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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

quarta-feira, 24 de abril de 2024

SAUDAÇÃO

(republicação)
O Respeitável Irmão Luiz Antonio Cunha Barreto, Secretário, sem declinar o nome da Loja, GOIPE (COMAB), Oriente de Recife, Estado de Pernambuco, apresenta a questão que segue:
luizantonio2005@hotmail.com

Gostaria da ajuda do Irmão para uma dúvida que surgiu em Loja no dia de ontem. Ontem houve a apresentação, por parte de um Aprendiz, de uma Peça de Arquitetura. Ocorre que, ao ser colocado entre Colunas, o Irmão foi instruído por mim, previamente, a fazer a saudação (em silêncio) encarando o Oriente, repetir a saudação voltando à cabeça (só a cabeça e não o corpo - em silêncio) energicamente para a direita; repetir a saudação, voltando à cabeça energicamente para a esquerda - em silêncio, olhando em cada uma delas ao Venerável Mestre, 1º Vigilante e 2º Vigilante, respectivamente. Considerando que o Ritual é omisso com relação à apresentação de Peça de Arquitetura, ao instruí-lo tomei por base o princípio da analogia, pois levei em consideração que o mesmo já se encontrava entre Colunas, e usei por base a instrução da marcha do Grau. Fui questionado com relação ao silêncio na saudação, pois alguns Irmãos foram incisivos dizendo que devia se falar os cargos (Venerável Mestre, 1º Vigilante, 2º Vigilante) no instante da saudação. Gostaria de um momento de luz para a dissolução deste impasse.

Considerações:

Um obreiro ao fazer o uso da palavra, primeiramente menciona: Venerável Mestre, Irmãos Primeiro e Segundo Vigilantes, meus Irmãos. Ele pode também proferir: Luzes, meus Irmãos. 

Um Irmão em pé em Loja aberta estará à Ordem (corpo ereto, pés em esquadria, compondo o Sinal com a mão, ou mãos se for o caso). Caso ele precise ler um texto ele não comporá o Sinal, todavia segura o texto escrito com as duas mãos, porém com o corpo ereto e os pés em esquadria. Primeiro ele faz menção às Luzes e demais Irmãos e lê o escrito. 

Quem faz a apresentação de uma Peça de Arquitetura não precisa necessariamente se posicionar entre Colunas. É sempre preferível que o procedimento seja feito do seu próprio lugar. O protagonista se preferir mencionar os cargos das Luzes da Loja dirige discretamente o olhar a cada um deles sem qualquer movimento enérgico. Estando com o Sinal composto ele não o desfaz a cada citação senão ao término de sua fala. 

Como descreve o Irmão com movimento enérgico e em silêncio não faz parte dos nossos costumes no momento do uso da palavra. O movimento de virar o olhar para a saudação de entrada às Luzes é apenas aquela feita por ocasião da Marcha do Grau. 

O que realmente existe é a distinção de procedimentos, ou seja: aquele referente ao ingresso pela Macha onde existe a saudação pelo Sinal feito às Luzes da Loja imediatamente após o encerramento da Marcha quando o Obreiro na forma de costume executa o procedimento pelo Sinal girando o pescoço na direção daquele que está sendo saudado, enquanto que o outro se refere não a saudação, porém a prática de mencionar os cargos estando à Ordem o que não pode ser confundido com saudação. 

Finalizando a questão: não existe na ocasião mencionada esse movimento “enérgico”. 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.087 - Florianópolis (SC) – domingo, 25 de agosto de 2013

PÍLULAS MAÇÔNICAS

nº 44 - Esotérico e Exotérico

Vejam duas palavras muito semelhantes, mas de significado totalmente diferente. O “Novo Dicionário Básico da Língua Portuguesa – Aurélio” nos relata:

ESOTÉRICO: 1) diz-se do ensinamento que, em escolas filosóficas da antiguidade grega, era reservado aos discípulos completamente instruídos. 2) todo ensinamento ensinado a circulo restrito e fechado de ouvintes. 3) diz-se de ensinamento ligado ao ocultismo. 4) compreensível apenas por poucos; obscuro; hermético.

EXOTÉRICO: 1) diz-se do ensinamento que, em escolas filosóficas da antiguidade grega, era transmitido ao publico sem restrição, dado o interesse generalizado que suscitava e a forma acessível em que podia ser exposto, por se tratar de ensinamento dialético, provável, verossímil.

