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sexta-feira, 31 de maio de 2024

COLETA DO TRONCO E A MODERNIDADE TECNOLÓGICA

Em 07.09.2023 o Respeitável Irmão Adriano Amaral de Oliveira Burity, Loja Harmonia Itarantiense, REAA, GLEB (CMSB), Oriente de Itarantim, Estado da Bahia, apresenta a dúvida seguinte:

TRONCO E A MODERNIDADE TECNOLÓGICA

Achei seu site, pois estava pesquisando sobre o tronco de solidariedade e como manter o landmark diante de tanta tecnologia.

CONSIDERAÇÕES:

A caridade não se trata propriamente de um Landmark, porém ela é uma forma, até certo ponto iniciática, de se praticar a virtude da filantropia sem ostentação.

A forma ritualística de coleta do Tronco, através de uma bolsa durante um determinado período da sessão, é característica de alguns ritos maçônicos, principalmente os de vertente francesa, como é o caso do REAA.

No que diz respeito à tecnologia e o tronco de beneficência maçônica, ela bate de frente com o sigilo – este sim um Landmark - já que o Tesoureiro ao receber o produto auferido, se não na forma de costume, acabaria sabendo o valor individual das doações.

Nesta conjuntura, há ainda o conceito iniciático que envolve a circulação da bolsa, o que lhe dá uma característica especial durante a liturgia da coleta.

É oportuno dizer que, mediante a lisura e transparência da coleta, o seu produto em moeda corrente deve ser conferido, anunciado e anotado na mesma sessão em que o tronco fez o trajeto ritualístico.

À vista disso, a forma consagrada de coleta deve permanecer como está, isto é, obedecendo à circulação e os doadores sendo discretos na doação. Assim, antes de deturpar uma prática prevista no ritual em nome do modernismo, o melhor é que os Irmãos venham para a sessão preparados e com um montante a ser doado, ou seja, trazer consigo algum valor em espécie se ele puder doar alguma coisa. Não há como alterar uma prática consagrada há anos a despeito do progresso tecnológico.

Doações para a caridade da Loja também podem ser feitas fora da prática ritualística, isto sim, sem o segredo de saber quem doou e quanto doou. Basta que se crie um mecanismo para tal, mas fora de uma sessão ritualística para não ferir o ritual. Nesse caso o doador fará uso de outros métodos, sem, contudo, ir contra a liturgia de uma coleta consagrada e prevista pelo ritual.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

A SUMA DO GRAU DE APRENDIZ

Ir∴Manoel Messias do Nascimento 
C∴M∴A∴R∴L∴S∴ Antônio Zabulon Filho, Nº 27 GOIRJ-COMAB - CIM: 2230

Primeiro grau, ou do Aprendiz, destina-se a sua significação simbólica para fornecer uma representação de apenas jovens sobre as lutas, as provações e deveres de um e responsável existência terrena. Em sua primeira admissão naLoja, o candidato é lembrado de que o Estado fraco e impotente do homem sobre a sua entrada no mundo; despreparados para as exigências do presente, ignorante das vicissitudes do futuro, e depende, para sua segurança e muito existência em que Deus, em quem unicamente, em todas as provações e dificuldades, há alguma confiança certa e permanente.

E como o jovem é preparado por um virtuoso da educação e úteis para sua jornada pela vida, então o aprendiz obtém neste Grau whereon as primeiras instruções para construir seu futuro e maçônico Edifice moral. Ele agora recebe os dados elementares de que a linguagem universal em que a seguir ele é conversar com seus irmãos de todas as naturezas, de modo a compreender e ser compreendido pelos maçons de todas as línguas e dialetos sob o sol.

Ele é direcionado para assumir, como uma equipe e alforjes para a viagem, um conhecimento de todas as virtudes que ampliam o coração e dignificar a alma. Sigilo, humildade, obediência, confiança em Deus, a pureza de consciência, a economia de tempo, são todos incutida por cerimônias simbólicas muito impressionante em seu personagem para ser esquecido. E, por último, como a caridade a pedra angular de todas as virtudes maçônicas, a beleza e a santidade do atributo são representados em modos emblemático que nenhuma língua falada poderia igualar.

O Grau de Aprendiz é, em suma, um de estágio e preparação para uma posição mais avançada, e mais exaltados privilégios e deveres. Na ciência simbólica da Maçonaria, a Loja é freqüentemente representado como um símbolo da vida. Neste caso, o trabalho Lodge se torna o símbolo da mão de obra de vida, suas funções, provações e tentações, e Mason é o tipo do trabalhador e do ator em que a vida. A pousada, em seguida, é, no momento da recepção de um Aprendiz, um símbolo do mundo, e o início é um tipo de vida nova em que o candidato está prestes a entrar.

Lá, ele fica sem os nossos portais, no limiar da vida maçônica novo, no escuro, desamparo e ignorância. Tendo andado em meio a erros e coberto com as corrupções do mundo exterior e profano, ele vem interrogativamente a nossas portas, em busca do novo nascimento, e pedindo a retirada do véu que esconde a verdade divina de sua vista não iniciados. E aqui, como Moisés na sarça ardente, a admoestação solene é dada, "Tira as sandálias dos pés, por que tu estás whereon lugar é terra santa".

Há muito analogia entre a preparação do candidato na Maçonaria e na preparação para entrar no templo, tal como é praticada entre os antigos israelitas. O tratado talmúdico intitulado "Beracoth" prescreve o regulamento com estas palavras: "Nenhum homem entra em casa do Senhor com o seu pessoal [uma arma ofensiva], nem com seu vestuário, nem com sapatos nos pés, nem com o dinheiro em sua bolsa. "

Nos Mistérios Antigos do aspirante foi sempre mantida por um determinado período de tempo em uma condição de escuridão. Daí a escuridão se tornou um símbolo de iniciação. Aplicado ao simbolismo maçônico, destina-se a lembrar o candidato da sua ignorância, que a Maçonaria é a de esclarecer, de sua natureza maligna, que a Maçonaria é purificar; do mundo, em cuja obscuridade, ele se tornou um andarilho, e de que a Maçonaria é resgatá-lo.

Cerimonial Preparações rodeiam, todas de caráter significativo, para indicar-lhe que alguma grande mudança está para acontecer em sua condição moral e intelectual. Há de ser, não simplesmente uma mudança para o futuro, mas também a extinção do passado, para a iniciação é, por assim dizer, uma morte para o mundo e uma ressurreição para uma vida nova.

Nas iniciações antigas o candidato nunca foi autorizado a entrar no limiar do templo ou caverna sagrada onde as cerimônias eram para ser realizadas, até pelo mais solene advertência que ele tinha ficado impressionado com a necessidade de sigilo, cautela e coragem. Pelo simbolismo do choque da entrada, o mundo fica para trás. É um símbolo do rompimento do candidato a partir dos laços do mundo, e sua introdução na vida da Maçonaria. É o símbolo da agonia da primeira morte e as dores do novo nascimento.

Como os maçons, somos ensinados a nunca iniciar qualquer empresa grande ou importante sem primeiro invocar a bênção da Divindade. No início de um candidato é, portanto, que o habitual para fazer uso de uma oração. A crença em Deus, constitui o único credo de um maçom - pelo menos, o credo apenas que ele é obrigado a professar.

Os Ritos da circunvolução é o nome dado a esse respeito em todas as cerimônias religiosas da antiguidade, que consistia em uma procissão ao redor do altar ou algum objeto sagrado. Assim, na Grécia, os sacerdotes e as pessoas, quando envolvidas em seus ritos de sacrifício, sempre andou três voltas ao redor do altar, enquanto cantando um hino sagrado. Macróbio diz-nos que esta cerimônia tem uma referência para o movimento dos corpos celestes. Portanto, ao fazer esta procissão ao redor do altar, um grande cuidado foi tomado para movimentar na imitação do curso aparente do sol.

A Loja representa o mundo, os três principais oficiais representam o sol em seus três posições principais: Ao crescer, a meridiano, e se pôr. A circunvolução, portanto, é uma alusão ao curso aparente do astro solar, através desses pontos, ao redor do mundo.

Durante a circunvolução Salmo 133 é lido. O grande ensinamento deste Salmo é o amor fraternal, que a virtude que é o princípio mais importante da ordem maçônica. Percebe-se que o Salmo 133 é a intenção de representar a exultação dos Sacerdotes e levitas retornando do cativeiro na Babilônia e novamente unidos no serviço de Deus no Santuário.

Falha foi encontrado com o Rito da Maçonaria, porque perpetua o erro de mobiliário do Templo de Salomão, com três portas ... um no sul, um no oeste e outro no leste. Embora, na verdade, havia apenas uma porta de entrada para oTemplo, e que estava na varanda no lado leste.

Não é pretendido, ou porque a Maçonaria adoptou o templo em Jerusalém, como as bases ou forma elementar de todos os seus símbolos, uma loja é, portanto, já esperado, exceto em um sentido simbólico, a ser uma representação do Templo. Pelo contrário, a própria situação de uma Loja é exatamente o contrário do que a do Templo. A entrada dos primeiros é a oeste, de que o último foi no leste. O lugar mais sagrado em uma Loja é o seu extremo leste, a do Templo foi sua extremidade ocidental.

A circunvolução e os três portões supostamente simbolizam o progresso de cada homem em sua jornada em busca da verdade, o grande objetivo de todo o trabalho maçônico, e dos embaraços e obstruções que ele deve se reunir com a sua busca.

