Em 01.10.2021 o Respeitável Irmão Roberto Aparecido dos Santos, Loja Consciência, Justiça e Perfeição, 2731, REAA, GOB-SP, Oriente de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, pede esclarecimentos para o que segue:
INGRESSO NO TEMPLO – DÚVIDAS
Peço ao irmão esclarecimentos sobre dúvidas que surgiram em nossa sessão.
Estamos organizando a entrada do templo da seguinte forma:
Todos os irmãos ficam na sala dos passos perdidos onde, pedimos silêncio e nos organizemos para a entrada ao Átrio (sempre enfatizando o silêncio) e posteriormente ao Templo.
Neste momento o Cobridor Interno e o Mestre de Harmonia também estão na sala dos passos perdidos.
Ao convidar os Irmãos a adentrarem ao Átrio o Cobridor Interno e o Mestre de Harmonia adentram ao Templo diretamente (Preparando o início da música e abertura da porta) e os demais aguardam no Átrio sempre em silêncio a entrada do cortejo.
O costume antes era o Cobridor Interno e o Mestre de Harmonia já aguardar dentro do templo, sem esperar na Sala dos Passos Perdidos a entrada ao Átrio.
Pergunto:
Qual dos dois procedimentos está correto?
No aguardo, antecipadamente agradeço.
Muito obrigado
CONSIDERAÇÕES:
Qualquer uma das duas situações relatadas na questão acima é aceitável.
Assim, o Cobridor Interno e o Mestre de Harmonia podem ingressar antes mesmo da formação do préstito no átrio, isto é, indo direto da sala dos passos perdidos para dentro do templo, ou podem ingressar quando o préstito estiver sendo organizado no átrio pelo Mestre de Cerimônias.
De tudo, o importante é que antes do ingresso do préstito conforme previsto no SOR, os dois oficiais mencionados já estejam no interior do templo para cumprir cada qual o seu dever de ofício - abrir a porta e fazer soar música apropriada.
Vale comentar que na sala dos passos perdidos não há formalidades ritualísticas. Não se exige silêncio absoluto, pois dentre outros, como sala de espera, é o lugar onde os Irmãos aguardam informalmente o momento de se dirigirem ao átrio para formar o préstito de entrada.
Obviamente que as conversas, cumprimentos, paramentação, avisos, etc., naturais na chegada dos Irmãos da rua para os trabalhos maçônicos devem ser recatados e sem piadas e algazarras, evitando enquanto esperam, discussões de assuntos profanos assim como exageros na intensidade das falas.
A prática mais comum nessa ocasião é a de que no momento apropriado o Mestre de Cerimônias convoque todos, já paramentados e vestidos conforme a legislação para que indistintamente se dirijam da sala de espera até o átrio, lembrando que a composição da Loja (distribuição das joias) e a formação do préstito conforme o ritual ocorrem no átrio e não na sala dos passos perdidos. Da sala dos passos perdidos para o átrio não existe nenhum cortejo ordenado ou uma regra ritualística.
Exigir condutas ritualísticas, tais como em silêncio formar dispositivos sequenciais para deslocamentos da sala de espera até o átrio é algo desnecessário e carregado de preciosismo. Não vamos confundir disciplina e educação com liturgia e ritualística.
Nesse contexto, cabe relatar que a denominação “passos perdidos” dados à sala de espera do templo, não possui nenhum caráter iniciático, misterioso ou esotérico. Essa denominação é originária do parlamento britânico, onde nele existe uma sala de espera para audiências com o primeiro ministro. As pessoas que ali aguardam pela dita audiência, geralmente, para passar o tempo ficam a caminhar de um lado para o outro. Figuradamente, esses passos dados a esmo (ao acaso; sem rumo) acabariam conhecidos como “passos perdidos”. Nada a estranhar essa relação com a Moderna Maçonaria, já que esta nascera com a fundação da Primeira Grande Loja em Londres no ano de 1717, e logo acabaria recebendo no seu seio vários elementos ligados à realeza e ao parlamento britânico.
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br
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