Referente à Maçonaria, temos alguns relatos de conceituados Mestres:

Octaviano Bastos: “na Maçonaria, a parte esotérica ou interna só é conhecida dos estudiosos e compreendida dos homens de alma e faculdades privilegiadas, e por isso o esoterismo da Ordem constitui a Iniciação íntima em todos os segredos e tendências Maçônicas”.

Albert G. Mackey: “as palavras esoterikós, interno, e exoterikós, externo, derivam do grego e foram usadas, em primeiro lugar, por Pitágoras, cuja filosofia foi dividida em exotérica, isto é, aquela que ensinava a todos; e a esotérica, ou aquela ensinada a alguns poucos selecionados; dessa forma, os seus discípulos foram divididos em duas classes, de acordo com o grau de Iniciação que tinham atingido ... esse modo dúplice de instrução foi imitado por Pitágoras dos sacerdotes egípcios, cuja teologia eram de duas espécies – uma exotérica dirigida para o público em geral e a outra esotérica, e limitada a um número selecionado de sacerdotes e aos que possuíam ou estavam para receber o poder real. Dois séculos mais tarde, Aristóteles adotou o sistema de Pitágoras, e no Liceu de Atenas, de manhã, comunicava aos discípulos selecionados as suas sutis e ocultas doutrinas, e a tarde, ensinava sobre assuntos elementares a uma assistência indistinta”.

Nicola Aslan: “como em todas as escolas filosóficas e iniciáticas são inúmeros aqueles que não passam do umbral. Por isso, inúmeros Maçons, que não passaram do estudo do aspecto social da Maçonaria, não tendo conseguido compreender ou se interessar ao aspecto esotérico e iniciático da Instituição, tem-se mostrado desiludidos. Porem, se por seus próprios esforços conseguirem retirar a venda que tem sobre os olhos, há de lhes aparecer uma visão deslumbrante da “Luz” iniciática e maçônica”.

Fonte: pilulasmaconicas.blogspot.com

MOTIVAÇÃO E DESMOTIVAÇÃO

Como funciona o Mundo Corporativo...

'Todos os dias, uma formiga chegava cedinho ao escritório
e pegava duro no trabalho
A formiga era produtiva e feliz.
O gerente besouro estranhou a formiga trabalhar sem supervisão.
Se ela era produtiva sem supervisão, seria ainda mais se fosse supervisionada.

E colocou uma barata, que preparava belíssimos relatórios e tinha muita experiência, como supervisora.

A primeira preocupação da barata foi a de padronizar o horário de entrada e saída
da formiga.

Logo, a barata precisou de uma secretária para ajudar a preparar os relatórios e contratou também uma aranha para organizar os arquivos e controlar as ligações telefônicas.
O besouro ficou encantado com os relatórios da barata e pediu também gráficos com indicadores e análise das tendências que eram mostradas em reuniões.A barata, então, contratou uma mosca,
e comprou um computador com impressora colorida. Logo, a formiga produtiva e feliz, começou a se lamentar de toda aquela movimentação de papéis e reuniões!
O besouro concluiu que era o momento de criar a função de gestor para a área onde a formiga produtiva e feliz, trabalhava.

O cargo foi dado a uma cigarra, que mandou colocar carpete no seu escritório e comprar uma cadeira especial..

A nova gestora cigarra logo precisou de um computador e de uma assistente a pulga (sua assistente na empresa anterior)
para ajudá-la a preparar um plano estratégico de melhorias e um controle do orçamento para a área onde trabalhava a formiga, que já não cantarolava mais e cada dia se tornava mais chateada.
A cigarra, então, convenceu o gerente besouro, que era preciso fazer um estudo de clima.

Mas, o besouro, ao rever as cifras, se deu conta de que a unidade na qual a formiga trabalhava já não rendia como antes e contratou a coruja, uma prestigiada consultora, muito famosa, para que fizesse um diagnóstico da situação. A coruja permaneceu três meses nos escritórios e emitiu um volumoso relatório, com vários volumes que concluía : Há muita gente nesta empresa!!

E adivinha quem o besouro mandou demitir?

A formiga, claro, porque ela andava muito desmotivada e aborrecida. '

Já viu esse filme antes?

Bom trabalho a todas as formigas!