O dever de um Aprendiz é abraçada pelas virtudes do silêncio e em segredo.

Em todos os Mistérios Antigos, a mesma relutância em comprometer as instruções esotéricas dos Hierofantes de escrever é aparente e, portanto, o conhecimento secreto ensinado em suas iniciações foi preservada em símbolos, o verdadeiro significado do que estava escondido perto do profano.

O material de luz que surgiu à tona na fiat (ordem) do Grande Arquiteto, que a escuridão e o caos foram dispersos, nunca foi, na Maçonaria, um símbolo favorito do que a iluminação intelectual, que é o objeto da ordem de criar no mentes de seus discípulos. Esta iluminação mental - esta luz espiritual, que, após seu novo nascimento, é o primeiro pedido do candidato, é apenas outro nome para a Divina Verdade - a Verdade de Deus e da alma - que constituem o principal desígnio de todos os ensinamentos maçônicos.

Fonte: JBNews - Informativo nº 239 - 24.04.2011

quinta-feira, 30 de maio de 2024

PORTADOR DE NECESSIDADES ESPECIAIS NA MAÇONARIA II

(republicação)
Em 18.05.2018 o Respeitável Irmão Marco Cacciacarro, Loja Concórdia e Caridade, 3.790, sem mencionar o nome do Rito, GOSP-GOB, Oriente de Capão Bonito, Estado de São Paulo, apresenta a seguinte questão:

MAÇOM PORTADOR DE NECESSIDADE ESPECIAL

Estamos com um problema em uma das Lojas da nossa região se for possível nos ajudar ficaremos muito agradecidos.

Trata-se de um Irmão Mestre Maçom que sofreu um acidente e ficou paralítico, tendo que utilizar cadeira de rodas para se locomover, uma vez que perdeu as funções dos membros superiores e inferiores.

Esse nosso irmão deseja continuar frequentando a Loja, só que não consegue evidentemente realizar o Sinal de Ordem.

Ele pode continuar frequentando as sessões normalmente.

CONSIDERAÇÕES:

Em minha opinião esse Irmão pode perfeitamente continuar frequentando a sessão. Precisamos compreender que vivemos tempos diferentes da época operativa quando literalmente o maçom era um operário hígido que trabalhava duramente nas construções que utilizavam a pedra calcária como matéria prima. Atualmente as nossas práticas são especulativas e a matéria prima, ao invés da pedra, somos nós mesmos. 

No caso desse Irmão, que por obra dos revezes da vida acabou adquirindo necessidades especiais, considere-se de que ele só as adquiriu após a sua iniciação. 

Pelo caráter de humanidade e solidariedade seria inadmissível que a Loja ficasse alheia a essa situação.

Num caso desses, eu entendo que se poderia perfeitamente dispensar os sinais e as outras práticas pertinentes à liturgia, pois afinal, por ele já ter atingido a plenitude maçônica, obviamente é conhecedor da ritualística e sabe perfeitamente o que ela representa para o maçom. Parece-me que é isso que importa. 

Infelizmente, esse Irmão na atualidade carece de ajuda - não de piedade - para frequentar os trabalhos. Assim, com boa vontade e acima de tudo com bom senso e determinação, eu o vejo como um obreiro regular que pode, com as devidas adaptações, ressalvas e acomodações se fazer presente na Loja. É o que eu penso.

T.F.A.
PEDRO JUK-jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

EXPLICAÇÃO HISTÓRICA SOBRE O SALMO 133

Ir∴ Jesuel Rosa de Oliveira, M∴M∴

“Oh ! Quão bom e agradável vivermos unidos os irmãos ! É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Aarão, e desce para a gola de suas vestes. É como o orvalho do Hermon, que desce sobre os montes de Sião. Ali ordena o senhor a sua benção e a vida para sempre”.

Israel, assim como seu povo é abençoado por Deus! Dizem em histórias populares, que é o povo escolhido, situado entre a cadeia de montes de Sião, de onde se destaca majestosamente o monte Hermon, um verdadeiro oásis, contrastando com os países vizinhos; Cortado por diversos e importantes rios, dentre eles o mais famoso, o rio Jordão, às suas margens estende-se verdejantes videiras e oliveiras assim com produz tudo o que se planta.

Como Jerusalém está situada na meseta central da Palestina, para chegar à cidade santa de qualquer parte da terra, é preciso “subir”, o que explica bem a razão de ser da expressão “das subidas”, circundada pelos montes de Sião, onde o senhor escolheu para morar, de onde se destaca majestosamente o monte Hermon.

O monte Hermon por sua vez, destaca-se por sua magnitude, de tão alto, há neve em seu cume o tempo todo, e é de lá, que após que vem o orvalho santo junto com as bênçãos; A neve derretida, forma os rios e os lençóis de água, e por sua importância é que no salmo 133, destaca de forma tão bela.

Quando Davi falava “O quão bom e agradável vivermos unidos os irmãos! ”importância que dava aos povos de diversas aldeias que iam aos templos de Jerusalém para rezar, e Jerusalém por sua vez, tratava à todos dessa forma, acolhia quem quer que fosse, viesse de qualquer lugar.

E o óleo citado “...é como o óleo precioso...” era um perfume raríssimo à base de mirra e oliva, usado para urgir os reis e sacerdotes, e ou aqueles neófitos que aspiravam a alguma iniciação; Importante à ponto de comparar com os irmãos unidos e sua grandiosidade.

Agora quando fala “...é como o orvalho do Hermon, que desce sobre os montes de Sião...” refere-se ao monte em sua pujança, sua importância para a existência de Israel, dos montes vem o orvalho e o orvalho é a água, a vida, a natureza, o bem mais precioso.

Para situarmos melhor na história, falo agora do significado de cada citação, de onde podemos refletir e só assim, entendermos o que Davi Dizia:

OS IRMÃOS

Quando o Salmo 133, sugere “...que os irmãos vivam em união...” estamos traçando um programa de convivência amena e construtiva, e se voltarmos no tempo, veremos que a palavra “irmão” se revela uma necessidade entre os homens e era mesmo. Com toques divinos, não menor necessidade que temos dela hoje, basta que encaremos o panorama humano dos nossos dias atormentados pelas divergências e alimentados pelo ódio mais profundo.

O ÓLEO

“ Os óleos vegetais são produtos de secreção das plantas, que se obtém das sementes ou frutos dos vegetais, são substâncias gordurosas das quais muitas comíveis líquida e de temperatura ordinária” Bem, podemos ver que não trata-se de nova tecnologia, o óleo citado acima, usado para unção sagrada, era uma das espécies porém muito especial.

AARÃO

O membro destacado da tribo de Levi, irmão mais velho de Moisés e seu principal colaborador, possui um peso próprio na tradição bíblica, devido ao seu caráter de patriarca e fundador da classe sacerdotal dos judeus.

A BARBA

Pêlos espalhados pelo rosto, adorna a face do homem desde os mais remotos tempos, a barba mereceu dos mais variados, novos semitas e não semitas da antiguidade, um trato especial, destinaram-lhe grandes cuidados. Não apenas um símbolo de masculinidade e podemos exemplificá-la com os varões que engrandeceram o império Brasileiro, figuras imponentes pela conduta e em particular, símbolo de austeridade moral.

Os Israelitas a que pertencia Aarão, evidenciaram especial estima pela barba, a ela conferiam forte merecimento, apreciável atributo do varão, que externava pela sua aparência, sua própria dignidade. Os Israelitas por si mesmo, pelo que ela representava, raspá-la e eliminá-la do rosto, demonstrava sinal de dor profunda.

AS VESTES

De especial significa litúrgico e ritualístico, eram as vestes daqueles que tinham por missão exercitar atos religiosos, como a unção, o sacrifício, o culto e variava de conformidade com os diversos ofícios religiosos para invocação da divindade.

Havia especial referência pela cor branca nas vestes sacerdotais, nas representações egípcias contemporâneas ou posteriores ao médio império, os sacerdotes usavam um avental grosseiro e curto, já o sacerdote leitor, usava uma faixa que lhe cobria o peito como distintivo de sua categoria, enquanto que o sacerdote vinculado ao ritual de coroação, exibia uma pele de pantera.

No velho testamento presume-se o uso de um avental quadrado, quando se fala na proibição de aproximar-se do altar através das grades, talvez um precursor do avental maçônico.

Então o óleo sagrado era jorrado sob a cabeça da pessoa a ser ungida, desça pela barba e escorria à orla de suas vestes.

O ORVALHO

O esplendor da natureza oferece a magia do orvalho, que desce das alturas para florir de viço as plantas, nada mais belo e nada mais sedutor do que o frescor das manhãs, ver como as folhas cobrem-se de uma colcha unida, onde vão refletir os raios avermelhados do sol que traz luz.

No capim deposita-se o orvalho cama verde e amiga, em gotículas que, juntando-se umas às outras, vão nutrir a terra ávida de alimento, parecem espadas de aço ao calor do dia, nas pétalas florias, formando-se perolas do líquido cristalino, espelho da vida que exulta ao redor.

