Em 06.04.2021 o Respeitável Irmão Errol Joerê Foltran Jr., Loja Luz e Fraternidade, 1828, REAA, GOB-PR, Oriente de Cascavel, Estado do Paraná, apresenta a questão que segue:
PAVIMENTO E PÁLIO
Ontem, lendo "A Trolha", de julho/2020, fiquei com duas dúvidas: A primeira, em um trabalho sobre Pavimento Mosaico, a foto era de um pavimento "normal", como um tabuleiro de xadrez, na vertical/horizontal no sentido do Templo. Já vi vários templos com o pavimento mosaico na diagonal, em relação ao "Equador" do Templo. Existe alguma regra em relação à disposição dos quadrados brancos e negros do Pavimento Mosaico?
A outra dúvida foi sobre um trabalho em que era citada a abertura do Livro da Lei, e citava o pálio formado pelos Diáconos e Mestre de Cerimônias, relacionando com as Colunas (..."importante observar que no Rito Escocês Antigo e Aceito, se forma no momento da abertura do texto bíblico, no centro do pavimento mosaico e em cima de quem lê o Livro da Lei, o chamado 'pálio', obtido pelo entrecruzamento dos bastões do 1º Diácono que traz do Oriente a Sabedoria, do 2º Diácono representando a Força da sua Coluna e os dois sustentados pelo bastão do Mestre de Cerimônias que representa a Beleza e Equilíbrio (harmonia)....). (referência bibliográfica: Arubatan Alves Marinho, Da sala dos passos perdidos à Cadeira de Salomão, A Trolha, 2009).
Já vi isso em reuniões das Grandes Lojas, e até onde li e estudei é um grande "enxerto" no REAA.
Caso possa esclarecer, agradeço.
CONSIDERAÇÕES:
O Pavimento Mosaico que aparece numa boa parte dos templos maçônicos da Moderna Maçonaria tem a sua disposição construtiva conforme prescreve o ritual do rito praticado.
No REAA, por exemplo, o pavimento ocupa todo o Ocidente e é geralmente disposto de modo oblíquo. Essa disposição serve para regular, pela interseção das suas linhas, os passos do grau.
Em linhas gerais, as linhas oblíquas também orientam a posição dos pés, o que lhe dá um caráter de avançar o passo normalmente (sem apontar o pé para frente).
Outros ritos, entretanto, adotam o pavimento como um tabuleiro de xadrez, isto é, a interseção das linhas são orientadas Leste-Oeste e Norte-Sul.
O fato é que o piso da Loja, disposto por quadrados brancos e negros, dentre outros, aludem ao dualismo em oposição ao monismo, isto é, a existência de um pela oposição do outro.
Desse modo, existem duas disposições construtivas do Pavimento consagradas, sendo que pode ser na forma oblíqua ou na forma de um tabuleiro de xadrez. Tudo vai depender do que está previsto no rito.
De tudo, o Pavimento Mosaico (de Moshé = Moisés), título oriundo do Tabernáculo, é consagrado na Maçonaria como o piso das pedras lavradas e símbolo a diversidade harmônica que deve reinar no Universo. Sob esse conceito ele é consagrado como The Beautifull Flooring of The Lodge.
Sobre o Pálio. Sem muitos comentários, essa formação originalmente não existe no REAA, até porque os Diáconos nele nem mesmo portam bastão.
Herdados da Maçonaria Anglo-Saxônica, os Diáconos são mensageiros e só atuam na liturgia da transmissão da Palavra, cuja prática é a de relembrar as aprumadas e nivelamentos nos canteiros operativos da época da Maçonaria Primitiva.
Diáconos e Mestre de Cerimônia não formam pálio no REAA. Infelizmente, alguns rituais trazem enxertos de outros ritos, introduzindo com isso costumes que nada tem a ver com a originalidade e objetivo iniciático.
Desafortunadamente, alguns rituais equivocados mencionam a formação de pálio na liturgia do simbolismo do REAA e ainda apresentam justificativas que, por não possuírem fundamentos não resistem a uma análise mais acurada dos fatos – é o caso da referência bibliográfica mencionada na sua questão.
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com.br
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário