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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

FRASES ILUSTRADAS

OLHO DE HÓRUS NO REAA

Em 17/02/2025 o Respeitável Irmão Antonio Sergio Nogueira, Loja Dever e Humanidade, 860, REAA, GOB-PE, Oriente de Caruaru, Estado de Pernambuco, faz a pergunta seguinte.

OLHO DE HÓRUS

Em algum momento, quando usamos o "olho" na Maçonaria no REAA - GOB. Costumamos usar o OLHO ONIVIDENTE na figura de um olho humano com o delta. Em algum momento, podemos usar o OLHO DE HÓRUS mesmo que seja fora do templo como por exemplo: No salão de Banquetes e/ou parede frontal a entrada da Loja?

CONSIDERAÇÕES:

Para as Lojas do REAA, GOB, o Ritual de Aprendiz apresenta na sua página 11, Painel do Grau de Aprendiz, o Delta Radiante sobre o frontão do pórtico tendo a letra hebraica "IÔD" no seu interior. Neste mesmo ritual, página, 196, 3ª Instrução, é mencionado um Delta Luminoso (Radiante) com um olho esquerdo (Onividente). Em ambas as menções, no REAA o conjunto emblemático é o símbolo da Divindade e das qualidades espirituais.

Assim, ambas as figuras podem ser usadas no Oriente da Loja, mais precisamente no Retábulo do Oriente, que é a parede que fica imediatamente atrás do lugar do Venerável Mestre na Loja.

Em se tratando do interior do Templo do REAA, estas são as únicas possibilidades apresentadas na constituição e uso deste símbolo – ou um Triângulo Equilátero tendo a letra "IÔD", ou o mesmo com Olho Onividente no centro.

Quanto ao uso de Olho de Hórus, desde que não seja no interior do Templo e no lugar do Olho Onividente ou da Letra "IÔD", não há nenhum impeditivo, não obstante a destacar que símbolos egípcios não condizem com a decoração original maçônica no REAA, até porque se levarmos em conta a história verdadeira, veremos que nunca existiu Maçonaria no Antigo Egito.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

INCLUSÃO NA MAÇONARIA: DESAFIANDO TRADIÇÕES


Dentro das jurisdições maçônicas em todo o mundo, os 25 Landmarks de Albert G. Mackey são reverenciados como princípios imutáveis, com a vigésima quinta regra determinando que os outros 24 Landmarks sejam inalteráveis. No entanto, o décimo oitavo Landmark, que proíbe a iniciação de mulheres, escravos e deficientes físicos, tem sido objeto de muita discussão.

Enquanto a iniciação feminina é proibida na Maçonaria regular de acordo com os Oito Pontos de Regularidade da Grande Loja Unida da Inglaterra, as restrições em relação aos escravos e deficientes físicos estão cada vez mais deslocadas da realidade moderna. Embora Mackey tenha sido contra a iniciação de deficientes físicos, argumentando pela "Doutrina do Homem Perfeito", que excluía aqueles com deficiências, muitas Grandes Lojas ao redor do mundo estão desafiando essas normas.

Por exemplo, a Grande Loja Unida da Inglaterra, a Grande Loja do Maine e a Grande Loja Regular da Bélgica não impõem restrições à iniciação de profanos com deficiências físicas. Elas reconhecem que a Maçonaria deve ser acessível a todos, desde que os candidatos possam participar das reuniões e atendam aos critérios básicos de admissão.

Essa mudança de mentalidade é evidente em declarações de várias Grandes Lojas. A Grande Loja do Maine, por exemplo, afirma que pessoas com deficiências físicas podem se tornar maçons, desde que possam participar das atividades da Loja. Além disso, a Grande Loja Unida da Inglaterra confirma que não há restrições para candidatos cegos ou em cadeiras de rodas.

É importante destacar que a inclusão não se limita apenas à admissão, mas também à adaptação dos rituais para acomodar todos os membros. Algumas Grandes Lojas fornecem rituais em Braille e até mesmo estabelecem Lojas destinadas principalmente a pessoas com deficiências.

Esses exemplos mostram que a Maçonaria está evoluindo para se tornar mais inclusiva e acessível, reconhecendo que a diversidade fortalece a Fraternidade Maçônica.