O MONTE HERMON

Trata-se de um maciço rochoso situado ao sul-sudeste do antilíbano do qual se separa um vale profundo e extenso, apresenta-se de forma de um circulo, que vai de nordeste à sudeste. Explicando um pouco mais, para entender a geografia dessa região que viram nascer a história do mundo bíblico: O Antilíbano é a cordilheira que se estende paralelamente ao Líbano, separando das planícies de Bekaa. De todas as cadeias montanhosas, é a que se posta mais ao oriente, pois desenvolve-se no nordeste ao sul-sudeste, por quase 163 quilômetros, suas extensões e alturas são visíveis à partir do mediterrâneo; Seu ponto culminante é o monte Hermon, com mais de 2.800 metros de altitude, possui neve em seu cume e de lá o vento traz o orvalho.

O MONTE SIÃO

Também chamado de monte de Deus, o monte Sião não que seja santo por si mesmo, más porque o Senhor o escolhera para ser sua morada, para todos, o monte será um refúgio seguro e inabalável.

O orvalho que escorre de Hermon para os montes de Sião, como o senhor ali mora, é dele que escorre o orvalho abençoado, todas as suas complacências.

Em Salmos 2:6 vemos que Deus mesmo instalou seu rei sobre o monte santo, “ Eu, porém constituí meu rei sobre o monte Sião ” O mesmo lugar em que Abraão ia sacrificar o filho conforme ( 2 Cr 3:1 e Gen. 22:2).

A BÊNÇÃO

Tudo que é bom e lhe é agraciado; Em Hebraico, seu significado é “berakak” palavra que deriva de “Berek” que por sua vez significa joelho. Nota-se a relação entre uma e outra palavra, porque, sendo a benção a invocação das graças de Deus sobre a pessoa que a recebe, deve ser colhida com humildade e unção, portanto, de joelhos em terra, reverenciado e respeitosamente.

Para os Semitas, benção possui força própria, e por isso, é capaz despertada a sua potencialidade energética de produzir a saúde, palavra que se acha envolvida por vibração, carregada de energia dinâmica e magia.

“O onipotente te abençoará com a benção do céu, com as bênçãos do abismo, que jaz embaixo, com as bênçãos dos seios maternos e dos úteros”.   (Gênesis 49:25)

Assim “ ...Porque ali o senhor ordena a bênção e a vida para sempre!

Fonte: http://goeam.com.br

quarta-feira, 29 de maio de 2024

O MESTRE DE HARMONIA

Em 05.09.2023 o Respeitável Irmão Antonio Carlos Manso, Loja Inconfidência e Liberdade, 2370, REAA, GOB, Oriente de São Gonçalo do Sapucaí, Estado de Minas Gerais, apresenta a dúvida seguinte:

MESTRE DE HARMONIA

Gostaria de conhecer as atribuições do Mestre Harmonia em loja do REAA.

CONSIDERAÇÕES:

O Mestre de Harmonia, como bem diz o nome, cuida da harmonia no ambiente da Loja durante os trabalhos. A Música é a sexta das sete Nobres Ciências e Artes Liberais e está presente na liturgia Maçônica desde a Idade Média, mediante ao ingresso dos primeiros maçons especulativos.

No contexto maçônico, o titular da Coluna da Harmonia é quem faz soar, em momentos apropriados, melodias compatíveis com o ambiente de trabalho na Loja.

Geralmente, também é função do Mestre de Harmonia, fazer reproduzir (atualmente por meios eletrônicos) os ruídos que complementam as passagens iniciáticas, a exemplo dos efeitos sonoros previstos durante as viagens e as provas.

Muitas Lojas também atribuem ao Mestre de Harmonia o ofício de gerenciar os efeitos visuais, tal como o apagar e acender de lâmpadas que em momentos apropriados a liturgia maçônica exige.

O roteiro das músicas que compõem a harmonia da Loja, exigem do titular, acurada observação, respeito, dedicação e bom gosto, fazendo soar na medida certa, melodias compatíveis com o ambiente maçônico. 

Atualmente é possível se encontrar prontas, mídias apropriadas para os trabalhos da Coluna da Harmonia, não obstante ter havido tempos em que as músicas eram produzidas ao vivo por instrumentos musicais, tais como órgãos tubulares, violinos e violoncelos.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

PÍLULAS MAÇÔNICAS

nº 49 - Simbolismo da “Luz” na Maçonaria

Já comentamos sobre Simbolismo e sobre alguns Símbolos pertencentes à Maçonaria. Vamos agora comentar sobre o termo simbólico “LUZ”, que foi traduzido e adaptado da “Masonic Holy Bible” dos EUA, Wichita, Kansas.

LUZ é de longe o mais importante e misterioso termo na Maçonaria, que é assim aceito pela maioria dos membros da Fraternidade. É o primeiro dos símbolos apresentado ao Iniciado, e continua sendo apresentado a ele com varias modificações através de todo seu futuro progresso na vida Maçônica.

Ela representa, como é geralmente aceito, “Conhecimento, Verdade ou Sabedoria”, mas ela contem dentro de si uma alusão muito mais difícil de compreender dentro da essência da Maçonaria Especulativa, e abraça, dentro dela, o significado de todos os outros símbolos contidos na Ordem.

Maçons são enfaticamente chamados de “filhos da Luz” porque eles estão, ou deveriam estar, na posse do verdadeiro significado do símbolo; enquanto os profanos ou não-iniciados estão, pela analogia da expressão, na “Escuridão”.

Em todas as antigas religiões e em todos os “antigos mistérios”, a reverencia para a LUZ, como uma emblemática representação do ETERNO PRINCIPIO DO BEM, é predominante.

Isto foi verdade no Hebraísmo e Judaísmo, e é verdade no Cristianismo; isto é verdade do começo ao fim do Ritual da Maçonaria. no sentido mais predominante.

A maior LUZ da Maçonaria é a Palavra de Deus; maçons são empenhados em solicitar dessa fonte de verdadeira luz e dos princípios da Ordem e crescer avançando na LUZ.

A fonte original de toda verdadeira LUZ MAÇÔNICA é Deus; somente os homens que caminham nessa luz podem evitar a “escuridão”; somente esses homens são ditos “filhos da Luz””.

Fonte: pilulasmaconicas.blogspot.com

O PRIVILÉGIO DE SER MAÇOM

Pesquisa Ir.: Jaime Balbino de Oliveira 
Na antiguidade, as escolas de mistérios eram compostas dos sábios, dos primeiros homens de ciência, místicos e filósofos, que procuravam perscrutar os segredos da natureza. Somente a pessoas consideradas qualificadas para receber a sabedoria, depois de longa preparação, era permitido o ingresso nesses locais de instrução. A sabedoria daquela época foi a semente da maioria de nossas artes e ciências atuais. 

Nos tempos modernos, prevalece essa antiga tradição, de modo que só se dá instrução àqueles que são considerados merecedores de recebê-las. Essa sabedoria vai passando de geração a geração, como uma tocha olímpica helênica, em seu papel de impulsionar a ascensão de consciência humana, e é essa tocha que a Maçonaria ergue bem alto para iluminar os últimos bastões do preconceito e da ignorância. Aí está o grande privilégio que cabe ao Maçom, mas ao mesmo tempo, tem ele uma grande responsabilidade, ao se dar conta de que nesse caminho só existem pessoas equivocadas, que necessitam das perfeitas radiações de luz dessa tocha, a qual deve ser constantemente alimentada com o óleo da compreensão, da tolerância e do amor, 

Antes desse privilégio de sermos Maçons, vivíamos num mundo confuso, caindo e levantando sem encontrar a verdadeira razão da nossa existência. Éramos escravos das circunstâncias e atribuímos a culpa à vida. Agora vemos claro e nos demos conta de que nós é que somos complicados, ao passo que a vida é simples e bela, de modo que vale a pena vivê-la quando nos engrenamos às maravilhosas que regem o universo. Compreendemos que estamos nos purificando com o fogo do sofrimento, e nisto damos graças ao Deus do nosso Coração, visto que os problemas são necessários ao aprimoramento do homem e o tornam mais compreensivo para com o semelhante. Tomamos consciência de que o sofrimento é como o vento que sopra sem obstáculos na planície, percorrendo em silêncio o espaço, mas que ao se deparar com a rocha ereta, silva sua mais bela sinfonia de amor. 

Por outro lado, aprendemos que não devemos sofrer como cordeirinhos indefesos, já que temos as ferramentas, que nos proporciona esse maravilhoso conhecimento, para nos defendermos dos espinhos do caminho; a verdadeira tolerância é a que se exerce com dignidade e o homem necessita de um mínimo desse atributo para viver em harmonia com o cosmo. Assim, o Maçom, num exame retrospectivo, pode comparar e ver claramente seu crescimento espiritual, que pouco a pouco vai tornando-o senhor das circunstâncias e, não, escravo delas. Como um jogodor de xadrez, que gosta de resolver os problemas deste jogo, assim o Maçon move as peças dos problemas e tem prazer em jogar com elas no grande tabuleiro da vida. 

Então meus Irmãos, todas essas consecuções, possíveis ao Maçom, não tem preço; não há como pagá-las. E, por isto, cada vez mais estamos convictos de que a nossa instituição, deve ser como um farol que ilumine o mundo, espargindo seus raios de Luz e Paz por todos os cantos da Terra e derramando-os sobre o que está caído no caminho, o intolerante, o equivocado que, no seu estágio de evolução, ainda não consegue compreender esses maravilhosos ensinamentos que trabalham por um mundo melhor, irradiando Luz, Vida e Amor !

