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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

terça-feira, 25 de junho de 2024

PARAMENTOS DE UM VENERÁVEL MESTRE VISITANTE - REAA

Em 24.09.2023 o Respeitável Irmão Marcos Roberto Friéde, Loja Fraternidade Acadêmica Sementes do Amanhã, REAA, GOB-SP, Oriente de Hortolândia, Estado de São Paulo, apresenta a dúvida seguinte:

VENERÁVEL MESTRE VISITANTE

Gostaria de um esclarecimento por parte do Ir∴, em relação a uma dúvida que tenho tido quando em visita a Oficinas coirmãs. Acontece que estou me utilizando das alfaias de M∴ I∴, pois entendo que em uma sessão possam haver diversos MM∴ II∴, mas apenas um V∴ M∴ caso a sessão não seja conjunta. Porém, alguns IIr∴ me disseram que o correto seria que eu me utiliza-se das alfaias de V∴ M∴ inclusive utilizando os punhos, pois estou no exercício das funções em minha oficina.

Ficaria muito grato pelas suas orientações.

CONSIDERAÇÕES:

Nas Lojas do REAA no GOB, o Venerável Mestre visitante se apresenta vestido com os seus paramentos completos, inclusive os punhos.

O Venerável Mestre é uma autoridade da faixa 01, Artigos 219 e 220 do RGF, portanto, como visitante ele ocupa o lugar das autoridades no Oriente, abaixo do sólio.

Na realidade, isto nada tem a ver a presença de outros Veneráveis Mestres na sessão, pois como dirigente da Loja estará o Venerável Mestre titular empunhando o 1º malhete. Os demais, titulares nas suas Lojas, que eventualmente possam estar presentes, são Veneráveis Mestres visitantes.

Ao concluir, vale a pena comentar que uma sessão conjunta ocorre entre Lojas “incorporadas”, devendo ser as mesmas do mesmo rito e da mesma Obediência. No caso, não existe duplicidade de cargos, devendo assumir um titular para cada função, distribuídos de comum acordo entre as Oficinas incorporadas.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

SÓLIO

Ir∴Amaury Peleteiro MM∴
CIM:-11749 –SP = GOP-COMAB-CMI.

Num diálogo entre o Venerável Mestre e o 2º Diácono, o Venerável pergunta:

Qual é o lugar do Ir∴ 1ª Diácono?

Resposta: À vossa direita e abaixo do SÓLIO!

SÓLIO: - Cadeira do Rei – Trono do Rei – Cadeira de São Pedro.

Segundo diz um autor, entre os orientais e os hebreus, como entre os gregos e os romanos, os tronos foram, primeiro, simples cadeiras de honra e terminou por designar a dignidade real ou episcopal.

Em Maçonaria, dá-se esta denominação ao lugar no centro do Oriente do Templo, onde fica o Venerável Mestre ou quem preside os trabalhos de uma Oficina de qualquer Grau, recebendo este nome como uma alusão, provavelmente, ao trono de Salomão, que o Presidente da Oficina representa... O trono do Venerável Mestre assenta sobre três degraus e é encimado por um dossel, cuja cor, disposição e adorno são determinados pelo ritual de cada Grau.

Então trono significa a Cadeira especial para uma pessoa de autoridade, incluindo reis, magistrados civis ou sumo sacerdote.

A maioria dos reis tinha seu trono elevado em algum tipo de plataforma e, muitas vezes, chega-se a eles usando escadas.

Em termos gerais, o Trono pode simbolizar a pessoa que senta nele, sua autoridade, a autoridade de seu reino ou de seu ofício.

Alguns tronos eram pouco mais que CADEIRAS ELEVADAS, a arqueologia demonstrou a natureza opulenta desses reinados. Um Trono de rocha de cristal foi descoberto nas ruínas de Senaqueribe.

O Trono de Salomão era feito de marfim, revestido de ouro, com complexa escadaria levando até ele, guardado em cada lado pelas estátuas de leões. A parte de trás do trono tinha sido típico daqueles elaborados no Oriente. Na Bíblia Sagrada, no Livro de I Reis cap. 10:18 e 20 diz: “Fez mais o rei um grande trono de marfim e o cobriu de ouro puríssimo...tinha este trono seis degraus e era a cabeça do trono pordetrás redonda; e de ambas as bandas tinha encostos até ao assento, e dois leões estavam junto aos encostos. Também doze leões estavam ali sobreos seis degraus de ambas as bandas. Nunca se tinha feito obra semelhante em nenhum dos reinos”.

