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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

segunda-feira, 29 de abril de 2024

ENTREGA DE DIPLOMA E MEDALHA DE VENERÁVEL

Em 05.09.2023 o Respeitável Irmão Marcos Alvarenga, Loja União e Trabalho Mimosense, 3170, REAA, GOB Baiano, Oriente de Luis Eduardo Magalhães, Estado da Bahia, apresenta a dúvida seguinte:

DIPLOMA E MEDALHA

Atualmente estou como Orador, e surgiu uma dúvida:

O Irmão Secretario recebeu o diploma e medalha do Venerável Mestre nos Expedientes Recebidos, então para entregar na Ritualística, escolheu a Ordem do Dia para tal. No entanto, solicitou que o mesmo ficasse entre colunas.

Neste caso o Venerável pode deixar o seu posto no Oriente para ir ao Ocidente? Caso sim, como se dá este procedimento? O Irmão Primeiro Vigilante assume seu posto até que se concretize?

CONSIDERAÇÕES:

De fato, nada disso é necessário. O Secretário está inventando algo não previsto, pois ele não pode ordenar ao Venerável Mestre para que fique entre Colunas, até porque essa não é sua atribuição.

Bastaria apenas que o Secretário, ao ler o expediente, informasse o recebimento do diploma e da medalha. Desse modo, fora da sessão o Venerável apanha o que lhe é de direito sem enfeites desnecessários.

Caso o Venerável Mestre deseje ter em suas mãos o diploma e a medalha de imediato, ele pode solicitar ao Mestre de Cerimônias que os apanhe com o Secretário e traga-os até ele - tudo sem pompas e sem formalidades desnecessárias como mandam os bons costumes maçônicos.

Afinal, ritualisticamente o Venerável fora instalado conforme o previsto na Lei. Assim, nada está previsto para que leve o Venerável Mestre a se colocar entre Colunas para receber medalha e diploma.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

O BOM MAÇOM

Somos todos “homens justos e de bons costumes”. Certamente, há os que não são tão justos tampouco de bons costumes. Por incrível que possa parecer, esses também são úteis dentro da Instituição.

Quando um mau maçom (o oposto de bom) é bem identificado, pode ser para nós um exemplo claro daquilo que não podemos ser. Ele passa a significar para nós um sinal do caminho a não ser trilhado. Mas há o mau maçom (oposto de bem), que não podemos tolerar. Este, sim, é um profano de avental a difundir a maldade dentro e fora do nosso meio. Não é difícil identificá-lo.

Uma característica comum de seu comportamento, entre tantas, é FALAR MAL DOS IRMÃOS. Preste a atenção: normalmente são aqueles “grandes amigos”, que ligam para saber como você vai mal se interessam pela sua resposta e logo começa a desenrolar o novelo da maledicência.

Seus argumentos são recorrentes e previsíveis: Falam que a Loja esta perdida, que o Irmão tal é traidor, que determinado grupo está mandando e desmandando, que estamos cercados por incompetentes...

Em seguida, faz um segundo de silêncio estratégico e se diz preocupado. Mais um segundo de pausa e logo sugere “pelas beiradas” que ele é a solução desse mundo caótico. Sob certo ponto de vista, quando isto acontece é muito produtivo “Quando José fala de João, sabemos mais de José do que de João!” Se ocorrer essa situação com você, escute atentamente o Irmão e vá refletindo se tal atitude é justa e de bom costume.

Com certeza, o Irmão aprenderá o que não deve ser feito por um bom Maçom. O BOM MAÇOM possui t rês características que o identificam claramente:

VIRTUDE BONDADE – HONRA. A Virtude, compreendemos muito bem. Afinal, é uma disposição da alma para a prática do bem. A Bondade possui dois lados que devem se manifestar em conjunto.

Não pode ser compreendida apenas como uma ação concreta; mas também como uma disposição interior permanente em fazer o bem (benevolência), sempre vigilantes de que não podemos ser agentes do mal.

Mas é a Honra a grande característica do bom Maçom. Uma das instruções recebidas em Londres, na semana passada, era exatamente a compreensão maçônica de que honra é a nobreza de alma, magnanimidade do espírito e desprezo à maldade. Conduta e integridade = malho e cinzel. Estas características, embora tão proclamadas em todas as sociedades, encontram-se, via de regra, banidas por seus membros.

Mas, na Maçonaria há que ser diferente! OS BONS MAÇONS SÃO DIGNOS CAVALHEIROS, CUJO CORAÇÃO É A SEDE DA VIRTUDE, DA BONDADE E DA HONRA.

Texto: Ir∴Quirino

Fonte: Facebook_O Templo e o Maçom

domingo, 28 de abril de 2024

COBRIDOR E A ESPADA

(reprodução)
Questão apresentada pelo Respeitável Irmão Matheus Casado Martins por solicitação do Respeitável Irmão Roberto Ribeiro membro da Loja Conceição de Macabi, GOB, REAA, Estado do Rio de Janeiro.
mcmartins07@yahoo.com.br - drribeiroroberto@hotmail.com

Durante a sessão quando o Cobridor Interno está sentado, como ele deve segurar a espada? Existem três orientações completamente divergentes dadas em Loja e em momentos diferentes. Uma pelo Coordenador do GOB/RJ; outra pelo Delegado de Ritualística do Supremo Conselho (São Cristóvão) e outra por mim. Para evitar que o pobre do Cobridor fique de seca à Meca, entendi que o melhor seria consultar-te, pois desde cedo aprendi que, para aprender devemos falar com quem sabe.

Considerações:

O Cobridor sentado, isto é, sem o exercício do ofício empunhando a espada a detém embainhada, ou presa na faixa de Mestre cuja orientação está no Ritual de Mestre onde pela parte interna próxima a joia existe um dispositivo para prender a espada (está escrito no Ritual em vigência – 2.009).

Também é possível a confecção de uma bainha presa a um talabarte vestido a tiracolo da direita para a esquerda cuja finalidade é a de carregar a espada embainhada. Aliás, a origem da faixa do Mestre nos ritos filhos espirituais da França era o talabarte que prendia, ou acondicionava a espada. 

Existe também a maneira comum de existir um dispositivo preso atrás do encosto da cadeira onde a espada permanece quando não está sendo empunhada. 

O que deve se evitar é que o Cobridor sentado apoie a espada no piso (chão) ou mesmo sobre as coxas. 

Essa da espada apoiada no chão tem dado margem às esdruxulas orientações de se descarregar energia como se o Cobridor fosse uma espécie de para-raios. 

É oportuno também aqui salientar respeitosamente que o Delegado de Ritualística do Supremo Conselho não opina nem orienta o simbolismo, já que o seu campo de atuação é como dito no Supremo Conselho – simbolismo em hipótese alguma interfere nos ditos graus superiores, assim como estes em nada podem interferir na ritualística do Franco Maçônico básico (Aprendiz, Companheiro e Mestre). 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.093 - Florianópolis (SC) – sexta-feira, 30 de agosto de 2013

BREVIÁRIO MAÇÔNICO

ALFA E ÔMEGA

Primeira e últimas letras do alfabeto grego; simbolizam o princípio e o fim; representam o próprio Deus que, como justo e perfeito, é o início e o final da criação.

Nas sagradas escrituras encontramos: "eu sou o alfa e o ômega, o primeiro e o último, o princípio e o fim", "eu sou o alfa e o ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, era e que há de vir, o Todo-Poderoso."