Fonte: JBNews - Informativo nº 238 - 23.04.2011

terça-feira, 23 de abril de 2024

APLAUSOS

(republicação)
Questão apresentada pelo Respeitável Irmão Marco Henry Cacciacarro, Mestre Instalado da Loja Concórdia e Caridade, 3.790, REAA, GOB, Oriente de Capão Bonito, Estado de São Paulo.
mhcvideo@ig.com.br 

Mais uma vez recorro os seus conhecimentos, me desculpando desde já pela frequência das minhas consultas. 

Em nossa Loja tínhamos como tradição aplaudir com bateria incessante após a apresentação (leitura) da Peça de Arquitetura no Tempo de Estudos das Sessões Ordinário-administrativas da Loja. Esse assunto foi colocado por um Venerável Mestre suprimindo essa Bateria. 

Pergunto para elucidação dos Irmãos que compõem a nossa Loja: “A bateria após a apresentação da Peça de Arquitetura é legal, ou trata-se de lei consuetudinária (usos e costumes de cada Loja ou Rito)”?

Considerações:

Em relação ao ritual esse costume não está previsto, todavia no meu ponto de vista, desde que isso não seja uma obrigação e não comporte as raias do exagero, penso ser perfeitamente exequível. 

Esse é um costume antigo haurido dos primórdios da Maçonaria Especulativa, hoje praticamente em desuso. Tudo é uma questão de bom senso, relegando-se ao ato ao aplauso, não a bateria. Existiu também o costume de se estalar os dedos, hoje também procedimento superado.

Às vezes penso que o aplauso seria muito mais próprio do que ouvir certos Irmãos pedindo a palavra em pronunciamentos repetitivos no afã de saudar o autor da Peça de Arquitetura. Esses pronunciamentos não raras vezes são desprovidos de conteúdo, não acrescentam nada, dão trabalho ao Secretário e são providos de longo lirismo que se bem observado, em muitas oportunidades, nada tem a ver com o tema exposto. 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.086 - Florianópolis (SC) – sábado, 24 de agosto de 2013

A RÉGUA DE 24 POLEGADAS, O PRUMO, O NÍVEL E O COMPASSO

A Régua de 24 polegadas, o Prumo, o Nível, o Esquadro e o Compasso são instrumentos simbólicos que o maçon deve aprender a manejar com maestria.

Filosoficamente, o homem constrói a si mesmo, e, para que resulte em um templo apropriado para glorificar o Grande Arquitecto do Universo, torna-se indispensável saber usar cada um dos principais instrumentos da construção.

Dos alicerces ao tecto, todos eles são indispensáveis, e quando surgir em nosso caminho algo em aparência de incontornável lancemos mãos da alavanca. Removido o obstáculo, teremos uma edificação gloriosa que nos honrará. O Compasso é, em Maçonaria, um dos máximos Símbolos, ao lado do Esquadro e do Livro da Lei Moral, formando, com esses dois, o conjunto chamado de Três Grandes Luzes Emblemáticas da Maçonaria.

Compasso – É um instrumento de metal, ou de madeira, composto de duas hastes, utilizado para traçar circunferências, arcos de círculo e para tomar medidas.

O Compasso é um dos instrumentos de trabalho e um dos tributos da Maçonaria. Este instrumento de medida e de comparação deve permitir que sejam apreciados o alcance e as consequências dos actos que devem permanecer fraternos para com todos e, muito particularmente para os Maçons. É, portanto, o emblema da Sabedoria visto que, graças ao Compasso, todas as coisas podem ser medidas ao seu justo valor.

Com o Compasso, descrevem-se círculos cujo centro ele indica nitidamente, assim como os raios e o diâmetro. Intelectualmente, o Compasso é a imagem do pensamento nos diversos círculos que ele percorre; o afastamento de seus braços e sua aproximação representa os diferentes modos do raciocínio que, de acordo com as circunstâncias, devem ser abundantes e amplos, ou precisos e estreitos, mas sempre claros e persuasivos.

