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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

POR QUE A PALAVRA VAI DAS COLUNAS AO ORIENTE E NÃO RETORNA?

POR QUE A PALAVRA VAI DAS COLUNAS AO ORIENTE E NÃO RETORNA?
(republicação)

O Irmão Sérgio Luciano Ávila, Companheiro Maçom da Loja Templários da Nova Era, 91, Rito Escocês Antigo e Aceito, Grande Loja de Santa Catarina, Oriente de Florianópolis, Estado de Santa Catarina, apresenta a seguinte questão: slavila@gmail.com

“Uma duvida (que imagino que possas me responder, senão aguardarei o tempo) - Por que a Palavra vai da Coluna do Sul para a Coluna do Norte e após ao Oriente, sem a possibilidade de retorno? Isto não limita o debate? Isto não é tolher a discussão?”

CONSIDERAÇÕES:

Alguns ritos, como é o caso do Rito Escocês Antigo e Aceito (origem francesa) que possuem sua estrutura doutrinária, cujas lições de moral e ética estão associadas à Marcha da Luz, isto é, a relação mística da transformação cíclica da Natureza, levando em consideração o Homem como elemento integrante desse sistema, obedece em muito na sua liturgia e ritualística o movimento dos ponteiros do relógio, daí o formato de se andar em Loja Aberta no sentido horário no Ocidente. Isso ocorre, por exemplo, com o giro da palavra que partindo do Sul, passando pelo Norte e tendo destino final o Oriente, sugere esse movimento (dextrogiro).

A palavra quanto ao seu retorno - Essa questão não é laudatória, pois é consuetudinário em Maçonaria que, se por um justo (motivo) algum Irmão necessite realmente de usar novamente a palavra após ter ela cumprido o seu giro, este pode solicitar o uso novamente ao Vigilante da sua Coluna, cabendo ao Venerável à decisão de dar ou não novamente oportunidade do Obreiro fazer uso desta. Todavia, existe regra para tal, pois se o Venerável autorizar novamente o pronunciamento solicitado o giro deverá ser completo, isso é, a palavra retorna para o Sul e cumpre novamente o seu ciclo.

Quanto o limitar do debate ou tolher a discussão, devo salientar que a Maçonaria prima pela organização, daí assuntos que merecem discussões amplas e muitas vezes polêmicas, salutarmente deveriam ocorrer em sessões administrativas (na Sala dos Passos Perdidos, por exemplo) previamente agendadas pelo Venerável. Assim, em torno da mesa o assunto pode ser tratado com mais descontração, sem o cumprimento específico da ritualística determinada pelo ritual. Todavia essa altercação deve ser no mínimo ordeira sem bate-boca e demonstrações de falta de educação. O assunto amplamente debatido e esmiuçado poderá então entrar na Ordem do Dia da sessão ritualística (econômica ou ordinária, dependendo da Obediência) seguinte quando, na forma de costume, será aprovado ou não o assunto, entretanto já bem mais orientado e organizado. Dessa forma, evitam-se os parlatórios rançosos e muitas vezes alheios ao próprio assunto que por ventura possam acontecer. É sempre bom lembrar que assuntos que merecem debate e votação em Loja ocupam a Ordem do Dia da Sessão e para tanto, também carecem de análise legal do Orador na verificação de se ele está realmente de acordo com as leis maçônicas.

Assuntos que não fizerem parte desse diploma devem ser coibidos pelo Guarda da Lei.

Por outro lado se faz imperioso compreender que uma Sessão Ritualística maçônica cumpre os planos da Obra, daí ser útil primeiro executar o projeto para depois coloca-lo em prática. Afinal desde tempos dos canteiros medievais operativos (nossos predecessores) se tem conhecimento acadêmico que, primeiro se aprovavam os planos da construção para em segundo lugar elevar o edifício - antes de assentar a pedra, era preciso primeira transformá-la em Pedra Cúbica. 

Finalizando, remeto ao Irmão a uma consulta nos regulamentos e ritual de vossa Respeitável Obediência, pois se deles exararem a concepção de que a palavra, por exemplo, não pode voltar; primeiro – Lei é Lei e deve indistintamente ser cumprida, daí cumpre-se o que está escrito. Segundo, se assim estiver exarado, cabe então perguntar a quem ela escreveu, e aos que ela aprovaram.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com 
Fonte: JB News – Informativo nr. 374 Florianópolis (SC) 06 de setembro de 2011

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