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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

PERGUNTAS & RESPOSTAS

PERGUNTAS & RESPOSTAS
(republicação)

1 – Mestre de Cerimônias e o uso da Palavra: 
Em 10/08/2016 o Respeitável Irmão Rodrigo T. Taborda, Loja Universitária de Cascavel, 3.289, REAA, GOB-PR, Oriente de Cascavel, Estado do Paraná, apresenta a questão seguinte: rttaborda@uol.com.br 

Gostaria de novamente vir à presença sua a fim de dirimir uma dúvida que de tempos em tempos acorrem em nossa Oficina. 

A dúvida é se existe previsão legal, ou se uso e costume, ou liturgia de que o Mestre de Cerimônias tem o direito à prerrogativa de poder falar em qualquer Coluna e até mesmo no Oriente, mesmo depois que a Palavra circulou nas colunas. 

Pois já ocorreu algumas vezes em Loja, de que o Mestre de Cerimônias passada a palavra na sua coluna, vem ao Oriente (alegando que tem essa prerrogativa de poder falar novamente) e se utiliza disso para rebater alguma fala de outro Irmão, que fora feito posterior a passagem da palavra em sua Coluna. 

Entendo eu, que não se é permitido esse tipo de prerrogativa, a não ser se no momento em que a palavra passou na coluna o Mestre de Cerimônias estivesse por algum motivo fazendo outro trabalho fora de sua coluna e, portanto, teria o direito de falar em outra coluna ou no Oriente. Mas não, da forma como vem sendo feito, de que se o mesmo quiser, esse poderia falar tanto na Coluna do Sul, voltar a falar na Coluna do Norte, e ainda caso lhe seja conveniente subir ao Oriente e falar de novo. 

Se caso for possível, dirimir nossa duvida, certamente estará contribuído em muito para o ensinamento de todos. 

CONSIDERAÇÕES:

Esse procedimento é qualquer coisa de irregular e sem justificativa alguma. O Mestre de Cerimônias, como qualquer Obreiro, fala do seu lugar na Loja. A ninguém é dado esse direito de passar de uma para outra Coluna ou ir ao Oriente para fazer uso da Palavra. Também não existe essa “estória” de que se o Mestre de Cerimônias estiver em deslocamento ele pode usar a palavra fora do seu lugar. É tudo uma questão de bom senso, preparação e observação. Ora, imagine-se se todos os Obreiros da Loja por direito de igualdade se insurgissem em mudar de Coluna ou ingressar no Oriente para usar a palavra. Além do absurdo, isso não está previsto para ninguém no Ritual, porém não pode existir procedimento dessa envergadura. O Venerável não deve permitir esse tipo de procedimento, assim como o Orador, como Guarda da Lei, deve fiscalizar e exigir o cumprimento apenas daquilo que é permitido. 

Infelizmente alguns Irmãos “acham” que se o Mestre de Cerimônias é um Oficial que se desloca livremente na Loja em cumprimento ao seu ofício, ele também pode usar da palavra quando bem entender. Ledo engano. 

Também nunca é demais lembrar que qualquer Obreiro para usar a palavra antes tem que pedir permissão ao Vigilante da sua Coluna ou ao Venerável em se tratando daqueles que tomam assento no Oriente. Já os Vigilantes pedem a palavra diretamente ao Venerável Mestre. 

Assim, tanto os Vigilantes como o Venerável devem ficar atentos e não permitir aos que porventura queiram irregularmente usar da palavra mudando de lugar na Loja. 

T.F.A. 
PEDRO JUK jukirm@hotmail.com 

2 - Luto Maçônico: 
Em 12/08/2016 o Respeitável Irmão Bartholomeo Tomás Lima de Freitas, Loja Sebastião Vasconcelos dos Santos, REAA, sem mencionar o nome da Obediência, Oriente de Mossoró, Estado do Rio Grande do Norte, solicita o seguinte esclarecimento: 
bartholomeofreitas@gmail.com 

Mais uma vez venho buscar um pouco de sua sabedoria em minha singela procura de conhecimento. Pergunto hoje: o que é o Luto Maçônico e como são os procedimentos das Lojas durante esse período em sua ritualística, após o sepultamento, já que os trabalhos ficam suspensos até sua realização e o luto pode passar dessa data? 

CONSIDERAÇÕES:

O vocábulo em Maçonaria é aplicado na ocasião em que há sentimento ou dor pela perda de algum maçom – luto envolve tristeza, consternação, dó. 

Geralmente o luto maçônico se associa a um espaço tempo determinado (dia, semana ou mês) para demonstrar expiação e é previsto por Decreto da Obediência que alcança toda a sua constelação de Lojas, ou particularmente por ato específico da Loja que alcança apenas o seu quadro de obreiros. 

Em alguns casos, a Obediência pode decretar apenas o luto pela perda de alguém e em alguns casos pode também paralisar as atividades por um tempo determinado em homenagem e sentimento pelo passamento do finado. Tudo isso depende e deve estar previsto no Regulamento da Obediência, pois é dele que resultam os procedimentos para o fato, portanto não é uma regra engessada no que diz respeito a sua universalidade. 

É oportuno mencionar que não se pode confundir luto maçônico com sessões ritualísticas de Pompas Fúnebres, cujas práticas se dão ritualisticamente conforme os ritos praticados e tanto podem acontecer na presença do corpo do Irmão falecido ou mesmo em outra data prevista para as exéquias. 

