SEGUNDO VIGILANTE
O Segundo Vigilante é o terceiro oficial na hierarquia de uma loja maçônica, e é ele quem ajuda a que os trabalhos transcorram com naturalidade. Na Maçonaria o 2° Vigilante é um oficial eleito e sua função é a de anunciar em sua coluna as ordens do Venerável Mestre, conservar a ordem em sua coluna; ensinar aos companheiros maçons as doutrinas deste grau, substituir em sua falta ou impedimento ao 1° Vigilante e ao Venerável Mestre, sempre que respeitadas as condições exigidas ao 1° Vigilante e sempre que o 2° Vigilante seja um mestre instalado. O 2° Vigilante cumpre mais uma função que é a de cuidar dos irmãos durante a recreação e também a de evitar que se cometam excessos.
A simbologia e misticismo da Maçonaria foi uma evolução decorrente do sistema organizacional dos antigos pedreiros e dos elementos de trabalho que se encontravam nos canteiros de pedras das antigas construções da Idade Média no período que conhecemos como operativo. A palavra canteiro, que etimologicamente vem da raiz canto é o local onde os operários lapidavam, aparavam as arestas e tornavam cúbicas as pedras brutas. As ferramentas usadas no trabalho eram guardadas em lugar seguro e vigiadas por um zelador ou guarda que além desta função era ele o encarregado de pagar os salários logo de completada a jornada. Este, que na maçonaria latina (português, espanhol), é chamado de vigilante cuidava também das acomodações temporárias dos obreiros e conforme o tamanho do canteiro e a quantidade de obreiros trabalhando lá, precisariam os construtores de um segundo vigilante que ajudaria ao primeiro em suas funções.
Numa loja maçônica, o segundo vigilante, senta-se ao sul. Ele representa ao Sol ao meio dia, e por este motivo é sob sua responsabilidade que todos os obreiros da loja saem para a recreação. É ele quem cuida dos companheiros que têm a função de polir e dar o acabamento as pedras para que encaixem perfeitamente umas com outras. Por isto seu cargo representa a constante busca da beleza e da perfeição.
A jóia que usa o 2° Vigilante é um prumo ou perpendicular. Na Maçonaria operativa é a ferramenta para ajustar a vertical correta das obras e na especulativa significa a retidão e a profundidade das idéias e da ação, sem qualquer desvio. Esta jóia supõe que não se deve parar no aspecto interior das coisas, mas se deve desarraigar o sentido oculto dos símbolos e das alegorias. Este símbolo representa a pesquisa da verdade dos fatos não importando a quais profundezas ele se ocultam, assim como a elevação do espírito aos princípios da Maçonaria. Junto com o esquadro do venerável e o nível do primeiro vigilante, são as ferramentas necessárias para a correta e perfeita construção do Templo.
A coluna que representa este cargo é a Coríntia. Esta coluna é a mais elaborada das três ordens: a Dórica, a Jônica, e a Coríntia. Esta coluna tem um capitel formado por folhas de acanto estilizadas e viradas para fora e sua origem é do período clássico grego dos séculos V e IV a.e.c.
Na cosmografia, o 2° vigilante é representado pelo planeta Venus, este planeta tem 12.400 km de diâmetro, sua distância ao sol é de 108 milhões de km e o ciclo solar é de 225 dias. A deusa Vênus era filha de Júpiter e Dione, e era de extrema beleza. É a deusa do amor segundo a mitologia greco-romana, as plantas a ela dedicadas são as rosas e os mirtos, e os pássaros são as pombas e os cisnes, Vênus teria uma carruagem puxada por estas aves. Júpiter a deu como esposa a Vulcano, o deus deficiente físico, em agradecimento pelos raios que este forjou, sendo assim que á mais bela das deusas se tornou a esposa do mais desfavorecido dos deuses, embora conte a mitologia que esta deusa mantinha uma relação adúltera com o deus Marte.