Na imagem em destaque, a Iniciação de um Jason Payne, na Loja Coningsby (em janeiro/2020, Herefordshire, Inglaterra), onde o Venerável Mestre (Andy Bailey) e o Diácono (Júnior Basil Clemente), ambos cegos, realizaram uma sessão de Iniciação brilhante.
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Fonte: Facebook_Curiosidades da Maçonaria

A MAÇONARIA SOBREVIVERÁ (ENSAIO)

Ir∴ Valdemar Sansão Mestre-Maçom
E-mail: vsansao@uol.com.br

A maçonaria é formada para manter acesa a luz do conhecimento, da sabedoria entre as pessoas e a humanidade.

A missão da maçonaria - A Maçonaria é formada por pessoas diferenciadas na sociedade profana, gente que procura o aperfeiçoamento do homem e do universo para que possamos viver em paz, felizes e em harmonia. Mais do que qualquer outra associação, proporciona o ambiente propício para o desabrochar de sinceras amizades.

Ela deve mostrar o caminho da luta contra a ignorância, corrigindo-a com a instrução; do ódio com o amor; da necessidade com o socorro; do desequilíbrio com o reajuste; da ferida com o bálsamo; da dor com o sedativo; da doença com o remédio; da sombra com a luz; da fome com o alimento; do fogo com a água; da ofensa com o perdão; do desânimo com a esperança; da maldição com a benção; contra atos de terror, contra a violência, contra a base de todos os males que ameaçam o futuro da humanidade.

A luz na Maçonaria está na Fraternidade. Isto é, uma associação fraterna usada para demonstrar que todos os homens podem conviver como se fossem irmãos da mesma carne. Mas, na Amizade que é o fruto mais puro de nossa liberdade, pois não está como o amor, sujeita a fatores sexuais, permanecendo unicamente espiritual. A amizade implica numa igualdade de condições, pois tem como base afinidades profundas e múltiplas e, portanto, dificilmente sobrevive em situações de grande disparidade de gostos ou meio social. A amizade costuma estar ligada a lucidez desinteressada evitando a lisonja, que destruiria rapidamente a igualdade, caindo na zona do interesse e da utilização do outro, como a que deu origem à linha de moralistas céticos de La Rochefoucauld (1613-1680) a Sartre.

Enfim a única energia suscetível de remover o mal e extingui-lo é e será sempre a força suprema do bem.

Sabemos muito bem que muitos dirão que essa solução ainda é utópica para a atual situação evolutiva da humanidade. E por que seria utópica a extinção do mal com o bem?

Se analisarmos com coragem a cada ser humano, contestaremos que ainda não combatemos em nós a violência com que ainda nos relacionamos com o semelhante em nosso dia a dia.

O orgulho, a vaidade e o egoísmo ainda não vencidos nos lançam cotidianamente em guerra contra aquele que caminha ao nosso lado. Em sentido ainda mais profundo constataremos que procuramos em todos os lances da existência vencer o outro e não vencer a nós mesmos no sentido de eliminar as imperfeições que carregamos de maneira assustadora.

“todos os seres humanos nascem livres e iguais e têm direito à vida e a busca da felicidade”

Palavras formosas, históricas, subversivas, quando formuladas pela primeira vez simbolizaram um programa e um grande desafio: o de construir horizontes comuns, universais, para todos os seres humanos. Um mundo igualitário contra as hierarquias rígidas e a sociedade compartimentada que até então vigorava.

O direito à vida contra a morte. A busca da felicidade, aqui mesmo, neste “vale de lágrimas”, acima dos preconceitos, das exclusões, das tradições.

O mundo nunca mais seria o mesmo depois que essas otimistas

palavras foram proferidas. Pura expressão de um desejo, elas revolucionaram concepções e modos de vida.

Como “nascem livres”, se todos sabiam das prisões, dos velhos costumes e das velhas idéias? Como “nascem iguais”, se a tradição ensinava justamente o contrário, que os seres humanos eram irremediavelmente desiguais, que tinham, inclusive, distintos tipos de sangue? Direito à vida? À felicidade? Noções estranhas. Vinham de onde? O fato é que se espalharam como um rastilho, um vírus, por todas as terras e mares do planeta, animando as gentes a lutar por seus direitos, agora considerados direitos de todas e de todos.