Nesse sentido, algumas Obediências ainda editam rituais especiais, cujo conteúdo, dentre outros, é o que prevê liturgia fúnebre. 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com 

3. Saudação aos Vigilantes: 
Em 12/08/2016 o Respeitável Irmão Henri Marques, Loja Sol da Liberdade, 3.437, REAA, GOSP/GOB, Oriente de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, referindo-se a uma resposta dada em agosto do corrente, pede mais esclarecimentos como segue: 
henrimarques@yahoo.com.br 

Agradeço pela sua resposta rápida sobre a minha dúvida, mas creio que não me esclareceu a questão por uma falha minha ao formular a pergunta que, humildemente confesso, foi apressada e mal elaborada. 

Quando eu cito sobre um trecho do ritual do REAA do GOB, de 2009, não me recordo a página (está no começo), em que a instrução diz que o único que deve ter a DISTINÇÃO no tratamento é o Venerável Mestre, e os demais (inclusive os Vigilantes, assim creio) serão tratados INDISTINTAMENTE como "Irmãos", eu queria saber se isso poderia respaldar-me, quando, durante a Sessão, ao pedir o uso da palavra e o Venerável me autorizando, ao invés de saudar o Venerável Mestre, os Vigilantes, Mestres Instalados e demais irmãos, conforme o protocolo antes de colocar minhas considerações no momento da palavra, eu poderia apenas ser objetivo e dizer: "Venerável Mestre, meus irmãos..."prosseguindo com minhas considerações, sem citar os Vigilantes, assim como é feito no Rito de York (Blue Lodge). 

Não creio que houve confusão entre os dois sistemas, só utilizei o Rito de York como exemplo do que ocorre quando o Irmão pede a palavra. 

Mas, reiterando, houve falha na formulação da minha pergunta que, consequentemente, veio uma resposta de sua parte que não estava esperando, embora não deva negar que suas informações me deram conhecimentos que não eu tinha sobre outros assuntos, mas não sanou a minha dúvida. Peço desculpas pelo transtorno. 

CONSIDERAÇÕES:

O protocolo de se mencionar primeiro as Luzes da Loja ao se iniciar o uso da palavra é um costume imemorial e tradicional no costume relativo ao Rito Escocês Antigo e Aceito. Na verdade é o respeito a um dos verdadeiros Landmarks que preconiza que uma Loja será sempre dirigida por três Luzes (Luzes da Loja no sistema francês e Luzes Menores no sistema inglês). 

Quanto ao aspecto mencionado no ritual é a forma distinta de tratamento, já que nos dois primeiros graus tratam-se todos os Irmãos indistintamente, salvo o dirigente maior da Loja que é o Venerável Mestre. Assim, salvo ele, todos os outros têm o seu nome ou cargo, precedido do substantivo “irmão” – exemplo: Irmão Orador, Irmão Tesoureiro, Irmão Primeiro Vigilante, Irmão Experto, Irmão Fulano de Tal, Irmão Cicrano de Tal, etc. 

Então, de modo protocolar e mantendo a tradição, em qualquer circunstância, no uso da palavra sempre se menciona por primeiro as Luzes da Loja que pode ser de modo individual – Venerável Mestre, Irmão Primeiro Vigilante, Irmão Segundo Vigilante, meus Irmãos, ou simplesmente: Luzes, meus Irmãos. Essa é a maneira correta e tradicional, portanto recomendada no Rito em questão. 

É oportuno mencionar que na Câmara do Meio, o tratamento se distingue entre as Luzes da Loja e os demais obreiros. Espero que agora tenha esclarecido. 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com 

4 – estrela de seis e cinco pontas: 
Em 15/08/2016 o Respeitável Irmão Fabiano Sarzi Sartori, Loja Gal. Mac Artur, 2.724, Ritual de Emulação, GOB-PR, Oriente de Curitiba, Estado do Paraná, apresenta as dúvidas que seguem: fabiano@timecontrol.com.br 

Gostaria de solicitar e já aproveitar da vossa sapiência, para poder enriquecer nosso leque de estudos em relação a dois temas em especial, sendo eles: 

- em visitas que fiz a várias Lojas de nossa Potência, tenho observado que após a “fala dos Irmãos”, os mesmos utilizam o termo “É O QUE CONTINHA”. Entendo que tal colocação não caberia, pois sendo nós, livres, de bom costume, LIVRES e com uma alta capacidade argumentativa (pelo menos deveríamos ter), não nos cabe trazer algo, mas sim compartilhar, discutir, posicionar, TER... O que quero dizer, quando utilizamos continha, passamos a ideia de não ter mais, ou seja, não seria mais adequado “ERA O CONTIDO!”. Por mais que na teoria, não seja nada de grande relevância, sendo nós, os maçons, pessoas que se utilizam de sinais, toques e PALAVRAS, seria importante temos um termo melhor definido (padronizado), assim, em possíveis visitações em nossas Lojas, teríamos a mesma conduta. Enfim, seria isto um preciosismo muito grande da minha parte, ou achas que pode analisar tal termo? 

- o outro tema é em relação ao texto abaixo: 

A Estrela de Seis Pontas, ou Hexagonal, ou Hexagrama, é a Estrela Flamejante (Blazing Star) do rito inglês, estando presente no Painel Alegórico do grau de Companheiro Maçom, embora algumas instruções do rito façam diferença entre a estrela flamejante (pentagonal) e o hexagrama. 

