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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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domingo, 9 de setembro de 2018

PEQUENA HISTÓRIA LIVRE DA MAÇONARIA

PEQUENA HISTÓRIA LIVRE DA MAÇONARIA

Esta é uma Pequena História, porque seria impossível contar a história, de uma instituição como a Maçonaria, nos poucos minutos que nós dispomos e trata-se de uma História Livre, porque reunimos, aqui, o resultado de algum estudo e pesquisa com um pouco de imaginação nossa. 

Especula-se que a Maçonaria, como instituição que congrega homens de boa vontade, solidários e transformadores da sociedade, existe desde tempos imemoriais. Quando o homem saia da sua caverna para olhar o firmamento e começava a especular sobre sua origem e o que lhe transcendia o corpo físico, aí estava presente a força que regeu a Maçonaria em todos os tempos – compreender a história do homem e seu papel na terra e estabelecer metas de conduta e de convivência.

A Maçonaria Antiga vem dos tempos de Noé, segundo algumas especulações, ou desde Moisés, segundo outras e, seguramente, existiu entre os caldeus, continuou existindo durante o predomínio da Civilização Egípcia, chegou ao Século IX quando artesãos se associaram em guildas para defender os direitos da classe, formando a Maçonaria Operativa e no Século XVIII consolidou-se a Maçonaria Moderna, com a fundação da Grande Loja de Londres. 

Da Maçonaria Antiga não se conhece a história, apenas lendas e especulações. Ela teria começado quando o homem, surgido da transformação darwiniana, contemplou o sol e o firmamento com seus milhões de astros e se perguntou se ele estava só naquela imensidão do universo e quem havia criado tudo aquilo. Enunciou, nesse momento, o primeiro princípio maçônico - a crença na existência de um Ser Supremo, o Grande Arquiteto do Universo. Mais tarde, conforme nos ensina a Bíblia, Deus avisou Noé que uma grande inundação chegaria e que ele preparasse um barco para salvar sua família, mais alguns homens e mulheres justos e um casal de cada espécie de animais existente. Aí nasceu a primeira irmandade e podemos, então, considerar a Arca de Noé como a Primeira Loja Maçônica. 

Esta fase da Maçonaria acompanhou o homem no seu processo de civilização, através dos tempos. 

A Maçonaria Operativa, que, segundo alguns registros data do Século IX, era uma união de construtores, preocupados com a regulamentação do exercício da profissão, com o comportamento social dos mestres, companheiros e aprendizes e em especial com a assistência social aos associados das guildas e com os segredos da profissão. 

Dentro do processo histórico, em algum momento entre os Séculos XVI e XVIII, as construções deixaram de ser abundantes, o número de maçons diminuía, as guildas foram se enfraquecendo e necessitaram de novos membros para que os recursos fossem suficientes para a assistência a todos os seus associados. Começaram a ser aceitos associados que não eram maçons de profissão - eram os chamados maçons aceitos. Nas lojas coexistiram membros operativos e outros, os aceitos, ou maçons especulativos. O período de transição entre a Maçonaria Operativa e Especulativa foi longo. Cerca de dois séculos foi o tempo necessário para que os Maçons Especulativos se tornassem maioria nas lojas e assumissem a sua direção. 

Essa transição foi lenta e dolorosa. No princípio os maçons aceitos eram antigos Templários, Cátaros, e depois vieram os intelectuais, filósofos, padres, burgueses, enfim todos os homens que buscavam ardentemente uma verdade. Essa busca só era possível no ambiente livre da intolerância, que começava a reinar na Europa, que era a Maçonaria. Durante o processo de transformação da Maçonaria Operativa para Especulativa, houve a criação da Associação dos Operários - os Companheiros ou a Compagnonnage, que levou à ruptura entre os Franco-Maçons e Companheiros. A Maçonaria abrigava os especulativos e a Compagnonnage, os operários, os artesãos, os manuais. 

(A transição e a cisão entre os operativos e especulativos, merece um estudo à parte, tão longo e cheio de ensinamentos foi este processo, quando chegou a ser colocada em dúvida a própria utilidade futura da maçonaria na sociedade). 