Essas duas letras são símbolos cujas figuras expressam um universo; o desenho é conhecido por todos os povos e o seu uso é universal em todas as expressões filosóficas, religiosas e místicas.

O alfabeto grego possui 24 letras; portanto, entre o alfa e o ômega temos outras 22 letras, que nos conduzem a meditar que todas elas expressam alguma coisa; entre o princípio e o fim há um "meio" que deve influir, pelo menos filosoficamente, em nossa vida; pensemos em nosso próprio alfabeto e concluiremos que dele extraímos os nossos nomes e o de nossos filhos; cada letra tem o seu valor específico. Assim, analisemos nesses aspectos que nos conduzirão à meditação com resultados surpreendentes.

Entre o Alfa e o Ômega (que simbolizam Deus) estamos nós, os seres humanos. Meditemos sobre isso.

Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 37.

NOVIDADES SOBRE A ORIGEM DA MAÇONARIA ESPECULATIVA

J. Filardo
Desde sempre, os historiadores da Maçonaria vêm repetindo como papagaios que a Maçonaria Especulativa foi “inventada” em 1717 com a organização da Grande Loja de Londres, que se autodenomina Grande Loja Primaz da Maçonaria especulativa. Também toma para si a condição de Primeira Grande Loja de Maçons, o que é discutível visto que, conforme já publicamos anteriormente, https://bibliot3ca.com/a-verdadeira-primeira-grande-loja/ fora fundada uma Grande Loja de maçons operativos, em 1250, a Grande Loja de Colônia, Alemanha, quando da construção da Catedral.

Nesse século XXI, surgiram historiadores “profanos” que abordaram a história da Maçonaria no quadro da história geral da humanidade, abordando a fundação da Maçonaria sem achismos e argumentos infundados, usando métodos científicos, bem como abordagens isentas de paixão.

Desde a origem dos maçons operativos, em suas ligações com as ordens monásticas que explicam muita coisa, até a origem da maçonaria especulativa que foi deslocada do século XVIII para o final do século XVI e século XVII, explicando a fundação da Grande Loja de Londres no contexto histórico do momento e classificando esse evento mais como um “renascimento” da Maçonaria Especulativa que um “nascimento” súbito e improvável.

Ao sair da Antiguidade e ingressar na Idade Média, as corporações de pedreiros romanas ─ os Colégios ─ organizados em irmandades religiosas hierarquizadas, no culto de Mitras, assistem à substituição do seu deus solar por uma outra figura também herói solar que aproveita sua lenda para se estabelecer nos escombros do Império Romano: o Cristianismo.

Apesar de não ser unanimidade entre os historiadores, uma teoria formulada para a transição dos colégios romanos para as irmandades de pedreiros foi que na região do Lago de Como, mais particularmente em uma ilha chamada Comacine, havia um mosteiro que abrigou membros remanescentes dos colégios romanos, e que esses “monges” assumiram o papel de construtores e se dispersaram pelo continente europeu e teriam dado origem às corporações de pedreiros.

Alguns historiadores, entre eles Robert Freke Gould e H.L. Haywood, chegam a aceitar a possibilidade, mas devido à falta de provas documentais, não se comprometem com a teoria. Mas, Lead Scott desenvolveu a ideia e reuniu provas, circunstanciais, é verdade, do papel que monges construtores desempenharam desde a queda do Império Romano. A teoria tem consistência e é difícil considerar mera coincidência que os colégios desaparecessem e ao mesmo tempo surgissem grupos organizados em forma de irmandade (de monges) que desempenhavam exatamente o mesmo papel que os colégios.

Assim, as irmandades de construtores teriam se transformado em ordens monásticas retendo assim suas características de hierarquia e organização.

Aqui é preciso esclarecer um detalhe que a maioria dos católicos ignoram. Um monge não é necessariamente padre, ou seja, um monge nem sempre pode, por exemplo, rezar missa, ouvir confissão, enfim, praticar atos cerimoniais religiosos, a menos que seja um padre que se tornou monge. Era esse o caso, por exemplo, do capelão do mosteiro que rezava missas e confessava os monges.

Uma ordem monástica é o que se chama em direito canônico uma prelazia pessoal do Papa, ou seja, os monges não estão sujeitos à hierarquia da Igreja, não são membros de uma dioceses e só devem obediência ao Papa. “Elas são institutos religiosos de vida consagrada, caracterizada por seus membros fazerem votos conforme o carisma de seu fundador.”(wikipedia)

A Ordem de São Bento, por exemplo é a ordem religiosa católica monástica mais antiga, datando do ano 529 quando Bento de Nursia a compôs na abadia de Monte Casino, na Itália. Os votos dessa ordem incluem, pobreza, virgindade, obediência, oração e trabalho, bem como a obrigação de hospedar peregrinos e viajantes, ajudar os pobres e promover a educação e ensino. Seu lema era “Ora et Lavora”. Entre os monges beneditinos famosos está Agostinho (não confundir com Santo Agostinho de Hipona, apesar desse Agostinho também vir a ser canonizado com o nome de Santo Agostinho de Cantuária – https://pt.wikipedia.org/wiki/Agostinho_de_Cantu%C3%A1ria ) que era o prior de um mosteiro em Roma.

O filme “O Nome da Rosa” é bem interessante, mostrando a vida monástica. Notem que entre os monges havia até um herege cátaro que se refugiara ali, e as diferenças entre beneditinos e franciscanos, por exemplo. Entre os monges do mosteiro temos o “Venerável” Jorge que era o encarregado da biblioteca. Adso era um noviço, ou Aprendiz e William of Baskerville era monge.

Pois bem, a queda de Roma foi arbitrada como o ano 476 d.C., quando Odoacro, um bárbaro derrubou o Imperador de Roma e tomou seu lugar, e em 590 d.C., Gregório ele mesmo um sacerdote e monge, foi escolhido Papa com o nome de Gregório I e este, logo em seguida, promoveu as chamadas Missões Gregorianas, em que enviou grupos de monges a outras terras, para evangelizar os gentios.

Em 597 d.C. mandou Agostinho, o prior beneditino de seu mosteiro de Sto. André, para a Inglaterra, acompanhado de “monges construtores”, para evangelizar a Inglaterra. Na realidade, a evangelização cristã das ilhas já começara no século V quando São Patrício iniciou a evangelização da Irlanda, de onde partiram monges para a Escócia e costa oeste da Inglaterra onde evangelizaram os Pictos, Scots e Britânicos a partir de mosteiros que fundavam e construíam. Antes disso, existia na Inglaterra um cristianismo primitivo trazido pelas tropas romanas 200 anos antes, mas Roma não tinha controle sobre esses cristãos. Com a retirada dos romanos, os Saxões atacaram e destruíram grande parte do que restava da civilização romana nas regiões em que se fixaram, incluindo estruturas econômicas e religiosas.

Entre os diversos reinos em que se fracionou a Inglaterra pós romana, estava o Reino de Kent, cujo rei Etelberto se casara com uma princesa franca cristã, chamada Berta, da linhagem merovíngia francesa.

A influência da rainha Berta contribuiu para que Gregório I enviasse a missão beneditina à Inglaterra para batizar o Rei Etelberto e evangelizar os anglo-saxões e ele escolheu Agostinho, prior da Abadia de Santo André para essa missão. Consagrado Bispo, ele fundou sua sé episcopal em Canterbury de onde ele conduziu a evangelização. Batizou o rei e conseguiu muitas conversões em todo o sul da Inglaterra e nos anos seguintes, foi promovido a Arcebispo e instruído a criar bispados em York e Londres.