Conclusão final

O Venerável Mestre senta sozinho, infelizmente colocaram uma mesa com várias cadeiras, onde, além do Venerável, sentam-se várias autoridades. O certo seria apenas uma cadeira vazia que é a cadeira do Grão-Mestre.

BIBLIOGRAFIA

Ritual de Aprendiz Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito do Grande Oriente Paulista- Ano de 2002.

Bíblia Sagrada de João Ferreira de Almeida – Edição Revista e Corrigida- Ano de 1973. O Antigo Testamento Interpretado – Autor R. N. Champlin, Ph.D. Editora HAGNOS.

Fonte: JBNews - Informativo nº 240 - 25.04.2011

segunda-feira, 24 de junho de 2024

O ORADOR E O SECRETÁRIO NA CONFERÊNCIA DA BOLSA

Em 24.09.2023 o Respeitável Irmão Mário Sérgio Fernandes Isaac, Loja João Guerra de Oliveira, 2154, REAA, GOB-GO, Oriente de Goiatuba, Estado de Goiás, apresenta as questões seguintes:

ORADOR E SECRETÁRIO – VERIFICAÇÃO DA BOLSA

Eminente Irmão, Pedro JUK; muito bom e esclarecedor seu blog. Primeiro quero agradecer por seus esclarecimentos sobre Ritualista do REAA. Porém, tenho dúvidas e gostaria de seus esclarecimentos quanto a:

1) A Solicitação do Venerável Mestre ao Irmão Orador e Secretário, (... IIr∴Orad∴ e Secr∴, convido-vos a assistirdes à verificação do seu conteúdo), (Item 2.4 parag. 9 página 55). Se o é “ato” que por tradição ou o costume se incorporou no REAA, ou é próprio do REAA, e qual sua origem? Pergunto pelo motivo de geralmente os recintos das lojas serem pequenos e dariam para o Orador e Secretário verificarem de seus lugares, ou mesmos todos IIr. Têm confiança no Venerável Mestre.

2) Fala do Venerável Mestre no Ritual Grau 3. (VVen∴ IIr∴, ajudai-me a abrir a Loja) (Item 2.1 pág. 49); O Correto não seria: VVen∴ IIr∴, ajudai-me a abrir a C∴ M∴, visto que os trabalhos se desenvolvem na mesma. A pergunta é: será corrigido no Ritual a ser impresso ou continuará e qual explicação para esse fato?

3) Fala do Venerável Mestre Ritual Grau 2. (Verificação – Segundo dever do Vigilante – Página 29 – 2.1 Abertura – 2º Explicativo.) Texto adequado. Todos nas Colunas levantam-se, ficam à Ord\ e se voltam para o Oriente. Os que ocupam o Oriente permanecem sentados. O Correto não é “sem estar a Ord∴” visto que ainda que os Vigilantes irão fazer verificação da qualidade do grau do maçom. Gostaria de esclarecimento.

CONSIDERAÇÕES:

O posicionamento do Orador e do Secretário na conferência da Bolsa de PProp∴ e IInf∴ é consagrado nos rituais do REAA. 

Para dar entendimento a esta liturgia, o Venerável Mestre os convida para acompanhar à verificação. Nada disso tem relação com confiança no Venerável, mas na lisura de expor um ato às claras diante da assembleia, no caso, do que foi colhido pela coleta. 

No caso de ambientes com pouco espaço, sendo ele exíguo, nada impede que ambos fiquem em pé e próximos da sua cátedra. O que não dá é prever essas duas possibilidades no ritual. É só uma questão de bom senso. Se faltar espaço para aproximação, faz-se do próprio lugar.

Quanto a se referir à Câmara do Meio, isto não é necessário, pois a Loja está sendo aberta no 3º Grau e isso fica subentendido. Uma Loja aberta no grau de Mestre Maçom também é conhecida por Câmara do Meio. Portanto, uma Câmara do Meio é uma Loja de Mestre Maçom.

