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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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terça-feira, 24 de outubro de 2017

AS COLUNAS DO TEMPLO DE SALOMÃO

AS COLUNAS DO TEMPLO DE SALOMÃO
Armando Filippi Cravo | 

Os templos na antigüidade, eram por assim dizer edifícios cronométricos, sendo as Colunas as partes mais importantes de tais edifícios.

Entretanto as Colunas mais notáveis, principalmente para nós maçons, são aquelas que o Rei Salomão mandou construir na entrada do Templo de Jerusalém.

O trabalho foi executado por Hiram Afif, filho de uma viúva da Tribo Neftali, e que a Bíblia chama Hiram, o artífice de Tiro.

O antigo Testamento, em I reis, VII, 15 a 22, trata dessas duas colunas. Para facilidade de entendimento, transcrevemos a seguir o texto desses versículos, tomando como base o texto da “ A Bíblia – Tradução Ecumênica, Ed Loiola, Paris –França 1989.
15 - Modelou duas colunas de bronze; altura da primeira e era de 18 côvados, e era preciso um fio de doze côvados para cercar a Segunda.

16 - Fez também, em bronze fundido, dois capitéis que deviam encimar o alto dessas colunas. A altura do primeiro era de cinco côvados; a do segundo também cinco côvados.
17 - Ele fez entrelaçados, um trabalho de entrelaçados, festões em forma de guirlandas, para os capitéis que se achavam no alto das colunas sete para o primeiro capitel, sete para o segundo.
18 - Fez romãs: duas fileiras cercavam um entrelaçado e deviam cobrir os capitéis que estavam no alto das colunas. Fez o mesmo com o outro capitel.
19 - Os capitéis que encimavam as colunas do pórtico tinham a forma de lótus e mediam quatro côvados.
20 - Mas nos capitéis que estavam sobre as duas colunas, igualmente no alto, ao longo do engrossamento havia para lá dos entrelaçados, foram fixados em fileiras circulares as duzentas romãs, havia-as no segundo capitel.
21 - Ergueu essas colunas perto do vestíbulo do Templo; ergueu a coluna direita e chamou-a JAQUIN; ergueu a esquerda e chamou BÔAZ.
22 - O alto das colunas tinha a forma de lótus. A obra das colunas foi levada a bom termo.
Houve, porém, comentadores Maçons que afirmaram em seus escritos ser impossível a realização de colunas, de acordo com suas medidas fornecidas pela Bíblia. Jules Boucher sustenta ao contrário, que tais dimensões adaptam-se perfeitamente a colunas isoladas, nada tendo de extraordinário. Elas podem ser perfeitamente realizadas, sendo apenas a sua estabilidade maior que a usual.

E citando Guillemain de Sait-Victor, o autor de La “Symbolique Maçonnique” (Jules Boucher) acrescenta :
“ ... esta imensa circunferência, contraria as regras estabelecidas pelos homens, é um emblema que denuncia a sabedoria e o poder do Ser supremo e estão por isso acima das dimensões e do julgamento das culturas
Nota : na época eram tomadas como unidades de comprimento:

O estádio – com cerca de 185 metros

A braça – cerca de 1,85 m

O côvado – cerca de 45 cm

O significado das palavras JAKIN e BOAZ

A palavra JACHIN, escreve-se em hebraico com as letras:

IOD ( = I ) CAPH ( = Ch duro) IOD ( = I), NUN ( = N).

Em português, ela é pronunciada JAQUIM, em hebraico a pronúncia é YAHHIN. Esta palavra significa “ estabelecerá”, segundo uns; “tornará estável”, segundo outros.

Segundo Mackey, em sua obra “ Encyclopaédia “, ele explica o seguinte:
“É o nome da coluna da direita, frente ao Oriente ( isto é, no Sul) que esteve no pórtico do Templo de Salomão. É derivado das duas palavras hebraicas YAH “Deus" e “YACHIN” “estabelecerá” e é muito amiúde chamado “o pilar do estabelecimento".
A palavra BOAZ é escrita em hebraico com as letras:

BETH ( = B); AIN ( = letra que é pronunciada foneticamente como o hi grego) e ZAIN ( = Z ) Ela é pronunciada na língua hebraica como “BO´HAZ e seu significado pode ser entendido como “na força” ou “nele a força”.