Em 601, escreveu um relatório ao Papa onde, entre outras coisas, solicitava o envio de mais monges construtores para construir as igrejas, abadias, mosteiros e capelas. Uma nova missão beneditina foi enviada à Inglaterra e a ordem de São Bento assentou pé nas ilhas, de onde, em 718 d.C., partiu Bonifácio, monge inglês, para a Germânia para evangelizar os bárbaros. Percorreu toda a Alemanha onde conseguiu converter milhares à fé cristã. Com ele, foram monges construtores com a missão de construir igrejas e catedrais por todo o país.

Da Alemanha ele prosseguiu para a França e daí para os Países Baixos onde morreu assassinado por pagãos da Frísia, com um golpe de espada que partiu ao meio sua cabeça.

Vimos assim, que a Arte da Construção foi transportada para a Inglaterra, daí para a Alemanha, então para a França e Países baixos, pelas missões beneditinas de evangelização que traziam a reboque os monges construtores.

Estamos falando do Século VIII ao final do qual assistimos a mais uma mudança na Europa, quando surge o Sacro Império Romano, comandado por Carlos Magno, que ajudou a definir a Europa Ocidental e a Idade Média na Europa.

As corporações de pedreiros se descolaram dos mosteiros, mantendo sua estrutura (noviço, monge, Venerável Abade), votos (juramento) e segredos de ofício. Eles diferiam dos pedreiros comuns por sua especialização em construções eclesiásticas, construíram as mais belas catedrais do mundo.

Mas, aquele vínculo com a Igreja se traduzia nos requisitos ou obrigações dos pedreiros que em documentos mais antigos menciona a fé católica, a Santa Madre Igreja, a Virgem Maria e os Quatro Santos Coroados.

Esse último elemento é bastante interessante, pois fornece mais uma pista da trajetória da maçonaria operativa na geografia europeia.

Voltemos ao século III, onde quatro escultores (há quem diga que eram nove, mas no final ficaram só cinco, e depois, na canonização só quatro[1]) Castório, Cláudio, Nicóstrato e Sinfrônio foram torturados e mortos na região onde hoje fica a Hungria e a Áustria por se recusar a esculpir uma estátua de Esculápio para o Imperador Diocleciano, e tendo sido canonizados foram adotados como santos padroeiros dos escultores das corporações de pedreiros.

Essa tradição era eminentemente alemã, visto que a Panônia estava localizada bem próxima da Alemanha.

Entre os documentos sobreviventes dos maçons operativos, vemos as constituições dos maçons de Estrasburgo datada de 1459 que se inicia com “Em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo, e de nossa graciosa Mãe Maria, e também de seus servos abençoados, os quatro santos mártires coroados de memória eterna…” enquanto a Carta de Bologna de quase duzentos anos antes (1248) menciona “todos os santos” e não os quatro santos coroados.

Mas, o documento inglês mais antigo dos maçons operativos, o Manuscrito Halliwel ou Poema Regius diz “Para confirmar os estatutos do rei Ahtestane, Que ele ordenou a este ofício por boa razão. A arte dos quatro coroados.” Mais adiante: “Assim como fizeram estes quatro santos mártires, que neste ofício foram de grande honra”, na parte do poema em que se narra as circunstâncias da morte deles.

Nota-se assim, um fluxo de influências do Continente para as ilhas britânicas atingindo a Escócia onde desde o século VI havia mosteiros cristãos originários da Irlanda e construídos por St. Columba, incluindo o mosteiro de Kilwinning sobre o qual HL Haywood nos diz:

“O que York é para as tradições da Maçonaria Inglesa, Kilwinning é para a Escócia. De acordo com um livro antigo, “uma série de pedreiros (maçons) vieram do continente para construir um mosteiro em Kilwinning.”

Não é possível afirmar categoricamente por falta de documentos sobreviventes desse período, mas há uma trilha de indícios que fundamentam a teoria de que os collegia se transformaram em irmandades de monges que sendo parte da igreja tinham passagem livre pelos caminhos medievais.

Poucos documentos sobreviveram e o mais antigo deles data do século XIII (Carta de Bologna) e mostra que uma organização bastante desenvolvida existia no continente europeu.

Com a passagem dos anos, naturalmente a manutenção das corporações exigia a renovação dos quadros e não parece razoável pensar que os monges tivessem continuado a prover os membros das corporações e ensinar o ofício às novas gerações. Sem falar que o acesso ao ensino era restrito e os pedreiros nem sempre sabiam ler e escrever.

É nesse ponto que entra uma novidade trazida pelos pesquisadores do século XXI entre eles David Stevenson[2] e Frances Yates[3], que não sendo maçons, têm uma visão mais objetiva da história, que abordam cientificamente, uma vez que a Maçonaria é um acontecimento que se insere na história ocidental.

A novidade se chama Arte da Memória sobre o que já publicamos uma excelente matéria de Clarence A. Anderson https://bibliot3ca.com/a-arte-da-memoria-e-maconaria/ .

Stevenson aponta que “quando Schaw se referia à Arte da memória, “ele não estava apenas usando um termo extravagante para a capacidade de memorizar. [vi] A Arte da memória, ou ars memorativa, era uma técnica específica para memorizar coisas, bem conhecida na época em que Schaw estava escrevendo, que tinha suas origens nos tempos Clássicos. [vii] Originalmente, a intenção da arte da memória era aumentar grandemente a capacidade natural da memória humana. Os praticantes da arte da memória tentaram encontrar maneiras de manter, recuperar e usar uma grande quantidade de informações. Nos tempos medievais e renascentes tardios, a arte da memória gradualmente tornou-se altamente simbólica. Os neoplatonistas e hermeticistas gradualmente a adaptaram para desenvolvê-la em uma forma especial de conhecimento, uma maneira especial de se relacionar com o universo. É nesta tradição que Stevenson encontra as origens do uso maçônico da memória.”


“Todo aprendiz tinha que escolher um tutor que lhe ensinasse os segredos do ofício que tinham que ser memorizados e “nunca devem ser escritos”. E o vigilante da loja deveria “julgar a arte da memória e da ciência dela de todos os companheiros e de todos os aprendizes”. Historiadores maçônicos inicialmente trataram essa frase como se referindo simplesmente à necessidade de lembrar as lições aprendidas, mas Stevenson apontou que ela claramente significava a arte da memória como uma habilidade mnemotécnica. Como ele colocou, “essa única frase curta fornece uma chave para entender os principais aspectos das origens da maçonaria, ligando o ofício de maçom operativo aos poderosos esforços do mago Hermético (Giordano Bruno).”[4]

(…)

“Tal abordagem do significado e ritual de maçonaria, com suas raízes na magia hermética neoplatônica e técnicas de visualização cabalística, ainda pode ter sido praticada no século XVII na Inglaterra, quando o auge da Revolução Científica era paralelo a um novo surto de interesse pela alquimia e pelo ocultismo. Muitas vezes, os líderes de ambos os movimentos intelectuais também eram maçons, como mais bem exemplificado por Sir Robert Moray e Elias Ashmole mencionados anteriormente”.