Conforme prevê o ritual, em Loja do 2º Grau o Venerável Mestre determina que nesse momento todos nas colunas fiquem à Ordem. A seguir os VVig. procedem o telhamento na forma prevista. No novo Ritual de Companheiro, previsto para 2024, o Venerável Mestre determina que os do Ocidente fiquem em pé, porém, sem sinal e voltados para o Oriente. Este procedimento, de ficar em é e sem o sinal, é o mesmo do 3º Grau, a despeito de que inicialmente existiam apenas duas classes, a dos Aprendizes e a dos Companheiros. Com o aparecimento do 3º Grau em 1725 e formalizado em 1738, muitos elementos iniciáticos do 2º Grau vieram preencher o 3º Grau. Não obstante a estas explicações, saliento que por enquanto o ritual ainda orienta que nessa ocasião, nas Colunas todos fiquem à Ordem.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

AS LOJAS DE SÃO JOÃO E OS SOLSTÍCIOS

AS LOJAS DE SÃO JOÃO E OS SOLSTÍCIOS
José Castellani

Além de girar em torno de seu eixo, a Terra desloca-se no espaço, com um movimento de translação em torno do Sol, quando descreve uma elipse, de acordo com as leis de Kepler. Para o observador situado na Terra, todavia, é como se esta fosse fixa e o Sol se movesse em torno dela, seguindo um caminho, que é chamado de eclíptica. Em sua marcha em torno do Sol, a Terra, descrevendo uma elipse, ficará mais próxima, ou mais afastada do astro da luz. O ponto mais próximo - 147 milhões de quilômetros - é o periélio; o mais afastado - 152 milhões de quilômetros - é o afélio. Se a Terra, no movimento de translação, girasse sobre um eixo vertical em relação ao plano da órbita, as suas diferentes regiões receberiam iluminação sempre sob o mesmo ângulo e a temperatura seria sempre constante, em cada uma delas. Mas, como o eixo é inclinado, em relação à órbita, essa inclinação faz com que os raios solares incidam sobre a Terra segundo um ângulo diferente, a cada dia que passa. E, assim, vão se sucedendo as estações: verão, outono, inverno e primavera.

domingo, 23 de junho de 2024

TRATAMENTO DO SUBSTITUTO E OUTRAS QUESTÕES DE RITUALÍSTICA

Em 21.09.2023 o Respeitável Irmão Jefferson Zanandrea Filho, Loja Unificação, 2053, REAA, GOB-SP, Oriente de Santo André, Estado de São Paulo, faz as seguintes perguntas:

TRATAMENTO DO SUBSTITUTO

Segue dúvidas para possível esclarecimento.

1. Na ausência do Venerável Mestre, ficou claro pelo SOR que quem o substitui é o irmão Primeiro Vigilante. A dúvida é quanto ao tratamento deste irmão, ele será tratado como Venerável Mestre, ou como Irmão Presidente, como algumas Oficinas o fazem?

2. O Irmão Cobridor Interno, no início dos trabalhos, quando realizada a verificação externa do templo, baterá 3 vezes em forma de triângulo, ou essa não é uma regra ritualística?

3. Em sessões em que exista escrutínio secreto, regularização e filiação, esses atos, inclusive
os dois últimos que agora são matéria de sessão ordinária, deverão ser executados em ordem do dia?

4. No ingresso do préstito, o Mestre de Cerimônias anuncia a entrada dos irmãos p.ex., “Aprendizes, Companheiro, Mestres sem cargo, Mestres com cargo. 1º Vig∴, 2º Vig∴, atenção meus irmãos para a entrada do Venerável Mestre”?

CONSIDERAÇÕES.

O substituo legal ocupa o lugar do titular e é tratado como Venerável Mestre. Destaque-se que na oportunidade o substituto é o dirigente que usa, inclusive, a joia o cargo para identifica-lo como tal. As Oficinas que fazem de modo contrário estão equivocadas.

A bateria é dada normalmente, ou seja, sem a necessidade de simular triângulos vibrados na porta. Essa bateria “triangular” é mera filigrana. Note que em momento algum o Ritual ou o SOR mencionam essa prática.

O Escrutínio Secreto tem o seu momento previsto no Ritual. Ocorre antes da Ordem do Dia. Já as Cerimônias de Regularização, ou de Filiação, recomenda-se que elas ocorram na Ordem do Dia. Esta orientação estará nos novos rituais do REAA que serão editados este ano (2024). 

Discussões que porventura existam no processo de regularização e filiação, antes da data prevista para a cerimônia ritualística pertinente, naturalmente ocorrem na Ordem do Dia. Agora o ato do escrutínio, é o previsto no Ritual – entre o período da circulação da Bolsa de PProp∴ e IInf∴ e a Ordem do Dia, página 56 e seguintes.

Sem dúvida, o Mestre de Cerimônias é quem organiza o préstito conforme descrito no Ritual. Assim, ele é quem comanda o ingresso dos Irmãos no Templo, obviamente, seguindo a ordem de entrada. O que não é preciso é inventar firulas, como por exemplo essa de: “atenção, meus IIr∴, para a entrada do Venerável”. 