Os critérios para a escolha de um vigilante é que este seja sensato, ponderado, imparcial para poder avaliar objetivamente sem deixar-se levar pelas emoções, amadurecido e espiritualizado. O vigilante deve ser uma pessoa preocupada com os irmãos de sua coluna aos quais ele tem o compromisso de ceder seus conhecimentos e seu caráter. Deve um vigilante ter aptidão para liderar e disposição para servir. Como estas duas coisas não são opostas, as caracterizaríamos como uma condição especial de servir. Os dois vigilantes, servindo cada um aos irmãos de sua coluna, levam a toda a loja ao engrandecimento espiritual. Cabe também aos vigilantes a tarefa de educar, deve ele usar a liderança como uma forma de educar, respeitando os limites de cada irmão. É função de eles despertarem o homem maçom que tem cada um dos irmãos. De nada serve reclamar do comportamento dos irmãos, pois a maneira que eles se comportam também depende da liderança praticada pelo vigilante. Os irmãos não precisam fazer tudo de uma vez, o importante é que se lhes transmita a vontade de querer crescer.
Conta-se que um grupo de senhoras estudava a Bíblia. Quando chegaram a Malaquias (3:3) se depararam com o seguinte versículo: "E assentar-se-á como fundidor e purificador de prata". Elas ficaram pensando que talvez este versículo tivesse algo a ver com a natureza e o caráter das pessoas. Uma delas ofereceu-se para visitar um joalheiro e ver como se processa o refino da prata para poder comentar no próximo encontro de estudos. Essa semana. A senhora marcou uma visita a um joalheiro conhecido dela para ver como se trabalha a prata, sem mencionar o motivo disse unicamente estar curiosa em conhecer o processo. No dia combinado, lá estava a senhora na oficina do joalheiro e este mantendo uma lâmina de prata encima da chama, lhe explicou que a chama tem que ficar bem no centro da lâmina que é onde se irradia melhor o calor, para limpá-la das impurezas. A senhora pensou no versículo e associou que as vezes as pessoas nos colocam em situações "quentes", então ela perguntou se ele devia manter os olhos fixos na lâmina o tempo todo, e ele respondeu que sim, que se passar do ponto se esquenta demais e se perde a prata. A senhora lhe perguntou como ele fazia para saber quando era a hora certa de retirar a lâmina do fogo e ele lhe respondeu: "Ah, é fácil, quando vejo minha imagem refletida na lâmina é porque está pronta."
Assim o vigilante deve trabalhar com os obreiros de sua coluna, até que sua imagem se veja refletida em eles.
Os pitagóricos fizeram avançar muito a matemática, e relacionavam os números aos elementos fogo, terra, água, ar, bem como identificavam a propriedade numérica com a justiça, alma e intelecto, e assim por diante, afirmando que as coisas estariam em relações semelhantes. Relacionavam também os números às notas musicais, à harmonia.
"Respeito ao numero dois, os pitagóricos diziam que para que algo seja conscientizado é necessária uma segunda condição, ou seja, uma fase dois. Vamos chamar dois aquela condição que surge para complementar a manifestação da fase um. Nos exemplos dados a fase dois é o solo ou o segundo fio com diferença de potencial, no exemplo da ave; é a modificação de coloração do liquido ou da lâmina; é o desnível no do lago, etc. O pássaro só será eletrocutado com o surgimento de uma segunda - dois - condição, se tocar um outro fio; o lago só terá potencial hidrelétrico se estiver num nível elevado e o animal mimetizado só será visto se surgir um contraste entre ele e o ambiente.
Agora vale notar que a fase dois complementa a fase um, mas não é de natureza diferente. A fase dois sempre é de idêntica natureza da fase um. Só se tem idéia daquilo que se chama "grande" porque existe o seu oposto, o "pequeno"; o escuro só é percebido porque existe o seu oposto, o claro; o bom, porque existe o ruim; o bonito, porque existe o feio; o rico porque existe o pobre, e assim por diante.
