DESAVENÇAS RITUALÍSTICAS
(republicação)
Em 18/01/2016 o Respeitável Irmão Paulo Fernandes, Orador da Loja Sebastião Vasconcelos dos Santos, 3.579, GOB, REAA, Oriente de Mossoró, Estado do Rio Grande do Norte, pede os esclarecimentos seguintes:
paulo@fernandesassociados.net.br
DEAVENÇAS RITUALÍSTICAS E DESLOCAMENTO NO ORIENTE
1. Sabemos que existe o Conselho de Família para dirimir eventuais conflitos entre Irmãos, mas há uma prática, neste Oriente, de o Venerável chamar ao fim de sessão os Irmãos conflituosos para uma reunião chamada de “Tronco ou Trono?”, sem avisar com antecedência a parte “acusada”. Nesse “Trono ou Tronco” o Venerável chama outros Irmãos para dirimir o problema. Essa prática é regular?
2. No REAA é lícito deambular no Oriente da Loja com o Sinal Penal composto? Pois há Mestre Instalado que se arvora dessa condição para dizer que está certo.
3. Embora saibamos que Mestre Instalado é distinção Maçônica e não Grau há uma concepção generalizada, neste Oriente, de que Mestre Instalado é superior ao Mestre Maçom. Qual a concepção do Douto Irmão sobre essa situação?
CONSIDERAÇÕES:
1 – Completamente irregular. Se existe uma questão para ser resolvida em Loja, ela impreterivelmente deve seguir os trâmites legais, cujos acontecimentos são acompanhados de perto pelo Orador que é o fiscal da Lei.
Não vou nem comentar essa invenção de “Tronco ou Trono”, simplesmente porque ela não existe. O Orador deve coibir esse tipo de ação, seja ela vinda de quem for.
2 – No REAA, salvo a Marcha do Grau, ninguém, mas, absolutamente ninguém, anda como o Sinal composto. Isso pode ser perfeitamente observado no Ritual em vigência.
É como eu tenho dito: Mestre Instalado não é grau, senão um título distintivo. Muito menos lhe é dado o direito de se arvorar a alterar a ritualística. Aliás, um ex Venerável que se preze deve acima de tudo, com humildade, dar bons exemplos e não ficar se achando a inventar procedimentos ilegais.
3 – Como eu comentei no item número 2; é apenas um título distintivo dado àquele que já exerceu o veneralato de uma Loja. Essa distinção também lhe dá o direito de ocupar o Oriente em lugar destinado conforme o Ritual.
Como ofício de ex Venerável mais recente ele pode dirigir os trabalhos da sua Loja na hipótese de ausência precária do Venerável em sessões magnas de Iniciação, Elevação e Exaltação se porventura o substituto legal do Venerável (um Vigilante) não tiver sido ainda um Mestre Instalado. Isso se justifica pelo uso da Espada Flamejante, cujo manuseio é de direito exclusivo de um Mestre Instalado.
Agora, essa concepção de superioridade aos portadores desse título é puro equívoco. Uma besteira mesmo. Coisas da vaidade humana.
Um Mestre Instalado nada mais é do que um ex Venerável. Assim, instalação é simplesmente o mesmo que a posse daquele Mestre Maçom que foi legalmente eleito para dirigir os trabalhos de uma Loja.
Sem generalizar, alguns Mestres Instalados realmente precisam aprender que genuinamente no REAA (rito de origem francesa) não existe Instalação, senão a posse do Venerável. Quem deixa o cargo é simplesmente um ex Venerável. Essa história de Instalação no REAA feita no Brasil é puro enxerto legalizado de um costume que é originário mesmo da vertente inglesa de Maçonaria, que, diga-se de passagem, também não trata um Mestre Instalado como um grau ou mesmo seja ele portador de regalias.
Ah! É necessária também a atenção para uma verdade incontestável: o Rito Escocês Antigo e Aceito, apesar do título “escocês”, é mesmo filho espiritual da França e não da Escócia.
Prosseguindo:
Se aqui no Brasil oficializaram de há muito tempo o equívoco da prática de instalação no escocesismo (inventaram até ritual e sinais para a dita), quem somos nós para não cumprir uma Lei que por aqui já virou um costume consuetudinário. Entretanto pedimos “vênia” para afirmar sem medo de errar que esse título também não é nenhuma espécie de Grau, muito menos lhe é dada qualificação de superioridade para os seus portadores.
Concluindo, penso que “os que se acham superiores”, deveriam antes primeiro conhecer a verdadeira história da Maçonaria e, por segundo, exercer a fundamental virtude que qualifica um Maçom - a humildade.
T.F.A.
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.137 – Florianópolis (SC) – segunda-feira, 8 de agosto de 2016
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