O que lhe questiono, neste caso, é que existe uma imensa biografia acerca da Estrela Flamejante, mas queria saber o seu posicionamento acerca da Estrela Flamejante no RITO YORK, pois em um site (http://iblanchier3.blogspot.com.br/2013/12/estrela-flamejante.html), achei uma resposta que deste em relação ao tema e pelo já citado o seu entendimento é o mesmo. Como estou estudando sobre a real posição da mesma em Loja, gostaria de saber se a de Cinco ou Seis pontas se aplica ao York? 

Mais uma vez, agradeço antecipadamente ao Irmão, desejando sucesso em vossos negócios e desde já nos colocando a disposição em São José dos Pinhais. 

CONSIDERAÇÕES: 

“Era o que continha” seria o termo mais apropriado – no caso do uso da palavra por um obreiro, a expressão exprime o final daquilo que a fala (discurso, pronunciamento) encerrou em si. No mais eu entendo como excesso de preciosismo. 

No que diz respeito à Estrela Flamejante ou Flamígera (pentagonal) é a definição da estrela hominal e pitagórica comum aos arcabouços doutrinários deístas oriundos da vertente francesa de Maçonaria, geralmente no seu Segundo Grau. De modo autêntico a Estrela Pentagonal não faz parte da tradição inglesa, salvo algumas incursões enxertadas que certos autores teimam em mencionar. 

Quanto à Estrela de Seis Pontas (Blazing Star), pela sua composição de dois triângulos equiláteros sobrepostos, cujos ápices se invertem na mencionada sobreposição, possuem uma conotação teísta (comum à vertente inglesa), sobretudo quando mencionada em algumas lendas e referências bíblicas, é o caso da Magsen David (Selo de David), cujas menções fazem parte das Lições Prestonianas (Willian Preston) comuns nas preleções oriundas das Tábuas de Delinear inglesas (Tracing Board). 

Ilustrando, ainda em termos de Maçonaria inglesa, existe também a Estrela de Sete Pontas no topo da Escada que aparece na Tábua de Delinear do Primeiro Grau do Emulation Ritual. Essa Estrela, também brilhante e radiante em algumas configurações, denota o objetivo, o alcance através das três Virtudes Teologais dispostas ao longo da escada, somadas às quatro virtudes - Justiça, Prudência, Temperança e Coragem, representadas simbolicamente pelas quatro borlas que aparecem nos quatro cantos da Tábua de Delinear. Daí, quatro mais três igual a sete que é o número de pontas da Estrela que aparece no topo da Escada. 

Assim, de modo autêntico a Estrela Hexagonal é produto especulativo da Moderna Maçonaria inglesa enquanto que a Estrela Pentagonal é matéria especulativa própria da Moderna Maçonaria francesa. 

Embora alguns pseudos ritualistas às vezes inventem procedimentos relativos às Estrelas praticando com elas verdadeira miscelânea ritualística, não respeitando as suas origens maçônicas, esse embrolho, quando acontece, tem sido altamente contraditório e nocivo para a compreensão da Arte, já que cada berço maçônico – latino e anglo-saxônico – possui arcabouço doutrinário próprio. 

Concluindo, devo lembrar que a resposta mencionada na questão in http://iblanchier3.blogspot.com.br/2013/12/estrela-flamejante.html foi dirigida ao Rito Escocês Antigo e Aceito, rito esse de origem francesa. 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com 


5 - S∴ SS 
Em 17/08/2016 o Respeitável Irmão João Soares Miranda, Loja Saldanha Marinho, REAA, GOB-PR, Oriente de Curitiba, Estado do Paraná, solicita esclarecimentos para o que segue: joaomiranda@trt9.jus.br 

Prezado Mano Pedro Juk, bom dia. 
Acabo de ler uma matéria sobre as colunas Sapientia, Salus e Stabilitas, no endereço https://aldraba.com.br/web/?act=emails&id=31. 

Causou-me estranheza o comentário de que "estas palavras são pronunciadas com vigor ao encerrar a Cadeia de União e apostas no início de documentos maçônicos. Ao contrário de muitos Maçons que por desconhecerem os ritos existentes e suas origens, usam de forma errônea as palavras SFU que significam Saúde, Força e União. Estas palavras nunca pertenceram e não pertencem ao REAA, e sim ao Rito de Emulação (York), portanto jamais devem ser usadas e pronunciadas no Rito Escocês Antigo e Aceito". Isso procede? 

CONSIDERAÇÕES:

Pois é Mano, são essas carcaças de dinossauro que não contribuem em nada com a cultura na nossa Sublime Instituição. Infelizmente cada um escreve o que quer, não importando o tamanho da bobagem que será escrita. 

Esse absurdo começa pelo despautério de se chamar o Trabalho de Emulação de Rito. Nosso autor me parece não estar nem um pouco familiarizado com a Maçonaria Inglesa, pois na Inglaterra não se reconhecem “ritos”, senão “trabalhos”. 

Para engrossar ainda mais o caldo, afirma o articulista que SFU não pertence ao REAA, mas sim do Rito (sic) de Emulação!!!!!! 

Ora, essa é uma afirmativa precipitadamente falaciosa, pois esse costume (de escrever e pronunciar tríades) não é comum na vertente inglesa da Moderna Maçonaria. Saúde, Força e União é expressão habitualmente usada na Maçonaria Latina, não na anglo-saxônica. 

Além do mais, “palavras pronunciadas com vigor na Cadeia de União”, conforme afirma o autor, não pode ser generalizada, pois no REAA (que é um rito de origem francesa) tradicionalmente a Cadeia é formada apenas e tão somente para a transmissão da Palavra Semestral e nela não existem aclamações, preces e orações. 