Como se pode perceber, o dois é o contraste do um. Sem o dois o um pode existir, mas não pode ser conscientizado, não pode se manifestar objetivamente por falta de um contraste. O um existe sem se manifestar, sem que se tenha consciência da sua existência até que surge a fase dois que é o seu oposto. O dois por si só também não se manifesta, pois é equivalente ao um. É necessário salientar que a fase dois é oposta à fase um, mas ambos nunca são de naturezas diferentes. São idênticas em natureza, mas situados em extremos opostos. O UM e o DOIS constituem apenas pólos opostos de uma mesma coisa.
Pensemos profundamente no seguinte: quantas coisas devem existir no Universo, mesmo em torno de nós, das quais não temos a menor consciência, exatamente por estarem na fase um em relação a nós!
Nos dois fios elétricos citados não existem coisas diferentes em cada um deles e sim uma mesma coisa, que é o fluxo de elétron. O que acontece é que num dos fios o fluxo é mais intenso em um que em outro. Disto decorre que quando se toca ao mesmo tempo nos dois fios há uma corrente de elétrons oriundo do fio de maior fluxo para o de menor fluxo, mas em ambos a coisa é a mesma, tão somente fluxo de elétron. O lago, tanto no planalto quanto na planície, é uma mesma coisa, água e terra. Toda diferença reside no desnível que faz a água fluir do ponto mais elevado para o menos elevado. O grande e o pequeno são uma mesma coisa, pois aquilo que sobra em um corresponde exatamente aquilo que falta no outro.
Se todos os vales da terra fossem preenchidos, se pusesse terra neles, as montanhas desapareceriam também. Na montanha sobre terra, no vale falta terra.
Alguém é mau, por não possuir bondade; é pobre por não possuir riquezas; é baixo por não ter altura; é feio por não possuir beleza, etc. Adicione-se altura ao baixo, ele se tornará alto; bondade ao mau, ele se tornará bom; riqueza ao pobre, ele se tornará rico. Tire tamanho de uma coisa alta e ele se tornará baixa. Assim os opostos, o um e o dois são idênticos em natureza.
Vemos também que o um e o dois se completam e se comportam como pólos opostos de uma mesma coisa e disto à aplicação da Lei da Polaridade presente em todo o Universo Creado.
Para que a temperatura seja notada é preciso que existam pelo menos duas graduações de calor. Para que o dia seja notado é necessária uma situação oposta ao dia - fase um - que é a noite fase dois e então a pessoa se dá conta daquilo e assim surge a necessidade de uma denominação para as duas situações opostas. Mas, dia e noite, em essência, é uma mesma coisa. Noite é a ausência do dia e vice-versa. Isto é sempre válido, para que algo exista no atendimento da nossa consciência objetiva há necessariamente a obrigatoriedade de um contraste entre duas ou mais situações. Há necessidade de duas condições que se oponham para que algo tenha existência real para a nossa consciência objetiva. A mente objetiva é analógica, isto é só percebe por analogia, por comparação entre dois valores. A pessoa só se dá conta da existência da luz porque existe a treva como seu oposto, e vice-versa. Treva e luz é uma mesma coisa porem em polaridades opostas.
Qualquer coisa sem o seu oposto é como se não tivesse existência para nós. Assim são todas as coisas existentes no Universo." Extraído de José Laércio de Egito, O Simbolismo dos Números.
Ariel Rosenberg Tirschtigel
2° Vigilante - A.R.L.S. de Pesquisas Gênesis
07 de agosto 6010
Meus parabéns meu Ir:. pelo belo texto e por sua explanação, abordando o tópico por diferente aspectos. Enriquecedor.
ResponderExcluirTFA
Que excelente explanação!!! Parabéns e obrigado por dispor de um conteúdo enriquecedor..
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