O processo de transição culminou com a criação da Grande Loja de Londres em 1717, quando se consolidou a Maçonaria Especulativa. 

A Maçonaria Especulativa caracterizava-se por serem, seus membros, observadores sagazes, com capacidade para perceberem os princípios morais subjacentes aos símbolos e aplica-los na construção de relacionamentos humanos confiáveis, sinceros e leais e, através do estudo e da observação, tentar aprender a melhor forma de construir uma harmoniosa e perfeita fraternidade. O maior trabalho de um Mestre Maçom Especulativo é aplicar, de maneira prática e correta, a sabedoria moral que se espera tenha adquirido durante sua vida maçônica. 

Os Maçons Operativos eram individualistas e os especulativos são altruístas e filantropos. A Maçonaria Operativa era uma fraternidade corporativista, ocupava-se do bem estar e dos interesses de seus membros. A Maçonaria Especulativa amplia os horizontes de sua fraternidade, estendendo-a a todos os homens. 

Da Maçonaria Antiga conhecemos as lendas e imaginamos sua caminhada longa e gloriosa como longa e gloriosa foi a evolução do homem da caverna, passando pela invenção da roda e chegando aos tempos da cibernética, da astronáutica e da clonagem de seres vivos. 

Da Maçonaria Operativa conhecemos partes da sua história e conhecemos os frutos do conhecimento e da capacidade de realização dos mestres maçons, representados pelas monumentais catedrais góticas e românicas. 

Da Maçonaria Especulativa conhecemos o papel importante que desempenhou nos grandes movimentos de transformação da sociedade, como Revolução Francesa, Independência Americana e Libertação dos povos Latino-americanos, entre muitos outros momentos de grande significação para a humanidade. 

E nos tempos atuais, qual é o papel que a Maçonaria desempenha? Qual é a importância atual da Maçonaria para a Sociedade? 

A Maçonaria, tal como a vemos hoje, em nosso meio, não aparece, perante a sociedade, com propósitos definidos. Uma instituição sem propósitos definidos, tende a desaparecer ou, pelo menos, a perder sua relevância na sociedade. Estaremos vivendo uma nova fase da história da Maçonaria, com o declínio da Maçonaria Especulativa, como os séculos XVII e XVIII presenciaram o declínio da Maçonaria Operativa? 

Deixamos de ser Operativos, pois não defendemos interesses de classes; não somos Especulativos pois não formulamos questões nem temos soluções filosóficas para as incertezas da vida moderna, nem somos ativos para tornar a Maçonaria agente da formação da sociedade justa e perfeita que almejamos. 

Seremos nós, os Maçons atuais, os responsáveis pelo fim da Maçonaria como instituição transformadora da Sociedade? 

Se não reagirmos, se a Maçonaria continuar, mesmo no momento crítico que atravessamos, vivendo de recordações de um passado brilhante; se a Maçonaria continuar de mãos vazias, vazias de ideais, vazias de idéias, vazias de ação, poderemos antever um final triste para esta pequena história livre da Maçonaria. 

Porém, se deixarmos de lembrar saudosos o passado brilhante e passarmos a procurar viver um presente brilhante, empenhando-nos na luta de transformação desta Sociedade, onde a ética e a moral deram lugar à corrupção generalizada dos costumes, à desfaçatez e à mentira, e a falta de entendimento entre os povos trouxe o terrorismo, que a todos amedronta, em lugar da Paz, aí então estaremos dando continuidade à história milenar da Maçonaria e estaremos iniciando a 4ª fase da Maçonaria – a da Maçonaria Ativa. 

Se a transição da Maçonaria Operativa para a Especulativa levou longos anos, talvez a transição da Especulativa para a Ativa possa ser feita num tempo menor. 

A voz oficial da Instituição defende que a Maçonaria só tem deveres de preservação da cultura universalista do homem, entendendo-se por cultura universalista o amadurecimento interior de cada um de nós, conseguido voluntariamente, no silêncio do estudo e da meditação. O crescimento interior é um processo gradual, pessoal, voluntário, solitário e intransferível. Seria esse crescimento individual do Homem-Maçom que, por difusão na Sociedade, faria evoluir essa Sociedade, tornando-a Justa e Perfeita. 

