo difere do inconsciente pessoal, visto que não se trata de experiências individuais, mas, como o nome sugere, são experiências coletivas (JUN, 1978). Trata-se de uma espécie de reservatório de imagens, essas chamadas de imagens arquetípicas. Tais imagens e concepções são herdadas pelo homem de forma inconsciente através do inconsciente pessoal. O inconsciente coletivo estimula no homem desde o nascimento um comportamento padrão pré-formado. Assim, recebemos a forma do mundo em uma imagem virtual e essa imagem transforma-se em realidade consciente quando, durante a vida, identificamos os símbolos a ela correspondentes (JUNG, 2011b).

Os conteúdos do inconsciente coletivo são denominados de arquétipos. Um arquétipo é compreendido como um modelo original que conforma outras coisas do mesmo tipo, semelhante a um protótipo (JUNG, 2011b). Tanto o inconsciente coletivo como o arquétipo se confundem com aquilo que chamamos de egrégora.

Jung acreditava que tanto a experiência quanto a prática religiosa eram fenômenos que tinham sua fonte no inconsciente coletivo (JUNG, 2011c). O céu, o inferno, o Jardim do Éden, o Olimpo, são interpretados pela psicologia junguiana e freudiana como símbolos do inconsciente (JUNG, 2011c; FREUD, 1972), e se enquadram ao simbolismo do dossel e do sólio no Oriente, localizado a sete degraus acima do nível onde se encontram os Aprendizes, Companheiros e Mestres, onde se encontra o chamado Trono de Salomão e que possui estampado o olho que tudo vê no Rito Escocês Antigo e Aceito.

Assim como o inconsciente coletivo dispõe da pré-formação psíquica da psique (JUNG, 1978), o direcionamento dos trabalhos vem do Oriente da Loja, além de que as informações originais da Loja, presentes na carta constitutiva, também se localizam na região do sólio.

Os efeitos e sinais da Ritualística Maçônica no Inconsciente

Os rituais praticados e todas as suas repetições centram o indivíduo dentro dos propósitos do mito, pois o ritual é a simples representação do mesmo. Ao participar de um ritual, vivencia-se sua mitologia. Assim, tais gestos e movimentos transcendem os adeptos (CAMPBELL, 2008), como, por exemplo, na execução mito de Hiram Abiff, que ocorre no grau de Mestre Maçom. Tornar-se Mestre Maçom é o mesmo que Jung chamava de processo de individuação para realização do Si mesmo (MAXENCE, 2010).

Quanto à ritualística e seu potencial psicológico, Jung (2011b), discorre sobre a psicologia analítica e as formas de atuar no inconsciente pessoal do indivíduo:

Outra forma de transformação é alcançada através de um ritual usado para este fim. Em vez de se vivenciar a experiência de transformação mediante uma participação, o ritual é intencionalmente usado para produzir tal transformação. (...) Se recebe um novo nome e uma nova alma, ou ainda passa-se por uma morte figurada, transformando-se em um ser semidivino, com um novo caráter e um destino metafísico transformado. (Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo, CARL GUSTAV JUNG, 2011, p. 231)

Desta forma, o indivíduo que vivencia o ritual, as iniciações, elevações e exaltações, acaba por se transformar, seja pelas convicções conscientes ou pela influência do inconsciente (JUNG, 1978).

Os maçons devem, portanto, realizar reflexões da simbologia maçônica. Ao executar um ritual de alto valor cultural, com gestos e passagens incomuns à sociedade, o qual, sob um olhar cético e profano, pode ser considerado como infantil e ingênuo, deve o maçom analisar tais movimentos a nível psicológico, onde reside sua maior força e resultado. Ademais, abordar o ritual maçônico ou qualquer outro ritual sem um entendimento psicológico e simbólico do seu significado, é como ver animais nas nuvens, ou seja, um exercício de vontade e imaginação sem maiores resultados.

Conhecendo a antropologia das sociedades primitivas, Jung comparou a vida com a trajetória do sol em um dia. A primeira parte, do nascimento para a sociedade, é semelhante ao amanhecer do sol. A segunda parte, da participação efetiva no mundo e na sociedade, é semelhante ao meio dia. E, enquanto o desafio da primeira metade da vida é a própria vida, o desafio da segunda metade é a própria morte, representada pelo anoitecer (CAMPBELL, 2008; JUNG, 2005).

Para o primitivo não bastava ver o Sol nascer e declinar. Esta observação exterior correspondia a um acontecimento anímico, isto é, o Sol representava em sua trajetória o destino de um Deus. Todos os acontecimentos mitologizados da natureza, tais como o verão, inverno, amanhecer, meio dia e por do sol, as fases da lua, as estações, não são alegorias destas experiências objetivas, mas sim, expressões simbólicas do drama interno e inconsciente da alma, que a consciência humana consegue apreender através da dramatização dos rituais maçônicos (JUNG, 2011b).