Entretanto, desde que foram proferidas, pela força mesma que tinham, aquelas palavras passaram a ser instrumentalizadas e desfiguradas. Romances, filmes, peças de teatro e ensaios retrataram exaustivamente como, já desde fins do século 18, em nome de deus e da liberdade, poderosos exércitos de nações ricas e influentes massacram povos e sociedades.

Quantos crimes, quantas injustiças, quantas mortes foram cometidos em seu nome...

Mas as palavras foram mais fortes do que todas as tentativas de desfiguração. Correspondiam a desejos muito profundos, sobreviveram, insuflando movimentos e revoltas, inspirando e contaminando.

Ao longo de todo o século 19 e do pavoroso século 20, com as suas medonhas guerras de extermínio, com as atrocidades dos campos de concentração nazistas na segunda guerra mundial, os atentados terroristas separatistas e religiosos. Não faz mais de 10 anos que o choque cultural destruiu as torres gêmeas do world trade center.

Aquelas palavras estiveram sempre presentes e, quando pareciam exterminadas, recuperavam-se. Graças a elas, além das mazelas, das desigualdades e das injustiças, a humanidade construiu um mundo melhor, muito melhor (apesar dos saudosistas) do que aquele existente antes que elas tivessem sido proferidas.

E a maçonaria de hoje? – destacando os feitos do passado, sugerimos a todos os maçons que se engajem na luta, para que a maçonaria volte a ser combativa como outrora.

Comecemos a dar o exemplo em nossas lojas, punindo e afastando da ordem os seus membros que fazem o contrário do que prega a filosofia e os preceitos maçônicos; fazendo uma melhor seleção para novos iniciantes. Vejam que os profanos estão cobrando uma postura séria da maçonaria, para com seus membros que se desviam de seus preceitos.

Hoje, há lojas que descuidam do rigor das sindicâncias e recrutam elementos sem a menor condição moral e intelectual para adentrar seus recintos sagrados. Irmãos despreparados, que pouco lêem (menos de 1 livro por ano em média) convidam profanos, sem observarem suas vidas pregressas.

A maçonaria precisa dar um basta aos “profanos de avental”, que arrebanham mais profanos desqualificados, execrando os que lutam e defendem a liberdade, igualdade e fraternidade.

Por esse motivo muitos têm se afastado das lojas, por não concordarem com o que vêem, dando ainda mais espaço para os sem caráter.

Conquanto as sucessivas ondas de violência despedacem as esperanças do homem na terra, e a desesperação substitua o equilíbrio em muitas partes; embora a fragilidade dos valores morais facilite as licenças negativas; apesar da promiscuidade assinalando o comportamento do homem moderno com os caracteres da vulgaridade e de loucura; não obstante as terríveis expressões do suicídio e da insensatez como tributo pesando na economia social das criaturas, o homem conquistou o espaço e ganhou o cosmos, penetrou o infinitamente pequeno e decifrou um sem número de enigmas que jaziam perturbadores.

A ciência ampliou os horizontes do entendimento e facultou a libertação de inumeráveis calamidades. No entanto, havendo grandeza da inteligência, há predominância da miséria econômica e social ao lado de ameaças cruéis contra a vida e a cultura, numa demonstração de que, aos valores da inteligência não correspondeu uma evolução ética equivalente.

Certamente são sombrias as expectativas do momento, porém, acima de todos, permanece o grande arquiteto do universo que nos ensina, através do mestre maior, o retorno ao amor que é a resposta a toda gravidade do momento.

No amor, nos ensina a sublime ordem, está a base do equilíbrio para o homem moderno.

O maçom, antes de tudo, tem que buscar o seu próprio melhoramento, procurando ver em primeiro lugar os seus próprios defeitos, fechando os olhos aos defeitos de seus irmãos.

Pelo menos essa análise podemos e devemos realizar. Combatamos em nós a violência interior para que ela não contamine a sociedade transformando povos que deveriam ser irmãos em inimigos ferozes. Assim, com certeza a maçonaria sobreviverá.

Fonte: JBNews - Informativo nº 280 - 04.06.2011