Fonte: http://www.cavaleirosdaluz18.com.br

terça-feira, 28 de maio de 2024

MESTRE DE CERIMÔNIAS ACOMPANHA OU CONDUZ?

(reprodução)
O Respeitável Irmão Adrian Rogers Censi, Mestre Instalado da Loja Caminhos da Verdade, 92, REAA, Grande Loja de Santa Catarina, Oriente de Blumenau, Estado de Santa Catarina, solicita esclarecimentos que seguem: 
adrian@blukit.com.br 

Mais uma vez, tomo a liberdade de recorrer aos seus conhecimentos. 

1. Na Instalação do Venerável Mestre na sua respectiva posse, dos Irmãos Oficiais e Dignitários, não houve consenso quanto ao entendimento do cumprimento da ordem que o Venerável (Ritual de Instalação de Veneráveis) dá ao Mestre de Cerimônias: CONDUZIR o recém-empossado ao seu lugar. Entendo que seguindo a ordem ao pé da letra, o Mestre de Cerimônias deve seguir à frente do empossado até o lugar a ele destinado. Outros acham que por se tratar de Mestre, não pode o Mestre de Cerimônias seguir a frente e sim atrás. Dessa forma não consigo ver “condução” e sim “acompanhamento”.

a) Qual seria o procedimento ritualístico correto? b) Conduzir e acompanhar; qual a posição correta do Mestre de Cerimônias? c) Pode uma Mestre ser conduzido como Aprendiz ou deve ser acompanhado? 

2. Qual o procedimento ritualístico correto ao apresentar trabalhos entre Colunas? Fazer a Saudação às Luzes ou cumprimenta-las antes de fazer a apresentação?

CONSIDERAÇÕES:

A LUZ COM 3 GOLPES DE MALHETE

Ir∴ Bruno Oliveira
Loja Amizade, Trabalho e Justiça – GOP – Umuarama/PR

O seu nome era Dias, e nem o sabia, mas pertence aquela categoria nominada de Maçons sem avental. Doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Urbaniana, Cidade do Vaticano.

O primeiro golpe foi dado em uma de suas aulas onde o tema era o Livre-Arbítrio de Santo Agostinho, é interessante notarmos que a grande maioria de nós utiliza o conceito de Livre – Arbítrio como o poder de tomar decisões ou com a ousadia de fazer oque lhe convir. 

Afinal somos livres para isso não? Livres e de bons costumes, um de nossos pré-requisitos. Mas fomos além, ao deparar-me bebendo direto da fonte que o livre-arbítrio na verdade é a pratica de boas ações que nos deixam mais próximos ao GADU. Explico, se cedermos as nossas vontades, que vem de nossos instintos, automaticamente saímos do ciclo virtuoso das boas ações e rumamos ao ciclo vicioso, a vontade todos temos, a questão é ter a “intenção de” o querer.. Podemos ter vontade de tudo, é natural, porém devemos querer as boas ações, as virtudes, sempre que fomos fracos no combate aos nossos vícios e paixões estaremos perdendo o livre-arbítrio. Aquilo havia me deixado reflexivo durante semanas.

O Segundo Golpe, ao contrário do primeiro que fez as marcações necessárias em minha pedra bruta, realmente tirou com a força necessária as lascas como um antigo pedreiro operativo fazia nos canteiros de obras em tempos mais antigos, de uma conotação mais espiritual, senti que aquela aula, laica como deve ser o ensino, mas carregada de uma profunda espiritualidade que a todos envolveu. Refletimos sobre o GADU e como é a RELIGIÂO que ao menos na tese deveria nos RE – Ligar com nosso criador, a realidade constatamos em diversos prismas é realmente diferente, o frio cortante do cinzel nos atingiu quando fomos levados a refletir sobre o quão seria ilógico rogarmos pedindo algo a um Ser Onisciente, que seria o mesmo que mandar uma mensagem não estaria cumprindo sua função cabida. E se e quando entendermos realmente a magnitude e profundidade do SER, do nosso existir, da quão sagrada e ao mesmo tempo efêmera é a vida, não teremos coragem de pedir mais nada. Vejam que para quem tem uma formação Católica Romana isso abala as estruturas de crenças e culturas, não que o era fortemente, mas havia resquícios. Meu espanto foi que ao buscar na memória de minhas leituras no Livro da Lei, constatei que as mais belas e poderosas orações eram Louvando ou Agradecendo ao GADU, dificilmente alguma Oração Pedindo para si.

Impactado questionei aquele Mestre sobre a inconsistência dessa reflexão como não poderia um pai pedir a Força Criadora do Universo que não salve o seu filho de uma grave enfermidade? No qual ele me respondeu com a atitude de erguer uma cadeira no ar e soltando-a deixando cair, com olhos perplexos em sua direção, ele nos perguntou se a cadeira caiu e disse que ao cair nada mais fez que sua função enquanto cadeira no ar, cair.

Uma analogia para que se cumprimos nossa função enquanto SER , uma cadeira é uma cadeira nem o deseja deixar de ser, logo cumprira sua função enquanto a for. O homem morrer é um BEM, pois todo ser vivo é natural que um dia morra. Se algo não segue a lei natural isso estaria errado, logo um MAL.

Dizem quem uma aula boa é aquela que mexe com o espirito do aprendiz, essa com certeza o fez, e terminou dizendo que era apenas um ponto de vista e que antes de concordarmos ou não, termos fé ou não, usássemos a consciência da existência e poderes do GADU e que sempre que algo que julgássemos ruim ou bom nos acontecesse Louvássemos e Agradecêssemos ao Senhor, feito isso um canal seria restabelecido, fica aqui minha deixa para cada um fazer a sua experiência nisso, a minha se foi positiva ou não já é respondia por essa prancha.

O Terceiro Golpe deu beleza, com o espirito mais calmo, as reflexões foram em torno de São Tomas de Aquino, que dizia que antes de crermos temos que compreender ao contrario de Agostinho, material para vários trabalhos. A questão era O Bem e o Mal, a elucidação de que o Bem é o processo de sermos oque somos nem o desejarmos deixar de ser, obtido pelas práticas de boas ações que nos aproximam do GADU, porém incomodado novamente questionei como pode alguém ser feliz com a partida de alguém que ama.

Abriu-se uma nova abstração, oque é Felicidade? Contrario de Infelicidade. Alegria? Contrário de Triste. Foram refletidos diversos relatos de pessoas Alegres, mas infelizes como o caso de suicídio do ator Robin Willians que contagiava a todos com sua alegria, mas era infeliz pois realizou seu desejo de deixar de ser quem o era, tirando a própria vida.

Um ente querido ao partir para o oriente eterno pode deixar os familiares tristes, mas felizes, pois, a tristeza pela falta de um ente querido, mas a felicidade como resultado da compreensão que o Bem foi feito e cumprido em seu sentido natural. Profundo e complexo, mas nem por isso uma inverdade.

Bem e mal são representados por alegorias na descrição onde Adão e Eva consome o fruto da arvore da Compreensão, da sabedoria, onde se deu o pecado original que não é a sabedoria em si, mas o pecado original do homem começa quando o homem começou a determinar oque é Bem e mal segundo a sua perspectiva, dai resulta o sofrimento e angustia pois como coloca Kant o homem não é capaz de determinar um fato imparcialmente, com neutralidade sem essa estar embebida em suas própria realidade. O Bem esta ligado ao GADU tudo que for fora e contrario a ele não foi criado por este mas sim é a ausência como o frio é a ausência do calor.

Como eterno aprendizes que somos, acredito que não lapidei a minha pedra mas umas de minhas pedra, e que podemos tirar lições de uma simples aula a mais complexas reflexões, que possamos nos aperfeiçoar cada vez mais na construção de nosso templo interior e que acima de tudo utilizemos a vida como nosso canteiro de obra.

“All in all you were all just bricks in the wall” (Pink Floyd)

Fonte: http://ritoserituais.com.br

segunda-feira, 27 de maio de 2024

BATIDA COM O BASTÃO

(republicação)
O Respeitável Irmão Gildo Martins, Loja Templários da Nova Era, 91, REAA, Grande Loja de Santa Catarina, Oriente de Florianópolis, Estado de Santa Catarina, apresente a questão seguinte: 
gildo@hitechbrasil.com.br 

O Mestre de Cerimônias deve ou não bater o bastão ao convidar algum Irmão? Já li que deve, que não, e que somente uma leve batida.

CONSIDERAÇÕES:

SOBRE A INICIAÇÃO

João Anatalino Rodrigues

Sobre a Câmara de Reflexão

A Iniciação Maçônica, como sabemos, é um rito de passagem, no qual o simbolismo que ali se desenvolve tem como objetivo oferecer a quem nela se inicia uma nova perspectiva de vida. Essa, aliás, é a temática de todo rito de passagem, cuja finalidade é marcar o início de uma nova etapa na vida da pessoa. É assim que temos, por exemplo, os ritos do batismo, do casamento, o trote da faculdade, os ritos funerários, etc.

Em todos os ritos de caráter religioso ou teosófico, o elemento padrão é a ideia de admissão do neófito em um patamar de consciência superior, na qual a iniciação é um portal de ingresso, onde ele recebe a preparação necessária para ingressar nessa outra fase da sua vida. É por essa razão que em toda iniciação à maçonaria se percebe uma estrutura ternária, na qual o candidato é isolado do chamado mundo profano e colocado em um ambiente ancorado em símbolos mortuários (simbolizando a morte ritual), para que dali a sua consciência sofra a transformação ontológica que lhe permitirá emergir para a luz que lhe será dada na Loja.