Assim, o texto mencionado traz afirmativas que não passam de verdadeiros sofismas. 

Tanto SFU quanto SSS são comumente enunciadas e escritas na Maçonaria latina, não existindo essa pobre justificativa de que uma é do Rito (sic) de Emulação e outra é do REAA

Afirmar uma temeridade dessas é abusar da inteligência dos outros. 

É oportuno esclarecer que o significado das palavras SSS em conjunto sequencial corresponde a uma dentre tantas tríades de saudação usadas pela Maçonaria, principalmente na latina e foi herdada da fase especulativa da nossa Ordem. Nesse sentido, “Sabedoria, Saúde e Estabilidade”, é uma saudação que está abreviada em latim – “Sapientia, Salute (Salus), ”, porém não é propriedade característica da Sublime Instituição. 

No mais, eu diria que certos escritos suportados por ilações, além de nada contribuírem, senão disseminarem falsidades culturais, ainda são exemplos de verdadeiras carcaças de dinossauro que assolam a Sublime Instituição, pois como parece ter afirmado um dia o filósofo e Irmão Goethe: matar o dinossauro até não parece ser tarefa das mais difíceis, entretanto a maior dificuldade está em consumir as suas carcaças. 

P.S. Conferi o conteúdo do escrito no endereço eletrônico mencionado na questão. 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com 

6 – Esquadro e Postura na Filiação: 
Em 19.08.2016 o Respeitável Irmão Hideraldo Teodoro, Loja Pentalpha, 2.239, REAA, GOSP-GOB, Oriente de São Paulo, Estado de São Paulo, formula a seguinte questão: 
hateodoro@gmail.com 

1. Quando da cerimônia de Filiação o Irmão deve se dirigir ao Altar dos Juramentos, para, diante dele, assumir o compromisso de membro da Loja. No entanto, o ritual (Grau 1 - REAA - GOB) não especifica qual deve ser sua postura, ou seja, se fica somente em pé e à Ordem, ou se se ajoelha sobre um dos joelhos e coloca a mão direita sobre o Livro da Lei ... Em uma ocasião recente, ocupando o cargo de Mestre de Cerimônias, orientei o filiando a se ajoelhar e colocar a mão direita sobre o Livro da Lei; e em ocasião diferente, o então Mestre de Cerimônias manteve o candidato apenas em pé e à Ordem... O que seria mais correto? 

2. Li que ao serem colocados o Esquadro e Compasso sobre o Livro da Lei, a empunhadura do Esquadro deve ficar para o lado Norte (o que sempre observei como Orador). Qual seria a razão, o significado. 

Desde já agradeço os esclarecimentos e pergunto por que o Irmão não prepara um ou mais livros com as perguntas e respostas de sua coluna do JB News e outras, à semelhança do "Consultório Maçônico" do saudoso Irmão Castellani? Seria muito útil. 

CONSIDERAÇÕES:

1 – Como se trata de ratificar o juramento, o Irmão filiando deve se ajoelhar diante do Altar dos Juramentos com o joelho esquerdo, ao mesmo tempo em que coloca a sua mão direita sobre o Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso. Findada a ratificação, ele volta a ficar à Ordem. Esse procedimento tem por base o costume e tradição do Rito Escocês Antigo e Aceito que adota a genuflexão para essas ocasiões. 

2 – Já que inventaram um cabo para o Esquadro que é componente das Três Grandes Luzes Emblemáticas, seria mais costumeiro então que esse “cabo” (sic) ficasse à direita (mão direita - destra) daquele que vai posicionar o instrumento sobre o Livro da Lei. 

A rigor, isso não deveria ser motivo de preocupação, já que o Esquadro como instrumento componente das Luzes Emblemáticas, rigorosamente deveria possuir ramos iguais e sem diferenciação de cabo e graduação, já que como instrumento emblemático ele não é operativo (não representa aquele usado na obra), pois esse, com ramos desiguais, isto é, com cabo, é o que representa a joia do Venerável Mestre. 

Infelizmente, em muitos rituais os “entendidos” inverteram os instrumentos, dando equivocadamente empunhadura àquele que vai sobre o Livro da Lei e mantendo o de ramos iguais, como joia – simplesmente inverteram os objetos, provavelmente por puro desconhecimento das origens dos símbolos maçônicos. 

Assim, a boca se entortou conforme o hábito do cachimbo e, nesse caso, não há explicação para o cabo (empunhadura) e o seu respectivo lado quando se tratar do Esquadro que é o componente das Três Grandes Luzes Emblemáticas, senão a de comentar que ambos estão invertidos. 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com 

7 – Mestre de Loja ou Veneráverl Mestre: 
Em 19.08.2016 o Respeitável Irmão Nonato Sampaio, Loja Renascença, no 005, Trabalhos de Emulação, Grande Oriente Amazonense, COMAB, Oriente de Manaus, Estado do Amazonas, pede esclarecimentos: 
natocar.sampaio@hotmail.com 

Recorro mais uma vez para lhe pedir auxilio. 

Pauta: Ritual de Emulação o Venerável Mestre é chamado Mestre da Loja ou Venerável Mestre? 

CONSIDERAÇÕES:

No costume inglês, é bastante comum o termo Mestre da Loja ao se referir aquele que dirige os trabalhos, ou aquele que foi instalado na cadeira do dirigente. Todavia, o tratamento de Venerável Mestre também é bastante comum quando usada na dialética ritualística. 

