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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

domingo, 8 de maio de 2011

O GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO

Ir∴ Eduardo Neves, M∴M∴

Sempre que se fala em maçonaria, um termo é recorrente: O Grande Arquiteto do Universo, ou G.A.D.U. (a forma abreviada mais comum). Em quase todas as obras maçônicas e também na maioria das citações ou reportagens, há referências a esta expressão. Mas o que muitos leigos se perguntam sempre é: o que, ou quem é, exatamente, este Grande Arquiteto? Qual o real significado desta denominação?

Respondendo objetivamente, e de maneira simplificada, afirmamos: o G.A.D.U. é a maneira pela qual os maçons se referem a Deus. E a razão é simples: sendo a maçonaria uma instituição que teve origem histórica nas corporações de construtores medievais – que eram formadas por arquitetos, engenheiros, artesãos, pedreiros e outros profissionais ligados à área da construção civil e militar – e, ainda nos nossos dias, valer-se de instrumentos daqueles ofícios como ícones simbólicos (o compasso e o esquadro, por exemplo), nada mais natural que denomine o projetista ou construtor de tudo o que existe como O Grande Arquiteto do Universo. Denominações adicionais para o Criador como O Grande Arquiteto dos Mundos ou O Grande Geômetra são encontradas em alguns livros maçônicos, todas com o mesmo significado.

Ampliando o escopo deste artigo, consideramos importante esclarecer brevemente o conceito de Deus na maçonaria. A imagem eternizada por Michelangelo na Capela Sistina – a de um ancião de cabelos brancos, adotada como representação costumeira de Deus por grande parcela da civilização ocidental – ainda que enquanto obra de arte seja belíssima, não é suficiente para a compreensão da onipotência, onipresença e onisciência divinas. Em verdade, ousaríamos dizer que é, de fato, inapropriada. Ora, qualquer que seja o ser, se este for limitado por uma forma, não pode ter tais características. Portanto, seguindo este raciocínio, concluímos que a imagem de Deus como um velho senhor sentado em um trono de nuvens é apenas o retrato humanizado do pensamento de uma época, não devendo ser levado em conta para uma reflexão mais aprofundada. Deus é o amor infinito, a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas, é aquele que não tem começo nem fim, e não pode ser conhecido através dos esforços intelectuais de uma mente humana que, por mais avançada ou capaz que seja, está sujeita a limitações. Deus, portanto, é uma força que não pode ser analisada ou mensurada, só podendo ser sentida e contemplada através de suas manifestações. Esta força é o que os maçons chamam de Grande Arquiteto, gerador do universo, do homem e da vida em todas as suas formas.

Um movimento anti-maçônico, fundado nos Estados Unidos no século XX e formado quase majoritariamente por fundamentalistas religiosos, tem distorcido continuamente o conceito do Grande Arquiteto do Universo. Este movimento, que já conta com ramificações no Brasil, afirma erroneamente que o G.A.D.U. não passa de um deus maçônico‟, ou ainda uma divindade que representaria uma suposta união sincrética de ídolos antigos. Os mais radicais acreditam ainda que o G.A.D.U. seria uma representação do diabo. Conforme já explicado, nada mais longe da realidade. Aliás, para ser maçom, o postulante tem de, necessariamente, crer na existência de um ser supremo. Todos os trabalhos maçônicos são dedicados à glória de Deus, e os templos maçônicos conservam abertos em seus rituais o chamado Livro da Lei, que nada mais é que o livro sagrado da religião dos países onde funcionam as lojas maçônicas. No Brasil é a Bíblia que pode ser vista na quase totalidade dos templos, e ao redor do planeta, o livro sagrado muda conforme o caso: para os hebreus, o Talmude ou o Antigo Testamento; para os muçulmanos, o Alcorão; para os adeptos do bramanismo, os Vedas; para os masdeístas ou seguidores de Zaratustra, ou Zoroastro, o Zenda-Avesta etc. O Livro da Lei possui esse nome por conter o código de moral e ética que devemos seguir em nossas vidas. Este nome evita ainda qualquer tipo de sectarismo. A única exigência que se faz é que o volume deve conter, de fato, as sagradas escrituras de uma religião conhecida, e fazer referência ao Ser Supremo, Deus.

É importante colocar que a crença no Grande Arquiteto do Universo é encarada na maçonaria como uma realidade filosófica, e não de modo dogmático. A maçonaria, portanto, não é uma religião, mas abriga em suas fileiras homens de todas as religiões – por reconhecer a importância de cada uma delas, respeitando o conceito íntimo que cada um tem de Deus. Mas a maneira pela qual cada maçom professa a sua crença neste ser supremo é assunto de foro íntimo. Assim, em um templo maçônico poderão ser vistos, lado a lado, católicos, budistas, espíritas e assim por diante, pois a tolerância e o respeito mútuo fazem que praticantes dos mais diferentes cultos estejam unidos em prol da lapidação espiritual, da construção de um mundo justo e da busca pelo bem de toda a humanidade.

Termino este artigo citando o escritor Dan Brown, em carta endereçada aos maçons americanos na época do lançamento de seu livro O Símbolo Perdido, cuja trama envolve a maçonaria: “Em um mundo onde os homens batalham a propósito de qual definição de Deus é a mais acertada, não acho palavras para expressar adequadamente o profundo respeito e admiração que sinto por uma organização na qual homens de crenças diferentes são capazes de „partilhar o pão juntos‟ num laço de fraternidade, amizade e camaradagem”.

Que o Grande Arquiteto nos ilumine e guarde.

Fonte: JBNews - Informativo nº 253 - 08.05.2011

NAPOLEÃO, MAÇOM

Ir∴ Nicola Aslan

A pertença do Imperador Napoleão I aos quadros da Maçonaria francesa é um tema que todo historiador da Maçonaria em França traz sempre à tona. Uns dizem que sim, outros dizem que não e outros enfim, mais cautelosos, ficam entre o sim e o não.

Apesar de todas as provas acumuladas geralmente forjadas para agradar a bajulice dos cortejadores da época do Grande Corso - mas baseado em fontes das mais recentes e fidedignas, nós não acreditamos que Napoleão tenha sido Maçom. Aproveitou-se isto sim, da Ordem em benefício de sua tão desmedida ambição, como de sua absurda egolatria.

Entre os escritores que nestes últimos anos trataram do assunto. Jean Palou (La Franc-Maçonnerie - Payot, Paris, 1964, pp. 217-240) escreveu um capítulo intitulado "A Maçonaria sob o Império", parte do qual sob o título "Napoleão Maçom", mereceu uma tradução do pranteado Ir. Hans Bachl, apresentada em junho de 1979 no Boletim " A TROLHA", de Jandaia do Sul-Pr).

O autor citado reconhece que as fontes que veiculam supostas provas de que Napoleão foi Maçom não são lá muito sólidas e, segundo as suas próprias palavras "chegam ao delírio". Temos o livro de Jean Palou sobre a nossa mesa. No entanto, Palou dá a sua atenção a outras tão fracas, como, por exemplo, a um medalhão visto numa Loja, por cima do trono do Venerável. "Um medalhão rodeado de uma coroa no meio do qual estava escrito" "Ao Augusto Lowdon Napoleão" (II) o que não permite nenhuma dúvida sobre a qualidade maçônica do Imperador, visto que em termos de Maçonaria, um LOWTON só pode ser filho de um Maçom". Nem lhe passou pela idéia que podia ser mais uma marca da generalizada bajulação da época. Outras provas que apresenta têm o mesmo valor, e no entanto ele deixa de concluir" "Sem dúvida para nós, Napoleão I pertenceu realmente à Ordem Maçônica".

Na verdade, foi durante o reinado de Napoleão I que a Maçonaria conheceu o seu apogeu. A quase totalidade da Corte da administração e das altas patentes do Exército a ela pertenceu, mas isto deixou de ser suas razões de ser, que veremos posteriormente, e não deixou de ser o período mais triste da Maçonaria francesa. Sobre ela, Bonaparte, que não tinha jeito para Maçom, fez pesar a mais rígida ditadura.

O Ir∴ André Bouton (Les Frannes-Maçons Manceaux et la Révolution Française (Edição do Autor - Le Mans, 1958) retrata esta Maçonaria dizendo:

"Napoleão esforça-se para ligar a Maçonaria ao carro de sua fortuna, afogando as lojas nas ondas de seus companheiros de armas, de seus funcionários, de seus admiradores. Tornam-se assim uma espécie de clubes bonapartista onde funcionários e oficiais se encontram para ouvir cantar as loas do herói de Brumário.

"Ora, apesar de tudo quanto se tem dito, Napoleão jamais foi Maçom, a sua iniciação em Malta, depois da tomada desta cidade, não passa de lenda. O Maçom da família é o seu irmão José, iniciado coletivamente em Marselha, a 8 de junho de 1793, na Loja LA PARFAITE UNION com os outros membros da missão Salicetti quando ela se dirigiu a Toulon.

"Em 1804, Napoleão faz de Sua Majestade o rei de Nápoles, o Ir. José Bonaparte, Grão-Mestre do Grande Oriente e Sua Alteza o Príncipe Arquichanceler Cambacerés, membro da LOJA ANTIGA E DA REUNIÃO DOS ELEITOS, ao Or. de Montpellier, o Grão-Mestre Adjunto; o Duque de Choiseul-Praslin, o Grande Conservadro. Fouché, seu chefe de polícia, membro da Loja Sophie-Madeleine, reine de Saéde ao Or. de Arras e dos CITOVENS RÉUNIS ao Or. de Melun, assim como vários generais são designados para os outros cargos.

"Mas Napoleão não se satisfaz de ter posto a mão sobre a administração central da Maçonaria para vigiar o que se passa oficialmente nas lojas, encarrega Fouché de fazer circular nas Oficinas, quando lá não há alcaguetes assalariados, tiras, para conhecer o que se poderia tentar dissimular ao poder central.