Consoante o rito praticado, a iniciação maçônica apresenta, em cada um, os seus pormenores, embora, como se pode perceber, no fundo todos operem pelo mesmo princípio. Assim é que, nos Ritos Anglo-Saxônicos, (Rito Escocês e de York principalmente) a iniciação se concretiza pela passagem do profano por um recinto fechado, com pouca ou nenhuma luz (em alguns casos somente algumas velas), decorado geralmente com objetos que simbolizam a morte, a transformação e o renascimento em outro estado de consciência.[1]

Algumas distinções podem ser notadas entre os diversos ritos, como por exemplo, a Câmara de Preparação do Rito Escocês Retificado, a Câmara de Reflexões do Rito Francês, o Escocês Antigo e Aceito e o Antigo e Primitivo Rito de Memphis-Misraim. No Rito Retificado a meditação do candidato é feita na presença da Bíblia e de um quadro alegórico simbolizando a brevidade da vida humana. Já na Câmara de Reflexões dos restantes Ritos Continentais há uma variedade de símbolos presentes, conectados com a morte e a ressurreição, representação de uma experiência psíquica na qual se procura ancorar na mente do iniciado, com a ajuda de mensagens inscritas nas paredes das chamadas Câmaras de Reflexão, a transitoriedade da vida humana.

Símbolos comuns a todos os ritos são os chamados três elementos essenciais à operação alquímica de transmutação de metais, que são o sal, o enxofre e o mercúrio. Por isso eles serão encontrados, invariavelmente, em todas as Câmaras de Reflexão, para simbolizar e lembrar ao iniciando que ali se realiza a transmutação da sua consciência de profano para um mundo de conscientização superior, no qual ele ingressará depois de receber a Luz na presença dos Irmãos, no interior da Loja. É nesse sentido também que a palavra “V.I.T.R.I.O.L.”, frequentemente inscrita nas paredes da Câmara remete o espírito do neófito à uma experiência psíquica semelhante à que Jesus teria vivido nos seus três dias de túmulo, antes de ressuscitar. Essa experiência é, por consequência, a mesma vivida pelos iniciados em todas as religiões solares, desde o deus egípcio Osiris, o grego Apolo, o deus persa Mitra, e o próprio sol, que simbolicamente morre todas as noites e ressuscita no dia seguinte para iluminar toda a terra.[2]

A influência da alquimia

Que maçonaria e alquimia são sócias da mesma raiz cultural todos os Irmãos o sabem. Até porque um dos núcleos da moderna maçonaria, ou seja, as Lojas inglesas do início do século XVIII, tinham como inspiração iniciática justamente os alquimistas da suposta Fraternidade da Rosa Cruz, cujas ideias reformistas, baseadas principalmente no utópico sonho alquímico, juntamente com a reforma protestante, estavam ateando um verdadeiro incêndio no mundo ocidental.

O chamado Ritual de Luquet, 1745, documento transcrito do relatório do tenente de polícia Herault, descreve uma cerimônia de iniciação praticada nesses primórdios da maçonaria moderna, onde os elementos da simbologia alquímica são destacados. Esses elementos fazem parte do mais antigo catecismo de aprendiz até hoje conhecido. [3]P: Onde foste preparado para entrar em Loja ?
R: Nas Trevas.
P: Por quê ?
R: É para me recordar o caos donde tudo foi tirado.

Esse curioso diálogo reporta à uma das mais caras expressões simbólicas presentes na “ciência dos adeptos”, que é a alquimia: a de que no início de toda existência precede um caos, e que a consciência foi posta nos homens justamente para que ele pusesse “ordem no caos”.[4] Nessa simbologia evoca-se também o princípio que é assente a todas as crenças, especialmente aquelas que tem raízes no mito solar, ou seja, o de que toda a realidade universal é oriunda de um embate de um embate entre a luz e as trevas, e que para que a luz (da iluminação) possa ocorrer, é preciso que as trevas sejam afastadas. Essa dicotomia está presente inclusive na visão bíblica da criação, na ação de Deus ao separar a luz das trevas.[5]

O caráter dialético dessa disposição é confirmado pelo Abade Pérau, na sua obra “Le Secret des Francs-Maçons”, 1742, na referência que faz de que “onde não deve haver nenhuma luz o que em todo o caso exprime já uma forma simbólica, é o desejo de colocar o recipiendário num estado psicológico apropriado”.

É por isso que encontramos na descrição de uma Câmara de Reflexão, publicada em 1801, os seguintes dizeres: “Esta câmara deve ser impenetrável aos raios do dia e iluminada por uma única lâmpada. As paredes serão pintadas de negro e carregadas de emblemas fúnebres capazes de inspirar o receio, a tristeza, e o recolhimento. Frases de uma moral pura, máximas de uma filosofia austera serão traçadas legivelmente sobre as paredes, ou suspensas, emolduradas em diversos pontos deste isolamento. Um crânio, ou mesmo um esqueleto, se se puder obter um, recordarão ao neófito as coisas humanas. Não deve haver neste quarto mais do que uma cadeira, uma mesa, um pão, um copo cheio de água, sal e enxofre em duas taças, papel, penas e tinta. Sobre a mesa serão representados um galo e uma ampulheta. Debaixo destes emblemas colocar-se- á as palavras VIGILÂNCIA E PERSEVERANÇA”.[6]

Essa descrição aproxima-se bastante do ambiente encontrado nas Câmaras de Reflexão atuais, como pode ser observada pelos Irmãos. Há, nessas âncoras de caráter hermético, uma clara alusão ao princípio alquímico expresso no termo V.I.T.R.I.O.L., evocando-se aí uma prática necessária a todo iniciado que busca o mundo da consciência superior, prática essa que é descrita na vida de todos os grandes místicos da humanidade e repetida em toda a história humana como arquétipo imprescindível à toda jornada iniciática. Essa experiência mística, segundo acreditavam algumas seitas místicas classificadas como gnósticas, teria sido praticada inclusive por Jesus e seus discípulos e estaria na própria origem do episódio da sua morte e ressurreição.[7]

As claras referências à cultura alquímica encontradas na iniciação maçônica são mais fortes nos ritos de origem escocesa e francesa, devido provavelmente à uma estreita conexão existente entre a França e a Escócia nesse mister. Essa conexão tem raízes históricas e por estarem fora do escopo deste trabalho não serão referidas aqui. Mas elas nos remetem aos Templários, aos Cátaros e aos acontecimentos que, desde o século XII concorreram para desenhar o mapa político da Europa Ocidental. Na raiz de todos esses acontecimentos iremos encontrar referências às distintas formas de esoterismos que ocuparam o pensamento ocidental desde os primeiro séculos de afirmação da doutrina cristã tais como alquimia, rosacrucianismo, cabala hebraica e cristã, todas as formas de gnosticismo e misticismo, que ao longo dos séculos XVI e XVII, principalmente, foram enriquecidas por uma farta produção literária até então inexistente ou oculta, como no caso dos evangelhos apócrifos e a literatura árabe e judaica, desconhecida na Europa na época. Nesse contexto avultam nomes que se tornaram famosos como Raymond Lulle, Nicolas Flamel, Roger Bacon, Arnauld de Villeneuve, Paracelso, Michel Maier, Basile Valentin, Cornelius Agrippa, entre outros, que se tornaram famosos como alquimistas e magos, influenciadores da cultura que desembocou no chamado Renascimento.[8]

Foram eles os responsáveis pela circulação de ideias que levou ao chamado Século das Luzes, conforme se convencionou chamar o Século XVIII, onde grandes transformações culturais, políticas e econômicas ocorreram no mundo ocidental. Essa foi a razão de muitos maçons terem se interessado pela alquimia, e que muitos alquimistas tenham encontrado na maçonaria um refúgio ideal para a sua prática e principalmente para a divulgação das suas ideias. Nesse sentido a prática operativa casou-se com a especulativa, dando nascimento à maçonaria moderna.

Origens alquímicas da Franco-Maçonaria

As origens alquímicas da franco-maçonaria já aparecem nas obras de alguns maçons setecentistas, especialmente na“L’Étoile Flamboyante”, publicada em 1766, de autoria atribuída ao Barão de Tschoudy. Diz esse autor que “Um exame sério de todos os objetos de pormenor trabalhados nas diversas práticas dos Franco-Maçons, e a exposição da maior parte dos seus emblemas, (…) pode talvez legitimar a opinião que a ciência de Hermes seja a origem e o fim da confederação vulgarmente denominada de Franco-Maçonaria”.[9]

Destarte, não é estranho que o florescimento das correntes esotéricas na maçonaria, sobretudo em França, tenha gerado uma enorme multiplicidade de graus e ritos concorrentes. Entre 1775 e 1780 foi reunida uma vasta Biblioteca de Rituais de Graus Maçônicos e de obras alquímicas, o que resultou na fundação de uma Loja de pesquisas conhecida como “Les Philaléthes”, da qual participaram os maiores nomes da maçonaria espiritualista da época, tais como Cagliostro, Mesmer, Touzay-Duchanteau, entre outros.[10]

Foram os autores dessa linha de pensamento que fizeram as ligações entre a iniciação maçônica e as iniciações aos Mistérios do Antigo Egito, ou aos Mistérios de Elêusis, praticados pelos gregos antigos. A esses filamentos culturais adicionaram as tradições da arte hermética, fazendo da Câmara de Reflexões uma associação bastante próxima à uma Caverna onde, nas antigas iniciações, ocorria as Provas da Terra, que em sua analogia, correspondia ao Athanor (vaso do alquimista) onde se realiza a transmutação da matéria prima na chamada pedra filosofal. Essa era, por exemplo, a interpretação dada por Jean-Marie Ragon, um dos mais respeitados autores maçons, no seu “Ritual do Aprendiz”, editado pela primeira vez em 1858.