Em nome da objetividade maçônica, dispensam-se esses “enfeites”. Basta que o Mestre de Cerimônias chame pela ordem de entrada: Aprendizes, Companheiros, Mestres, Oficiais, Vigilantes, Mestres Instalados, e Venerável Mestre. Vale lembrar que no Átrio não existem preces, orações, recomendações para se despojar de pensamentos profano, apagar de luzes, etc., antes do ingresso em Lojas do REAA.

T.F.A.
PEDRO JUK – SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

BREVIÁRIO MAÇÔNICO

O EGO

Profunda é a diferença entre eu e ego, pois enquanto o ego significa a pessoa humana vivente, o “eu” é a parte divina dentro do homem.

Eu é o nome de Deus. O maçom não pode dizer: “eu sou maçom”, porque pretenderia tomar o lugar de Deus. O eu comanda o espírito; o ego, a consciência.

Da palavra ego origina-se de “egoísmo”, que é a forma negativa da personalidade humana.

Porém, em certas ocasiões, o homem necessita desse egoísmo; quando zela pelos seus interesses, seu bem-estar, sua saúde, o egoísmo é salutar. Na máxima bíblica: “Ama o próximo como a ti mesmo”, encontramos a expressão egoísta de que, “antes de amar o próximo”, o homem deve aprender a amar a si mesmo, como exercício e como campo experimental, para depois poder com eficiência amar o próximo.

O maçom deve observar esses aspectos “lapidares”, tanto na sua vida maçônica como profana. Não pronunciar o nome de Deus em vão; o “eu sou”; “eu faço isto ou aquilo”.

O maçom deve ser prudente no falar.

Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 131.

PASSOS DO APRENDIZ

Ir∴ Weber Varrasquim

Você chegou à sua Loja.
Ore e peça iluminação.
Cumprimente seus IIr.'.
ISSO SE CHAMA AMIZADE.

Deseje a cada um, o melhor.
ISSO SE CHAMA SINCERIDADE

Faça a agenda e programe o seu dia.
ISSO SE CHAMA REFLEXÃO.

Agora com tudo planejado, comece a trabalhar.
ISSO SE CHAMA AÇÃO.

Acredite que tudo irá dar certo.
ISSO SE CHAMA FÉ.

Faça tudo com alegria.
ISSO SE CHAMA ENTUSIASMO.

Dê o melhor de si.
ISSO SE CHAMA PERFEIÇÃO.

Ajude aquele que tem mais dificuldade que você.
ISSO SE CHAMA DOAÇÃO.

Compreende que nem todos estão na mesma sintonia.
ISSO SE CHAMA TOLERÂNCIA.

Receba as bênçãos com gratidão.
ISSO SE CHAMA HUMILDADE.

o GADU está com você.
ISSO SE CHAMA AMOR.

Se Perguntarem: QUANTOS SOIS VÓS? Respondereis: SOMOS UM SÓ.

Adaptação do texto: Ir∴ Weber Varrasquim
Novembro de 2.003

sábado, 22 de junho de 2024

PARAMENTOS DO SUBSTITUTO

Em 20/09/2023 o Respeitável Irmão Carlos de Souza Toledo, Loja Arte Real, REAA, GOB-GO, Oriente de Aparecida de Goiânia, Estado de Goiás, apresenta a dúvida seguinte:

PARAMENTOS DO SUBSTITUTO DO VENERÁVEL MESTRE

Por favor, me passa uma orientação:

Com a ausência do Venerável Mestre, quem assume o primeiro malhete é o irmão Primeiro Vigilante, para dirigir uma sessão ordinária.

Pergunta: Qual o paramento que deve ser utilizado?

O do Primeiro Vigilante ou o do Venerável?

CONSIDERAÇÕES PARA O REAA:

O 1º Vigilante, sendo ou não um Mestre Instalado, substituindo o Venerável Mestre, veste os paramentos do 1º Vigilante, menos a sua joia. Ao substituir o Venerável o substituto veste a joia do Venerável Mestre. Isso porque nesta ocasião ele é o Venerável Mestre precário. A joia identifica o cargo.

Isto em sessão ordinária, já que nas sessões magnas de Iniciação, Elevação e Exaltação, o substituto do Venerável deve ser o Mestre Instalado mais recente da Loja. Observe-se que nessas sessões o Venerável Mestre faz uso da Espada Flamígera, cuja qual só pode ser empunhada por um Mestre Instalado.

