A RESPEITÁVEL MAÇONARIA
A Maçonaria é
uma Associação de carácter universal. Por aqui, não a vemos, nem no bojo
nem na periferia de escândalos, de maracutaias ou de politicagens. Bom sinal.
Dá-se ao respeito.
Não somos maçons. Temos amigos, de reconhecido valor,
que o são. De longe, aprendemos a respeitá-la. Não sabemos, exatamente, as
razões desta deferência.
Seria função do mutismo grave e impenetrável da
Associação?
Talvez em razão da névoa de mistério que envolve as suas
atividades e as restrições para o ingresso naquela reservada e seletiva
Associação? Como se faz? Como se ingressa?
Sabemos, por ouvir falar, de seus regulamentos,
cerimoniais, hierarquias e trajes que denotam antes seriedade do que pompa,
antes compromissos e juramentos, do que acordos e acertos entre mal-intencionados.
Propositadamente, quase às escondidas, os maçons primam
pelo anonimato, entendamos: não por agirem à sorrelfa ou à margem da lei e das
convenções, mas por hábito, pela força de suas tradições.
De pronto, num contexto
em que a maioria das pessoas disputa a tapas seus quinze minutos de glória, até
pela autoria das maiores barbaridades, eles merecem, pelo seu comedimento nas
atitudes e pensamentos, no mínimo, a nossa atenção.
Olimpicamente, mas em surdina, cumprem eles suas
missões. Sem alarde, dedicam-se ao que fazem através dos séculos, pois seus membros cultivam a filantropia, a justiça social, o aclassismo, a humanidade, os princípios da liberdade, da democracia e da igualdade, o aperfeiçoamento intelectual e a fraternidade, é, assim, uma associação iniciática, filosófica, filantrópica e educativa.
Os maçons
estruturam-se e reúnem-se em células autónomas, designadas por oficinas,
ateliers ou (como são mais conhecidas e corretamente designadas) Lojas,
"todas iguais em direitos e honras, e independentes entre si",
abrigando empresários, profissionais liberais, militares,.. . cidadãos.
Contudo,
ultimamente, para o nosso gaúdio e renovada esperança, mesmo sabedores da
independência de suas células, temos recebido contundentes manifestos de
algumas Lojas, que literalmente, e com clareza, demonstram e externam um
repúdio e um desconforto com os rumos da nossa desgovernança. Tal foi a
mega-reunião ocorrida em Brasília, em 30 de março último, em que a Arte Real
homenageou as Forças Armadas e firmou com elas, uma indissolúvel aliança, em
prol do Brasil! Tal foi a cruzada em defesa da Amazônia brasileira, cobiçada
internacionalmente, desde sempre, que vem sendo desenvolvida por todos os
maçons, em âmbito nacional, já faz dois anos!
Nada mais natural, conforme reza o bom senso, que
prestemos atenção quando a Maçonaria se pronuncia. Podemos entender que,
condenando os rompantes e inverdades que fazem parte do dia-a-dia de alguns
líderes nacionais, ao pronunciar-se, prime sua palavras pelo siso e pela
irrestrita obediência à verdade.
Comprovamos,
pela veemência de seus Manifestos e Campanhas, como nós, seus membros acreditam
que estamos mergulhando às cegas no caos. Denunciam que ao cabresto de
aventureiros e inconsequentes rumamos para um regime social-sindicalista, e que não estamos construindo uma grande nação, e sim, somos
cobaias de um abjeto projeto de poder. Acreditam que a construção de uma
sociedade que mereça tal denominação, não pode ser edificada sob alicerces
forjados na manipulação e no engodo.
Ressaltando
uma unidade de pensamento e uma dignidade incomuns na plagas nativas, repelem
com vigor o caminho, que com esmolas e às tontas, segue a nação brasileira.
Não somos, e
certamente os maçons também não, a consciência nacional, entretanto, ficaremos
roucos de tanto denunciar e vaticinar que o despreocupado povo brasileiro não
ficará impune às suas inconsequentes escolhas.
Aos maçons,
convidamos, não para o banquete da vitória, mas para a árdua luta de despertar
uma sociedade alienada e amorfa. Uma missão quase impossível.
Que o nosso
desconforto, nosso alerta, pouco a pouco conscientize os cidadãos de bem, aos
indivíduos responsáveis e que eles despertem de seu marasmo, e não se limitem à
cômoda posição de meros espectadores do descalabro, das ignominias, das
corrupções e da falta total de pudor e de vergonha que assolam à Nação.
Conclamamos
para a adoção de uma posição proativa, não pela força, mas pela denúncia, pela
indignação, pela perseverança, pelo esclarecimento, pela pressão,
pelo alerta constante, esperando que o clamor de 16% seja tão ensurdecedor, que
mesmo o patife mais surdo, não possa deixar de ouvir.
Fujamos da
aquiescência e do comodismo que embotam as mentes, e tenhamos a convicção de
que o errado, o ilícito, a mentira e a trapaça não podem ser aceitos, mesmo que
praticados, apregoadas e admitidos como naturais pelas mais cretinas autoridades.
Não
interessam aos indivíduos de bem, a desvirtuação dos costumes, a deterioração
do caráter, práticas que tornaram-se a bandeira para o desmantelamento da
sociedade brasileira, e que são praticados acintosa e explicitamente pelo
desgoverno, que sem oponentes, dominará os corações e as mentes dos acomodados.
Nos
manifestos maçons temos encontrado idêntico desprezo às praticas anti-éticas
adotadas para a tomada total do poder e, por isso, saudamos com vigor e
admiração a coragem e a determinação das Lojas desta respeitável Associação.
Ao que
bradamos! Felizmente, não estamos sós.
Brasilia,DF,
23 de julho de 2009
Gen. Bda Refo Valmir Fonseca Azevedo Pereira
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