"A prosperidade das Lojas é devida à proteção visível do poder. Concebe-se que Irmãos partidários do regime imperial, que só têm por objetivo, ao entrar para a Maçonaria aumentar suas possibilidades de promoção, vão desaparecer com os reveses de Napoleão; concebe-se também que os louvores demasiadamente repetidos do imperador acabarão tornando-se monôtonos e fastidiosos."

É assim que o Imperador Napoleão contribuiu decisivamente para o soerguimento da Maçonaria Francesa...

Mas o clima encontrado pela Maçonaria naquela época, era dos mais favoráveis, graças a Cambacerés, sendo os trabalhos maçônicos protegidos se tivermos em vista a carta que, em 19 de novembro de 1802, o Prefeito do Var escreve ao Sub-Prefeito de Toulon. Segundo J. A. Faucher e A. Ricker (Histoire de la Franc-Maçonneirie en France - Nouvelles Éditions Latines - Paris, 1967) a carta é a seguinte:

"Consultaste-me, cidadão Sub-Prefeito, por vossa carta de 12 Messidor, sobre a questão de saber se deveis tolerar as Lojas dos Maçons. Pela minha resposta de 19 do mesmo, mês, mandava-vos dizer que não conhecia nenhuma que proibisse uma Sociedade cujo o objeto não era de ocupar-se de discussões políticas ou religiosas, mas que essas reuniões como qualquer outra, estavam submetidas à ação da polícia, quer dizer que o Maire (presidente da câmara municipal) deve estar prevenido do lugar onde se reúnem, posto que é de seu dever velar pela polícia exterior. Poderieis ter deduzido daí que uma associação de cidadãos honestos e compostos em grande parte de funcionários públicos, não deve ser submetida a regras mais leves. Estou persuadido que a Sociedade de que acaba de formar-se jamais terá questões com a polícia e, se acreditais que a minha aprovação seja absolutamente necessária, dou-a de todo o meu coração. Saudo-vos".

E os mesmos autores escrevem em outro lugar:

"O nome de Napoleão Bonaparte acha-se então (1801) em todos os lábios. Não é Maçom, já o dissemos, mas seu pai, seus irmãos, seus sobrinhos, seus amigos, mais próximos, em suma todos os que o cercam são iniciados e ele próprio é geralmente considerado como um Maçom sem avental...

Mas observa Alec Mellor (Dictionnaire de la Franc-Maçonnerie et des Franc-Maçons);

"O Imperador, se tivesse proibido a Maçonaria, teria feito dela uma VERDADEIRA sociedade secreta. Assim, preferiu subjulga-la passando-lhe no pescoço uma corrente dourada, tanto quanto fizera com a Igreja por meio da Concordata e da Universidade pela abominável lei de 10 de maio de 1806. "Confiada a Cambacerés, a Maçonaria foi, durante quase dez anos, apenas um instrumento de reinado, o qual acumulava todas as direções e manejava todas as alavancas de comando."

Mas, na mesma obra, Alec Mellor considera a pertença de Napoleão à Maçonaria como um enigma da história declarando:

"Alguns pensaram que fora iniciado na ilha de Malta, quando da expedição do Egito (1798). Ora está demonstrado que só permaneceu seis dias em Malta, onde, com toda certeza, alimentara outras preocupações. Por outra, nenhum vestígio da existência de uma Loja em Malta no decorrer do período indicado pôde ser encontrado.

"Invocaram igualmente as MEMÓRIAS HISTÓRICAS DA IMPERATRIZ JOSEFINA, ela mesma membro da Loja de adoção " L"IMÉRIALE DES FRANCS-CHEVALIERS", onde se diz que Bonaparte teria siso admitido em 1795 na sociedade paramaçônica dos "Francs-Juges", no decorrer de uma misteriosa iniciação na floresta de Fontainebleau, e onde é dito igualmente que foi vista em Loja na Itália em 1796, enfim que em 1798 ou 1799 teria recebido a iniciação "filadélfica" no Egito, aos pés das Pirâmides.

"As Memórias em questão datam infelizmente de 1829, e, circunstâncias agravantes, são apócrefas. Seu autor foi Mile Lenormand, famosa cartomante consultada por Josefine. Teria ela recolhido confidênciais da Imperatriz? O fato é indemonstrável.

"O comportamento pessoal do Imperador, que tolerou durante todo o seu reinado que as Lojas o qualificassem de "Muito Ilustre Irmão" poderia advogar em favor de sua pertença mas os poucos ditos citados em que fala da Ordem são pejorativos, até mesmo sarcásticos. Dão a pensar que tinha autorizado as Lojas somente para anexar a si mesmo uma força, da mesma forma que tinha passado no pescoço da Igreja a corda dourada da Concordata.

"A despeito da autoridade de um historiador como R. F. Gould, o problema não aparece todavia resolvido no estado atual dos nossos conhecimentos e um pronunciamento releva apenas ao fácil jogo das conjeturas."














Em " L"ART ROYAL - essai sur I"Histoire de la Franc-Maçonnerie" o profano G. Huard nos informa sobre as opiniões pejorativas de Napoleão a respeito dos Maçons de sua época, citando o diário de O"Meara, cirurgião da marinha inglesa, servindo a bordo do BELEROFONTE quando Napoleão lá se refugiou. Tendo-se ligado ao Imperador vencido, O"Meara foi autorizado pelo almirante inglês acompanhá-lo a Santa Helena. Tornando-se seu confidente, o cirurgião recolheu notas, que publicou em Londres sob o título de " NAPOLEÃO DO EXÍLIO", em 1822, nelas dizia:

"Fiz-lhe algumas perguntas sobre os Maçons, pedindo-lhe para que dissesse o que pensava deles. - São imbecis que se reúnem para prazeres da mesa e para executar algumas tolices ridículas. Não obstante, disse ele, fazem algumas boas ações. Ajudaram na Revolução, e ainda recentemente, a diminuir o poder do papa e a influência do clero. Quando aos sentimentos de um povo são contra o governo todas as sociedades tendem a prejudicá-lo.

"Perguntei-lhe se os Maçons do continente tinham alguma ligação com os Iluminados - Não, respondeu ele, estes formam uma sociedade completamente diferente, e que, na Alemanha, é de natureza muito perigosa.

"Desejei saber se não tinha encorajado os Maçons? - Um pouco, disse ele, posto que combatiam o papa...

Quando da discussão do Código penal, Napoleão, não quis subtrair a Maçonaria ao direito comum das associações. E em plena sessão do Conselho de Estado, Napoleão declarou:

"Enquanto a Maçonaria só estiver protegida, ela não pode ser temida; se ao contrário, ela for autorizada, ela se tornaria demasiadamente poderosa e poderá ser perigosa. Tal como está, ela depende de mim, e eu não quero depender dela"

Isto prova que até os considerados grandes homens na história podem dizer tolices. A razão é que eles pensam somente em conquistas a fim de se projetar e engrandecer à custa dos outros. Não sendo este o espírito da imensa maioria dos Maçons, parecem imbecis a tais megalômanos.

Não obstante, segundo J. A. Faucher e A. Ricker, em sua obra, o Irmão Roettiers de Montaleauque, sob o título de Grande Venerável, exercia o cargo de Grão-Mestre do Grande Oriente de França, escrevia ao marechal Massena, pedindo "vossos bons ofícios com o fim de determinar Bonaparte a aceitar o lugar de Grão-Mestre da Ordem da Maçonaria em França..."Napoleão recusou, mas indicou um certo número de homens que gozavam de sua confiança. Isto era uma ordem.

Dizem os mesmos autores, que, em 1810, contavam-se na França 878 Lojas das quais 65 eram militares e a Maçonaria tomara-se o sustentáculo fiel e dedicado do poder, o lugar de encontro dos notáveis e dos membros da boa sociedade...

Por sua vez, o conhecido e ferrenho inimigo da Maçonaria, J. Marques, declara sobre Napoleão:

"Foi ele iniciado? Falou-se de documentos maçônicos mencionando o Ir. Bonaparte, falou-se de uma iniciação numa Loja militar de Matal quando se dirigia para o Egito.

Nenhuma prova de sua filiação à maçonaria foi alguma vez apresentada e é preciso ver narrativas elogiosas de sua iniciação o desejo da Maçonaria de acabaria em um nome que foi ilustre; G. Martin não temerá escrever que "Napoleão, maçom, é uma lenda...entre quantidade de outras.

Fonte: JBNews - Informativo nº 253 - 08.05.2011

REGRAS RITUALÍSTICAS NR. 10

Ir∴ Valdemar Sansão

Devemos valorizar a Ritualística passando aos iniciados de forma acurada, unificada e acessível as Normas e Princípios Maçônicos, habilitando-os à exercerem a Nobre Arte.

Preocupados com a preservação e padronização das Normas Ritualísticas em nossas Lojas, que praticam o R.E.A.A., relacionamos princípios, procedimentos e significados de símbolos, emblemas e alegorias para que sejam passados aos novos iniciados.

Ornamentação do Templo - O Arquiteto é o encarregado da ornamentação do Templo devendo indicar os Irmãos para auxiliá-lo. Deverá distribuir nos respectivos lugares, os Malhetes, Rituais, Código das Legislações Maçônicas, Carta Constitutiva, Bolsa de Beneficência, Bolsa de Propostas e Informações, Estandarte da Loja, Livro da Lei, perfumes e todos os instrumentos necessários para as Sessões Econômicas ou Magnas. O Arquiteto é quem deve acender as luzes e ou as velas dos Altares (inclusive as do Altar dos Juramentos) antes do início dos trabalhos.