No entanto, no passado, são muitos os registros de diversos momentos na História da Humanidade e do Brasil, em que a Maçonaria, como Instituição, desempenhou papel importante e decisivo para a transformação da Sociedade. 

Não será o momento, agora, de a Maçonaria voltar a atuar como Instituição, com o peso de sua tradição gloriosa, de vários séculos, para combater a tirania, a ignorância, os preconceitos, os erros, a prepotência, o ódio, a humilhação que predominam em nossa caótica Organização Social, substituindo-os pela liberdade, pela igualdade, pela fraternidade, pelo conhecimento, pela solidariedade e pelo amor? 

Não será o momento, agora, de todas as Lojas Maçônicas de Juiz de Fora se unirem, como Instituição, para organizarem uma Escola, onde, em larga escala, pela difusão dos princípios maçônicos, estariam sendo formados verdadeiros homens-maçons, colaborando de forma acentuada para a transformação da Sociedade? 

Não será o momento, agora, de todas as Lojas Maçônicas do Brasil se unirem, como Instituição, em uma permanente campanha pela moralização nos costumes políticos e na administração pública, objetivando diminuir a corrupção a nível tolerável? 

Não será o momento, agora, de todas as Lojas Maçônicas do Mundo – pois a Maçonaria é uma Instituição Universal, com Oficinas em todos os recantos da Terra – se unirem, como Instituição, para promoverem o entendimento entre os povos, única forma de acabar com a escalada da insensatez humana, que resultou nos atentados de 11 de setembro em Nova Iorque e Washington e nos constantes atos de terrorismo, seja terrorismo de Estados ou de grupos, praticados em diversas partes do Universo e culminou com esta absurda Guerra dos EUA conta o Iraque? 

Aqui cabe o registro do lamentável silêncio da Maçonaria a respeito deste acontecimento, que é um marco divisor na História Universal e que assinala a transgressão de todas as regras do Direito Internacional e o aniquilamento da ONU, pelos EUA , que dispõe da hegemonia total sobre todos os povos da Terra. 

Aceito a Maçonaria como facilitadora do encontro de homens no desenvolvimento de relacionamentos interpessoais e promotora do amadurecimento individual de cada um de nós, pela convivência, pela solidariedade, pelo estudo, pela meditação. Mas acredito que isto é pouco, muito pouco, se considerarmos o potencial de transformação e de aperfeiçoamento da Sociedade existente em uma Instituição organizada em todos os recantos da Terra, congregando homens livres, de bons costumes e de boa vontade, que almejam tornar justa e perfeita a humanidade. 

Tenho certeza que as luzes dos Irmãos experientes, que já decifraram os segredos da Sublime Ordem, iluminarão o caminho da Maçonaria para que, em breve tempo, uma Maçonaria Ativa possa desempenhar o relevante papel histórico de agente transformador da humanidade, na criação de uma sociedade justa e perfeita onde todos sejamos felizes, para a Glória do Grande Arquiteto do Universo.      

Jaime Leivas Piuma 
Mestre Maçom - Placet 19069 
ARLS Benso di Cavour nº 28 - GLMMG 
26/03/2003. 

Bibliografia: 

1. Pequena História da Maçonaria - C. W. Leadbeater - Editora Pensamento - 1968 - Biblioteca Maçônica. 
2. A Franco-Maçonaria - História e Iniciação - Christian Jacq - Editora Difel - 1977 
3. A Maçonaria, Ontem e Hoje - Armando Righetto - Editora Maçônica A Trolha - 1994. 
4. Maçonaria - História e Filosofia - Ambrósio Peters - Editado sob patrocínio da Academia Paranaense de Letras Maçônicas e Grande Oriente do Estado do Paraná. - 1999. 
5. Maçonaria - Lendas, Mistérios e Filosofia Iniciática - João Antônio Ardito - Editora Madras - 2002. 
6. Um Conceito de Maçonaria - Welington B. de Oliveira - Editora Maçônica A Trolha - 1994. 

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