Esta interpretação encontra-se igualmente presente nos primeiros Rituais dos Ritos Egípcios (Misraim- Memphis, 1838); Assim, é preciso não esquecer que a maioria dos Irmãos instituidores dos ritos de origem escocesa e francesa tiveram ligações com os Irmãos da Loja “Philalétes”, e que vários membros do primeiro Supremo Conselho de França e do REAA, pertenceram, na origem do seu percurso maçônico, à Loja-Mãe Escocesa de Paris (“Saint Alexandre d’Écosse”), na qual se praticava o Rito Escocês Filosófico, que era, na origem um rito hermético. Talvez por isso tenha surgido, em 1829, a primeira descrição de uma Câmara de Reflexões do REAA, justamente numa obra de origem francesa, na qual a iniciação vinha recheada de alusões hermetistas, atribuindo-se à ela um caráter deísta, para descontaminá-la das referências culturais pagãs que lhe haviam sido apostas por Irmãos de tendências gnósticas, ligados à referências culturais dessa escola de pensamento.

No princípio do século XX, os Irmãos Oswald Wirth e Jules Boucher, principalmente, desenvolveram em suas obras importantes argumentos para justificar os elementos da cultura alquímica presentes na iniciação maçônica. Para Wirt, por exemplo, “O simbolismo maçônico constitui com efeito uma estranha mistura de tradições retiradas das antigas ciências iniciáticas. Tem em conta o valor cabalístico dos números sagrados e rege o cerimonial segundo os mesmos princípios da Magia; por outro lado dispõe o Sol, a Lua e as Estrelas, tal como o prescreve a Astrologia. Mas é a Alquimia filosófica, tal como a concebiam os Rosacrucianos do século XVII, a que apresenta as analogias mais surpreendentes com a Maçonaria. Existe, numa e noutra parte, identidade de esoterismo, os mesmos domínios iniciáticos traduzem-se por alegorias retiradas, umas da metalurgia, outras da arte de construir. A Franco-Maçonaria não é, neste ponto de vista, mais do que uma transposição da Alquimia”.[11]

Os trabalhos de Wirt recuperaram para a iniciação maçônica um caráter espiritualista que havia sido eclipsada pelas interpretações positivistas que lhe quiseram dar os autores que não gostavam da face demasiadamente esotérica que a maçonaria francesa e escocesa tinham imposto à Arte Real. O positivismo, como se sabe, é uma corrente filosófica que propugna por uma visão científica da realidade e só aceita como verdade os postulados que possam ser comprovados por meios científicos. Destarte, com a vitória das teses iluministas e do verdadeiro anelo pela ciência, que tomou de assalto os intelectuais do século XIX, o apelo romântico das velhas ideias dos adeptos da alquimia ficaram relegadas a uma mera curiosidade intelectual. Nesse sentido as obras de Wirt deram uma nova dimensão á importância espiritual que o mito da Pedra Filosofal viria a desempenhar na simbologia dos Graus simbólicos e filosóficos do REAA, que até então tinha como suportes arquetípicos a cultura da geometria aristotélica e a mitologia ligada à construção do Templo de Salomão.

A alquimia é hoje, para muitos, apenas uma curiosidade histórica. Refletiu o espírito de uma época, em que a intensa procura por um caminho que pudesse levar a consciência do homem a um êxtase superior era uma preocupação constante. Como esse caminho encontrava dificuldades para ser desvendado através da religião, vários homens de espírito e preparo em ciências naturais intentaram desvelá-lo através da manipulação química. Não cabe aqui discutir o método alquímico em termos de ciência. Deixamos isso para os experts na área. O escopo deste estudo é situar a sua importância na iniciação maçônica e destacar a sua riqueza simbólica. E, mais que isso, apontar a sua virtude como âncora significativa para trabalhar o inconsciente do iniciado no sentido de provocar nele a visão de uma nova vida que começa com a sua iniciação na maçonaria. Pois essa é a virtude de um símbolo. Emular o espírito da pessoa a quem ele é comunicado, no sentido de ancorar nele um estado psicológico propício ao desenvolvimento de uma crença, uma ideia, um comportamento, ou quiçá, uma habilidade.

Simbolismo

A simbologia é hoje um dos mais destacados campos de estudo da psicologia humana, devendo-se principalmente a Carl Gustav Jung o pioneirismo nesses estudos. Um dos seus mais interessantes trabalhos nessa área versa exatamente sobre a alquimia e os símbolos cabalísticos, onde ele nos mostra como o inconsciente coletivo da humanidade está estreitamente ligado aos mitos, símbolos e arquétipos que moldam a cultura universal. Isso porque o símbolo é sempre uma âncora que se associa a uma ideia, uma crença, uma sensibilidade que a linguagem comum geralmente não consegue expressar. É a única forma de forjar uma imagem visível de uma realidade que não se pode expressar pelos meios de comunicação conhecidos pelo homem. Destarte, o método simbólico não se assenta numa resposta codificada, mas sim num processo metafórico que oferece ao iniciado os meios de compreensão dos fenômenos inconscientes que ocorrem em nossa mente e muitas vezes, moldam nossos comportamentos.

Assim, os ritos maçônicos estão carregados de simbolismos, especialmente a iniciação. Somente decodificando essa simbologia é possível entender os ensinamentos mais profundos que essa prática contém. Ela se revela nas Palavras, Sinais, Toques, Paramentos, Números, Formas Geométricas, Cores, Joias, Mitos e Metáforas contidos nos rituais, formando um corpo perfeitamente organizado para servir de catecismo ao iniciado.

É, pois, nesta amalgama extremamente bizarra de influências culturais que a maçonaria moderna foi estruturar as bases do seu ritualismo iniciático. Uma mistura de verdadeiras pesquisas filosóficas produzidas pelos autores iluministas, com apaixonadas buscas de elevação espiritual feitas por espíritos honestos, temperada quiçá com especulações aventureiras formuladas por alguns charlatões ocultistas, mas que de maneira nenhuma concorrem para contaminar de vícios insanáveis a arte do maçom, constitui o acervo dessa arte. Porque, como todo alquimista aprendia quando se iniciava na arte dos adeptos, é persistência, a fé e o espírito de verdadeiro aprendiz que conduz à iluminação. Para todo Irmão que se inicia na arte dos Obreiros da Arte Real, vale o mesmo conselho dado ao alquimista iniciante: ora, ora, ora, labora et invenias. Orar, Orar, Orar, trabalhar. E então descobrirás

Notas

[1] Essa característica dos ritos de passagem está presente em todas as crônicas que descrevem seções iniciáticas, desde os Antigos Mistérios praticados pelos gregos e egípcios (Mistérios de Ísis e Osíris e Mistérios de Elêusis) como também nas iniciações praticadas por seitas gnósticas da antiguidade. Há indicações que até entre os primeiros cristãos essa prática iniciática tivesse sido exercida. Vários autores referem-se aos episódios descritos nos Evangelhos do Novo Testamento (ressurreição de Lázaro (Evangelho de São João) e a fuga de um jovem envolto em um lençol por ocasião da prisão de Jesus no Horto de Getsemâni (Evangelho de São Marcos) como registros da realização de um ritual de iniciação. Há também indicações que os Cavaleiros Templários praticavam algum tipo de ritual de iniciação para os membros de hierarquia superior na Irmandade, que envolvia elementos de magia ritual, que iam além da mera inserção em um grupo.

[2] A palavra Vitriol é o acrônimo da expressão latina “Visita Interior a Terrae Rectificando que Invenies Occultum Lapidem” – (Visita o interior da Terra, que purificado, encontrarás a pedra escondida). Nessa expressão encontra-se um dos mais caros ensinamentos da alquimia, que acentua a necessidade de uma morte iniciática para fins de um renascimento em outro nível de consciência. Essa frase é atribuída a um alquimista alemão do século XV, chamado Basile Valentin. Este foi um monge beneditino, autor de várias obras de alquimia, entre as quais as mais conhecidas são Currus Triumphalis Antimonii (A carruagem triunfal do antimônio) e Duodecim Claves (As doze chaves).

[3] Esse documento, denominado “Recepcion d’un frey-maçon”, descreve a cerimônia de recepção de um aprendiz maçom, na qual o candidato é conduzido pelo seu padrinho a um reservado privado de luz, onde ele é interrogado sobre a sua vocação para fazer parte da Irmandade. Caso aprovado ele era preparado para a entrada em Loja, após o recolhimento dos metais, e sempre usando uma venda, na condição de “nem vestido nem despido, como ainda hoje é observado no Ritual do Aprendiz.

[4] Não por acaso, uma das divisas da maçonaria se expressa exatamente pela frase “Ordo ab Chaos” (Ordem no Caos).