O círculo centrado pelo ponto é a primeira figura que se pode traçar com a ajuda de um compasso; essa figura é o emblema solar por excelência. Ela combina o Círculo (infinito) com o ponto (símbolo do início de toda manifestação). O absoluto e o Relativo estão, portanto, representados pela acção do Compasso, que é também a figura da dualidade (braços) e da união (a cabeça do Compasso). É um dos atributos que a Divindade é representada e explicada, visto ser o vértice do mesmo uma alegoria do olho de Argos da Divindade que tudo vê, e seus ramos a claridade dos eflúvios que se derramam sobre o homem ou a matéria, neste caso, estão representadas pelo Esquadro.

É por isto que, no 1º Grau, vê-se o Esquadro colocado sobre o Compasso, manifestando assim que o homem que não vencer o seu “Eu” material, invadido pelo erro e preconceito, não pode receber completamente estas emanações da Divindade, até que lho permita seu próprio esforço por vencer suas paixões e seus vícios, por meio de uma vontade firme e incontestável.

O Compasso representa o céu, para onde o Iniciado deve dirigir suas vistas; o Esquadro representa a Terra onde o acorrentam os seus vícios e paixões.

Por isto que o Compasso simboliza o dever imperativo de dominar nossas paixões e refrear nossos desejos nos devidos limites. É o emblema mais notável da virtude e a única e verdadeira medida do Maçom. Podemos dizer que ele nos ilumina em nossos deveres para connosco mesmo.

Sabe-se que o Compasso é usado como símbolo de perfeição nas artes, visto que dele surgem as mais complicadas figuras, todas elas perfeitas e obedecendo a um centro comum, e desse mesmo modo pretende-se explicar que a Divindade, foco central de toda beleza e inspiração, derrama sobre os homens seus dons por igual.

Entrelaçado ao Esquadro, ele é usado como emblema da Ordem Maçónica. O simbolismo do Compasso é muito extenso. Além de ser o emblema da justiça com que devem ser medidos os actos dos homens, ele simboliza a exactidão, medida na pesquisa dos sentimentos pelos quais devem ser pautados os actos de cada um, a perfeição industrial, artística e científica.

O Compasso é rectidão, harmonia e compreensão da Lei e de uma realidade superior. É a moderação dos nossos desejos, a compreensão e o conhecimento da verdade, estabelecendo as perfeitas relações entre as coisas.

O Compasso é um símbolo das relações do Maçon com seus Irmãos e com os demais homens. Um dos seus ramos fixa-o num ponto, ao redor do qual a outra ponta pode traçar inúmeros círculos, de acordo com a abertura, e esses círculos são símbolos de nossas Lojas e da Maçonaria, cuja extensão pode ser indefinida.

No plano exotérico o Compasso simboliza a justiça pela qual devem ser medidos os actos dos homens, significando a prudência nas buscas empreendidas pelo Maçon. O Compasso é um instrumento que proporciona o traçar de círculos cada vez maiores, indo do zero ao infinito expressando a abrangência da arte do saber.

Do ponto de vista esotérico, o Compasso simboliza as qualidades do espírito ou mente e os atributos do conhecimento filosófico do ser infinito, o corpo astral. A amplitude de acção sugerida pelos movimentos circulares e progressivos de suas hastes expressa o quanto o conhecimento humano é capaz de atingir, quando bem dirigido, muito embora a circunscrição da totalidade seja competência única e exclusiva do Grande Arquitecto do Universo.

Segundo um autor, “o Compasso descreve círculos que se dirigem aos céus, dos quais descem as influências fecundantes. De facto, o Compasso é um símbolo masculino e representa a Potência geradora ou a Energia criadora da Divindade”.

A ponta do Compasso colocada sobre o peito desnudo do Recipiendário, assento da consciência, recorda-nos a vida passada, na qual, não só os nossos passos, como ainda as nossas ideias, ainda não eram guiados por esse símbolo de Exactidão, que, no Maçom, regula pensamento e acções.

O compasso mede os mínimos valores até completar a circunferência e o círculo. O Círculo centrado pelo ponto é a primeira figura que é possível traçar com o auxílio do Compasso. Sejamos o centro desse círculo, onde fixamos uma das hastes do compasso e, girando sobre nós mesmos, executaremos com facilidade o projecto perfeito.

O entrelaçamento do compasso com o esquadro será o distintivo permanente da Maçonaria. Nossa vida é uma prancha onde grafamos os projectos que, estudados e calculados os seus valores, resultarão no caminho completo para a construção de nosso ideal.

