Páginas

PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

terça-feira, 9 de agosto de 2016

DINÂMICAS DA SESSÃO EM LOJA

DINÂMICAS DA SESSÃO EM LOJA
Irmão Holbein M∴ M∴ da R∴ L∴ Dom Pedro IV Lagos (G∴O∴L∴) Portugal

Nesta prancha abordo uma temática recorrente sobre a qual nunca é demais insistir. A vocação de uma loja maçónica pode ir além dos objetivos descritos na sua carta patente; pode assumir-se como uma inclinação para a beneficência e a filantropia, pode incidir maioritariamente nos estudos filosóficos e esotéricos, pode incluir a ação cívica no seio da comunidade em que se insere, pode ser mais isto ou mais aquilo, até poderá ser uma mistura de tudo isto com outras coisas, mas jamais poderá deixar de ser o palco onde se desenrola a construção individual de cada um dos seus obreiros.

Esta é a vocação primordial, o investimento principal do trabalho de uma loja maçónica. A forma como tal se desenrola é que marca a qualidade e a longevidade de cada oficina, mormente no que concerne ao rigoroso cumprimento da disciplina ritualística, a par da observância das normas e regulamentos, e ao importante concurso do diálogo pedagógico e reflexivo, o condutor da partilha de conhecimento e base da consciência e da concórdia entre os obreiros.

Não há prossecução na caminhada sem que se verifiquem estes aspectos, sem que o templo que recebe a sessão seja impregnado com um ambiente distinto, propício aos trabalhos e claramente diferente de qualquer ambiente profano. Tal fratura ou suspensão temporal e espacial - entre lugar profano e lugar sacralizado -, é indispensável ao evento, a essa singularidade espaço temporal maçónica.

Em sessão, não há lugar para indisciplinas ritualísticas, posturas incorretas, produção de sons espúrios, exageros humorísticos. Note-se que não defendemos uma sessão de participantes múmia, de postura rígida e semblante austero, de expressões anódinas ou ausentes, não condenamos a ocorrência de um fugaz momento espirituoso; mas a clareza das falas, o rigor e o ritmo da prática do ritual, emoldurados pela elegância e suavidade da coluna da harmonia, têm de ser grandiloqüentes.

Muito ajudará a este ambiente a qualidade de uma iluminação de gradação variável que acompanhe e enquadre a variação musical e os diferentes momentos do ritual, bem como o total alheamento ao marcador do tempo profano, o relógio (do analógico ao digital, incluindo o telemóvel - objectos que deviam ficar nos Passos Perdidos e não entrar no templo). Toda esta dinâmica disciplinada visa dotar o espírito do obreiro da necessária serenidade para atingir a concentração que potencia a formação e a fluidez das energias fundamentais ao trabalho na Arte Real. E nada disto é difícil de implementar e praticar, pois não?! Nota: Para esta prancha contei com o precioso contributo do IrComp∴  Mahatma Gandhi, particularmente nos tópicos referentes à importância da iluminação do templo e da prestação da coluna da harmonia, para os quais demonstrou uma sensibilidade notável. A ele o meu agradecimento.





Nenhum comentário:

Postar um comentário