O Mestre de Harmonia deve deixar preparadas as músicas selecionadas para serem executadas na entrada dos Irmãos no Templo. Após a ornamentação o Arquiteto solicitará ao Mestre de Cerimônia para verificar se tudo está correto para o cerimonial a ser realizado. Depois de certificar-se que nada falta o Mestre de Cerimônia determinará que o G∴ do Templo e o Mestre de Harmonia ocupem os seus lugares, fecha-se a porta do Templo indo em seguida comunicar ao Venerável Mestre que o Templo está devidamente ornamentado, pronto, portanto para o início dos trabalhos. Após ordem do Venerável, o Mestre de Cerimônia organiza o cortejo.

Cortejo ( ingresso ao Templo) - É a fila organizada antes do ingresso ao Templo, com todos os presentes, convenientemente trajados e revestidos de suas insígnias.

O Cortejo é formado pelo M∴de Cerim∴ e consiste em uma fila dupla obedecendo-se a seguinte ordem: Primeiro AApr e CComp∴(lado a lado), os CComp∴no lado do Sul e os AApr∴do lado Norte, indo a frente os mais recentes. A seguir os MM∴ e os Oficiais, cada um do lado de sua respectiva Col∴,em seguida os MM∴IInst∴, Os VVig∴ e finalmente o V∴ M∴.

O Mestre de Cerimônias a frente do préstito, dará uma única pancada na porta do Templo, que será aberta pelo Guarda do Templo, o Mestre de Cerimônia solicita-lhe a entrada. Neste momento, o Mestre de Harmonia executa música suave (de preferência de autor maçom), a fim de propiciar a criação de um clima agradável. O Guarda do Templo (a Ordem com a espada cruzada sobre o peito) se posta junto a Coluna J e de frente para a entrada do préstito, enquanto que o Mestre de Cerimônia posta-se junto a B de frente para o Guarda do Templo aguardando o ingresso de todos os Obreiros, até a passagem do Venerável Mestre, quando então o conduzirá até o Trono.

No Cortejo todos romperão a marcha com o pé esquerdo adentrando o Templo com passos normais tanto pelo lado Norte, quanto pelo lado Sul, cada um indo diretamente ocupar o seu lugar, conservando-se em pé sem estar a Ordem, voltados para o Eixo da Loja. Após a entrada do Venerável Mestre o Guarda do Templo fecha a porta me toma seu lugar. O Mestre de Cerimônia após conduzir o Venerável Mestre até o Trono verifica se todos os Obreiros estão perfeitamente colocados nos lugares que lhes compete (neste instante cessa a música) e entre Colunas dá uma única batida no chão com seu bastão e declara ao Venerável Mestre (conforme o Ritual) que os trabalhos, se ele assim o quiser, poderão ser iniciados. Durante o Cortejo nenhum Obreiro fará qualquer tipo de sinal. Devemos observar que ninguém deverá ter ingresso no Templo, sob qualquer pretexto, antes da hora fixada para o início dos trabalhos exceto os Obreiros que estivem encarregados de prepará-lo para as cerimônias, além do G∴T∴ e do M∴ de H∴. A saída do T∴ se dará seguindo a ordem inversa à entrada.

Recebimento de Visitantes – Os Irmãos visitantes com direito a saudação honorífica, devem ser recebidos por uma Comissão de Recepção formada especialmente para recepcioná-los, por Estrelas e Espadas conforme prescritos nos Rituais.

Todos os maçons regulares têm direito de visitar as Lojas de sua ou de outras jurisdições, sujeitando-se, porém, as prescrições do trolhamento e as disposições disciplinares estabelecidas pela Loja visitada. Só devem ser admitidos como visitantes maçons que exibam seus documentos de regularidade em perfeita ordem e se mostrem pelo trolhamento, perfeitos conhecedores dos S∴T∴ e da P∴Sem∴, salvo se forem conhecidos de Obreiros que por eles se responsabilizem. Quando um visitante for conhecido e já tenha visitado a Loja pode, o Venerável Mestre, conceder permissão para ele entrar conjuntamente com os membros do quadro. Em Loja os Irmãos visitantes sentar-se-ão nos lugares que lhes forem indicados pelo Mestre de Cerimônias. Em se tratando de Venerável Mestre ou Mestre Instalado, deverá ser conduzido ao Oriente onde tem assento.

Comissão de Recepção – É formada para a recepção no Templo das Autoridades Maçônicas. É composta por duas filas de Obreiros portando alternadamente Estrelas e Espadas, ficando a ala maior do lado Norte e começando por Estrela. A quantidade de Estrelas e Espadas varia de acordo com a Autoridade a ser recepcionada, bem como os procedimentos ritualísticos que são determinados pelos Rituais.

Nenhuma honra poderá ser prestada quando já estiver presente uma autoridade de ordem hierárquica superior. Quando o Pav∴Nacional já tiver ingressado no Templo não se poderá receber qualquer visitante ou autoridade (maçônica, civil ou militar) com qualquer honraria.

Abóbada de aço - Destina-se a homenagear visitantes ilustres e autoridades maçônicas. É formada por duas alas de Obreiros, preferencialmente Mestres Maçons de nossa potência, uma postada ao Norte e outra ao Sul, estando em pé e portando a espada com a mão direita, o braço estirado obliquamente cruzando no alto a ponta das espadas sob ela e por entre os Irmãos que a compõe passam os homenageados. A formação da Abóbada de Aço já constitui por si só a homenagem prestada, assim não é permitido “tinir” as espadas.

Estrelas – São usadas para recebimento de autoridades. Constitui-se de um bastão de madeira escura com 1,30m de comprimento, encimado por roseta metálica sobre a qual é fixado um castiçal para vela.

As Estrelas devem sempre serem conduzidas com a mão direita mantendo-se um ângulo de 90o entre o ante-braço e o braço o qual deverá ficar colado ao corpo. Os Irmãos que as conduzem, devem formas alas ficando a de maior número na coluna do norte (as Estrelas são sempre em número impar).

Bateria (simples ou incessante) – Certos números de golpes, que durante a abertura, desenvolvimento e encerramento dos trabalhos de uma Loja são dados pelo Venerável e pelos Vigilantes com a ajuda dos Malhetes: os demais Irmãos batem as mãos de forma compassada. Em Maçonaria, Bateria significa “aplauso” e “ordenamento”. Na abertura e no encerramento dos trabalhos é feita a bateria e a exclamação; Usa-se também para acalmar os excessos e interromper alguma discussão áspera e inconveniente - o VM, empunhando o Malhete diz: “pela ordem”, determinando que todos se levantem e passa a comandar uma bateria; depois, senta-se e recomeça os trabalhos interrompidos; a pausa tem o dom de acalmar os excessos.

Os aplausos traduzem-se pela bateria, que pode ser simples ou incessante. A SIMPLES corresponde a bateria do Grau, com tantos golpes quantos forem os anos dos graus em que estiver trabalhando a Loja, e por isso é sempre ritualística, normalmente destinada a aplaudir algum pronunciamento de Irmão. A INCESSANTE, quando os golpes de malhete e as palmas são contínuos; em caso de luto, manifestação de pesar pela passagem de um Irmão para o Oriente Eterno, não se expressa pela observância de “um minuto de silêncio”, mas sim, após o pronunciamento, no momento próprio, a bateria é feita por leves golpes com a palma da mão direita sobre o antebraço esquerdo. Com os Irmãos permanecendo sentados.

A Bateria corresponde a uma salva de palmas, aplicável tanto em Sessão Econômica, Magna ou Branca, mas sempre comandada pela batida de Malhete do VM∴, acompanhada dos VVig∴. Cabe ao Venerável indicar aos Irmãos se a bateria será simples ou incessante.

Fonte: JBNews - Informativo nº 253 - 08.05.2011

sábado, 7 de maio de 2011

OS TRÊS MALES

Romulo Ferreira Diniz
Antonio Carlos Garcia
Lj. Retidão e Sabedoria # 685 GLMESP
Fonte: Grupo Arte Real/SC

A leitura nos proporciona vários benefícios. Dentre as vantagens que uma boa leitura nos traz, temos o conhecimento que atesta a ignorância, esclarecimentos sobre diversos aspectos da realidade; o prazer que o espírito desfruta ao contato com as idéias de homens de elevada cultura e saber. São textos que fecundam a nossa imaginação, descortinando novos horizontes e ampliando as nossas idéias. Queremos destacar, dentre as muitas vantagens da leitura, uma em particular; as possibilidades que se abrem para o nosso pensamento diante de uma frase, sentença ou parágrafo.

No caso específico, referimo-nos a uma passagem no texto escrito pelo Ir∴ Antonio do Carmo Ferreira, em seu livro "Nas canteiras da Arte Real". Diz o texto, no artigo "Freqüência nas lojas Maçônicas", da referida obra: "Para o sábio mestre Rodrigues, os principais problemas de lá (Maçonaria de São Paulo) são os mesmos de toda a Maçonaria brasileira: deserção e baixa freqüência".

E segue o autor, enumerando o que considera as causas desses problemas:

"Ele entende (O Ir∴ Raimundo Rodrigues) que o Iniciado abandona a Arte Real, porque teria atingido os três males: dois de nascimento e um de crescimento. (...) o mal escolhido (...) o mal iniciado (...) e o mal instruído.

Essa passagem levou-nos a seguidas reflexões, enriquecidas por conversas com a evasão e a baixa freqüência nas Lojas. Analisemos, então, cada um dos males enumerados pelo insigne Mestre Rodrigues.