Segundo explicações dadas pelo cônego Champon, que é citado por Jules Boucher as duas palavras juntas tem o significado de:

“Deus estabelece na força, solidamente, o templo e a religião dos quais Ele é o centro".

Sobre a palavra Boaz, Mackey nos dá a seguinte explicação:
“O nome da coluna do lado esquerdo (ou Norte) que esteve no pórtico do Templo do Rei Salomão. Ele é derivado do hebraico “Beth” (em) e “OAZ (força) e significa “na força".
Embora ela seja pronunciada, realmente, em hebraico pronunciada BOAZ esta palavra escreve-se muitas vezes BOOZ.

Sobre essa anomalia, Octaviano de Menezes Bastos – escreve:
“no hebraico as vogais tem uma só grafia, tanto pode ser BOAZ como BOOZ, por essa razão alguns tradutores tenham optado pela grafia BOOZ.
Sobre o significado filosófico das colunas, vamos encontrar no Livro “Os trinta e três temas do Aprendiz Maçom” de Adolfo Terrones Benitez a seguinte explicação:
“O significado filosófico da Coluna B se refere a que ela representa a Força, o Repouso, a Fêmea, o Negativo, o Conservador, o Receptor, a Mãe, a Matéria, o Concreto, o Princípio, a Virtude, etc. Por conseguinte simboliza ao conjunto de Forças e Princípios que a Natureza necessita para o seu desenvolvimento à vida eterna. Também se refere aos poderes de Firmeza e Coesão que sustentam o mundo no espaço ou seja a Gravitação Universal”.
Quanto a Coluna J :
“Esta Grande coluna está destinada aos Companheiros e representa a Ciência, a Inteligência, a Luz, o Abstrato, a Concórdia, o Espírito, o Homem, o Sol, o Fogo, o Calor, o Ativo, o Mistério, o Universo, o Macho e em geral todos os fatores machos da própria natureza".
A Beleza, o Esplendor e o Brilho da Luz que iluminam a Coluna do Companheiro, representam os raios refulgentes do Sol do Meio-dia, que vivificam, fortalecem e revigoram a todos os seres criados pela natureza. Simbolizam também as emanações que iluminam o cérebro humano para desenvolver a sua inteligência dentro dos mais puros ensinamentos das Ciências e das Virtudes, a fim de que ela possa penetrar até os mais longínquos mistérios do infinito e dos fenômenos Evolutivos da própria Natureza. Por último, representa a Luz que dissipa as trevas da ignorância para que ele possa percorrer, sem preocupações e obstáculos, a senda da vida.

A letra “J” , que se vê no centro da Coluna do Sul, como sabemos, é a inicial da palavra sagrada do Companheiro; JACHIM, que se traduz por ESTABILIDADE, FIRMEZA E ETERNIDADE ...”

As origens do símbolo das Colunas “B” e “J”

Para que seja bem compreendido o simbolismo, necessário se torna buscar em outras fontes as origens das colunas “B” e “J”.

O entendimento de um símbolo tão complexo o como o das colunas “B” e “J” seria muito simplista buscarmos apenas o significado bíblico, pois apenas essa atitude, certamente nos levaria a conclusões errôneas.

A simbólica maçônica teve sua formação, por um lado com tudo que os Maçons Operativos, construtores de catedrais e outros monumentos medievais, legaram aos Maçons Especulativos. O outro lado está por conta dos Cabalista, Alquimistas, Hermetistas, Rosacrucianos, que introduziram novos conceitos relacionados com suas descobertas e observações e ainda os Maçons Aceitos que transferiram para a maçonaria especulativa novas interpretações filosóficas. Principalmente os ocultistas foram de cabal importância nesse processo, pois transferiram para os rituais primitivos parte do seu cerimonial e de seus símbolos.

As Espadas, as Velas, a Câmara de Reflexão, o Painel da Loja, são os vestígios mais evidentes trazidos da Kabalah primitiva. As Colunas “B” e “J” também fazem parte deste acervo místico.

O Cabalistas, estabeleciam uma ligação entre as duas Colunas e o nome de DEUS.

As duas Colunas formavam a base de um triângulo cujo vértice era o Altar (Altar dos juramentos) colocado no Centro do Templo Sagrado (Sanctum Santorum), como é o coração o centro da vida do homem.