Temos assim, como conclusão dos estudos de Stevenson e Yates, que a transformação da maçonaria operativa em maçonaria especulativa ocorreu durante o século XVII na Escócia, por obra de Cabalistas, Alquimistas, Hermeticistas e Rosa Cruzes que efetivamente criaram os rituais, a decoração do templo, os aventais e o uso da terminologia e das ferramentas dos pedreiros como simbologia da Maçonaria Especulativa.

As novas lojas se espalharam pela Escocia, Irlanda e Inglaterra onde desenvolviam seus trabalhos de maneira soberana e independente, inclusive com rituais diversificados adaptados à cultura local e tinham sua parcela de influência na sociedade.

Recentemente, 2014, foi publicado um texto bastante interessante: A verdadeira história da Maçonaria Esotérica Escocesa por Eric Wynants https://bibliot3ca.com/2020/11/18/a-verdadeira-historia-da-maconaria-esoterica-escocesa/ em que ele afirma:

“Em 1988, o historiador escocês David Stevenson publicou sua pesquisa sobre as origens escocesas do final do século XVI e o subsequente desenvolvimento escocês da Maçonaria “moderna”, que ele colocou dentro de um contexto intelectual europeu de sério interesse nas ciências ocultas.

Trabalhando a partir dos documentos escoceses sobreviventes de lojas operativas e especulativas, Stevenson preencheu as frustrantes lacunas entre a cultura Stuart primitiva, seus vínculos com a Maçonaria escocesa e sua preservação dentro da diáspora jacobita ocorrida após a expulsão do último rei da dinastia Stuart, James VII e II.

A aluna de doutorado de Stevenson, Lisa Kahler, levou essa pesquisa adiante, ao início do século XVIII e documentou as imprecisões e distorções da versão inglesa “ortodoxa” da história maçônica, que servia a propósitos políticos hanoverianos-whigs.”

(…)

“Com a ascensão do Eleitor de Hanover como Rei George I da Inglaterra, em 1714, os apoiadores maçônicos dos Stuarts montaram uma campanha clandestina de décadas para reconquistar o trono britânico.

Em 1717, um sistema rival hanoveriano de Maçonaria foi estabelecido, com o objetivo de suprimir e derrotar aquela campanha. Quando os hanoverianos venceram na Inglaterra – e seus descendentes entre os historiadores Whig escreveram as histórias desta grande rivalidade cultural e política – criaram seu próprio mito de progresso e tolerância protestante, que quase obliterou os elementos celtas-católicos-judeus na luta contra seus opositores e que ignorou a sobrevivência desses elementos em uma cultura jacobita internacional.”

Esses novos estudos deslocam a criação da Maçonaria Especulativa para o século XVII e desmascaram os objetivos da Grande Loja de Londres de 1717 de neutralizar as lojas que apoiavam o Pretendente legítimo ao trono inglês e controlar a proliferação de lojas maçônicas em território inglês.

Dessa forma, coloca-se em discussão a legitimidade da United Grand Lodge of England para ditar regras para a Maçonaria Universal vez que sua própria regularidade maçônica seria duvidosa, por vício de origem, quando ela mesma exige que uma Grande Loja somente tem existência se tiver sido originária de uma Grande Loja regular e legítima. https://bibliot3ca.com/e-sob-que-autoridade-estavam-aquelas-quatro-lojas-trabalhando-na-inglaterra/

A Grande Loja de Londres foi apenas um golpezinho de estado ou melhor um oportunismo inglês de se apossar da res derrelicta que era o controle das lojas e monetizar esse controle passando a vender a patente e cobrar taxas.

Venceu o mais apto.

[1] Mais ou menos como a história dos estudantes que morreram em 1932, na Revolta Paulista. Oficialmente são Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, o MMDC, mas depois descobriu-se um quinto mártir, mas a sigla já estava consagrada e o pobre Oliveira ficou esquecido, só porque não morreu na hora. Também no caso dos quatro coroados, o pobre Simplício ficou de fora.

[2] Stevenson, David – As Origens da Maçonaria, o século da Escócia 1590-1710

[3] Yates, Frances – A Arte da Memória

[4] PRINKE, RAFAŁ T. Memória na Loja. Um recurso Mnemônico da Maçonaria no final do Século XVII

Fonte: https://bibliot3ca.com

sábado, 27 de abril de 2024

MARCHA DO APRENDIZ

(republicação)
O Respeitável Irmão João Soares Miranda, Loja Saldanha Marinho, REAA, GOB-PR, Oriente de Curitiba, Estado do Paraná apresenta a questão seguinte:
joaomiranda@trt9.jus.br

Aprendemos, há muitos anos, que no REAA o Aprendiz não deve levantar o pé do chão durante a marcha, e sim arrastá-lo, porque ainda está ligado à matéria, ao material, a Terra. Não sabe andar, não sabe falar (apenas soletrar...), também ainda não se acostumou à luz que acabou de receber, por isso vai “tateando”. Arrasta o pé esquerdo para frente e depois une o calcanhar direito, sem tirá-lo do chão, ao calcanhar esquerdo, formando um esquadro. 

No último ERAC, um dos trabalhos apresentados criticou o arrastar de pés na Marcha do Aprendiz. Fomos consultar o Manual do Grau 1 e o Manual de Procedimentos Ritualísticos, e efetivamente nenhum deles aborda o arrastar de pés. Com isso ficamos em dúvida e já não temos a mesma segurança para transmitir aos Aprendizes as considerações esotéricas que nos foram passadas. Estamos a tanto tempo repetindo um erro?

Considerações:

Essa prática do arrastar dos pés fez parte por muito tempo na concepção da Marcha do Aprendiz e a sua idade. Puríssima invenção. O Aprendiz tradicionalmente dá os passos normais unindo-os pelos calcanhares em esquadria iniciando com o pé esquerdo ou direito conforme o Rito. 

De fato a idade do Aprendiz de Maçonaria em alguns arcabouços doutrinários, como é o caso do Rito Escocês, está associado à infância, porém longe de ser distinguida pelo arrastar dos pés ou ligações com a matéria. O titubear dos passos com a dificuldade de locomoção figurada está diretamente ligada à Primeira Viagem e nunca à Marcha. 

Já no primeiro Ritual Escocês do simbolismo datado de 1.804 os passos se apresentam como normais e nunca arrastando os pés. Por esse sentido é que o Ritual, bem como o Manual de Procedimentos não preconiza o arrastar dos pés. 

O ato de juntar os pés em esquadria está ligado diretamente à tradição operativa e a pedra angular da obra, onde era ensinada ao Aprendiz iniciado a colocação dos pés junto à pedra esquadrejada no canto nordeste da construção, fato que viria formar a esquadria com os pés unidos pelos calcanhares. 

É dessa antiga prática que está à associação com a 47ª Proposição de Euclides ou o Teorema de Pitágoras. Davam-se a partir da pedra angular três passos em direção ao Sul; dela davam-se outros quatro em direção do Ocidente. A união desses dois extremos deveria ser fechada com cinco passos. 

O resultado preciso desse triângulo retângulo dava, e ainda dá o canto em esquadria (square). Daí se esquadrejava o canto, nivelava-se e aprumava-se. Aliás, essa é prática atual nas atuais marcações das construções. 

A Loja é um canteiro e nele se constrói um novo Homem. Nesse particular não cabem definições ocultistas e místicas, a despeito que esse pensamento não pode ser unânime em um espaço que a grande arte está na convivência e não opiniões pessoais e dogmáticas. 