O MAL ESCOLHIDO

O Maçom tem um perfil que o distingue dos Profanos. É um homem probo, consciente de seus deveres com a família, com a Pátria e com sua religiosidade. Gosta do estudo sério e interessa-se por todas as matérias referentes á iluminação do espírito, ao mistério da existência, à marcha evolutiva da Humanidade. Não compactua com os erros nem com os vícios da alma.Arde-lhe no peito a sagrada chama da Justiça. Acima de todas essas características distintivas, paira, soberana, a humildade. A observação atenta dessas qualidades deveria ser a regra seguida pelos Irm∴ que propõem Candidatos á Iniciação nos Augustos Mistérios. Não raras vezes, os Candidatos são indicados somente pela amizade, pelo parentesco, por subordinação profissional, por interesses materiais, pela influência no mundo profano, pela ostensiva riqueza. Claro que é possível reunir as condições aqui descritas, com o perfil do verdadeiro Maçom. Conhecemos alguns casos. Entretanto, quando as características do verdadeiro Maçom não são levadas em conta, dá-se o que o Ir∴ Raimundo Rodrigues apropriadamente chamou de "o mal escolhido". Este profano, depois de Iniciado, dificilmente dará continuidade à sua vida maçônica. Um leve sopro de adversidade será o suficiente para tirá-lo da rota traçada.

O MAL INICIADO

A Cerimônia de Iniciação é a mais importante na nossa Ordem. É quando ocorre a morte simbólica do profano para ressurgir, radiante de Luz, o Maçom. A Loja deve ser cuidadosa e também rigorosa com esse Ritual de passagem. Todos os Mestres, Obreiros da Oficina, são responsáveis pelo bom desempenho da Cerimônia de Iniciação. Infelizmente, vemos o despreparo, a improvisação, os gracejos. Sem falar nos erros que os MM∴MM∴ cometem como leitura deficiente, ignorância do Ritual de Iniciação, atitudes mecanizadas __ sem dar o devido valor ao Simbolismo que a Cerimônia contém. Falta-lhes circunspeção, energia e vibração.

A Iniciação, que deveria ser gravada no espírito do Neófito, para sempre, torna-se mera formalidade burocrática, sem nenhuma força mística. Nem merece comentários as Iniciações, em uma única Sessão, de cinco, oito, dez ou quinze Profanos. Essas práticas aberram das normas ritualísticas.

Encontramos em Fernando Pessoa, o grande poeta português, este belo poema:

"Tu, místico, vês uma significação em todas as cousas. Para ti, tudo tem um sentido velado. Há uma cousa oculta em casa cousa que vês. O que vês, vê-lo sempre para veres outra cousa".

O MAL INSTRUÍDO

A Maçonaria é uma escola de conhecimento. Quando nos deparamos com Mestres bisonhos, com certeza foi um Aprendiz e Companheiro mal instruído. O erro se perpetua: Mestres que não sabem, ensinam errado aos Aprendizes, que um dia se tornarão Mestres e ensinarão também o que não sabem. Todos os Mestres são responsáveis pela instrução dos Aprendizes e Companheiros. Quando o são diretamente pelo estudo e pela instrução, o são, indiretamente, pelo exemplo, boa conduta e correta execução do Ritual. É comum que alguns IIr∴ apontem os erros que outros IIr∴ cometem, até com um mal disfarçado prazer de repreendê-los, inclusive em loja aberta. Um pequeno deslize na prática ritualística é o suficiente para uma severa admoestação.

As instruções em Loja aberta devem ser rotina da Oficina. Quando isto não corre, cabe á Comissão de Admissão e Graus exigir da Loja que assim proceda. O art. 116, Seção VII, inciso II, do Regulamento Geral da Federação, é muito claro a esse respeito:

Art. 116 –à Comissão de Admissão e Graus compete: (...)

III – fiscalizar e exigir sejam ministrados ensinamentos maçônicos aos membros da Loja, pelos respectivos responsáveis.

Se o estudo maçônico tornar-se o centro de interesse de todos os IIrm∴, o progresso individual será uma realidade, o conhecimento da nossa sublime Ordem será visível e, com certeza, acabaremos com a triste e recorrente prática do trabalho encomendado. É quando um Mestre __ bem intencionado mas vaidoso do saber __ faz o trabalho escrito para outros IIr∴ obterem aumento de salário. Mas não desejamos, meus IIr∴, a cômoda posição de apontar problemas sem propor soluções. Vejamos as nossas propostas:

1 PARA O MAL ESCOLHIDO

Sindicâncias rigorosas, imparciais, feitas com zelo e dedicação. As sindicâncias podem ser a primeira etapa no processo de admissão de novos membros. Atualmente são realizadas no estágio final, quando o Candidato já preencheu a proposta de admissão, respondei questionário e juntou a documentação exigida.

O RGF prevê a alteração na ordem das fases do processo de admissão, desde que seja estabelecida no Regimento Interno da Loja. No Capítulo I, da Admissão, Seção I, art. 1o, § 5o, temos:

O regimento Interno das Lojas da Obediência poderá estabelecer alterações na ordem das fases do processo de admissão, de modo a permitir que sindicâncias e oposições se façam antes da entrega do modelo oficial de proposta de admissão ao pretendente.

2. PARA O MAL INICIADO

Maior rigor na Cerimônia de Iniciação, ensaios regulares das Cerimônias e definição prévia de atribuições.

3. PARA O MAL INSTRUÍDO

Motivar os IIr∴ à pesquisa, com sugestão de temas de relevância para os temos de estudo; mais Sessões de instrução de prática ritualística; incentivar o debate sobre aspectos ritualísticos em loja aberta e tecer esclarecimentos sobre a rica simbólica maçônica. Indicar conceituadas obras maçônicas correspondentes ao Grau do Ir∴; criar Grupo de Estudos maçônicos com reuniões em dia diferente da Sessão.

Todas essas sugestões acabarão com a deserção e a baixa freqüência às Lojas? Talvez, não. Mas, indubitavelmente, trarão motivação extra aos Obreiros.

Quem sabe não seja o que estamos precisando, urgentemente, a bem da Ordem em geral e do quadro em particular.

Fonte: JBNews - Informativo nº 252 - 07.05.2011

POR QUÊ SER MAÇOM?

Escola evolutiva:

A Maçonaria é uma Escola de Líderes, o foco principal é tornar feliz a humanidade através do aperfeiçoamento humano. Através de uma estrutura filosófica de ensino faz do maçom uma pessoa melhor, dedicada à sua família e ao seu trabalho, mas, sempre preocupado e adstrito ao desenvolvimento da sociedade onde convive.

Fraternidade:

Em um mundo cada vez mais complexo, a Maçonaria satisfaz a uma das mais básicas necessidades dos seres humanos: a de fraternidade. Esta é uma das principais razões da existência da Maçonaria desde as antigas civilizações.

Rede de contatos:

Este foi um dos principais motivadores no surgimento da Maçonaria. Toda pessoa precisa de relacionamentos profissionais. A Maçonaria representa um corte transversal das profissões de uma comunidade, pois a maçonaria está presente em todos os ramos comerciais e profissionais e os maçons ajudam-se mutuamente uns aos outros como regra de conduta, ou seja, faz parte do Estilo de Vida do Maçom dar preferência e participar ativamente do crescimento profissional e social de seus irmãos, tornando-se assim a maçonaria instituição única e diferenciada.

Crescimento pessoal:

O envolvimento com a Maçonaria favorece o crescimento pessoal na área de relações humanas.

Experiência em liderança (Liderando líderes):

A Maçonaria é uma organização que congrega líderes e pessoas de sucesso. Atuar em cargos maçônicos é sinônimo de maior experiência em liderança. A pessoa aprende como motivar, influenciar e liderar aqueles que já são líderes.

Atuação cívica na comunidade:

A ligação com uma Loja Maçônica torna seus membros melhores cidadãos. Tipicamente, a Maçonaria congrega as pessoas mais atuantes de uma comunidade.

Informação atualizada:

As reuniões semanais de uma Loja Maçônica procuram manter os maçons atualizados sobre o que está acontecendo na comunidade, no país e no mundo. Discutem-se temas filosóficos e variedades, além de assuntos milenares internos sobre a humanidade.

Oratória:

Muitas pessoas que ingressam em nossa organização têm receio de falar em público. A Maçonaria permite excelente experiência em oratória, fortalecimento da autoconfiança e aproveitamento de oportunidades no campo da comunicação.

Cidadão do mundo:

Todo maçom usa um passaporte maçônico e é bem recebido e incentivado a participar das reuniões em mais de 355.000 lojas maçônicas de 170 países e regiões geográficas. São poucos os lugares do mundo que não contam com uma Loja Maçônica. Na Maçonaria fazemos amigos nas comunidades locais, regionais e em todo o mundo.

Assistência durante viagens:

Durante suas viagens, qualquer Loja Maçônica regularmente constituída funciona como uma estrutura de apoio em momentos de urgências e emergências como necessidades médicas, casos de roubos ou desvio de bagagens, perda de documentos, etc.

Entretenimento:

Toda Loja organiza reuniões e atividades de entretenimento, as quais são muito importantes no intuito de trazer descontração e um momento de alivio e tranqüilidade às nossas ocupadas vidas profissionais ou de negócios. Na Maçonaria são organizadas conferências, convenções, assembléias e institutos que, além de informação, orientação e trabalho maçônico, também oferecem entretenimento sadio.

Melhoria das habilidades sociais:

Todas as semanas, e em vários outros tipos de reuniões e eventos, a Maçonaria aperfeiçoa nossa personalidade e habilidades interpessoais, oferecendo ambiente ideal para pessoas que gostam de sociabilizar.

Programas familiares:

A Maçonaria oferece um dos mais abrangentes programas de intercâmbio de jovens do mundo, patrocinando clubes em escolas secundárias e universitárias, bem como grande variedade de atividades úteis que difundem valores fundamentais às famílias maçônica, ou seja, a participação em instituições internacionais como, Ordem Demolay (para meninos), Ordem das Filhas de Jó (meninas), Moto Clubes, Grupos Filosóficos, etc. envolvem toda a nossa família unificando projetos e ideais.

