O GRANDE ERRO HISTÓRICO

O GRANDE ERRO HISTÓRICO

RITO DE YORK XRITUAL DE EMULAÇÃO

No Brasil, por força do Tratado de 21 de dezembro de 1912, entre o Grande Oriente do Brasil (GOB) e a Grande Loja Unida da Inglaterra (GLUI), foi criado o Grande Capítulo do Rito de York* (segundo a redação em língua portuguesa) quando na realidade, em língua inglesa, tratava-se do Grande Conselho da Arte Maçônica no Brasil, cuja tradução mais apropriada seria: Grande Conselho da Maçonaria Simbólica no Brasil.

Os Irmãos ingleses, entre si, NUNCA usaram as errôneas expressões “Capítulo” e “Rito de York”. Para eles (os ingleses) era “Grand Conseil the Craft Masonry in Brazil”, que, em português, quer dizer “Grande Conselho do Ofício Maçônico no Brasil”, mas com o sentido de “Grande Conselho da Maçonaria Simbólica no Brasil”. No brasão emblemático não havia a mínima referência ao suposto “Rito de York”. Na parte superior estavam as iniciais G.C.C.M. e na parte inferior estava o nome Brazil(com “z”).

O Grande Capítulo do Rito de York só foi efetivamente fundado em 9 de junho de 1914, sob o qual foram colocadas as sete Lojas que praticavam o Emulation Working ou Ritual Emulação as quais eram constituídas de ingleses, mas que se subordinavam, até então, ao Grande Oriente do Brasil. Esse Capítulo (sem ser capítulo) passou a ser a autoridade suprema, em matéria litúrgica, para todas as Lojas do “suposto Rito de York” (sem ser o verdadeiro Rito de York. Ou seja, o praticado por todas as Grandes Lojas Norte-Americanas, com uma única exceção do conjunto, sendo a Grande Loja de Louisiana, a qual tem cerca de seis ou mais Lojas em sua (dela) jurisdição que pauta seus trabalhos no graus simbólicos do REAA.), então existentes e para aquelas que fossem criadas no futuro. Era constituído de 33 (trinta e três) membros, dos quais 28 (vinte e oito) eleitos dentre os maçons pertencentes às Lojas do Rito e 5 (cinco) que eram o Grão-Mestre Geral, o Grão-Mestre Adjunto, o Grande Secretário Geral, o Grande Tesoureiro e o Grande Chanceler do Grande Oriente do Brasil, todos com direito de voto nas deliberações.

O Grande Capítulo do Rito de York foi extinto com a criação da Grande Loja Distrital da América do Sul – Divisão Norte, com sede no Brasil, por força do Tratado assinado em 6 de maio de 1935, entre o Grande Oriente do Brasil e Grande Loja Unida da Inglaterra, que herdou todas as atribuições e Lojas do Grande Capítulo do Rito de York.

O Decreto nº 0612, de 27 de março de 2003 do Grande Oriente do Brasil, rompe, unilateralmente, o Tratado de 1935 com a Grande Loja Unida da Inglaterra, senão vejamos: 

“Fica, pelo presente, convencionado que a autorização ora outorgada abrangerá os três graus da Antiga Maçonaria, a saber, os de Aprendiz, Companheiro e Mestre, juntamente com a Ordem Suprema do “Holy Royal Arch”, tornando-se também extensiva à autorização de Capítulos da Royal Arch a serem anexados as Lojas, que, presentemente ou futuramente, exercerem as suas atividades sob a direção da Grande Loja Distrital, que será administrada de conformidade com a prática em vigor, de acordo com a Jurisdição Inglesa”. 

O Tratado de 1935 ratificou, em seu Artigo IV, o Convênio celebrado em 1912 e concedeu pelo Artigo V, a autorização para estabelecimento, no Brasil, de uma Grande Loja Distrital sob a Carta Patente do Grande Loja Unida da Inglaterra.

Isso posto, se o Grande Oriente do Brasil quer ter sob seu comando direto Capítulos do Arco Real brasileiros, bastaria retificar, de comum acordo com a Grande Loja Unida da Inglaterra, o Tratado de 1935. Seria mais diplomático, no mínimo. Afinal, os ingleses sempre cumpriram a parte deles, o que não se pode afirmar do outro lado. 

Na Inglaterra e País de Gales existe um Supremo Conselho 33 do Rito Antigo e Aceito (Ancient and Accepetd Rite- Supreme Council 33) fundado em 1845. Não leva o nome de Escocês mas não é outro senão o nosso já por demais conhecido Rito Escocês Antigo e Aceito.

Sérgio Roberto - MM

ARLS Cavaleiros do Sol nº 42 - GLMEPB

Rito York

* No documento em inglês, não foi colocado o termo “Capitulo do Rito de York”, porque assim, lá não era denominado. Já no documento em português, foi colocada tal aberração. E esse erro perdura até hoje, infelizmente.