Se ainda existem ritos que preconizem o arrastar dos pés, o que não é o caso do Rito Escocês Antigo e Aceito seria necessária à compreensão da sua proposta doutrinária para elucidar o ato. 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.090 - Florianópolis (SC) – terça-feira, 27 de agosto de 2013

MAÇONS FAMOSOS


GWYLLYN SAMUEL NEWTON FORD (Québec, 1916 — Los Angeles, 2006). Ator canadense que atuou nos Estados Unidos. Ficou famoso atuando em filmes de Western. Foi Membro-Fundador da Loja Riviera nº 780, Califórnia, EUA. A Loja que foi iniciado hoje se chama Loja Santa Mônica Palisades nº 307.

INICIAÇÃO MAÇÔNICA: 17 de julho de 1954.

Loja: Palisades No. 637, Los Angeles, Estados Unidos.

Idade que foi iniciado: 37 anos.

Faleceu aos 90 anos de idade, vítima de um AVC

Fonte: Facebook_Curiosidades da Maçonaria 

LIVRO DA LEI E LANDMARKS: DEÍSMO - TEÍSMO - ATEÍSMO

Fernando Guilherme Neves Gueiros
M∴M∴R∴L∴ Sphinx Paulistana, Paulista - PE BRASIL

Um dos temas mais difíceis de serem abordados é Religião, Religiosidade, Crença ou Fé. Quaisquer que sejam as formas, por mais simples ou complexas que se tenha de abordar estes assuntos, sempre haverá a possibilidade de ferir suscetibilidades de outrem, quer por fórum íntimo ou coletivo. Todos os que crêem, de certo, acreditam ser a sua religião a certa, a correta.

De antemão, jamais polemizo, em hipótese alguma, sobre dois temas, os quais, já dou por definidos: quem pagará a conta do chope ou sobre a  religião de cada um. Declarada a opção, estou sempre de acordo. Porém, há algum tempo, vivenciei intolerantes ações em diversas reuniões sobre questões relativas à religiosidade ou a crenças, em diversas lojas, e que me levam agora a tecer algum comentário sobre esses temas.

Em certa ocasião ouvi um comentário, numa loja, sobre um Venerável Mestre que se dizia estar querendo fazer de uma reunião uma sessão espírita.

Este Venerável tinha como opção religiosa à doutrina Espírita. Tinha por hábito levar um copo d água para colocá-lo sobre a mesa do sólio e solicitar nas aberturas dos trabalhos que todos irmãos fizessem um minuto de silencio para a mais absoluta concentração. Pior do que apenas os comentários era a condenação daqueles atos.

Se este Venerável não professasse nenhuma crença (totalmente improvável), e tivesse por estes atos nada mais alem do que saciar a sua sede ou requerer dos irmãos o Maximo de atenção para uma perfeita sessão seria, por certo, aceito as suas atitudes. Muito se confundem Ritos com Cultos. Os ritos são necessários, não só para criar uma - ambientação particular -, mas para agir por uma forma de impregnação do subconsciente, ao qual, eles darão uma força e uma eficiência real aos trabalhos. Foram os comentários apenas intolerância? Também.

O mais crível é o desconhecimento do que é, e representa, o Livro da LEI para os membros da maçonaria. O livro da Lei seria a Bíblia? O Alcorão? O Talmude? O Veda Rig dos Hindus? O Zendavesta dos Masdeístas da Pérsia? Ou o Evangelho Espírita de Allan Kardec? Eu diria: são estes e outros mais. É também uma das imprescindíveis luzes, juntamente com o Compasso e o Esquadro.

Segundo o 21o. Landmark:  É indispensável à existência, no Altar, de um   Livro da Lei, o Livro que, conforme a crença, se supõe conter a verdade revelada pelo Grande Arquiteto do Universo. Não cuidando a Maçonaria de intervir nas peculariedades de fé religiosa dos seus membros, esses livros podem variar de acordo com os credos. Exige, por isso, este Landmark que um Livro da Lei seja parte indispensável dos utensílios de uma Loja. Afora os grifos meus, o texto é ipsis litteris dos LANDMARKS UNIVERSAIS da Maçonaria, considerados como princípios fundamentais da Instituição.

Quando eu coloquei entre parênteses a expressão totalmente improvável é devido ao Landmark 19 que em síntese determina que a negação a uma crença é impedimento absoluto e insuperável para a iniciação. Se assim não fosse (a crença, a espiritualidade) poder-se-ia pensar em colocar sobre o Altar, no caso, a nossa Constituição Federal ou o Código Civil Brasileiro. Em ambos há inscrito códigos de ética moral e conduta. Quiz, porem, os Landmarks inscrever ou traçar um código de espiritualidade as reuniões. Esta espiritualidade é criadora natural para condutas de comportamentos e do amor do próximo a seus semelhantes. 

Daí, também, considerarmos fora de quaisquer questões ou discussões o ATEÍSMO. Por outro lado temos que analisar a vista da crença de cada um, alguns aspectos que dizem respeito aos fundamentos da sua religião. Deísmo ou Teísmo. No aspecto deísta, rejeitam estes a revelação, ou conjunto de verdades sobrenaturais manifestadas por Deus ao homem através da inspiração e iluminação ou pelo ensino oral, comunicado aos patriarcas, profetas, apóstolos e santos. É foro íntimo. É semântica qualquer discussão. Estes crêem em Deus pela natureza. Pela VIDA. 

Enquanto que no Teísmo existem mais dogmas. As maiorias das religiões teístas provem de uma revelação divina. Por não discordar ou concordar com aquela ou esta forma, tenho minhas convicções que o fundamento maior está em ser crente. A crença é vital. 

Certa ocasião um irmão, hoje no oriente eterno, eu ainda um companheiro, perguntador, me disse taxativamente: há na maçonaria coisas que absolutamente não concordo, tais como: ser obrigado a se acreditar num Deus e o veto das mulheres serem iniciadas. Disse ele ainda: isto fere o direito de igualdade e o livro arbítrio. E acima de tudo ambos discriminatórios. Companheiro ainda, inseguro, não sabendo se aquilo partindo de um Mestre veterano seria um pulha, um dito para me pegar, respondi: não sei ler ou escrever estou aprendendo a soletrar.

 Diria hoje a aquele amado irmãozinho, o que sabia antes e pelo maior amadurecimento sei hoje: olhando a natureza na sua complexa extensividade, tomando conhecimento da extensividade infinita do universo e olhando a pequeníssima ordenação destas duas naturezas, só posso acreditar que há, existe, uma  mão que dá ordem a isso tudo, essa mão é de um DEUS. Essa ordenação pura e simples sem um ordenador não me satisfaz. 

O homem sob todos os aspectos é um desígnio de Deus. No homem existe uma aura já provada pelo método da fotografia Kirlian. Esta aura, sob algum aspecto, é a alma que imanta o corpo. Por ela se podem determinar regiões pobres em energias, doentes, sobre o seu corpo vital. Ora, se assim, tão fisicamente é crível determinar estas energias, quão não será através da fé. 

Em verdade ver-se-á numa loja em quaisquer reuniões aqueles que estão cheios de energias, saudáveis, capazes de imantar os mais pobres por estas saudáveis energias. Por isso, considero saudável, quiçá obrigatório, que o Mestre Arquiteto energize o templo para que ao adentrar todos possam receber estas energias possíveis. Para isso é necessário crer. 

