Ir∴ Rizzardo da Camino – escritor maçônico
Antes de tecermos considerações sobre o esquadro cumpre esclarecermos a respeito da distinção entre os símbolos. De uma forma generalizada tudo deverá ser considerado como símbolo, eis que o próprio homem é um símbolo, mas nem sempre devemos generalizar. Para melhor compreensão passaremos a classificar os símbolos, sem nos preocuparmos com a maior ou menor importância deste ou daquele objeto.
Assim, tanto o Livro Sagrado quanto Esquadro e Compasso passarão a ser conhecidos como utensílios.
A supressão do Livro Sagrado, em certos ritos, equivale a suprimir um utensílio que evidentemente fará falta para a construção do edifício físico-espiritual que é o futuro maçom.
O Esquadro é um utensílio que para os egípcios era um quadrado geométrico, ou seja, a figura de quatro lados iguais a quatro ângulos retos.
Também não deixa de ser uma jóia móvel, símbolo de mando que é colocado no Venerável da Loja.
Encontramos sua origem e uso no culto do Osíris na sala do Juízo, onde são julgados os homens que, encontrados com a perfeição necessária, são admitidos a prosseguir.
Embora um só esquadro possui dois significados, sendo que o primeiro é para a construção reta e perpendicular a fim de que resulte forte e segura.
Nas mãos do Venerável servirá para julgar e decidir. Era o símbolo do Deus Rã, o deus-sol, filho de Osíris e de Isis, que o empunhava na forma de um malhete, de haste longa e testa em forma de flecha pela composição de dois esquadros. Deus descendente e Deus ascendente. Quase que um prelúdio da Cruz cristã.
A matemática que faz parte da filosofia, através de Pitágoras demonstrou que o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos.
Esquadro, do latim ex-cuadrare não deixa de ser, também, um instrumento de desenho usado na geometria. É um ângulo reto ou um triângulo. Sem dúvida trata-se do símbolo mais usado e conhecido na Maçonaria, podendo-se até sugerir como sinal de identificação. Por ser o quadrado perfeito, representa a terra e orienta a marcha do aprendiz do átrio até o Venerável na posição de ordem.
Esta posição apresenta quatro esquadros que em astronomia significam o corte dos diâmetros do círculo zodiacal, resultando as quatro partes conhecidas como as estações do ano. Todos os graus da Maçonaria contêm como símbolo primário o Esquadro, porque todos os graus conduzem ao aperfeiçoamento humano no caminho reto da justiça e comportamento. Por ser uma figura geométrica, é um utensílio de medida, sendo, portanto quem equilibra o comportamento humano.
Nos três graus simbólicos o aprendiz usa o Esquadro como signo de sua marcha; cada passo forma um Esquadro.
O companheiro...
O aprendiz que segue pelo seu caminho quer espiritual, quer material, o faz em linha reta, mas jamais deixará de verificar o que está ao seu lado. Seguindo a linha longa do Esquadro em frente, acompanhará a linha mais curta em direção oposta lateral; percorre, assim, o Universo, afastando-se cada vez mais do vértice para o infinito , abrangendo o que lhe está à direita.
À esquerda, terá o incognoscível, mas por tempo limitado, porque ao retornar de sua viagem percorrerá parte do caminho trilhado, já com a soma de uma experiência, abrangendo, porém a amplitude que em sua ida não pudera discernir. E no passar dos ciclos, em sua eternidade, o homem compreenderá o que significa romper horizontes.
Fonte: JBNews - Informativo nº 294 - 18.06.2011
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