Os Alquimistas legaram à Maçonaria Primitiva a sua interpretação para as duas Colunas. Para eles as Colunas “B” e “J”, representavam os princípios “FEMEA” e “MACHO” respectivamente. O sol e a Lua tinham o mesmo sentido, mas representavam também o OURO e a PRATA.

Em todos os momentos, os ocultistas representavam nas Colunas “B” e “J” os princípios femininos e masculino s tidos como a base da criação.

Oswald Wirt, um dos mais conhecedores dos símbolos maçônicos escreveu:
“Nunca houve contestações sobre o sexo simbólico destas duas colunas, a primeira sendo suficientemente caracterizada como masculina pelo IOD (Iachin) inicial que a designa habitualmente; este caractere hebraico corresponde à masculinidade por excelência. O BETH, a Segunda letra do alfabeto hebraico, é considerada essencialmente feminina, visto que seu nome tem o significado de casa, habitação que nos faz Ter a idéia de receptáculo, caverna, de útero, etc. A coluna “J” é portanto masculina-ativa e a Coluna “B” feminina-passiva.O simbolismo das cores exige em conseqüência que a Primeira seja decorada de Vermelho e a Segunda de Branco ou Preto.”
Outros grandes e eruditos maçons fizeram pronunciamentos muito interessantes sobre o assunto; Mackey, por exemplo escreve:
“Na verdade a Coluna circular e monolítica, quando solitária, representava para as mentes dos antigos o falo, símbolo da fecundidade da natureza e da energia criadora e geradora da Divindade, e é nas colunas fálicas que devemos procurar a verdadeira origem do culto das colunas, que foi realmente o culto predominante entre os antigos”.
Os povos primitivos, por suas características mais se aproximavam da natureza que os modernos; não tinham muita preocupação com a ética e pudor, consideravam o falo como um símbolo religioso que representava a fecundidade da Natureza, adorando-o sem preconceitos.

Este culto foi universal e podemos constatá-lo não somente na Europa e na Ásia, mas ainda no Antigo México e até no próprio Taiti. Na Grécia e em Roma, o falo era levado em procissões e por toda parte considerado símbolo protetor, sendo mesmo representado nas fachadas das casas, nas igrejas ou trazido como amuleto. Em nossos dias, a FIGA é uma reminiscência dessas superstições que se perderam na noite dos tempos.

Outro dos conceituados ocultistas Elifas Levi, escreve um parágrafo que nos explica com clareza este símbolo antigo.
“Adão é o tetragrama humano, que se resume no IOD misterioso, imagem do falo cabalístico. Ajuntai a esse IOD o nome ternário de EVA e formareis o nome JEHOVAH, o tetragrama divino, que é a palavra cabalística e mágica por excelência:
IOD ( ) HE ( ) VAV( ) HE( )

que, nos dias sagrados, o sumo sacerdote pronunciava no Templo. E que pelo desuso perdeu-se no tempo e hoje, sua pronúncia é desconhecida.

Ainda podemos encontrar nas palavras de Jules Boucher, no Livro “A Simbólica Maçônica” o significado oculto das palavras IAKIN e BOAZ.

Lá ele escreve :
“Parece-nos útil dar aqui uma opinião etimológica que diz respeito das palavras IaKIN e BoaZ, opinião proveniente de uma tradição semítica muito segura. Lendo-se os dois nomes IaKIN e BoaZ e invertendo-os (regra habitual, essencialmente tradicional e nitidamente obrigatória para a conservação do segredo de todo rito especificamente mágico) obter-se-a os nomes NiKal e ZoaB que são (se forem consideradas tão somente as consoantes, letras masculinas, únicos importantes e constituintes) os dois vocábulos indicando o primeiro a cópula, o coito (NKj, e o ato sexual gerador e criador dos Mundos e o segundo (ZB) o órgão fecundante, o falo. Assim o simbolismo sexual das romãs toma o seu sentido e toso o seu valor. Um dos desenhos mais particularmente simbólicos do mestre Oswald Wirt, servindo de frontispício à Maçonaria Oculta de Ragon, edição de 1926, indica nitidamente esse simbolismo “para aqueles que sabem ver e compreender”, inscrevendo a palavra BOHAZ invertida sobre a coluna à direita do desenho”.

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