Quando no altar do livro da lei, sobre o Orador, que o abrirá, se forma uma cobertura trapezoidal, o pálio imaginário, é para proteção das energias negativas e angariar positivas energias do alto. Energias espirituais. Este trapézio tem suas dimensões formadas pelos bastões dos irmãos 1o. e 2o. Diáconos, o bastão do irmão Mestre de Cerimônia e a coluna do altar do Livro da Lei. 

Como então desprezar esta ou as oportunidades? Porque não se fazer o mínimo dos esforços para que os trabalhos possam ter esta magnetização para o bem comum. Todos sairão imantados de energias positivas. É só crer. 

O que se requer para isto. O mínimo. A Fé e a Tolerância. 

Humildemente, como eterno aprendiz. 

Ateísmo -Doutrina dos ateus; agnosticismo, descrença.

Agnosticismo -1 Qualquer doutrina que afirma a impossibilidade de conhecer a natureza última das coisas. 2 Doutrina que afirma a impossibilidade de conhecer a Deus e a origem última do Universo. 

Crença -1 Ato ou efeito de crer. 2 Fé religiosa. 3 Opiniões que se adotam com fé e convicção. 4 Crédito diplomático. 

Culto -1 Que se cultivou; cultivado. 2 Ilustrado, instruído, sabedor. 3 Civilizado. 4 Esmerado: Linguagem culta. Antôn: inculto. sm 1 Forma pela qual se presta homenagem à divindade; liturgia. 2 A religião: Culto católico, culto protestante. 3 Cerimônias religiosas. 4 Veneração. C. externo: cerimônias e festividades religiosas. C. interno: o que se rende a Deus por atos interiores da consciência.

Deísmo - Sistema dos que crêem em Deus, mas rejeitam a revelação.

Deísta - Sectário ou pessoa sectária do deísmo; deícola.

-1 Crença, crédito; convicção da existência de algum fato ou da veracidade de alguma asserção. 2 Crença nas doutrinas da religião cristã. 3 A primeira das três virtudes teologias. 4 Fidelidade a compromissos e promessas; confiança: Homem de fé. 5 Confirmação, prova. 6 Testemunho de certos funcionários que faz força nos tribunais; confirmação de um testemunho.

Religião -1 Serviço ou culto a Deus, ou a uma divindade qualquer, expresso por meio de ritos, preces e observância do que se considera mandamento divino. 2 Sentimento consciente de depen-dência ou submissão que liga a criatura humana ao Criador. 3 Culto externo ou interno pres-tado à divindade. 4 Crença ou doutrina religiosa; sistema dogmático e moral. 5 Veneração às coisas sagradas; crença, devoção, fé, piedade. 6 Prática dos preceitos divinos ou revela-dos. 7 Temor de Deus. 8 Tudo que é considerado obrigação moral ou dever sagrado e inde-clinável. 9 Ordem ou congregação religiosa. 10 Ordem de cavalaria. 11 Caráter sagrado ou virtude especial que se atribui a alguém ou a alguma coisa e pelo qual se lhe presta reverên-cia. 12 Conjunto de ritos e cerimônias, sacrificais ou não, ordenados para a manifestação do culto à divindade; cerimonial litúrgico. 13 Filos Reconhecimento prático de nossa depen-dência de Deus. 14 Filos Instituição social com crenças e ritos. 15 Filos Respeito a uma re-gra. 16 Sociol. Instituição social criada em torno da idéia de um ou vários seres sobrenatu-rais e de sua relação com os homens. 17 Mística ou ascese

Religiosidade -1 Sentimento da religião; tendência natural para a adoração do que se reputa divino ou superior a nós. 2 Qualidade de religioso. 3 Sentimento de escrúpulos religiosos. 4 Conjunto dos sentimentos religiosos. 5 Exatidão ou pontualidade no cumprimento e execução dos a-tos e deveres de cada um; fidelidade, probidade, retidão, zelo. 6 Piedade, temor de Deus, espírito de oração. 7 Virtude específica dos membros de ordens, congregações e institutos religiosos; observância das Santas Regras. 8 Religião.

Ritos -1 Conjunto de cerimônias e fórmulas de uma religião e de tudo quanto se refere ao seu culto ou liturgia. 2 Cerimonial próprio de qualquer culto. 3 Culto, religião, seita. 4 Ordem ou conjunto de quaisquer cerimônias. 5 Sistema das fórmulas e práticas das organiza-ções maçônicas. R. de iniciação, Sociol: cerimônias, de caráter religioso ou não, realizadas na admissão de um indivíduo a uma sociedade ou associação: Ritos de puberdade. R. de na-talício, Sociol: solenidade realizada entre os povos antigos e os selvagens, por ocasião do nascimento de um filho, a fim de purificar mãe e filho e dar a este força e energia.

Teísmo - Crença na existência de Deus e em sua ação providencial no Universo.

Teístas -1 Que acredita na existência de Deus. 2 Pertencentes ou relativos ao teísmo: Doutrina teísta. Pessoa que acredita na existência de Deus.

sexta-feira, 26 de abril de 2024

SETE MESTRES PARA ABRIR UMA LOJA

(republicação)
Em 07.05.2018 o Respeitável Irmão Alveriano Dias, Loja Tomaz de Medeiros, REAA, Grande Loja Maçônica do Estado da Paraíba, Oriente de Picuí, Estado da Paraíba, envia através do Respeitável Irmão Hercule Spoladore a questão seguinte:

SETE MESTRES PARA ABRIR UMA LOJA

Em uma reunião foi questionado a possibilidade do Aprendiz ocupar cargos em Loja, principalmente no Oriente. Diante do exposto gostaria que você, se possível, respondesse o seguinte questionamento:

Para uma Loja funcionar é necessária a presença de sete obreiros, dos quais pelo menos três Mestres maçons. Então pergunto: se os outros quatro obreiros forem Aprendizes, nessa Loja pode funcionar os cargos de Orador e Secretário? Caso seja afirmativa a respostas, pergunto ainda: como pode um Aprendiz ocupar um cargo de Orador ou Secretário que tem assento no Oriente quando eles têm assento no Norte? Aguardo respostas, se possível dentro da filosofia maçônica.

CONSIDERAÇÕES:

REFLEXOS DA ÉTICA MAÇÔNICA

Charles Evaldo Boller
Carlos Alberto Peixoto Baptista
O Rito Escocês Antigo e Aceito tem rica filosofia da qual o Maçom dispõe para a sua autoconstrução. Este cabedal filosófico reflete-se na sociedade na forma de mudanças que promovem libertação do sistema humano que subjuga o pensamento das pessoas. E todas as mudanças sociais e políticas ocorrem antes na mente e depois se materializam na forma de ações e produtos em constante evolução e graus de complexidade. A transformação é obtida aos saltos pelos que trabalham os neurônios constantemente. Abruptamente, despertam, fixam-se e mudam conceitos, verdades. Ao longo da história humana os saltos intuitivos sempre foram influenciados por fatores ambientais, genéticos e culturais. O software da mente gravado no hardware do cérebro humano só progride em resultado da troca de informações entre indivíduos em debates, conversas ou leituras. O método maçônico visa estes saltos intuitivos dos seus adeptos para encontrar a solução de problemas que se refletem na sobrevivência pacífica da espécie humana.