Conhecimentos profissionais:

Espera-se que todo maçom envolva-se com a melhoria de sua profissão ou ocupação, sirva em comissões de serviços profissionais e participe da divulgação de sua profissão entre os jovens. Os maçons procuram conseguir que todos sirvam sempre da melhor maneira através de nossas profissões, sejam elas no ramo da medicina, educação, etc.

Valores éticos:

Os maçons aplicam em todas as suas atividades a Filosofia Maçônica, a qual reflete seus padrões de ética. Espera-se que os sócios atuem eticamente em suas profissões e relacionamentos pessoais.

Conscientização cultural:

Encontramos representadas na Maçonaria, mundialmente, quase todas as religiões, culturas, raças, nacionalidades e crenças políticas. Em nosso meio encontram-se os cidadãos de maior destaque dos mais variados campos do conhecimento humano. Os maçons entram em contato com outras culturas e anseiam por trabalhar e ajudar as pessoas de todos os lugares. Conseqüentemente, tornam-se melhores cidadãos em seus próprios países.

Prestígio:

Os maçons são pessoas de prestígio - líderes de negócios, profissionais, artísticos, governamentais, esportivos, militares, religiosos e muitos outros. A Maçonaria é a associação de Lojas Maçônicas dedicada à prestação de serviços mais antiga e prestigiosa do mundo. Em suas fileiras encontram-se executivos, diretores e profissionais de destaque, ou seja, pessoas de influência acostumadas a tomar decisões.

Pessoas agradáveis:

Acima de tudo, os maçons são pessoas agradáveis. São indivíduos que crêem que o valor de cada um reside em ter bom coração e não no destaque pessoal.

Ausência de um credo oficial:

Pelo fato da Maçonaria não ter caráter político ou religioso, não possuímos nenhum credo oficial. Somos uma sociedade aberta, integrada por homens que acreditam no valor da ajuda ao próximo.

Oportunidade para Servir:

A Maçonaria é formada por lojas maçônicas dedicadas à prestação de serviços. Seu interesse máximo é a humanidade, seu produto de maior valor é a dedicação ao servir.

Entretanto, o melhor motivo para tornar-se Maçom é a oportunidade de ajudar nossos semelhantes e o bem-estar que resulta de nossas ações.

Fonte: JBNews - Informativo nº 252 - 07.05.2011

O SARCASMO

Ir∴ Luiz Felipe Brito Tavares
Loja Luz do Planalto, 76 de São Bento do Sul SC

O sarcasmo nos impede de amar.

O sarcasmo nasce de uma visão equivocada da vida.

Sentimento monótono usado de forma reflexa, que inibe o movimento voluntário do ser que se candidata à evolução.

O sarcasmo é cortina que vela tesouros ocultos.

Nasce do espírito que se entende como matéria.

Provém de automatismo desencadeado pelo medo, da falsa e irreal concepção que necessitamos sobrepor aquele que considera com adversário.

Sentimento triste daquele que necessita tornar seu semelhante infeliz para acreditar-se, sem o ser de fato, feliz.

O sarcasmo provém do engano e da fraqueza.

É ferramenta psicológica primitiva, que tende a deslocar a dor do desconhecido, que lhe estremece a segurança, para o riso de desmerecimento, tentando esvaziar a tensão. Um saco de gatos que esconde as próprias fraquezas.

Se acreditarmos em um ser perfeito que é soberanamente justo e bom, devemos transcender a visão do mundo e buscar o entendimento de que existe uma equidade potencial à todos os seres humanos.

Entender que existem estágios de desenvolvimento e que cada um terá uma visão do mundo equivalente ao seu grau de compreensão, nos permitirá um sentimento de respeito por cada irmão em humanidade. A felicidade provém de podermos proporcionar aos nossos irmãos espaço para seu movimento de crescimento. O sarcasmo é um impedimento à felicidade, colapsando tais espaços.

Entender que somos seres fadados à evolução também nos dotará de humildade para enfrentar o novo com tranqüilidade, sem que venhamos a nos sentir ameaçados.

O sarcasmo embota nossa capacidade de adquiri novos pontos de vista e novos conhecimentos. O sarcasmo cristaliza a mudança necessária.

Devemos sair deste automatismo para crescer em movimento voluntário e amadurecido.

Muitos escondem seu sarcasmo com floreios, aparentando superioridade que não possuem. Atrás de muitas belas palavras podem se esconder verdadeiras serpentes.

Podemos utilizar o sarcasmo como um termômetro a nos indicar o quanto precisamos amadurecer.

Ao sentirmos tal sentimento reptiliano, busquemos nos esforçar, como um exercício, para opor em seu lugar outro de maior quilate. Busquemos respeitar aqueles que ainda percorrem os caminhos iniciais da senda, entendendo que muito podemos ajudá-los em crescimento se não os taxar pelo escárnio aberto ou velado.

Nos permitamos voar pelas asas do respeito.

Busquemos também aceitar o desconhecido como campo aberto ao nosso crescimento e nos permitamos à coragem de se abrir ao novo, conscientes que GADU no deu elementos de superação. Tudo muda, mas nós evoluímos na onda de mudança.

Não utilizemos o sarcasmo como escudo a esconder nosso orgulho e prepotência. Nossa fragilidade escondida em verniz de vaidade. O fraco é aquele que se acredita absoluto sem o ser. O forte é aquele que se abre ao absoluto, permitindo-se por ele moldar, renascendo a cada dia, sem importar-se com máscaras fugidias.

A dor do crescer é muito mais gratificante que o monótono sentimento sarcástico que provém do medo.

Todos possuímos dentro de nós o sarcasmo, em maior ou menor grau, pois estamos a evoluir. Busquemos, no entanto a cada dia menos dele se utilizar.

Busquemos a cada dia substituí-lo pelo respeito .

Se olhássemos no espelho cristalino dos olhos de GADU veríamos que as vestes do sarcasmo, são pobres e esfarrapadas.

Devemos nos desintoxicar deste sentimento, que muitas vezes não percebemos ser crônicos portadores, para sentirmos a profundo respirar o sublime perfume do amor.

Fonte: JBNews - Informativo nº 252 - 07.05.2011

sexta-feira, 6 de maio de 2011

O LADO OCULTO DAS REUNIÕES DA LOJA

C. W. Leadbeater arterealsc@yahoogrupos.com.br; em nome de; Cesar Valduga
[cavalduga@gmail.com] - Tradução: Ricardo Frantz

Consideremos o lado oculto de uma reunião de uma Loja mais especificamente, o encontro semanal comum onde a Loja está seguindo uma linha de estudo definida. Refiro-me, é claro, somente aos encontros dos membros da Loja, pois os efeitos ocultos que desejo descrever são de todo impossíveis quando se trata de quaisquer reuniões em que são admitidos não-membros.

Naturalmente o trabalho de toda Loja tem seu lado público. Há palestras dadas ao público, e se concede espaço para que perguntem coisas; tudo isso é bom e necessário. Mas toda Loja que é digna de seu nome também faz algo muito mais elevado do que qualquer outro trabalho no plano físico, e este trabalho mais elevado só pode ser feito em seus encontros privados. Além disso ele só pode ser realizado se estes encontros são conduzidos de forma apropriada e todo harmoniosa. Se os membros estão pensando em si mesmos de qualquer modo - se eles têm vaidades pessoais expressas como o desejo de brilhar ou de tomar parte proeminente nos trabalhos; se possuem outros sentimentos personalistas de modo que possam sentir-se ofendidos ou afetados por inveja ou ciúme, possivelmente nenhum efeito oculto poderá ser produzido. Mas se eles esqueceram de si mesmos no anseio ardente de entender o assunto que está sendo estudado, um resultado muito considerável e benéfico, do qual eles usualmente não têm a menor idéia, pode prontamente ser produzido. Deixem-me explicar a razão disto.

Suponhamos que se realize uma série de encontros onde está sendo estudado um determinado livro. Todo membro saberá de antemão quais parágrafos ou páginas serão abordados no encontro, e espera-se que ele não chegue à reunião sem uma preparação prévia. Ele não deve estar em uma atitude completamente passiva, como um passarinho em seu ninho à espera de que alguém vá alimentá-lo; ao contrário, todos os membros devem ter uma compreensão inteligente do assunto que vai ser analisado, e devem estar preparados para contribuir com sua parte de informação. Um bom plano é que cada membro do círculo faça-se responsável pelo exame de alguns dos nossos livros Teosóficos.

O assunto a ser debatido no encontro deve ter sido anunciado no encontro anterior, e cada membro deve responsabilizar-se pela procura, no livro ou nos livros de que se encarregou, de qualquer referência ao assunto em questão, de modo que quando chega ao encontro ele já possui todas as informações que aqueles livros particulares contêm a este respeito, e está preparado para contribuir quando for solicitado. Deste modo cada membro tem seu trabalho a fazer, e cada um é grandemente auxiliado na direção de uma compreensão clara e plena do assunto sob consideração quando todos os presentes fixam firmemente sua atenção sobre ele. A fim de entendermos isso completamente pensemos por um momento no efeito de um pensamento.

Todo pensamento que seja suficientemente definido para ser digno do nome produz dois resultados distintos. Primeiro, ele é por si mesmo uma vibração do corpo mental, que pode ocorrer em diferentes níveis dentro deste corpo. Assim como qualquer outra vibração, ele tende a reproduzir-se na matéria circundante. Assim como a corda de uma harpa posta a vibrar comunica a vibração ao ar em torno, produzindo um som audível, da mesma forma a vibração do pensamento produzida em matéria de determinada densidade dentro do corpo mental da pessoa comunica-se à matéria da mesma densidade no plano mental que a rodeia.