Voltando ao 1º Vigilante, ele, ao substituir o Venerável Mestre, deve deixar a sua joia para o 2º Vigilante, seu substituto, enquanto que o 2º Vigilante deixa a sua joia para o seu substituto, o 2º Experto.

Os novos rituais do REAA, previstos para 2024, trarão claramente estas orientações.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

MAÇONS FAMOSOS


John Theophilus Desaguliers foi um filósofo natural francês, nascido em La Rochelle, França, em 1683 (e falecido em Londres em 1744). Era um membro respeitado da Royal Society e foi o 3º Grão-Mestre da Grande Loja de Londres. Desempenhou um papel crucial na transformação da Maçonaria em uma instituição vibrante. Seu legado é fundamental para a existência atual da Maçonaria.

A Grande Loja de Londres foi criada em 1717. No primeiro ano, o Grão-Mestre foi Anthony Sayer, que não fez nada para o desenvolvimento da Ordem. No ano seguinte, o segundo Grão-Mestre, George Payne, provou ser um administrador competente mas não excepcional. Até que em 1719, momento que a Grande Loja enfraquecia, foi reavivada pela liderança de John Theophilus Desaguliers depois de ser eleito como o terceiro Grão-Mestre.

Ele foi o responsável por transformar a antiga Ordem da Maçonaria, agregando toques de Ciência, uma filosofia do Grande Arquiteto, e uma nova visão para a Maçonaria Especulativa, tornando-a mais nobre e preparada para a Era do Iluminismo.

Seus esforços reavivaram a Grande Loja de Londres, estabelecendo as bases de uma instituição forte e respeitada, atraindo mentes importantes da realeza e elite.

Desaguliers teve um impacto significativo na Maçonaria, introduzindo práticas de caridade, reunindo membros influentes, e exercendo influência científica na instituição.

Sua relação com a Royal Society (Além de um destacado membro, era muito amigo de Isaac Newton) e suas crenças huguenotes sugerem uma influência da Ciência e um compromisso com a liberdade religiosa na criação da Maçonaria Especulativa.

A história de Desaguliers, sua rede de contatos e suas inclinações científicas e religiosas, influenciaram diretamente a transformação da Maçonaria, moldando-a para ser o que é hoje.

Após sair do cargo em 1720, John Desaguliers foi indicado três vezes como Grão-Mestre Adjunto em 1723 e 1725 por diferentes figuras de destaque, contribuindo para várias iniciativas benéficas no Ofício Maçônico, incluindo o início do esquema de caridade, que evoluiu para o atual Fundo de Benevolência da Grande Loja da Inglaterra.

Fonte: Facebook_Curiosidades da Maçonaria

A FORÇA DO AVENTAL DE APRENDIZ

Começo esta manhã transbordado de emoção.

Hoje, ao revirar minhas gavetas, descobri algo que parecia estar no varal do tempo.

Tive necessidade de limpar meu armário. Digo meu armário, pois nele só eu mexo.

Lá, depois de tentar encontrar o que desejava, minha paciência parecia estar se esgotando.

Resmunguei muito. Quis brigar com o mundo, por não ver o que tanto queria.

De repente minha mão toca naquilo que eu não procurava, mas ali estava para me voltar à razão.

O varal do tempo me entregava a calma, a paz, a tranquilidade.

Faz tanto tempo, mas parecia que foi ontem que eu o recebi.

O meu Avental de Aprendiz, minha maior relíquia, meu maior troféu ganho em toda a minha vida, me esperava.

Esqueci-me do que procurava. Com cuidado do mesmo

Aprendiz que viu as espadas cintilando pela primeira vez ou a minha emoção de ver a luz como o verdadeiro Maçom segurou-o.

Ah! Meu avental...!

Quanta saudade ao recebê-lo tão branco, tão puro.

Hoje, não está mais tão branco, mas continua puro, pois o meu trabalho na Pedra Bruta não foi em vão.

Ah! Meu Avental!

Dizer que tive vontade de lavá-lo, para continuar sempre alvo, demonstrando todo o meu orgulho, todo erro.

Ah! Meu Avental!

Quantas vezes eu acariciei como a um filho nas minhas aflições antes das reuniões.

Há quanto tempo você estava esquecido nesse armário.

Há quanto tempo não nos víamos não nos tínhamos um ao outro.

Ah! Meu Avental de Aprendiz!

Hoje nosso reencontro tem, com certeza, uma lição para mim.

Sei que não devo olvidar quão importante foi meu inicio.

Sei também que nosso encontro é para lembrar que devo sempre voltar e rever os ensinamentos, para que o orgulho e a vaidade não se apoderam de mim me mostrando o outro que não sou.