Uma Loja Maçónica é o único lugar onde o Esquadro se entrelaça com o Compasso, numa demonstração de aliança perfeita dos sentires de rectidão dos seus obreiros militantes. Quando unidos, deles deflui a lição que manda o Iniciado regular sua vida e acções. Lembramos que no Grau de Aprendiz, o Esquadro deve ser colocado por cima do Compasso, isto é, o Esquadro cobre os dois braços do Compasso, indicando que nesse grau não se pode exigir mais do neófito além de sinceridade e confiança, consequências naturais da equidade e da rectidão. Nesta ocasião, o Esquadro simboliza a Matéria e o Compasso o Espírito. Assim, no simbolismo do 1º Grau, esta posição significa que, no Aprendiz, a Matéria ainda domina o Espírito.

Apontando para baixo, o Compasso designa a instância da terra, onde todas as criaturas desenvolvem suas respectivas missões humanas. O Esquadro, pelo contrário, estabilizando na situação inferior com as extremidades voltadas para cima, indica as alturas celestiais para onde os homens retornarão após o término de seus dias neste mundo.

Este instrumento de medida e de comparação deve permitir que sejam apreciados o alcance e as consequências dos actos que devem permanecer fraternos para com todos e muito particularmente para os Maçons.

Fonte: Facebook_Pedreiros Livres

segunda-feira, 22 de abril de 2024

VISITANTE SE APRESENTANDO PARAMENTADO CONFORME O SEU RITO

(republicação)
Em 06/05/2018 o Respeitável Irmão Cícero Ramos Loja Rui Barbosa, Rito Brasileiro, GOB-MT, Oriente de Sinop, Estado do Mato Grosso, apresenta a dúvida seguinte:

USO DO CHAPÉU POR IRMÃOS VISITANTES

Uma pergunta. Quando um visitante de um Rito, por exemplo, Schröder, Adonhiramita ou Escocês Retificado que adotam o uso do chapéu e luva, eles podem usar esses trajes numa visita a uma loja que adota um Rito que não usa chapéu, exemplo Brasileiro, Moderno, REAA?

CONSIDERAÇÕES:

Eu tenho dito que um visitante deve chegar com antecedência mínima para expor os costumes do seu Rito em relação ao Rito da Loja que está sendo visitada.

Isso se aplica principalmente no que diz respeito à adequação dos sinais, toques e palavras.

Já no que diz respeito à indumentária, um visitante deve se apresentar paramentado conforme o seu rito. Nesse caso ele não precisa se adaptar aos paramentos do rito da Loja visitada, salvo no que diz respeito à obrigatoriedade do uso de terno, pois alguns ritos não admitem o uso de balandrau. 

Agora, quanto à utilização de chapéu, luvas, etc., o visitante se apresenta conforme o seu Rito, sem maiores problemas. Nesse caso o que se sugere adequar ao rito da Loja visitada, se for o caso, são os sinais, toques e palavras, a despeito de que a Loja anfitriã também pode, na oportunidade, analisar a real necessidade dessas adequações, sobretudo se essas diferenças não parecerem tão acentuadas.

Assim, com respeito diretamente à sua questão, um visitante, mesmo que de outro rito, deve se apresentar vestindo o seu próprio avental, além de luvas e chapéu se eles forem componentes da sua indumentária.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

A CERTIDÃO DE NASCIMENTO DA MAÇONARIA

Francisco de Assis Carvalho

Para se falar na Origem Documentada da Maçonaria, foi preciso fazer esse giro pelos arraiais da Maçonaria Mística. E depois demonstrar que até o ano 1000, o que servia de proteção, como Casa e Lar do homem – era a Madeira. E que a profissão que predominava e sobressaia, era a de Carpinteiro e Marceneiro. Tanto era verdade, que as primitivas Organizações – as Guildas – eram compostas de homens que praticavam essas duas Antigas Profissões.

Com o advento das Construções de Pedras e Alvenarias, começa a florescer e destacar-se outra profissão – a dos Canteiros, Entalhadores. Isso começou a acontecer a partir do século XII. Grandes quantidades de guerreiros seguiram na Primeira Cruzada, rumo à Cidade Santa de Jerusalém, que estavam nas mãos dos Sarracenos, dos Infiéis. Nas Estradas precárias da Europa, grupos de Salteadores e Bandoleiros cresciam em número e em audácia. As Propriedades do começo do 1º século do 2º milênio eram atacadas por hordas de famintos e estrangeiros. Daí a necessidade de se erguerem muralhas, fortalezas para proteger os Burgos e seus proprietários, famílias e servos.