Segundo, cada pensamento rodeia a si mesmo da matéria viva do plano mental e torna-se um veículo que denominamos forma-pensamento. Se o pensamento é um simples exercício do intelecto (como quando estamos envolvidos na resolução de um problema matemático ou geométrico) a forma-pensamento permanece nos planos mentais; mas se ela for minimamente tingida de desejo ou emoção, ou se de qualquer maneira for ligada ao eu pessoal, imediatamente ela atrai para si também uma veste de matéria astral, e se manifesta no plano astral.

Um esforço intenso para compreensão do abstrato - uma tentativa de compreender o que significa a quarta dimensão ou o "arquétipo" de uma mesa, por exemplo - significa uma atividade nos níveis mentais mais altos; mas se o pensamento é mesclado de afeição altruísta, elevadas aspiração ou devoção, é mesmo possível que possa ser penetrado de uma vibração do plano búdico e ter seu poder multiplicado centenas de vezes. Devemos considerar estes dois resultados em separado e ver o que decorre de cada um.

A vibração pode ser imaginada como se irradiando no plano mental através da matéria que for capaz de responder a ela - isto é, através de matéria do mesmo grau de densidade que aquela onde ela foi gerada originalmente. Irradiando-se desta forma ela naturalmente entra em contato com os corpos mentais de muitas outras pessoas, e sua tendência é reproduzir-se nestes corpos. A distância a que ela é capaz de se irradiar depende em parte da natureza da vibração e em parte da oposição que encontra. As vibrações misturadas aos tipos mais baixos de matéria astral podem ser refletidas ou neutralizadas por uma multidão de outras vibrações no mesmo nível, assim como no meio do ruído de uma grande cidade um som suave será completamente abafado.

O pensamento autocentrado usual do homem comum inicia no mais baixo dos níveis mentais e imediatamente mergulha nos planos astrais correspondentemente baixos. Portanto seu poder em ambos os planos é muito limitado, pois por mais violento que seja, existe um mar tão vasto e turbulento de pensamentos similares em toda parte que as vibrações muito logo se perdem e dissipam na confusão.

Uma vibração gerada em um nível mais alto, contudo, tem um campo muito mais livre para sua atuação, porque no presente o número de pensamentos que produzem este tipo de vibração é muito reduzido - de fato o pensamento Teosófico está quase em uma classe especial no que diz respeito a este ponto de vista. Há pessoas realmente religiosas cujo pensamento é tão elevado quanto o nosso, mas nunca é igualmente preciso e definido; há vasto número de pessoas cujos pensamentos sobre negócios e ganho de dinheiro são tão exatos quanto poderia ser desejado, mas não são nem elevados nem altruístas. Até mesmo o pensamento científico pouco alcança a mesma classe que o verdadeiro pensamento Teosófico, de modo que se pode dizer que nossos estudantes possuem um campo só para eles no mundo mental.

O resultado disso é que quando uma pessoa pensa em assuntos Teosóficos ele está emitindo à toda sua volta uma vibração que é muito poderosa, pois praticamente não encontra oposição, como um som no meio de um vasto silêncio, ou como uma luz brilhando no meio da noite mais escura. Ela põe em movimento um nível de matéria mental que até agora mui raramente é usado, e as radiações que ela causa atingem o corpo mental do homem comum em um ponto que está praticamente adormecido.

É isso que dá a este pensamento seu valor especial, não só para o pensador mas como para os que estão à sua volta, pois sua tendência é despertar e levar à atividade uma parte todo nova do aparato pensante. Deve ser entendido que uma tal vibração não necessariamente veicula pensamentos Teosóficos aos que os ignoram, mas ao estimular esta porção mais alta do corpo mental indubitavelmente ela tende a elevar e liberalizar o pensamento da pessoa como um todo, ao longo de quaisquer linhas em que ele esteja acostumado a funcionar, e assim produz um benefício incalculável. Se o pensamento de uma única pessoa produz estes resultados, logo entenderemos que o pensamento de vinte ou trinta pessoas, dirigido para o mesmo assunto, resultará em uma força imensamente maior. O poder do pensamento unificado de um grupo de pessoas é de longe maior que a soma dos seus pensamentos em separado, seria muito mais fielmente indicado pelo produto de sua multiplicação. Assim se vê que mesmo só deste ponto de vista é muito bom que uma cidade ou comunidade tenha em seu meio uma Loja Teosófica com encontros regulares, uma vez que seus trabalhos - se forem conduzidos no espírito apropriado - não podem senão ter um efeito nitidamente elevador e enobrecedor sobre o pensamento da população em torno. Naturalmente haverá muitas pessoas cujas mentes ainda não podem de modo algum ser despertas nestes níveis elevados, mas mesmo para estas o constante impacto de ondas desse pensamento mais elevado trará para mais perto o tempo de seu despertar.

Tampouco devemos esquecer o resultado produzido pela formação de formas-pensamento definidas. Elas também irradiarão a partir do centro das atividades, mas podem afetar apenas as mentes que em algum grau já forem responsivas a idéias desta natureza. Hoje em dia já existem muitas destas mentes, e há membros que podem atestar o fato de que depois de terem discutido uma questão como a reencarnação não é incomum que sejam solicitados a dar informações sobre este mesmo assunto para pessoas que eles não supunham estar nele interessadas anteriormente. Deve ser observado que a forma-pensamento é capaz de veicular a natureza exata do pensamento para aqueles que estiverem de alguma forma preparados para recebê-la, ao passo que a vibração do pensamento, embora alcance um círculo maior, é muito menos definida em sua atuação. Podemos ver, assim, que sobre o plano mental é produzido um efeito impressionante, muito além das intenções de nossos membros no decurso usual de seus estudos - algo muito maior, em verdade, do que seus esforços conscientes no sentido de propaganda jamais produziriam. Mas isso não é tudo, pois a parte mais importante ainda está por vir. Toda Loja da Sociedade é um centro de interesse para os Grandes Mestres de Sabedoria, e quando ela trabalha lealmente Seus pensamentos e os de Seus discípulos freqüentemente se voltam para ela. Desta forma freqüentemente uma força muito maior do que a nossa brilha de nossos encontros, e uma influência de valor inestimável pode ser focalizada onde, até onde sabemos, não poderia ser colocada de outra maneira.

Este pode, de fato, parecer o limite que nosso trabalho pode alcançar, mas há outra coisa ainda maior. Todos os estudantes do oculto sabem que a luz e vida do Logos inundam todo o Seu sistema - que em todos os planos é derramada a manifestação específica e apropriada de Sua força. Naturalmente quanto mais elevado o plano menos velada é a Sua glória, porque quanto mais subimos mais nos aproximamos de sua fonte. Normalmente a força derramada em cada plano fica estritamente limitada a ele, mas ela pode descer e iluminar um plano mais abaixo se for preparado um canal especial para ela.

Um destes canais é fornecido sempre que um pensamento ou sentimento tenha um aspecto completamente impessoal. Uma emoção egoísta se move em uma curva fechada e assim traz sua resposta em seu próprio plano, uma emoção completamente altruísta é um jorro de energia que não retorna, mas em seu próprio movimento ascendente provê um canal para o derramamento de poder divino a partir do plano imediatamente acima. Esta é a realidade que jaz por trás da antiga idéia da resposta às preces. A pessoa que se ocupa seriamente do estudo das coisas superiores durante este tempo é elevada inteiramente acima de si mesma e gera uma poderosa forma-pensamento no plano mental. Esta é imediatamente empregada como um canal pela força que paira no plano imediatamente acima. Quando um grupo de pessoas se reúne em um pensamento desta natureza, o canal que elas criam é em sua capacidade desproporcionalmente maior do que a soma de seus canais separados; um encontro destes é portanto uma bênção inestimável para a comunidade onde ocorre, pois através dele (mesmo nos encontros mais comuns de estudo, quando se analisam assuntos como rondas e raças, pitris e cadeias planetárias), pode acontecer um derramamento para dentro do plano mental inferior de forças que normalmente são características do mental superior.

Se a atenção é dirigida para o lado mais elevado do ensinamento Teosófico e estudam-se questões de ética e do desenvolvimento da alma, como as que encontramos em A Luz no Caminho, A Voz do Silêncio e nossos outros livros devocionais, ela pode criar um canal de pensamento mais elevado através do qual a força do próprio plano búdico desce até o mental, e assim se irradia e influencia para o bem muitas almas que de modo algum estariam abertas para isso se a força permanecesse em seu próprio nível. Esta é a função real e maior de uma Loja da - prover um canal para a distribuição da vida divina, e assim temos uma outra ilustração para nos mostrar o quão maior é o invisível do que o visível. Para os fracos olhos físicos tudo o que se vê é um pequeno grupo de estudantes se encontrando semanalmente no anseio ardente de aprender e se qualificar para ser de utilidade para seus irmãos. Mas para os que podem ver mais do mundo, desta pequena raiz brota uma flor gloriosa, pois não menos que quatro poderosas correntes de influência se irradiam daquele centro aparentemente insignificante - a corrente da vibração do pensamento, o grupo de formas-pensamento, o magnetismo dos Mestres de Sabedoria, e a poderosa torrente de energia divina.

Eis também aqui um exemplo da importância prática de um conhecimento do lado invisível da vida. Pela falta deste conhecimento muitos membros se tornam relapsos no desempenho de seus deveres, descuidados na assiduidade aos encontros da Loja, e assim perdem o privilégio inestimável de se tornarem partes de um canal para a Vida Divina. De fato tenho ouvido falar de alguns membros que são irregulares em sua freqüência porque consideram as reuniões enfadonhas, e acham que não ganham muito com elas! Estas pessoas ainda não compreenderam o fato elementar de que eles se reúnem não para receber, mas para dar; não para ganhar e se divertir, mas para assumirem seu lugar em um trabalho grandioso para o bem da humanidade.

