CORES DO REAA

CORES DO REAA

(republicação)

Em 05/12/2015 o Respeitável Irmão Paulo Assis Valduga, Loja Luz Invisível, REAA, GOERGS (COMAB), Oriente São Borja, Estado do Rio Grande do Sul, solicita apreciação sobre o seguinte: paulovalduga@gmail.com

Excelente aula sobre as cores do Rito EAA publicada em JB News N° 1.891, em 04 de dezembro. Todavia, humilde e fraternalmente, venho colocar a vossa apreciação (e o vosso devido esclarecimento) sobre um fato que li (não me lembro de onde) que a cor da "casa Stuarts" era o amarelo e não o vermelho! Certamente trata-se de um despautério porque vem contra o que dizem os dois grandes Mestres da Maçonaria Brasileira, o saudoso José Castellani e Pedro Juk, vivo e são de lombo.

CONSIDERAÇÕES:

Pois é Mano, existem autores, e autores.

Os “sãos de lombo” (como bem diz o Irmão) que são aqueles hígidos de inteligência e que embora pela lei da vida alguns até já tenham partido deixando para nós a credibilidade das suas obras, enquanto que existem os outros (sem nenhuma confiabilidade) que nos deixaram - e infelizmente ainda nos deixam - um amontoado de bobagens escritas apoiadas em ilações, invencionices e outros achismos sem nenhum critério literário. A questão é separar o joio do trigo.

No caso da “Casa dos Stuarts” não está em pauta à discussão da cor distintiva de um brasão familiar (sua heráldica) ou coisas desse gênero, todavia discute-se o mote apropriado relacionado à influência stuartista religiosa jacobita (católica) de gradação encarnada, ou vermelha que está diretamente associada ao catolicismo e a cor distintiva dos cardeais (substantivo masculino) como os membros do prelado do Sacro Colégio Pontifício da Igreja Católica Apostólica Romana.

Em síntese é esse alcance do matiz encarnado que viria embasar originariamente a cor predominante do Rito Escocês Antigo e Aceito, levando-se em conta as origens maçônicas do escocesismo desde 1.649 e a revolução puritana comandada por Cromwell na Inglaterra com a consequente deposição do reinado stuartista (católico) e o exílio jacobita em solo francês (Saint Germain en Laye).

A reorganização e trama dos partidários stuartistas para a retomada do trono é parte da documentação básica do escocesismo (como rito maçônico), cujos acontecimentos históricos seriam hauridos das escaramuças entre católicos e protestantes, dando o rótulo jacobita aos Stuarts e, por consequência, a identificação do Rito com a cor do cardeal (vermelha).

Há ainda outro fato merecedor de credibilidade. O do aparecimento em solo francês, a partir do primeiro quartel do Século XIX, das hoje já extintas Lojas Capitulares que se destacariam pela cor distintiva encarnada do Capitulo (influência religiosa) na identificação do REAA, inclusive do seu simbolismo (ver história do Segundo Supremo Conselho, Grande Loja e Grande Oriente da França – Paris).

Mesmo com o mencionado desaparecimento das Lojas Capitulares, a identificação encarnada para o Rito seria ainda assim consolidada e oficializada no mesmo Século XIX (ver Conselho de Lausanne – Suíça em 1.875).

É nesse contexto que se deve garimpar a relação do matiz encarnada como cor oficial que identifica o Rito Escocês Antigo e Aceito, e não especificamente a cor de um brasão familiar. Há então que se perscrutarem os acontecimentos históricos pertinentes ao longo dos séculos XVII, XVIII XIX.

A questão não é a cor da Casa dos Stuarts (isso se ela era realmente amarela – não sei), mas a relação do termo stuartista com a identificação dos reis católicos à época na Inglaterra, bem como essa influência jacobita na origem do escocesismo como rito maçônico.

T.F.A.

PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com

Fonte: JB News – Informativo nr. 2.127 – Florianópolis (SC) – sexta-feira, 29 de julho de 2016