Outro detalhe ritualístico curioso relativo ao sol é a circulação em sentido horário, também chamada de dextrocentrica. Uma prática tão antiga quanto a Maçonaria. Os gregos e romanos tinham o lado direito como favorável, visto que este, de forma geral, favorece mais seu dono do que o esquerdo. Relacionaram tal procedimento ao aparente movimento que o Sol faz diariamente em torno da Terra. Assim, essas civilizações, tendo sempre o aparente movimento do Sol como referência, adotavam a circulação em sentido horário, tendo altares, fogueiras, totens ou sacrifícios como eixo de seus templos (ISMAIL, 2012).

A função psicológica da ritualística maçônica é a de restaurar um equilíbrio psicológico por meio do sistema mitológico proposto pela instituição, de modo a produzir um material onírico no inconsciente de seus membros (JUNG, 2005). Desta forma, o conhecimento da Maçonaria retrata um estudo do inconsciente, tanto do inconsciente pessoal, através dos efeitos diretos da ritualística, como do inconsciente coletivo, através do estudo da Mitologia Maçônica.

Nos rituais tribais de iniciação os membros recebem uma marca, que nos tempos atuais figura como simbólica (VAN GUENNEP, 2011), e que distinguem o iniciado dos não iniciados. Na iniciação no Rito Escocês isso ocorre com uma chancela no peito esquerdo. Seja uma marcação física ou apenas simbólica, tais atos ritualísticos operam igualmente no inconsciente (JUNG, 2005).

A prática de diferentes termos linguísticos também é usada para separar o sagrado do profano nos grupos religiosos (VAN GUENNEP, 2011). Este exemplo é um dos diferenciais da ritualística maçônica, onde uma linguagem própria é comumente adotada. Inúmeros são os exemplos disso no Rito Escocês, como justo e perfeito, tronco, Huzzé, sólio, pálio, veneralato e muitos outros.

Conclusões

Em síntese, a mitologia pode ser entendida, sob a ótica da Psicologia Junguiana, como um sonho coletivo, sintomático dos impulsos arquetípicos existentes no interior das camadas profundas da psique humana (JUNG, 1978), ou, numa visão religiosa, como a revelação de Deus aos seus filhos. Tanto a mitologia como os seus símbolos são metáforas reveladoras do destino do homem e nas diversas culturas são retratadas de diferentes formas (CAMPBELL, 2007). Sendo assim, a vivência do drama de um mito nada mais é do que uma ferramenta de compreensão e promoção do crescimento psicológico do individuo, sendo esta a função principal do mito (CAMPBELL, 2008). Assim, a análise para toda questão mitológica, como também, este estudo da ritualística maçônica em questão, é, por derradeiro, o estudo da psique humana.

Em várias sociedades e cultos primitivos, a prática religiosa consistia em vivenciar a Mitologia de forma direta, pois o mito poderia influenciar o executor da prática religiosa de forma indireta no decorrer das cerimônias, por intermédio do inconsciente. Assim o crescimento e a finalidade da Mitologia aconteciam de forma particular em cada um, como uma semente que aos poucos iria germinando (JUNG, 2005). Entendimento similar ocorre na Maçonaria e é explicitado quando maçons dizem aos neófitos na Palavra a Bem da Ordem que "hoje você entrou para a Maçonaria, mas precisa deixar que a Maçonaria entre em você". A tradição maçônica conserva esses costumes como forma de instrução aos seus membros, sendo atualmente uma das poucas instituições em que o homem pode ter contato com tais experiências (BLAVATSKY, 2009).

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Notas:

(1) Rafhael Guimarães é Mestre Maçom, membro da GLMEES; e Maçom do Real Arco, filiado ao SGCMRAB. Além de per- tencer a outras Ordens Iniciáticas, ministra cursos e palestras sobre Cabala, Astrologia e Tarô.

(2) O termo “Monomito” é de autoria de James Joyce, da obra “Finnegans Wake”.

(3) O conceito adotado nesta obra de símbolo é o da Psicologia Junguiana, que difere do conceito semiótico de símbolo instituído por Ferdinand de Saussure, pai da linguística, bem como também difere parcialmente de certas análises Psicanalíticas de Freud.

(4) O termo “templo maçônico” é comumente usado nos ritos maçônicos de origem latina. Os de origem anglo-saxônica costumam chamar o local de reuniões de “Sala da Loja”.

Fonte: http://www.cienciaemaconaria.com.br