[5] No princípio criou Deus o céu e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. E disse Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas. E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro. Gênesis 1:1-5

[6] “Régulateur du Maçon”, publicado em 1801-Supremo Conselho da França.

[7] Essa era uma crença esposada por algumas seitas gnósticas que foram suprimidas pela Igreja de Roma, quando conseguiu fazer do cristianismo a religião oficial do Império Romano. Há claras evidências documentais que mostram que os Cátaros, seita que floresceu no sul da França no início do segundo milênio e que foi suprimida numa violenta cruzada patrocinada pelo Vaticano, era partidária dessas crenças. Segundo esses cultores do cristianismo herético, Jesus não era filho de Deus, nem havia nascido de uma virgem e também não ressuscitara. As referências evangélicas que falam sobre a sua ressurreição nada mais seriam que interpolações feitas por autores encomendados pela Igreja para provar que Jesus era o Messias esperado pelos judeus e o Cristo dos mitos solares. Tais interpolações teriam sido inspiradas na prática iniciática da morte ritual, para renascimento em outro estado de consciência, que Jesus teria instituído entre seus discípulos. Assim, o episódio da morte e ressurreição de Jesus, os três dias na tumba, etc. nada mais refletia do que uma prática ritual. Essa prática também teria sido adotada pelos Cavaleiros Templários em suas seções iniciáticas superiores, o que teria servido de motivo para a supressão da Ordem e a morte na fogueira de seus principais líderes.

[8] Para maiores pormenores sobre a cultura que precedeu o nascimento da maçonaria moderna vide nossa obra “Conhecendo a Arte Real”, Ed. Madras, São Paulo, 2019.

[9] ] Wirth Oswald – ”Le symbolisme hermetique par rapport à l’Alchimie et à la Maçonnerie”, Paris, 1910;

[10] Jean Palou- A Maçonaria Simbólica e Iniciática, Ed. Pensamento, 1964

[11] Wirth Oswald – ”Le symbolisme hermetique par rapport à l’Alchimie et à la Maçonnerie”, Paris, 1910; op citado. Wirth Oswald – ”Theorie et symboles de la Philosophie Hermetique”, Paris

Fonte: https://bibliot3ca.com

domingo, 26 de maio de 2024

ABERTURA DO RITUAL NO GRAU 2

(republicação)
Questão apresentada pelo Respeitável Irmão Daniel Mas, Loja Conciliação e Justiça, GOB – GOSP, REAA, Oriente de Presidente Prudente, Estado de São Paulo. 
j1daniel@terra.com.br 

Eu que aguardo com impaciência os 'JB News' diários para copiá-los e lê-los vejo que um dos assuntos mais solicitados ao Poderoso Irmão é uma explicação quanto a verificação no Grau de Companheiro descrita no Ritual do Grau 02. Há aproximadamente dois anos fiz uma solicitação aos Irmãos da Loja que frequento aqui em Presidente Prudente, para que esta parte do Ritual fosse feita como está no Grau de Mestre: ficariam de Pé e a Ordem, somente os Irmãos das Colunas. Imediatamente responderam-me que se está no Ritual tem que ser obedecido. Em dezembro fiz uma correspondência para ser encaminhada ao GOB (Ritualística) solicitando autorização para que pudéssemos fazer a verificação somente entre os Irmãos do Ocidente. Fui aconselhado a não encaminhá-la, porque o Ritual seria modificado, passando a ser semelhante em todos os Graus. E o Ritual não modifica, e o Irmão informa que dentro em breve acontecerá, mas todos nós sabemos que a coisa vai criando pernas, raízes e o acerto vão demorar em sair. Pergunto: Como proceder para que aqui na ARLS Conciliação e Justiça de Prudente façamos o correto?

CONSIDERAÇÕES:

BREVIÁRIO MAÇÔNICO

O SAL

O Sal (cloreto de sódio) faz parte dos três princípios herméticos, com o Enxofre e o Mercúrio.

O Sal é o elemento que dá sabor aos alimentos; filosoficamente, o homem é o Sal da Terra, ou seja, o elemento que dá "sabor" à Criação.

Foi muito usado nas Parábolas de Jesus. Esse elemento é encontrado em toda a Natureza, mesmo onde não existam salinas; animais, vegetais, minerais, todos contêm Sal.

Em Maçonaria, faz parte do cerimonial da Iniciação e do Grau 4, Mestre Secreto, pois encerrada a cerimônia iniciática, os presentes comem pão espargido com sal e bebem vinho, simbolizando o elemento completo, material e espiritual.

Nas Sagradas Escrituras, os primitivos cristãos eram denominados por Jesus: "Vós sois o Sal da Terra", significando que o cristão fora transformado em um elemento "com sabor".

O Sal acentua o sabor e torna o elemento que desperta o sentido do gosto.

Os Pães Ázimos, usados pelos Sacerdotes Israelitas, não continham Sal nem fermento, simbolizando a fuga do Egito; no deserto, esses dois condimentos não eram encontrados.

Na Câmara de Reflexões é apresentado num recipiente com Sal para o maçom meditar sobre seu valor.

Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 354.

SILÊNCIO E SIGILO

Neste artigo o irmão Claudy faz uma bela exposição sobre a necessidade do sigilo maçônico e o profundo silêncio que cerca nossos rituais

Um antigo filósofo grego, quando questionado sobre qual considerava a qualidade mais valiosa a ser conquistada e a mais difícil de ser mantida, respondeu: “Ser Secreto e Silencioso”. Se o sigilo era difícil antigamente, é duplamente difícil hoje, no mundo barulhento em que vivemos, onde a privacidade é quase desconhecida. O sigilo é, de fato, uma virtude inestimável, mas rara, e tão pouco esforço é feito para ensiná-lo e praticá-lo. O mundo de hoje é uma galeria de sussurros onde tudo se ouve, uma sala de espelhos onde nada se esconde. Se os antigos adoravam um Deus do silêncio, parece que estamos prestes a erguer um Altar ao Deus da Fofoca.

Alguém disse que se a Maçonaria não fizesse mais do que treinar os seus homens para preservarem sagradamente os segredos de outros que lhes foram confiados como tais - exceto quando um dever mais elevado exige divulgação - estaria a fazer um grande trabalho, e que não só justifica a sua existência, mas lhe confere o respeito da humanidade. De qualquer forma, nenhum maçom precisa que lhe digam o valor do segredo. Sem ele, a Maçonaria deixaria de existir, ou então se tornaria algo tão diferente do que é que seria irreconhecível. Por essa razão, se não por outra, a primeira lição ensinada a um candidato, e impressa nele a cada passo de maneiras inesquecíveis, é o dever de sigilo. No entanto, estritamente falando, a Maçonaria não é uma sociedade secreta, se com isso queremos dizer uma sociedade cuja própria existência está oculta.

Todos sabem que a Fraternidade Maçônica existe e nenhum esforço é feito para esconder esse fato. A sua organização é conhecida; seus templos ficam em nossas cidades; seus membros têm orgulho de serem conhecidos como maçons. Qualquer pessoa pode obter dos registros de uma Grande Loja, se não dos relatórios impressos das Lojas, os nomes dos membros da Ordem. Nem se pode dizer que a Maçonaria tenha alguma verdade secreta para ensinar, desconhecida pela melhor sabedoria da raça. A maior parte da conversa sobre a Maçonaria esotérica erra o alvo. Quando a história é contada, o único segredo revela-se ser alguma teoria estranha, alguma filosofia fantasiosa, sem importância real. A sabedoria da Maçonaria está oculta, não porque seja sutil, mas porque é simples.

Seu segredo é profundo, não obscuro. Assim como na matemática existem figuras primárias, e na música notas fundamentais, sobre as quais tudo repousa, assim a Maçonaria é construída sobre as verdades amplas, profundas e elevadas sobre as quais a própria vida se baseia. Ele vive, se move e existe nessas verdades. São mistérios, de fato, assim como a vida, o dever e a morte são mistérios; conhecê-los é ser verdadeiramente sábio; e ensiná-los em toda a sua importância é o ideal que a Maçonaria almeja. A Maçonaria, então, não é uma sociedade secreta; é uma ordem privada. No silêncio da cabana de azulejos, afastado do barulho do mundo, num ar de reverência e amizade, ensina-nos as verdades que nos tornam homens, nas quais a fé e o carácter devem basear-se se quiserem suportar o vento e clima da vida.

Tão rara é a sua absoluta simplicidade que para muitos é um segredo tão grande como se estivesse escondido atrás de um véu sétuplo ou enterrado nas profundezas da terra. Qual é o segredo da Maçonaria? O “Método” de seu ensino, a atmosfera que ele cria, o espírito que ele inspira em nossos corações e o vínculo que ele tece entre os homens; em outras palavras, a loja e suas cerimônias e obrigações, seus sinais, toques e palavras - seu poder de evocar o que há de mais secreto e oculto no coração dos homens. Ninguém pode explicar como isso é feito. Sabemos apenas que isso é feito e guardamos como um tesouro inestimável o método pelo qual é realizado. É moda de alguns dizer que nossas cerimônias, sinais e símbolos têm pouco valor; mas não é verdade. São de profunda importância e não podemos ser demasiado cuidadosos ao protegê-los da profanação e do abuso. O famoso elogio aos sinais e símbolos da Maçonaria, feito por Benjamin Franklin, não foi uma eloquência inútil. É justificado pelos fatos e deve ser conhecido e lembrado:

“Esses sinais e toques não são de pequeno valor; falam uma linguagem universal e funcionam como uma senha para a atenção e apoio dos iniciados em todas as partes do mundo. Eles não podem ser perdidos enquanto a memória mantiver o seu poder. Que o seu possuidor seja expatriado, naufragado ou preso; deixe-o ser despojado de tudo o que tem no mundo; ainda assim, essas credenciais permanecem e estão disponíveis para uso conforme as circunstâncias exigirem.

