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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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domingo, 9 de outubro de 2022

JÓIA ESQUADRO

(republicação)
Consulta que faz o Irmão Francisco Fernandes, Aprendiz Maçom membro da Loja (sem se definir o nome pelo excesso de abreviações), Oriente de Pedreiras, Estado do Maranhão.
somar-somar@hotmail.com

Verifiquei que na página sete (07) do Ritual de Aprendiz - versão 2001 - não faz referência ao Esquadro, enquanto que na página dezoito (18) do mesmo ritual, porém na versão 2009, cita-se a joia e ainda orienta quanto a sua disposição sobre o Compasso e o direcionamento dos vértices. "seu lado menor voltado para o lado norte". Poderias me esclarecer porque a joia passou a figurar na edição 2009? Também, qual o significado em ter seu lado menor voltado para o norte?

CONSIDERAÇÕES:

Primeiramente eu gostaria de manifestar a minha satisfação quando encontro um Aprendiz Maçom preocupado com a liturgia e ritualística e por extensão com a cultura maçônica.

Não vou entrar no mérito do ritual de 2.001 que não está mais em vigência, porém sobre o que exara o atual.

Esse Esquadro ao que o Irmão se refere não possui a denominação de joia. Esse tratamento é dado àquele preso ao colar do Venerável e tido como uma das joias móveis da Loja.

O Esquadro que compõe a tríade emblemática que fica sobre o Altar dos Juramentos é um dos componentes das Três Grandes Luzes Emblemáticas (Livro da Lei, Esquadro e o Compasso), cujas disposições em primeira instância indicam o Grau em que a Loja está aberta.

À bem da verdade, esse Esquadro emblemático não deveria ter ramos desiguais, e sim iguais, pois nesse conjunto ele não é tido como um Esquadro operativo, já que para a tríade, como o próprio nome diz, ele é um emblema de grande importância que nesse caso sempre se mostrará unido ao Compasso quando a Loja estiver aberta. Daí ele possui dois aspectos importantes. O primeiro é a revelação dos 90º graus como código de ética e moral proposto na obrigação (juramento). Segundo, ele é tido conforme a sua disposição na união com o Compasso, como uma revelação simbólica que denota evolução e aperfeiçoamento. 

Assim, ratifico que tradicionalmente, esse Esquadro não possui cabo nem graduação. Ele é simplesmente o Esquadro, cujas lições se apresentam como uma Luz (sabedoria) à vista dos presentes no Canteiro (Loja).

Agora o Esquadro operativo, com cabo e ramos desiguais seria aquele distinto como a joia do Venerável que representa dentre outros, o Mestre da Obra. Esse Esquadro simbolicamente é tido simbolicamente como instrumento de trabalho do Maçom na aplicação das obras perfeitas e duráveis. 

Em síntese esse é um Esquadro de trabalho, portanto operativo e que especulativamente acompanha o Maçom ao longo da sua vida.

Infelizmente, muitos ritualistas ainda não se aperceberam disso e copiam o símbolo, talvez por achar bonito, de gravuras, desenhos, representações, etc., por simples e mero acaso, não fazendo com isso a distinção entre os emblemas, talvez por “acharem” que tudo é igual, todavia, não é.

Essa anomalia acabou por fazer parte do ritual em vigência onde essas insígnias me parecem trocadas e provavelmente copiadas de rituais antigos e ultrapassados como se antiguidade fosse implacavelmente sinônimo de verdade. Certamente nem sempre o antigo está correto.

Alguns ainda tentam justificar que o lado menor (cabo) ficaria voltado para o Norte devido ser nesse quadrante o lugar dos Aprendizes. Essa tese está longe de ganhar sustentação, pois além de não existir ramos desiguais para essa Luz Emblemática, pior ainda no Rito em questão é que esse ramo fica apontado para o canto nordeste do Oriente onde os Aprendizes não tem acesso.

Podem existir ainda tentativas de se justificar abeirando-se por teses místicas e ocultas. Como eu faço parte da corrente autêntica da Sublime Instituição, eu primo pela racionalidade sem, entretanto desrespeitar as opiniões alheias. Assim prefiro não comentar essas suposições.

Finalizando, se é que se pode dar uma explicação, a explicação é essa. Entretanto devo reiterar o fiel cumprimento da Lei. Quando aqui expus um apontamento racional, não tive e não tenho a intensão de me insurgir contra o que está legalmente escrito no Ritual em vigência. 

Devemos então cumpri-lo como ele está, até que possamos um dia reverter legitimamente essa contradição.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JBNews n. 828, 02/12/2012

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