O termo Venerável (adjetivo) tem origem inglesa e é derivado da palavra worship cujo significado designa adoração, culto e reverência (como forma de tratamento); quando usada como substantivo ela denota o ato de venerar, idolatrar, adorar; quando usada como verbo transitivo obtém-se o vocábulo worshipful o que significa adorador, reverente, ou como forma de tratamento, Worshipful Master – a expressão significa Venerável Mestre e tem sido adotado por todos os agrupamentos maçônicos (in Dicionário Etimológico Maçônico – José Castellani). 

No que diz respeito ao Mestre da Loja, o termo é também adotado na tradicional Maçonaria inglesa em alusão ao período operativo, não como um grau maçônico, entretanto como o dirigente da guilda de construtores à época dos Canteiros Medievais. 

Em síntese, o título é mantido na Moderna Maçonaria como o Mestre da Loja em alusão aos ancestrais da Maçonaria. Nesse sentido, ambos, tanto Venerável Mestre como Mestre da Loja, são a mesma pessoa no que diz respeito àquele que é o dirigente principal da Loja. É de uso comum na vertente inglesa de Maçonaria. 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com 

8 – Sessão Conjunta: 

Em 19/08/2016 o Respeitável Irmão Paulo Melo Santos, atual Orador da Loja Pentalfa, REAA, GOSP- GOB, Oriente de São José do Rio Preto, Estado de São Paulo, solicita esclarecimentos para o que segue: 
melosantosp@gmail.com 

Li muitas matérias do Irmão, notei que é muito estudioso. Como não encontrei no RGF, gostaria da colaboração no que segue: 

1 – Em uma Sessão Conjunta de Lojas do GOB, Semana da Pátria, pode distribuir os cargos entre Irmãos das Lojas; exemplo: Orador, Vigilantes, Secretário, colocando cada um de uma Loja? 

2 – A Sessão será realizada no Templo de minha Loja. Como redigir a Ata, o Painel só da Loja do Templo, e outras orientações julgar necessárias para termos uma Sessão regular. 

CONSIDERAÇÕES: 

Mesmo a despeito de que a Semana da Pátria já tenha passado, seguem alguns apontamentos que fazem parte dos Procedimentos Ritualísticos que preparei para o GOB-PR - edição 2016, que penso poderão esclarecer o entendimento dessa questão para ocasiões futuras. 

Uma Loja pode estar presente na Sessão de uma coirmã como incorporada (Art. 26, inciso IX da Constituição do GOB), quando ambas funcionarem no mesmo Rito. As Lojas incorporadas ingressam no Templo juntamente com a Loja anfitriã e com ela dividem a realização dos Trabalhos em Sessão conjunta (Art. 97, inciso VII do RGF). Cabe lembrar que o Venerável Mestre da Loja anfitriã não divide a direção dos Trabalhos com qualquer Irmão. Na Sessão conjunta não deverá ser lido o expediente das Lojas. Os assuntos da Ordem do Dia deverão ser de interesse comum das Lojas. Será confeccionada uma Ata pela Loja anfitriã que enviará cópia à Loja incorporada, a qual colocará sua própria numeração no Balaústre. O Tronco de Beneficência deve ser dividido entre as Lojas. Cada Loja confeccionará sua Lista de Presenças. 

Caso não seja do mesmo Rito ou, sendo do mesmo Rito, não atue no desenvolvimento dos Trabalhos, tratar-se-á de uma Loja visitante. A Loja visitante ingressa, após a abertura dos Trabalhos, com o Venerável Mestre à frente, seguindo-se o estandarte e hierarquicamente, as Dignidades, Oficiais e Irmãos formados em colunas por dois, do de maior grau para o de menor, sendo recebida de pé pela Loja visitada e sob Bateria incessante ao Altar ocupado pelo Venerável Mestre e mesas ocupadas pelos Vigilantes. Depois do ingresso no Templo, os visitantes param e colocam-se à Ordem. Somente o Venerável Mestre visitante saúda as três Luzes da Loja visitada, sendo conduzido ao Oriente para o lugar devido. Os Irmãos da Loja visitante desfazem o sinal, ocupam seus lugares, indicados e comandados pelo Mestre de Cerimônias, sem fazerem saudação. Quando existirem 2 (duas) ou mais Lojas em visitação, entra por último o de maior título ou condecoração; se estes forem iguais, entra em último lugar a mais antiga na Ordem (a de menor número). 

No que diz respeito ao Painel mencionado no item 2 da sua questão, o que é exposto (aberto) é o da Loja que recebe. A priori, nenhuma Loja em visita à outra traz consigo o Painel da Loja. 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com 

9 – Compasso apoiado no peito: 
Em 23/08/2016 o Respeitável Irmão Carlos Alberto C. Silva, Loja Lautaro, 2.642, REAA, GOSP-GOB, Oriente de São Paulo, Estado de São Paulo, solicita os seguintes esclarecimentos. carlos.alberto.net@bol.com.br 

Estimado Irmão Pedro Juk: É a primeira vez que escrevo. Assim como o Irmão que questionou sobre a abertura no Grau 2 abaixo (relativo a resposta dada e publicada no JB News 1.123 de setembro de 2.013), também sou leitor assíduo de suas colunas e portador de seu livro "Exegese Simbólica - Aprendiz. Também tenho dúvida sobre a ausência da ação de se colocar o compasso no peito do Candidato à Elevação quando do seu juramento. Faz-se isso nos outros graus mas o Ritual de 2009 não contempla essa ação. Também foi um erro ou há uma explicação lógica? 