“Os grandes efeitos que produziram são comprovados pelos fatos mais incontestáveis ​​da história. Eles detiveram a mão erguida do Destruidor; suavizaram as aspirações do tirano; atenuaram os horrores do cativeiro; subjugaram o rancor da malevolência; e quebrou as barreiras da animosidade política e da alienação sectária.

“No campo de batalha, na solidão das florestas não cultivadas, ou nos refúgios movimentados da cidade populosa, eles fizeram com que homens dos sentimentos mais hostis, e das religiões mais distantes, e das condições mais diversificadas, corressem em socorro um do outro, e sentem alegria e satisfação social por terem sido capazes de proporcionar alívio a um irmão maçom.

O que é igualmente verdadeiro, e não menos valioso, é que nas atividades comuns da vida cotidiana eles unem os homens e os mantêm unidos de uma maneira única e santa. Eles abrem uma porta para sair da solidão em que todo homem vive. Eles formam um vínculo que nos une para ajudar uns aos outros, de muitas maneiras que não podemos nomear ou contar. Eles formam uma rede de companheirismo, amizade e fraternidade em todo o mundo. Eles acrescentam algo lindo e belo à vida de cada um de nós, sem o qual seríamos realmente mais pobres. Mesmo assim, nunca esqueçamos que é o espírito que dá vida; a carta sozinha está vazia. Uma casa antiga significa mil coisas lindas para aqueles que foram criados nela. Seu próprio cenário e cenário são sagrados. O terreno em que se encontra é sagrado. Mas se um estranho comprar, essas coisas sagradas não significam nada para ele. O espírito se foi, a glória desapareceu. O mesmo acontece com a Loja. Se fosse aberto ao olhar curioso do mundo, a sua beleza seria arruinada e o seu poder desapareceria.

O segredo da Maçonaria, assim como o segredo da vida, só pode ser conhecido por aqueles que o procuram, o servem e o vivem. Não pode ser pronunciado; só pode ser sentido e agido. Na verdade, é um segredo aberto, e cada homem o conhece de acordo com sua busca e capacidade. Como todas as coisas que valem a pena conhecer, ninguém pode saber por outro e ninguém pode saber sozinho. É conhecido apenas na comunhão, pelo toque de vida sobre vida, espírito sobre espírito, joelho com joelho, peito com peito e mão com mão. Por essa razão, ninguém precisa ficar alarmado com qualquer livro escrito para expor a Maçonaria. É totalmente inofensivo.

O verdadeiro segredo da Maçonaria não pode ser aprendido por olhares indiscretos ou por investigações curiosas. Faremos bem em proteger a privacidade da Loja; mas o segredo da Maçonaria só pode ser conhecido por aqueles que estão prontos e dignos de recebê-lo. Somente um coração puro e uma mente honesta podem saber disso, embora sejam adeptos de todos os sinais e símbolos de todos os ritos da Arte. Na verdade, longe de tentar esconder o seu segredo, a Maçonaria está o tempo todo tentando dá-lo ao mundo, da única maneira em que pode ser dado, através de uma certa qualidade de alma e caráter que ela trabalha para criar e construir acima. À formação dos homens, ajudando na autodescoberta e no autodesenvolvimento, todos os ofícios da Maçonaria são dedicados. É uma pedreira onde as pedras brutas da masculinidade são polidas para uso e beleza.

Se a Maçonaria usa a ilusão do segredo, é porque sabe que é da natureza do homem procurar o que está oculto e desejar o que é proibido. Até Deus se esconde de nós, para que, ao buscá-lo em meio às sombras da vida, possamos encontrá-lo e a nós mesmos. O homem que não se importa o suficiente para que Deus O busque nunca O encontrará, embora Ele não esteja longe de nenhum de nós. Quem olha para a Maçonaria desta forma descobrirá que a sua vida maçónica é uma grande aventura. É uma descoberta perpétua. Há algo novo a cada passo, algo novo em si mesmo à medida que a vida se aprofunda com o passar dos anos; algo novo na Maçonaria à medida que seu significado se desenvolve.

O homem que acha seus graus tediosos e seu Ritual uma bobagem apenas trai a medida de sua própria mente. Se um homem conhece Deus e o homem ao máximo, mesmo a Maçonaria não tem nada para lhe ensinar. Na verdade, o homem mais sábio sabe muito pouco. O caminho é escuro e ninguém consegue ver muito longe. Buscamos a verdade, e Deus nos criou de tal maneira que não podemos encontrar as verdades sozinhos, mas apenas no amor e no serviço aos nossos semelhantes. Aqui está o verdadeiro segredo, e aprendê-lo é ter a chave do sentido e da alegria da vida. A verdade não é um presente; é um troféu. Para conhecê-lo devemos ser verdadeiros, para encontrá-lo devemos buscar, para aprendê-lo devemos ser humildes; e para mantê-lo devemos ter uma mente clara, um coração corajoso e o amor fraternal para usá-lo a serviço do homem.

Fonte: https://www.universalfreemasonry.org

sábado, 25 de maio de 2024

CÂMARA DE REFLEXÃO II

(republicação)
Em 18/05/2018 o Irmão Aprendiz Alexandre Costa Maldonado, Loja União e Segredo, REAA, Grande Oriente Paulista (COMAB), Oriente de Franca, Estado de São Paulo, solicita o seguinte:

CÂMARA DE REFLEXÃO

Preciso de informações sobre a Câmara de Reflexões/Perseverança.

CONSIDERAÇÕES:

A câmara não é de reflexões, no plural, mas de reflexão, no singular, já que em Maçonaria ela significa a volta da consciência do candidato sobre si mesmo para examinar o seu próprio conteúdo por meio do entendimento da razão. Em linhas gerais é o ato de refletir sobre si.

É bom que se diga que não são todos os ritos maçônicos que adotam a Câmara. No Rito Escocês Antigo e Aceito, que é um dos ritos que a adota, a mesma deve ser compreendida sob três configurações. 

A primeira é como um local de medição e interiorização. Esse artifício é utilizado para conduzir o candidato a um momento único - consigo mesmo - quando ficam frente a frente à materialidade e a espiritualidade. Todo o cenário desse apólogo foi arquitetado para chamar atenção do postulante, por meio de símbolos, frases e alegorias, sobre a brevidade e a finitude da vida.

A segunda é que de modo figurado, a Câmara lembra as masmorras que aprisionam o homem. Menciona que são os vícios e os maus costumes que deformam a conduta humana. Nesse sentido, a Câmara é um marco referencial para que o homem se liberte das amarras que dormem nesses calabouços. 

Por fim, a terceira que sugere a morte e o renascimento. É uma concepção que compara a vida do homem aos ciclos da Natureza (renovação da vida). É a sua purificação pelos elementos. Nesse sentido a Câmara é a prova da Terra (o primeiro elemento). É o útero, a fecundação; é a escuridão onde a semente, como produto da putrefação do fruto que morreu no inverno começa agora a germinar. É o novo broto da planta que surge. Vem das profundezas da terra em direção à Luz. De maneira geral é o primeiro ciclo do iniciado. É agora o neófito, ou aquele que iniciaticamente se compara a uma “nova planta” (néo = novo; fito = planta, vegetal). O Mestre que o apadrinha é o semeador e o neófito o vegetal que no futuro proporcionará a colheita.

Por esse caráter é que existe toda a simbologia da Câmara de Reflexão no REAA∴, das quais a divisa “Vigilância e Perseverança”, onde o termo Vigilância está por sugerir ao postulante que ele vigie diuturnamente a sua consciência e as suas ações, enquanto que para o termo Perseverança, objeto da sua questão, seguem os comentários seguintes.

Alusivo à Câmara de Reflexão, a palavra “perseverança” é o procedimento de ser perseverante; se refere à constância e à firmeza. Relativo ao verbo transitivo indireto “perseverar”, ele sugere ao candidato que se conserve firme e constante no seu objetivo. Assim, o termo “perseverança” ensina que aquele que persiste em seus propósitos acaba um dia vencedor.

Não obstante os ensinamentos maçônicos lembrarem constantemente que todo o trajeto iniciático é e cheio de obstáculos, é na Câmara de Reflexão que o Iniciado se coloca à prova para vencer o seu primeiro grande empecilho, já que nessa fase, embora conduzido por um guia, ele ainda caminha nas trevas. Assim, ele só conseguirá transpor o umbral do Templo se adequadamente for um elemento perseverante. 

A alegoria da perseverança está bem representada pela figura de um galo que anuncia o raiar de um novo dia – não desista, pois quanto mais escura é a madrugada, mais próximo está o raiar de um novo dia. Seja perseverante.

Concluindo, é oportuno mencionar que a Câmara é um recinto para se refletir, portanto não são apropriados trotes e brincadeiras com o candidato à iniciação. Na realidade esse é o primeiro contato real que ele tem com a Maçonaria. Assim, espera-se que esse futuro Irmão tenha de nós a melhor das impressões.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br