O avental de Aprendiz não pode ter o pó dos vícios, da ganância, da maldade.

O avental do Aprendiz é a satisfação da conquista, não o orgulho do poder.

Ao tocar o meu avental, volto a aprender ser humilde, a não deixar de lado tudo aquilo que foi tão caro, tão bom.

Quanta saudade, meu avental!

O tempo foi passando e eu aqui admirando o meu avental de Aprendiz.

Abro a gaveta para, novamente, colocá-lo no varal do tempo, mas minhas mãos teimam em tê-lo comigo.

Que fazer?

Já nem sei mais o que procurava no armário, mas com certeza, encontrei o que tanto precisava.

Eu precisava de paz, de um novo encontro comigo mesmo.

Eis a minha paz tão procurada, tão desejada, o meu avental de Aprendiz.

Aos poucos fui colocando o avental na gaveta e à medida que ele ia sumindo das minhas mãos, meus olhos deixavam cair lágrimas de saudade.Meu coração disparava, minhas forças sumiam.

Quanta saudade, meu avental de Aprendiz.

Autor desconhecido

Fonte: Grupo Memórias e Reflexões Maçônicas

Adm. Ir∴ Rogério Romani

sexta-feira, 21 de junho de 2024

PRÁTICAS RITUALÍSTICAS NO REAA

Em 19.09.2023 o Respeitável Irmão Carlos Eduardo Moreira Carvalho, Loja Fundamentos da Arte Real, 4501, REAA, GOB-SP, Oriente de Taubaté, Estado de São Paulo, apresenta as dúvidas seguintes:

PRÁTICAS RITUALÍSTICAS NO REAA

Gostaria inicialmente agradece-lo e parabenizá-lo por seus esclarecimentos tão valiosos em seu blog, realmente sou um fã de carteirinha de seus conhecimentos.

Gostaria de tirar algumas dúvidas que vejo em Lojas no REEA.

1 - Após a entrada no templo vejo algumas lojas fazerem um minuto de reflexão desligando toda a luz do templo e colocando uma música de fundo. Não vejo sentido nesta atitude pois não existe nada em nossos rituais.

2 - As velas deverão ser acendidas por uma vela pelo mestre de harmonia e dela deverão ser acendidas as demais velas do primeiro e segundo Vigilante. Vi alguns casos que o próprio Vigilante acende as suas próprias velas e ou quando acaba acende uma nova vela diretamente sem o apoio do Mestre de Cerimônia.

3 - No tempo de estudos vejo também a leitura do Landmark pelo orador e obrigando a todos os obreiros a ficarem em pé. Pelo que vi o GOB não contempla esta prática pois não segue o Landmark Mackey ou Pike em sua totalidade, pois já se encontram em nossa constituição as normas universais e da tradição da Ordem. O procedimento está correto?

4 - Observei em algumas Lojas que criam instruções de Aprendizes como existem no ritual das Grande Loja. Também acredito que o ato seja irregular, pois já temos em nosso ritual as devidas instruções que devem ser ministradas. Em meu entendimento as instruções devem ser enriquecidas por trabalhos em loja, mas não em criar novas instruções com falas de Venerável Mestre, Vigilantes e outros fora do ritual oficial.

5 - Existem Lojas que sofrem problemas de ausência de Mestres, podem ser utilizado Aprendizes e Companheiros nos cargos de Chanceler, Tesoureiro, 1º e 2º Diáconos. Sei da obrigatório de ter 7 mestres, porém na prática existem esta escassez da presença de Mestre.

6 - Com o avanço tecnológico observo que alguns atos administrativos poderiam ser publicados de forma eletrônica, assim amenizaria o tempo para uma sessão mais focada em estudos. Então pergunto se a ata poderá ser publicada eletronicamente a todos os irmãos antes da reunião, e na leitura pertinente dentro de loja somente fazer a leitura de uma ementa?

Peço desculpas por alguma pergunta descabida pois gostaria de amenizar a minha ignorância sobre o assunto. Agradeço de coração e rogo GADU em seu caminho.