Fora isso, o que aconteceu com os tais Provimentos apresentados ao Soberano? Não teremos mais um Manual completo de Dinâmica Ritualística corrigindo e cobrindo todos os procedimentos? Já se passaram 3 anos da sua informação. Sinto muita falta disso como amante da Ritualística. Acabo me abastecendo em suas colunas, nos poucos livros que tratam do tema e de algumas iniciativas dos Grandes Orientes Estaduais, como a última que consegui do GOB- MG, de 2015, que acabou me trazendo mais uma dúvida, pois lá está expresso que ao se agradecer algo ou a algum Irmão deve-se ficar de pé e à Ordem, contrariando os tais usos e costumes de se levantar o braço direito. 

CONSIDERAÇÕES: 

A única coisa que eu posso lhe afirmar é que eu não sei. Desde que fui posto para fora da Secretaria Geral com a falácia de que eu havia pedido para sair, não tive mais contato com a “cúpula”. Tenho alertado que nossos rituais estão carentes de uma profunda revisão, porém por quem realmente entenda de ritualística e não por subservientes que dizem amém a tudo e adoram andar bonitinho em Loja. Esses, geralmente pensam que entendem alguma coisa, entretanto nada mais são do que vagos interpretes e patéticos seguidores dos carimbos e convenções do peripatético modo latino de “só fazer aquilo que está escrito”, não importando se o que se está escrito está certo eu errado. 

Qualquer ritualista que não conheça com profundidade acadêmica a história, a essência e a razão litúrgica do Rito, nada mais é do que um mero cumpridor de normas – daqueles que geralmente não sabem nem o porquê das práticas que estão sendo realizadas. 

Veja, por exemplo, o caso citado na sua questão relacionado à colocação do Compasso no peito do Companheiro por ocasião do juramento. Seria simplesmente esquecimento? Ou seria mesmo incompreensão desse importante ato litúrgico? Ou ainda não seria porque os donos de rituais só sabem consultar manuais e escritos sem nenhuma credibilidade acadêmica?... Ao par disso, ainda existem muitas outras coisas que precisam ser urgentemente corrigidas. Os rituais que o digam... 

Ouvi dizer, mais uma vez, que “parece que irão arrumar o ritual”. Então vamos esperar para ver. 

No que diz respeito aos Provimentos que eu elaborei em 2.013 quando eu era ainda Secretário Geral do Rito, eu não saberia lhe dizer, pois nem sequer à época acusaram o seu recebimento - embora eu tenha a certeza de que eles andam sorrateiramente nas mãos de alguns outros. 

Quanto aos Manuais de Dinâmica Ritualística, como o citado pelo Mano, infelizmente muitos trazem a prática de invenções e vícios regionais que contrariam a pureza, a uniformidade e a tradição ritualística. É o caso do que foi citado no final da sua questão. Veja: em uma simples análise, ninguém fica à Ordem para prestar agradecimento. Isso é mera invenção. Aliás, a discrição é prática salutar na Ordem Maçônica, portanto não deveria existir nenhuma manifestação de agradecimento na Loja, nem mesmo essa de se levantar o braço direito à frente, sobretudo porque tradicionalmente esse gesto é usado para que o obreiro (se for o caso) se manifeste pela aprovação quando alguma coisa é legalmente colocada em votação aberta em Loja, portanto não seria de muito bom tom alguém na Loja aprovar elogios em causa própria como se estivesse agradecendo uma amabilidade. Ora, ao receber um elogio ou uma referência, o silêncio é a melhor manifestação de agradecimento do obreiro. Afinal aprendemos que quando da construção do Templo, não se ouvia na oportunidade nenhum ruído advindo do uso das ferramentas dos artífices – quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz. 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com 

10 – dia do maçom: 
Em 24/08/2016 o Respeitável Irmão Natal Ancioto, Loja Areópago Londrina, 3.051, REAA, GOB-PR, Oriente de Londrina, Estado do Paraná, apresenta a seguinte questão: 
natal@anciotocontabil.com.br 

Sabe meu querido Irmão, vários irmãos pedem o porquê que o dia do maçom é 20 de agosto. Gostaria de saber com mais profundeza, se possível é claro. 

CONSIDERAÇÕES. 

Dia do Maçom no Brasil. Comemorado pela Maçonaria brasileira em 20 de agosto, infelizmente essa data foi construída sobre um equívoco histórico por uma falsa interpretação de data, pois aos olhos da razão, com certeza no dia 20 de agosto não aconteceu absolutamente nada no Grande Oriente e muito menos a Independência do Brasil. 

O objeto dessa mentira histórica surgiu em 1.956 quando o Irmão Osvaldo Teixeira da Loja Acácia Itajaiense propôs à sua Loja que no dia 20 de agosto fosse comemorado o Dia do Maçom, pois –segundo ele - havia na época a convicção de que naquele dia no ano de 1.822, os maçons haviam proclamado a Independência do Brasil dentro do GOB, fato que na verdade já ficou provado pelos métodos acadêmicos nunca ter acontecido. 

A falsidade dessa presunção está no fato de que no Rio de Janeiro, nesse dia, nunca houve qualquer sessão no Grande Oriente do Brasil, muito menos que tenha sido supostamente proclamada a Independência antes da proclamação feita pelo Irmão D. Pedro I. 

Pois bem, no andamento desse engodo, a Loja de Itajaí acabou aceitando a proposta do Irmão Osvaldo e levou a dita para uma reunião da Grande Loja de Santa Catarina que também aprovou a sugestão. Assim, a Grande Loja catarinense manteve essa falácia e, como avalista da proposta (se dizendo inclusiva sua autora), levou a proposição até a V Mesa Redonda que seria realizada em Belém do Pará de 17 a 22 de junho de 1.957. 