Existe um lado invisível em tudo, e viver a vida de um ocultista é estudar este lado interno mais elevado da natureza, e então adaptar-se a ele de modo inteligente. O ocultista olha para o todo de cada assunto que aborda, em vez de apenas para sua parte mais baixa e menos importante, e assim organiza suas ações de acordo com o que vê, em obediência ao que ditam o simples bom senso e a Lei de Amor que guia o universo. Aqueles, pois, que querem estudar e praticar ocultismo devem desenvolver em si mesmos três características inestimáveis - conhecimento, bom senso e amor.

A Teosofia não deve representar meramente uma coleção de verdades morais, um feixe de éticas metafísicas epitomizadas nas dissertações teóricas. A Teosofia deve ser prática, e portanto deve ser livre de discussões inúteis. Ela deve encontrar expressão objetiva em um vasto código da vida completamente impregnado com seu espírito - o espírito da tolerância mútua, caridade e amor.

Fonte: JBNews - Informativo nº 251 - 06.05.2011

O QUE É O ARCO REAL?

por E. Comp. Roy A. Wells, GDCA, Escreva E. Domatic Chapter of Instruction Nº 177
= A.Q.C. vol. LXXVIII, 1965. (Condensação)
Tradução ao português por E. Comp. Alberto Victor Castellet
Membro do Capitulo Atrium N∴ 04
Grande Escriba Esdra do Supremo Grande Capitulo dos Maçons da Ordem do Santo Arco Real de Jerusalém do Estado de São Paulo- Brasil

O Que é o Arco Real ? Por que o Arco Real ?

Este trabalho é dirigido ao Irmão para quem o Arco Real é desconhecido, ou para quem este Grau Supremo lhe foi apresentado como um grau supérfluo ou de escasso interesse.

Ainda que muito se tenha escrito sobre o Arco Real , para muitos Irmãos essas informações tem sido um tema relegado. Os Mestres Maçons estão continuamente chegando a um ponto em suas carreiras Maçônicas onde se perguntam: "Por que o Arco Real "? ou "Que é o Grau do Arco Real "?, ou ainda: "Que tem que a ver com o Maçonaria Simbólica?".

Seu desenvolvimento Maçônico é estimulado ou interrompido de acordo com as respostas que recebe.

Se o tema surge através de Irmãos que no sentido Maçônico estão esclarecidos a respeito, os que perguntaram naturalmente se beneficiarão da orientação e instrução. Porém, com freqüência essas perguntas poderiam estar sendo dirigidas àqueles que não estão bem preparados para responder adequadamente e suas limitações podem produzir uma influência adversa aos que poderiam ter achado no Arco Real uma inspiração maçônica completa ou talvez um caminho para ela.

Uma curta resposta para estas perguntas seria: O Grau do Arco Real é a consumação do Terceiro Grau, ou seja, uma resposta apenas parcial.

O Arco Real é na verdade a progressão natural da Franco - Maçonaria que prevê a obtenção dos "autênticos segredos", depois da adoção de certos segredos substitutivos, e como tal, realmente é uma parte integral da Maçonaria Simbólica.

A Maçonaria Simbólica está relacionada com as circunstâncias da construção do Templo do Rei Salomão, o primeiro lugar fixo de adoração para o Deus de Israel, e o lugar onde a Arca da Aliança foi depositada depois da peregrinação pelo deserto. Disseram naquela ocasião: "Ele construirá uma Casa em Meu nome e Eu estabelecerei o trono de seu Reino para sempre". Para o Maçom o significado deste enunciado é que ele mesmo deverá erguer um Templo, "perfeito em suas partes e digno para o construtor".

A História Bíblica nos ensina que depois da morte do Rei Salomão aconteceu uma rebelião, e as Doze Tribos foram divididas em dois Reinos. Dez das tribos constituíram Israel no Norte, enquanto que as outras duas formaram Judá no Sul. As dez tribos do Norte desapareceram quando foram levados em cativeiro por Sargon, Rei de Assíria. Judá, porém reteve sua identidade como Reino tributário, no princípio sob o domínio do Egito, e depois sob o jugo da Babilônia.

Como conseqüência de uma falta no pagamento dos tributos para a Babilônia, a cidade de Jerusalém e o Templo foram destruídos por Nabucodonosor, Rei da Babilônia. Então o Rei de Judá, Joachim, junto com pessoas proeminentes de seu Reino foram conduzidos em cativeiro para a Babilônia. Só as classes baixas permaneceram lavrando as terras. Judá como nação sobreviveu durante este período de cativeiro, e quando a Babilônia caiu ante os conquistadores Persas, os cativos foram motivados para voltar a sua pátria.

A Maçonaria do Arco Real trata do retorno a Jerusalém dos cativos sobreviventes e de seus descendentes. O tema principal está centrado na remoção dos escombros no lugar do Templo para preparar o terreno para as fundações do Segundo Templo. Nesta fase, nos é narrado como, em que circunstâncias especiais se recuperaram os "autênticos segredos".

Lemos nas escrituras do profeta Ageu que o Segundo Templo não era tão importante, mas o foi, segundo o comentário que diz: "A Glória deste Templo será maior que o anterior". Desta declaração se deduz que em lugar do esplendor material do Templo de Salomão, surgiria um desenvolvimento espiritual que inspiraria idéias mais elevadas do Deus de Israel.

Antigüidade do Arco Real

A primeira referência impressa da Maçonaria do Arco Real aparece em Dublin (Irlanda) em 1743, em um jornal que continha o seguinte relato... "o Real Arco levado em procissão por dois Excelentes Maçons ".

Não há nenhuma certeza si se estivesse referindo ao grau do Arco Real , mas em minha opinião provavelmente foi assim. Em 1744, foi publicado por Dassigny um artigo com o titulo "Um Estudo Sério e Imparcial na Causa da Decadência Atual da Franc - maçonaria, no Reino da Irlanda ". O mesmo continha referências ao grau do Arco Real , mas Dassigny não aceitou isto e pensou que era uma fraude. Porém, pouco tempo depois estava prosperando. Laurence Dermott, o segundo Grande Secretário dos Antigos, foi sempre um entusiasta do Arco Real a que descreveu como "a raiz, coração e medula da Maçonaria".

O mais antigo registro escrito do Arco Real data de 1741, mas de nenhuma maneira isto implica que se originou naquele ano; é impossível assinalar uma data, e dizer que foi naquele ano que o Arco Real nasceu. É, porém, óbvio que um grau semelhante ao nosso Arco Real se pressupõe derivado do ritual do Mestre Maçom, e uma hipótese aceitável é que os segredos essenciais do Arco Real corresponderam a Venerança e foram conferidos ao V.M., não em sua Instalação, mas sim quando concluído o ano de seu mandato, e que era um certo tipo de recompensa que se dava pelos serviços prestado a Ordem, por desempenhar os onerosos deveres de Venerável Mestre de uma Loja.

Aquilo que se perdeu

O Mestre Maçom que está ansioso para realizar um progresso permanente em seus conhecimentos maçônicos, ou ao maçom inquisitivo, se pergunta sem dúvida alguma por que uma lenda que ilustra uma perda omite incluir a seqüência complementada de uma recuperação; por que a perda dos "verdadeiros segredos" é resolvida aparentemente pela adoção de certos segredos substitutivos, e que a relação destes segredos substitutivos seriam como aqueles que se perderam.

O tema do nascimento, a vida, a maturidade, a morte e a ressurreição - ou esperança de sobrevivência em mausoléus imortais - está sem dúvida claro, mas certas frases no ritual da Ordem indicam que o tema não terminou dentro da Maçonaria Simbólica. É razoável assumir que o Mestre Maçom especulou com o fato de que a intenção na Cerimônia de Abertura é "procurar aquilo que foi perdido", porém, na Cerimônia de Encerramento desse grau há sempre uma referência que admite um fracasso nesta busca.

Então, o V.M. declara que os segredos substitutivos que lhe foram regularmente comunicados são sancionados e são confirmados com a sua aprovação "até que o tempo ou as circunstâncias restabeleçam os verdadeiros".

Talvez se tenha refletido sobre a resposta que foi dada a certos cúmplices quando eles exigiram a informação específica do Grande Mestre, que lhes falou: "sem o consentimento e a cooperação de mais dois mestres, não poderia nem haveria de divulgar os segredos que eles requeriam". "A paciência e o trabalho assíduo darão direito, em seu devido tempo, ao Maçom digno, de ser merecedor de conhecer esses segredos Quanto é o tempo devido?, e como se converte em um "Maçom digno" de respeito e de participar?

O intento de obter os verdadeiros segredos, sem o devido direito, ou como diríamos hoje, o intento de conseguir algo em troca de nada, é uma tragédia que pareceria suscitar várias situações antigas para o questionamento. Os antigos recopiladores do ritual decidiram possivelmente que aqui havia um ponto de fratura, que poderia prover um elemento de satisfação para alguns Maçons. De qualquer modo isso é exatamente o que aconteceu e por certo demonstrou ser de alta conveniência para muitos membros.

Enquanto o Mestre Maçom se detém a "pensar nestas coisas" - o verdadeiro Maçom Especulativo -, o Arco Real , ou para dar-lhe o título completo, a Ordem de Maçons do Arco Real , espera recompensá-lo até o limite de sua própria capacidade ou aptidão.

Devo ingressar?

O Candidato para a Iniciação na Maçonaria afirma entre outras coisas que, a confiança dele é depositada em Deus, que é induzido por um desejo genuíno de conhecimento e por um desejo sincero de converter-se em um ser mais útil no serviço de seus semelhantes.

Como Candidato para o Arco Real , deverá apresentar-se " com um desejo de aperfeiçoar-se na Maçonaria e dedicar esse aperfeiçoamento à Gloria de Deus e ao bem da humanidade".