O homem sempre usou dos pensamentos dos seus semelhantes para desenvolver máquinas, escrita, arte, ciência e toda a cultura existente. O Maçom usa os seus companheiros para deles extrair e desenvolver pensamentos que mudem a sua forma de pensar e agir no campo moral. Da camaradagem desenvolvida nas reuniões brota a força que muda intelecto, emoção e espiritualidade. É a energia condicionadora que o grupo social exerce sobre o indivíduo. E isto é realidade desde a época das cavernas, onde um ser humano influiu na educação do outro, até acumular no presente toda a vasta cultura política, metafísica, social e tecnológica. O Maçom é multiplicador da filosofia político-social da Maçonaria. Do conjunto de atividades do filosofar maçônico ele desenvolve posturas que constituem o código de ética que dirige os seus passos e que se reflete no meio social. E como ética e moral se confundem, pois é tênue a sua diferença e profundo o seu alcance, convém esclarecer o que é a ética maçonicamente orientada.

Na conceituação da Ética é possível identificar dois grandes campos de concepções fundamentais: na primeira concepção, “o bem seria para onde se dirigiria o homem”, e na segunda concepção, “o bem seria uma realidade, embora não inscrita na natureza, humana e alcançável” (Abbagnano, 1998, página 380 e 381).

A Ética, um ramo da Filosofia que busca os princípios ou fundamentos da natureza das ações humanas, pode também referir-se a princípios que fundamentam o pensar humano, sem formular ações ou regras de conduta, precisas e fechadas. Ética, também chamada de Filosofia da Moral, é caracterizada por ser um pensar reflexivo dos princípios ou fundamentos que determinam os valores e as normas que governam a conduta humana. Nesta perspectiva, a Ética, enquanto Filosofia da Moral, mantém ampliadas ligações de natureza prática com outras áreas do conhecimento humano, dentre as quais, a biologia, a antropologia, a economia, a sociologia, a teologia, a história e a política. São áreas do conhecimento caracterizadas por serem disciplinas regidas pela lógica cartesiana da sistematização, com ordenamento racional e perda do caráter sagrado, portanto, ciências descritivas ou experimentais.

A Ética, enquanto Filosofia da Moral, ao contrário, busca a determinação dos fundamentos ou princípios que justificam a natureza de teorias normativas e estando determinados os fundamentos ou princípios, aplica-os, se necessário, e quando for o caso, aos dilemas morais.

Algumas áreas do conhecimento que eram objeto de estudo da filosofia, em especial da Ética, após a revolução industrial e a consequente profissionalização e especialização do conhecimento, estabeleceram-se como disciplinas independentes e científicas. Assim, pôde a Ética ser definida como a área da Filosofia que estuda as normas morais nas sociedades humanas e que pretende explicar e justificar os costumes de uma determinada sociedade, bem como, solucionar dilemas a ela inseridos.

A Moral é um conjunto de normas e regras estabelecidas por cada sociedade e aplicadas ao quotidiano de cada pessoa. A Moral ocorre em dois planos: o normativo e o factual. De um lado, nela encontramos normas e regras que tendem a regulamentar a conduta dos homens e, de outro lado, um conjunto de atos humanos regulamentados por eles; cumprindo assim a sua exigência de realização (Vásquez, 1998, página 51-64). A Moral, com as suas normas e regras, que orientam e julgam as ações do indivíduo sobre o que é certo e errado, bom e mau, moral e imoral. Um pensar sobre a conduta.

A Ética investiga justamente o significado e propósito desses adjetivos, tanto em relação à conduta humana, como no seu sentido fundamental e supremo. Um pensar a partir de princípios ou fundamentos. Um infindável pensar, refletir e construir.

Noutra perspectiva, existe a Moral como primazia exclusiva, defendida por um sistema filosófico, o Moralismo, que fundamentou ideologias de intolerância, de preconceito e de puritanismo. Para alguns, a palavra Moral foi desqualificada por esta associação a Moralismo e, deste modo, justificaram a preferência em associar à palavra Ética as regras e os valores por eles consagrados. No campo das ideologias, não se pode deixar de apontar a diferença que se estabeleceu entre a lógica dos que associaram a palavra Ética às regras e valores por eles consagrados e a lógica dos moralistas, onde a Moral aparece como primazia exclusiva. Passou a referir-se a julgamentos éticos, ou princípios éticos, quando seria mais pertinente falar de juízos morais ou princípios morais.

Assim, existem pessoas que possuem um valor e por um processo psicológico que legitimam as normas ou regras decorrentes e pautam a sua conduta por elas, sem controle externo, só porque estão emocionalmente convictas de que esta regra representa um bem moral. Outras pessoas por costume e por hábito validam certas condutas.

Há aquelas que consideram determinadas condutas como boas, e assim, devem ser praticadas. Aqui o juízo de valor como matriz para a legitimação das normas. São exemplos de conduta Moral, de Moralidades. Existem pessoas em que os processos inconscientes seriam os determinantes da conduta moral, que são oriundos da sua individualidade pessoal e social, responsável pela forma habitual e constante de agir do caráter e da personalidade. Este é um exemplo de Ética, enquanto Filosofia da Moral.

A partir do final do século XIX, da era dos sofistas e início do século XX, observa-se na Ética ocidental três perguntas constantes:Seriam os juízos éticos reflexos dos desejos dos que os criam ou verdades inseridas neste mundo?;
Seria a ação boa, fruto da racionalidade construída, introjetada ou inculcada ou simplesmente ação vinculada ao interesse próprio?; e ainda,
Qual seria a natureza do certo, do errado e do bem?

Desde o início do século XX estes temas desenvolveram-se nas mais variadas formas, com ênfase na aplicação da Ética para problemas práticos e descritos como Ética normativa, Ética aplicada e Meta-ética. Esta última como estudo que, diferente de se prender à análise de teorias éticas ou julgamentos morais, dedica-se à busca da natureza dos juízos morais, se objetivos ou subjetivos.

Por óbvio, pode-se estar a inserir aqui a Ética Maçônica como estudo contemporâneo e ajustado ao paradigma deste milênio, quando ela busca ajudar os irmãos a legitimar intimamente valores, pela introjecção de princípios ou fundamentos que os farão conduzir-se, coerentemente, por normas e regras consagradas como boas e virtuosas. Abordam-se os princípios ou fundamentos filosóficos que pretendem ser valores intimamente legitimados pelos maçons e passem a ser sistema de regras e normas que os norteiem e os qualifiquem nas relações entre irmãos e sociedade.

Considera-se que o Maçom se aperfeiçoa gradativamente, lentamente acordando dentro de si mesmo, pela auto-educação, autoconhecimento e relações fraternas. Esta ética maçonicamente orientada, onde algumas etapas o levam a evoluir como pessoa humana pertencente a um único corpo vivo e interdependente ao qual se denomina humanidade.

E esta humanidade é o que o Maçom desenvolve em si na sua caminhada, na sua busca por religação ao divino e para cumprir a especificação de projeto do Grande Arquiteto do Universo. A ética maçônica tem reflexos imediatos na vida do cidadão formado nas colunas da Maçonaria. O Maçom que muda a si mesmo influencia o Universo inteiro e não apenas a circunvizinhança. Isto é perceptível na sua vida quando ao mudar paradigmas se torna dono do seu próprio futuro.