Em assembleia essa proposição ufana seria então aprovada, o que tornou obrigatória em todas as Grandes Lojas Estaduais brasileiras a comemoração do Dia do Maçom pela falsa justificativa de ter havido uma Sessão em 20 de agosto presidida pelo maçom Joaquim Gonçalves Ledo, oportunidade na qual teria sido proclamada a Independência do nosso País – essa aprovação equivocada pode ser constatada nas súmulas das Mesas Redondas, Assembleias e Conferências da CMSB de 1987, dela à página 23, item 3, das Conclusões. 

Desse modo essa comemoração equivocada paulatinamente acabaria por se enraizar como uma erva daninha pela Maçonaria brasileira influenciando inclusive o Grande Oriente do Brasil e posteriormente também as Lojas da COMAB – o que quer dizer que uma mentira muitas vezes contada acaba por se transformar numa verdade falsa. 

Foi assim que a balela do dia 20 de Agosto como Dia do Maçom se consolidou sobre um erro histórico como tivesse acontecido naquela data a Independência do Brasil em uma Loja Maçônica, embora nesse dia, repita-se, nunca ter havido nenhuma sessão no GOB. 

Todas essas deduções enganosas sugiram graças a um erro de interpretação do Visconde do Rio Branco (José Maria Paranhos) em notas de Varnhagem que seria divulgado em seguida por compiladores, cujas controvérsias atingiriam também a data da própria fundação do Grande Oriente do Brasil, da Iniciação do príncipe regente e, principalmente, uma possível declaração de Independência havida no dia 20 de agosto de 1.822. 

Para se entender esse embrolho todo é preciso se considerar o fato da ata de fundação da Obediência consignar o 28o dia do 3o mês maçônico, o qual para o Visconde e para os que o copiaram, seria dia 28 de maio, já que segundo eles, o ano maçônico iniciava-se no dia 1o de março. Entretanto houve o engano de não se ter considerado que o calendário da época usado pelo GOB, quando da sua fundação, era muito próximo do calendário religioso hebraico, ou mesmo um calendário equinocial, que inicia o ano da Verdadeira Luz não no dia 1o de março, mas no dia 21 de março (equinócio), o que dá uma diferença de no mínimo vinte e um dias de um para o outro calendário - deixo recomendação para melhor entendimento do tema que se estude a composição do calendário religioso hebraico, cujos meses são lunares, de 29 ou 30 dias, dependendo da visibilidade da Lua Nova, bem como os calendários usados pelo GOB em 1822. 

A despeito disso é que geralmente os calendários maçônicos seguem muito de perto essa contagem de tempo equinocial, iniciando o ano em março e acrescentando a constante de 4.000 ao ano da era cristã para obter o Ano da Verdadeira Luz (Ano Lucis). 

É bem verdade que alguns Ritos, como é o caso do Rito Francês ou Moderno, começam o ano no dia 1º de março, enquanto que outros mais próximos ao ano hebraico, ou equinocial, iniciam-no em 21 de março. 

É por esse prisma que deve ser levada a consideração histórica, já que em 1.822 o Grande Oriente e as Lojas existentes utilizavam o calendário, cujo ano iniciava-se em 21 de março, o que faz com que o 28º dia do 3º mês maçônico do ano de 5.822 da Verdadeira Luz, seja no calendário gregoriano o dia 17 de junho de 1.822 (data da fundação do GOB), pois o 3º mês começa dia 21 de maio e não no dia 1º desse mês. Do mesmo modo há que se considerar também o dia da Iniciação do Príncipe D. Pedro I que foi segundo o calendário maçônico no 13º dia do 5º mês, o que era nada mais do que o dia 2 de agosto (calendário gregoriano), já que o 5º mês inicia-se no dia 21 de julho. 

Assim, o mesmo raciocínio se aplica para a ata datada do 20º dia do 6º mês maçônico que corresponde ao dia 9 de setembro, pois o 6º mês maçônico era o dia 9 de setembro, já que o 6º mês tinha início no dia 21 de agosto. 

No calendário religioso hebraico o ano se inicia no dia 21 de março e tem o seu término a 20 de fevereiro do ano seguinte quando não existir o acréscimo de um mês a mais por ser um ano bissexto (we adar). 

Foi a partir desse equívoco que Rio Branco gerou o erro histórico, ao considerar que os meses maçônicos começavam no dia 1º e não no dia 21, o que dava na soma dos equívocos uma diferença de vinte ou vinte e um dias. 

É fato que Ledo, como 1º Grande Vigilante, da sua cátedra na Loja, exigiu a libertação da Pátria, entretanto esse dia foi 9 de setembro de 1.822 e não 20 de agosto. Para o fato há que se levar em conta que D. Pedro já havia proclamado em São Paulo, às margens do Riacho Ipiranga, a Independência do Brasil verdadeiramente no dia 7 de setembro de 1.822 do calendário gregoriano (é fato também que num Brasil colonial, a notícia não havia chegado ao Rio de Janeiro até dia 9 de setembro – não havia telégrafo na época e as mensagens eram enviadas mesmo a lombo de cavalo). 