CONSIDERAÇÕES:
  1. Isso não existe no REAA. No GOB nem mesmo está previsto no ritual e nem no SOR. Assim não deve ser praticado.
  2. Sendo velas as Luzes Litúrgicas, estas deverão ser acesas pelo Mestre de Cerimônias. Nessa condição, geralmente ele se faz valer de uma vela auxiliar para facilitar o acendimento. Assim, logo que as Luzes Litúrgicas estiverem acesas, o Mestre de Cerimônias apaga a chama da vela auxiliar. No REAA não há reverências, nem outros particulares desse gênero para essa ocasião. O Venerável Mestre e os Vigilantes somente acendem as suas luzes caso elas sejam lâmpadas elétricas. Isto está bem claro no ritual e bem orientado pelo SOR. Agora, o Mestre de Harmonia servindo vela acesa para acendimento das Luzes, não passa de pura invencionice.
  3. Fazer leitura de Landmark com a Loja em pé é mais um besteirol desses que assolam o fértil campo de imaginação de alguns maçons. No GOB isso não está previsto em lugar nenhum. De fato, o GOB não mais adota os Landmarks de Mackey, até porque a maioria deles não passam de regras, criadas pelo autor. Verdadeiros Landmarks são imemoriais, espontâneos e universalmente aceitos. A Constituição do GOB respeita os verdadeiros Landmarks, isso basta. O que é lamentável é o próprio Orador, que é o guardião da Lei, ficar inventando procedimentos inexistentes no Ritual – no mínimo isto e desrespeitar a lei.
  4. Obviamente que além das instruções previstas no ritual, a Loja pode preparar um programa de instrução. No entanto, o que precisa ser observado é que essas instruções complementares combinem com a liturgia e a ritualística do rito e o seu ritual, isto é, estar de acordo com o que é praticado pela Obediência.
  5. De forma nenhuma Aprendizes e Companheiros ocupam cargos em Loja. Sob nenhuma circunstância isso é permitido. Deste modo, segue-se ao que está previsto no Art. 229 do RGF. Vale mencionar que uma Loja que não conta com a mínima e regular presença dos seus Mestre, precisa urgentemente resolver esse problema e não aumenta-lo, praticando desrespeito aos regulamentos vigentes. Entenda-se que a Maçonaria não vive de “faz de conta”.
  6. Sob nenhuma hipótese isso está previsto. Não consta nos regulamentos. Conforme está previsto no ritual, a ata deve ser lida e aprovada conforme exara a liturgia do rito. Isso é ponto pacífico. Ata deve ser lida e aprovada em Loja aberta. Tempo se ganha quando se organiza com critério os trabalhos, e não inventando procedimentos. Vale lembrar que além do aspecto prático de administração da Loja, a Maçonaria é uma Instituição iniciática que deve ser seguida conforme os seus costumes.
Concluindo, até a edição dos novos rituais do REAA previstos para 2024, sugiro a leitura do SOR - Sistema de Orientação Ritualística criado pelo Decreto 1784/2019 e que se encontra na página oficial do GOB.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

O MAÇOM E O SÁBIO ALFAIATE

Um dia um homem recebeu a notícia de que seria iniciado Maçom.

Ficou tão eufórico que quase não se conteve.

- Serei um grande homem agora. - disse a um amigo, e preciso de roupas novas, imediatamente.

Serão roupas que façam jus à minha nova posição na sociedade e em minha vida.

- Conheço um alfaiate perfeito para você, - replicou o amigo, -

É um velho sábio que sabe dar a cada cliente o corte perfeito. Vou lhe dar o endereço.

E o novo Maçom foi ao alfaiate, que cuidadosamente tirou suas medidas.

Depois de guardar a fita métrica, o sábio alfaiate disse:

Há mais uma informação que preciso saber?

Há quanto tempo o senhor é Maçom?

- Ora, o que isso tem a ver com a medida do meu balandrau? - perguntou o cliente surpreso.

- Não posso fazê-lo sem obter esta informação, senhor. É que um Maçom recém iniciado fica tão deslumbrado que mantém a cabeça altiva, ergue o nariz e estufa o peito.

Assim sendo, tenho que fazer a parte da frente maior que a de trás. Ano mais tarde, quando está ocupado com o seu trabalho e os transtornos advindos da experiência o tornam sensato e olha adiante para ver o que vem em sua direção e o que precisa ser feito a seguir, aí então eu costuro o balandrau de modo que a parte da frente e a de trás tenha o mesmo comprimento. E mais tarde, depois que o senhor está curvado pela idade e pelos anos de trabalho cansativo, sem mencionar a humildade adquirida através de uma vida de esforços, então faço o balandrau de modo que as costas fiquem mais longas que a frente.

- Portanto, tenho que saber há quanto tempo o senhor foi iniciado para que a roupa lhe assente apropriadamente.

O novo Maçom saiu da alfaiataria pensando menos no balandrau e mais no motivo que levava seu amigo a mandá-lo procurar exatamente aquele sábio alfaiate.