Tal desejo de aperfeiçoamento só pode manifestar-se se durante o período de sua carreira na Ordem até esse momento, foi estimulado e foi alimentado em seu interesse na Maçonaria por seus proponentes, os Oficiais da Loja e os Preceptores da Loja de Instrução, todos aqueles cujo dever para com candidato é óbvio, sem esquecer jamais que em algum momento podem perdê-lo de vista.

Se a Loja de Instrução é só uma "Loja de Ensaios" sem à parte da Instrução, o Ritual da Franc - Maçonaria se converte no ponto primordial e domina sob todos os outros aspectos; se o calendário da Loja não contém outra coisa que sucessivas cerimônias, se transforma em pouco tempo, em nada mais que um veículo para conseguir habilidade no ritual e dicção perfeita.

Todos nós aceitamos que a Franco - Maçonaria é "um sistema de moralidade velada na alegoria e ilustrada por símbolos". Isto requer de algum esforço para entender isso não só o que é expressado nos rituais , mas o que nos conduz a fazer.

Se concordarmos que a Franco-Maçonaria nos provê as ferramentas, mas que a eleição das mesmas e o modo de usá-las reside totalmente em nós, sendo assim, a construção do "Templo dentro de nós mesmos” já começou.

A procura de "Aquilo que se perdeu"- a Palavra Perdida - realmente começou em um sentido Bíblico quando Adão caiu em desgraça e legou à humanidade esta procura perpétua.

Quando os construtores do Primeiro Templo em Jerusalém se desviaram do verdadeiro culto, o mito bíblico se tornou realidade. Porém, a Palavra permaneceu naquele mesmo lugar e quando é contada a maneira de seu redescobrimento e o reconhecimento ao privilégio para aqueles que o tornaram possível, o Arco Real mostra exatamente qual é para todos nós a verdadeira essência da Maçonaria.

Quando um se encontra nessa procura, o Companheirismo do Arco Real deve ser recebido com beneplácito.

Em outros tempos a entrada para um Capítulo do Arco Real era limitada àqueles que já tinham ocupado o cargo de Venerável de uma Loja. Na atualidade todo Mestre Maçom com uma antigüidade de mais de quatro semanas é elegível, mas os tronos dos Três Principais são restritos aqueles que já foram Instalados como Veneráveis Mestres de uma Loja. Porém, dentro do Capítulo existem outras posições ás quais o Mestre Maçom pode ter acesso depois de haver sido Exaltado no Arco Real .

O Maçom entusiasta achará no Santo Arco Real muito do que estava procurando no terceiro grau, e além da grande ensinança simbólica e da imponente cerimônia, achará que entre os membros do Capítulo se encontram os mais ativos Obreiros da Franc-Maçonaria.

A Maçonaria do Arco Real não é em absoluto excludente, competitiva, ou incompatível com nenhum dos Graus do Escocísmo, e a prova disto é que tantos Irmãos estão atuando simultaneamente em ambos os Corpos Maçônicos.

Fonte: JBNews - Informativo nº 251 - 06.05.2011

quinta-feira, 5 de maio de 2011

DE JESUS E FRANCISCO

O artigo do Eminente Grão-Mestre Barbosa Nunes, intitulado "De Jesus e Francisco" teve a publicação no jornal Diário da Manhã na edição especial do Domingo de Páscoa.
(enviado pelo Ir. Abel Tolentino de Oliveira Júnior, Goiânia)

No livro “A Maçonaria e o Cristianismo”, de Jorge Buarque Lira, Editora Aurora, está registrado que “é oportuno lembrarmos aqui o que disse Nosso Senhor no seu discurso sobre a videira e as varas, no capítulo 15 do evangelho de São João, em que o Divino Mestre afirma que a questão de darmos frutos não depende de estarmos plantados Nele, como as varas na videira: „Eu sou a videira, vós sois as varas. Aquele que permanece em mim, e no qual eu permaneço, dá muito fruto, pois sem mim nada podeis fazer.”

O fruto dos que praticam o bem será certo. Não há dúvida. Rui Barbosa, maçom, já dizia “enquanto Deus nos der um resto de alento, não há que desesperar da sorte do bem. A verdade não se impacienta, porque é eterna. Quando praticamos uma ação boa, não sabemos se é para hoje ou para quando. O caso é que os seus frutos podem ser tardios, mas são certos.”

Nesta semana, santa e muito santa para os católicos, tenho refletido sobre os ensinamentos do filho de Deus, ao qual nos curvamos com toda humildade, sempre buscando seu exemplo de vida, sua sabedoria, seu sofrimento e seu amor para com seus irmãos, que somos nós.

Do Mestre Divino, Jesus, registro e transcrevo alguns ensinamentos profundos, que nos possibilitam meditação e reflexão, sintetizados em frases:

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida.” “Ninguém vai ao Pai, se não por mim”. “Amarás a Deus e ao teu próximo, assim como amas a ti mesmo.” “Para isto eu nasci e vim ao mundo, para dar testemunho da verdade; todo o que está pela verdade, ouve a minha voz.” “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição e muitos são os que entram por ela.” “Eu estarei com vocês até o fim dos tempos.” “O amor é tudo.”

Sobre Jesus Cristo, Douglas Adams declarou: “Jesus foi um homem que foi pregado numa cruz por dizer quão bom o mundo seria se todo mundo se amasse.” Frei Betto, escreveu: “O evangelho não deixa dúvidas de que o Cristo veio, principalmente para os pobres e marginalizados. Jesus amava aqueles que os homens supunham rejeitados pelo próprio Deus. A pobreza foi a própria condição de vida de Jesus.” “A história inteira é incompleta sem Jesus”, (Ernest Renan).

A semana santa para os católicos é aberta com o domingo de ramos, quando Jesus é recebido em Jerusalém como um rei. Na segunda feira santa, Jesus começa sua caminhada rumo ao calvário, na terça feira é celebrada as 7 dores de virgem Maria. Na quarta feira o mundo já está em trevas, devido a proximidade da morte de Jesus. No quinto dia da semana santa, Jesus, em sua humildade grandiosa, lava os pés dos seus doze discípulos e come com eles a ceia derradeira. A sexta feira foi o dia do seu sofrimento maior, sua crucificação. Sábado é dia de oração, onde os cristãos choram pela morte de Jesus, e, finalmente, o domingo de páscoa, o dia em que Ele ressuscitou. 

Falo, agora, de Francisco, São Francisco de Assis, nascido Giovanne Francesco di Bernardone, em Assis, na Úmbria, 1181 ou 1182, filho de um comerciante rico em Assis, Itália. Foi um jovem rico e adepto dos prazeres da vida. O pai passou a chamá-lo Francesco, em homenagem ao seu sucesso comercial e entusiasmo por todas as coisas francesas. Foi prisioneiro, passando um ano em cativeiro, tendo participado em 1201 de uma expedição militar. Em 1205 uma visão estranha o fez voltar para Assis, aprofundando e o despertando para uma nova vida.

Seu pai, Pietro, tentou mudar sua mente com ameaças e seguidos espancamentos, quando então renunciou a seu pai e a seu patrimônio, deixando de lado até mesmo as roupas que havia recebido dele. Na sequência, começou a pregar o arrependimento, ganhando seguidores, vivendo vida simples no deserto leprosário de Rio Torto, perto de Assis.

Em 16 de abril de 1210, constituiu e fundou a Ordem Franciscana, que cresceu rapidamente com novas vocações. É afirmado que ninguém na história foi tão dedicado como Francisco para imitar a vida e realizar o trabalho de Cristo, na própria maneira de Cristo. Ele acreditava que a própria natureza era o espelho de Deus, chamando todas as criaturas seus “irmãos e irmãs” e pregou aos pássaros e, supostamente, convenceu um lobo a parar de atacar alguns moradores, que concordaram em alimentá-lo.

Muitas das histórias que cercam a sua vida dizem do seu amor pelos animais. Em seu leito de morte, agradeceu aos seus burros por transportá-lo e ajudá-lo em toda sua vida e seu burro chorou, registro de uma lenda.

A comemoração do seu dia é em 4 de outubro. Faleceu em 1226 e foi canonizado em 16 de julho de 1228, tendo sido reconhecido em 1979 pelo Papa João Paulo II, como padroeiro da Ecologia. Ficou conhecido como protetor dos animais.

Algumas frases de São Francisco de Assis: “Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível.” “Apenas um raio de sol é suficiente para afastar várias sombras.” “A cortesia é irmã da caridade, que apaga o ódio e fomenta o amor.” “Ninguém é suficiente perfeito que não possa aprender com o outro e, ninguém é totalmente destituído de valores que não possa ensinar algo ao seu irmão.”

Penso que São Francisco de Assis foi Jesus em seu tempo e concluo pedindo aos que lerem este artigo, uma reflexão silenciosa, ao lerem, novamente, um dos mais belos textos da literatura mundial, que é a oração de São Francisco de Assis.

“Senhor! Fazei de mim um instrumento da vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor. Onde houver ofensa, que eu leve o perdão. Onde houver discórdia, que eu leve a união. Onde houver dúvidas, que eu leve a fé. Onde houver erro, que eu leve a verdade. Onde houver desespero, que eu leve a esperança. Onde houver tristeza, que eu leve a alegria. Onde houver trevas, que eu leve a luz. Ó Mestre, fazei que eu procure mais: consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. Pois é dando que se recebe. É perdoando que se é perdoado. E é morrendo que se vive para a vida eterna.”

(Barbosa Nunes, advogado, professor, delegado de polícia aposentado, ex-radialista, é Grão-Mestre da Maçonaria Grande Oriente do Estado de Goiás –barbosanunes@terra.com.br)

Fonte: JBNews - Informativo nº 250 - 05.05.2011