O Cristianismo estava em pleno progresso. Povos e mais povos eram catequizados pelos Soldados de Cristo – isto é, Bispo de grandes capacidades de catequeses. E a Igreja ao receber Reis e a Nobreza, em suas fileiras, passou a contar, também, com uma ajuda financeira muito grande de seus novos Fiéis. E com dinheiro se faz muitas coisas. Então aqueles feios amontoados de madeira sujeito ao fogo e aos raios e outros fenômenos da natureza, começavam a dar lugar às Grandes Catedrais de Pedras, como mostramos logo no início deste trabalho. Entre os anos de 1100 e 1300, milhares de Igrejas, Catedrais, Mosteiros, conventos etc. foram erguidos na Europa. E para dar conta de tanto trabalho, uma leva de homens foi se especializando na arte de Construir. Uma Arte Antiga, mas pouco divulgada. E essa leva de Profissionais de Pedra, precisava se organizar. Precisavam de um Estatuto. Precisavam de um espaço só seu. Foi então que Doze Freemasons (Pedreiro especializados em trabalhar na Pedra Franca), liderados por Henry Yevele, é bom guardar bem esse nome – Henry Yevele, nasceu em 1320 e morreu no ano de 1400 – foram até a Prefeitura de Londres, levando um esboço de um Estatuto do Trabalhador da Pedra e, numa audiência com o Alderman (Prefeito) e os Edis, apresentaram seu esboço de Estatuto, onde previa, além da Obediência às autoridades locais, também previa uma fidelidade (quase canina), ao Rei e à Religião Vigente, e, ainda, um pedido para que suas reuniões fossem fechadas, sem a presença de pessoas que não estivessem ligadas a ela.

Esses 12 homens saíram daqui, do local onde está Igreja, Antiga Guilda – desta Guildhall, no dia 2 de fevereiro de 1356. É bom repetir – dois de fevereiro de 1356.

Aqui está o Berço, o Dia, o Mês e o Ano do Nascimento da Maçonaria Documentada. Enquanto não apresentarem outro Documento, confiável, mais antigo. Este Documento que se encontra ainda hoje, na Biblioteca da Prefeitura de Londres, levará a glória e terá o privilégio de ser o Documento Maçônico mais Antigo.

Mas para que não surja ou permaneça nenhuma dúvida, segundo o pesquisador da Quatuor Coronati, o Irmão G. H. T. French:

“O Primeiro Código ou Regulamento dos Maçons da Inglaterra, é datado de 2 de fevereiro de 1356, quando, como resultado da disputa entre Carvoeiros e Maçons, Pintores, Doze Mestres de uma Obra, representando aquele ramo da Arte de Construir, foram até ao Prefeito e Edis de Londres, na sede da Prefeitura e eles obtiveram uma Autorização Oficial, para que fizessem um Código e um Regulamento Interno, para a Instalação de uma Sociedade e, acabar, de vez, com a disputa e, também, para que de uma forma geral, ajudasse nos Trabalhos. O Preâmbulo do Código confirma que aqueles homens, foram lá, realmente juntos; porque o seu Ofício, até então, não havia sido regulamentado, de nenhuma forma pelo Governo do Povo, como já acontecia com outras Profissões.”

Essa Sociedade dos Maçons (The Fellowship os Masons) durou, ou prevaleceu sozinha durante 20 anos – até 1376, quando foi fundada a Companhia dos Maçons de Londres.

Incidentemente, a primeira Regra desse Regulamento, regido naquela ocasião, como objetivo da “Delimitação em Disputa”, quando estabelecida “que, muitos homens da profissão podiam trabalhar em qualquer serviço relacionado com sua profissão, desde que ele fosse perfeitamente hábil e conhecesse muito bem a profissão.”

Daí por diante, eles passaram a trabalhar segundo esse Código. E muitos outros foram surgindo, formando o que chamamos de Old Charges, ou Constituições Góticas.

*Colaboração do Ir.·. Renato Burity extraído de “O Aprendiz Maçom” de Francisco de Assis Carvalho, saudoso Xico Trolha.

Fonte: Fonte: Revista Arte Real nº 8