Fonte: https://opontodentrocirculo.com

quinta-feira, 25 de abril de 2024

QUESTÕES SOBRE RITUALÍSTICA

(republicação)
O Respeitável Irmão Bartholomeo Freitas, sem declinar o nome da Loja e Obediência, Oriente de Mossoró, Estado do Rio Grande do Norte, apresenta as questões seguintes:
bartholomeofreitas@gmail.com

Inicialmente parabenizo pelo essencial trabalho de orientação que vem exercendo, pois se não fosse ele, as divergências e a ciência do "achismo" já tinham criado um rito sobrenatural. Para discernir algumas dúvidas pergunto o seguinte:

a) Qual a forma correta de segurar a espada, tanto a ordem como ao andar em loja e quando fazer? 

b) É possível durante a fala de um Irmão que está de pé e a ordem que esse sinal tenha seu desfazimento autorizado pelos Vigilantes, quando nas Colunas, e o Venerável, quando o Irmão estiver no Oriente? 

c) Ao sair do Oriente e depois de saudar o Venerável para descer os degraus deve o Irmão que está a descer e depois de desfazer o sinal, virar sua frente para o Ocidente girando sua fronte que está voltada para o Venerável sempre no sentido para sua direita? 

d) O Irmão que está no Oriente pode falar sentado? 

e) Como deve ser usado o Saco de Proposta e Informações? Pergunto por que na Palavra ao Bem da Ordem é frequente se ver em Lojas o uso para diversos pedidos de pranchas de pesar, congratulações de entrega de documentos e outros pleitos para a Secretaria. 

f) O Irmão que chegar atrasado e após o início da sessão pode entrar em qual momento? E quando e como o Irmão Primeiro Vigilante deve proceder para avisar o Venerável sobre a presença do Irmão fora do templo? Nessa ocasião o Cobridor Interno avisa com Loja aberta diretamente ao 1º Vigilante? Se existir Cobridor Externo o Irmão atrasado por ele visto espera o Cobridor Externo avisar o 1º Vigilante quando entrar? 

g) Se a sessão existir vícios/defeitos de ritualística e/ou legais como o Orador deve proceder? Ele ao final pode deixar de concluir que a sessão foi "justa e perfeita"? 

h) O 1º Vigilante, como responsável pela instrução dos Companheiros e o 2º Vigilante, como responsável pela instrução dos Aprendizes, podem, durante determinados atos da sessão e sem atrapalhar a palavra de outros Irmãos, falar livremente com Aprendizes ou Companheiros explicando o ato ou dar outras orientações? 

i) Na ausência de Metre de Harmonia, o Cobridor Interno pode auxiliar na sonorização da sessão?

Considerações:

a) A espada é empunhada pela mão direita com o punho junto ao quadril direito com o braço e antebraço afastados do corpo e a lâmina em riste (verticalmente apontada para cima). Tanto estando em pé e parado (pés em esquadria) ou em deslocamento. Formas diferenciadas somente aquelas que estiverem previstas no Ritual (apresentando armas ao Pavilhão Nacional, bateria na porta, etc.). Situação que não esteja prevista para o ato de empunhar a espada, esta deve estar embainhada, ou mesmo presa a um dispositivo geralmente colocado atrás do encosto da cadeira. No Ritual de Mestre está previsto junto à fita com a joia um dispositivo para prender a espada. Não está previsto o ato de o Cobridor sentado manter a espada sobre as coxas e nem mesmo apoiá-la pelo punho com a ponta no piso.

b) Vigilantes não autorizam ninguém a desfazer o Sinal. Isso é prerrogativa apenas do Venerável somente quando realmente houver necessidade. Por exemplo: durante a leitura de um texto. Essa regra deve ser rigorosamente observada para não atentar contra a ritualística e prevenir certos discursos providos de extenso e rançoso lirismo, bem como manifestações repetitivas. O Obreiro compondo o Sinal atende a exigência da prática ritualística e não prolonga pronunciamentos pelo desconforto da posição assumida.

c) O Obreiro saúda o Venerável na forma de costume de frente para o mesmo. Terminada a saudação ele se vira normalmente para o Ocidente para dar continuidade ao seu trajeto. Ao se voltar para o Ocidente, não está previsto pelo qual lado ele deve girar. Tanto faz. Ele procede da maneira que melhor lhe convenha. O ato de girar no sentido horário apenas está previsto durante a circulação no Ocidente apenas ao se cruzar a linha imaginária do equador.

d) Esse costume aleatório de se falar sentado no Oriente caiu em desuso. Quem fala sentado no Oriente, salvo quando o ritual determinar o contrário é o Venerável, o Orador e o Secretário, todavia se os mesmos resolverem falar em pé, estes se posicionam à Ordem, inclusive o Venerável que deixa pousado o respectivo malhete sobre o Altar. Aproveitando: no Ocidente somente falam sentados os Vigilantes quando o ritual não determinar o contrário, porém se resolverem falar em pé, se posicionam à Ordem (também deixam os malhetes sobre suas respetivas mesas).

e) Por si só o título já determina: colhem-se propostas e informações. A questão é a de que se as propostas e as informações sejam realmente passíveis de assim serem definidas. O Orador deve observar se o conteúdo está de acordo com os princípios e leis da Maçonaria.

f) O bom mesmo é que ninguém chegue atrasado. Um atrasado não ingressa no Templo durante a abertura dos trabalhos ou em andamento de um procedimento. O Cobridor Interno ao ouvir a bateria maçônica (de Aprendiz), em qualquer grau que a Loja esteja trabalhando, se o momento for propício, ele anuncia ao Primeiro Vigilante que por sua vez anuncia ao Venerável dando-se o andamento dos métodos necessários. Se no momento estiver ainda presente no átrio o Cobridor Externo, ele bate na porta. Em qualquer situação quem bate na porta pelo lado externo aguarda. Se o momento não for propício para entrada o Cobridor Interno responde pela bateria de Aprendiz o que significa que se deve aguardar e nunca elevar a bateria para outro Grau. Dada essa prática, ninguém mais bate na porta. Havendo Cobridor externo ele verifica se o “atrasado” tem qualidade de Grau para adentar na Loja. Não havendo Cobridor Externo, no momento apropriado o Interno devidamente autorizado faz a verificação entreabrindo a porta. Outras observações. Após a circulação do Tronco ninguém mais ingressa no Templo. Da mesma forma em Sessões que demandem do ingresso formal do Pavilhão Nacional, após a sua entrada ninguém mais adentra na Loja.

g) Isso seria um verdadeiro contrassenso. Se o Orador está presente como fiscal da Lei e, em havendo descumprimento da mesma, o Guarda da Lei interfere imediatamente e não espera o final para declarar uma sessão injusta e imperfeita. Se ele assim proceder estará incorrendo no mesmo erro. Afinal o mal deve ser cortado pela raiz.

h) Obviamente que sim. Existe a regra formal que se embasa nas tradições, usos e costumes da Maçonaria, todavia isso não impede que outros Mestres ocupem o período de instrução contribuído para a formação de Aprendizes, Companheiros e de outros Mestres, todavia com bem disse o Irmão, esse processo deve ser preparado e organizado para que realmente atinja o objetivo.

i) No caso do Cobridor preencher esse ofício, na atualidade ele é perfeitamente exequível, posto que os aparelhos eletrônicos de som sejam geralmente acionados por controle remoto. No caso do Cobridor, há que observar que ele auxilia do seu lugar em Loja, nunca o abandonando para o exercício do ofício deficitário. Essa precariedade não é recomendável nas Sessões Magnas de Iniciação, dado que nessa cerimônia é imprescindível a presença do Mestre de Harmonia.

T.F.A. PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.088 - Florianópolis (SC) – segunda-feira, 26 de agosto de 2013