Foi por essa falsa interpretação criada por José Maria Paranhos (o Visconde do Rio Branco) que muitos escritores e compiladores, tendenciosos ou não, acabariam espalhando essa mentira histórica como fato autêntico ainda no Século XIX. Foi essa mesma proposta que seria bem mais tarde levada como um acontecimento inverídico de uma data em que absolutamente nada aconteceu. Em síntese, ratifica-se que no dia 20 de agosto não houve nenhuma Sessão no GOB, senão no dia 9 de setembro quando dois dias já haviam se passado da proclamação da Independência do Brasil. 

Atualmente, apesar de todas as provas angariadas por autênticos escritores, pesquisadores e historiadores, muitas autoridades maçônicas ainda as consideram como folhas ao vento, apregoando dissimuladamente a cada ano que passa essa “balela do dia 20 de Agosto” ao ser comemorado o Dia do Maçom. 

Sugiro que o Irmão pesquise arrazoados da lauda de Francisco de Assis Carvalho, Hercule Spoladore, Kurt Prober, Raimundo Francisco Xavier, José Castellani, João Alves da Silva, dentre outros. Existe um condensado em forma de um caderno de bolso datado de junho de 1.994 denominado “20 de Agosto – Dia do Maçom” - Editora Maçônica A Trolha que traz em seu conteúdo um trato confiável sobre o assunto creditado a esses escritores mencionados. Veja também as “Atas de Ouro do Grande Oriente do Brasil”, todas contemporâneas à fundação do Grande Oriente Brasílico, mais tarde, “do Brasil”. 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com 

11 – Lugar das autoridades: 
Em 27/08/2016 o Respeitável Irmão João da Silva, Loja Estrela de Salomão, 4.144, REAA, GOSP- GOB, Oriente de São Paulo, Capital, apresenta a seguinte questão: 
sbrandinis@bol.com.br 

Estou fazendo um trabalho sobre saudação e lugares no Oriente. Surgiu uma dúvida, quem são autoridades maçônicas além do Grão Mestre e do Grão Mestre Adjunto? Vamos lá para a dúvida. Imaginemos uma situação hipotética, um irmão do quadro de uma loja assume um cargo de grande secretário do GOSP, ou assume o cargo de Coordenador de uma região, ou assume um cargo de secretário adjunto de relações: Onde ele sentará? No lado direito no Oriente próximo do Orador ou junto com o Venerável Mestre no trono de Salomão? 

CONSIDERAÇÕES:

O que disciplina a ocupação das duas cadeiras de honra à direita e à esquerda do Venerável Mestre nas Lojas do Grande Oriente do Brasil é o Decreto 1.469 do Grão-Mestre Geral, datado de 12 de fevereiro de 2.016. A ocupação das mesmas dá-se de maior para a menor autoridade presente conforme preconiza o Regulamento Geral da Federação. 

Nesse sentido, o Decreto é bem claro – só existem duas cadeiras de honra. Portanto não se colocam mais cadeiras além das duas mencionadas. Outras autoridades presentes além daquelas com direito a ocupar as duas cadeiras laterais ao trono, ocupam lugar no Oriente, porém abaixo do sólio conforme identifica o lugar das autoridades na planta do Templo presente o Ritual. 

12 – mestre instalado: 
Em 14/10/2016 o Respeitável Irmão Orlando Sanchez Jr, Loja Amor e Liberdade, 2.427, REAA, GOB-PR, Oriente de Ivaiporã, Estado do Paraná, formula a seguinte pergunta. 
osanchezjr@gmail.com 

Ontem durante nossa reunião ritualística surgiu uma dúvida quanto à identificação do Mestre Instalado no livro de presença, no campo onde pede o Grau. Alguns Irmãos disseram que deveriam ser colocadas as iniciais MI (Mestre Instalado). Outros Irmãos discordaram por não considerarem que Mestre Instalado seja Grau. Então surgiu esta dúvida de como seria a identificação do Mestre Instalado, se é que seja necessária tal identificação. 

CONSIDERAÇÕES:

Saliente-se primeiro que Mestre Instalado não é Grau, senão um título distintivo e honorífico dado àquele que foi eleito para dirigir uma Loja Maçônica. 

Infelizmente aqui no Brasil adquiriu-se o hábito equivocado de se tratar um Mestre Instalado como fosse ele possuidor de um Grau além do Mestre. Na verdade esse tem sido um erro crasso na Maçonaria Tupiniquim. 

Há que se entender então que as Lojas Simbólicas praticam a Maçonaria Simbólica ou Universal e esta é composta apenas e tão somente de três Graus – Aprendiz, Companheiro e Mestre. 

Graus além do de Mestre são particularidades dos Ritos Maçônicos e não fazem ninguém melhor do que outro somente por possuir algum além do terceiro. 

Assim, respondendo a sua questão, entendo que se no Livro de Presenças da Loja estiver identificado o local para se colocar o “Grau do Irmão”, então ele informará simplesmente o seu “grau simbólico” e não o título distintivo. É oportuno salientar que ali vai apenas o grau simbólico e não outro qualquer além do Mestre (plenitude maçônica). 

Como já comentado, essa “estória” de MI tem estado arraigada nos nossos costumes, porém aos olhos da verdade, nada mais é do que um equívoco. 

Concluindo, eu penso que um Mestre, pela plenitude alcançada deveria antes de tudo dar exemplo de humildade, já que títulos e convenções não deveriam ser comuns no nosso meio, afinal um dia, logo no princípio, aprendemos que distinções não são bem-vindas entre nós. Não bastaria então que o maçom deixasse marcado apenas o seu Grau Simbólico? 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com 
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.344– Florianópolis (SC), quarta-feira, 1º de março de 2017

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