Fonte: JBNews - Informativo nº 241 - 26.04.2011

quinta-feira, 20 de junho de 2024

TRATAMENTO DE PODEROSO IRMÃO EM LOJA SIMBÓLICA

Em 17.09.2023 o Respeitável Irmão Alexandre Areco, Loja Portal da Luz, 646, REAA, GLESP (CMSB), Oriente de Guaratinguetá, Estado de São Paulo, apresenta a dúvida seguinte:

TRATAMENTO DE PODEROSO IRMÃO

Por várias vezes falei com o irmão sobre questões de ritualística, e suas ponderações sempre foram decisivas para sanar dúvidas que no ritual não ficavam claras, ou deixavam em certos momentos mais de uma interpretação possível.

Fiquei adormecido por 6 anos retornando agora em janeiro de 2023.

Uma coisa que tem me chamado a atenção é que muitos Irmãos mais novos têm usado em loja simbólica a expressão Poderoso Irmão.

Os rituais não preveem tal expressão de tratamento. Apenas nos graus filosóficos essa expressão de tratamento é usada.

Há algum motivo ou exceção ou emenda ao ritual do REAA que permita o uso de tal expressão de tratamento em loja simbólica?

CONSIDERAÇÕES:

Essas formalidades de tratamento são pertinentes às autoridades maçônicas no simbolismo. Em linhas gerais, os Regulamentos das Obediências Maçônicas prevêem o tratamento correspondente à cada uma das faixas em que as autoridades se enquadram, dentre elas, por exemplo, a de Poderoso Irmão.

Assim, essas formalidades são definidas pela Obediência, sendo o seu uso utilizado pelos ritos conforme a faixa da autoridade do simbolismo.

No caso do GOB, por exemplo, o Regulamento Geral da Federação trata desse
assunto nos Artigos 219 e 220, designando, conforme a faixa da autoridade, além do Venerável Mestre, os seguintes tratamentos: Ilustre Irmão (1ª Faixa), Venerável Irmão (2ª Faixa), Poderoso Irmão (3ª Faixa), Eminente Irmão (4ª Faixa), Sapientíssimo Irmão (5ª Faixa) e Soberano Irmão (6ª Faixa).

Assim, os tratamentos devem seguir o que prevê o regulamento de cada Obediência, cabendo o mesmo apenas a autoridade que nela se enquadrar, portanto não deve ser utilizada indiscriminadamente.

Do mesmo modo, os Altos Corpos também possuem os seus regulamentos e fazem uso de tratamentos para as suas autoridades.

T.F.A.
PEDRO JUK
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

FRASES ILUSTRADAS

A POLÍTICA EM MAÇONARIA

Ir∴ Palma Lima
Assim como no mundo profano temos em nossos costumes a figura da 'política maçônica', porque os atos constitutivos das Obediências Maçônicas estabelecem os cargos que devem ser providos por eleição. Há vezes em que essa eleição, essa escolha, é feita por consenso, onde impera o espírito da fraternidade maçônica. Mas, infelizmente, nem sempre é assim, apesar daquilo que é estabelecido em nossos antigos costumes, e a disputa pelos cargos maçônicos envolve um ou mais Irmãos, quando, por mais das vezes os princípios e postulados maçônicos são negados.

Na disputa de cargos para o Governo da Fraternidade Irmãos há que, para satisfazer seus interesses pessoais e atender à sua mesquinhez e às suas excessivas vaidades, se lançam contra seus Irmãos como se fossem inimigos políticos em disputa eleitoral no mundo profano. E, para conseguirem seu intento, subvertem os valores da Maçonaria e fazem conchavos. Tudo isto numa conduta digna de fazer inveja a chefetes políticos provincianos. E, quando vitoriosos, alguns atiram-se contra os derrotados, perseguem-nos até, em certos casos, vê-los alijados de toda influência e vivência maçônica.

E é pensando naqueles que agem desse modo que retornamos no tempo e voltamos nossos pensamentos para a Roma do Imperador Augusto, quando Cláudio Camilo, saindo vitorioso de uma batalha contra o ex-amigo e aliado Constantino Severo, lhe diz: 'Juras, pela tua honra que tua alma está limpa de rancores?!' Em resposta, diz-lhe Constantino Severo: 'Eu o juro, sobre os corpos de meus soldados mortos!' Ouvindo isto, Cláudio Camilo larga sua espada e, de braços abertos, diz para Constantino Severo: 'Se assim é, que o teu peito bata de encontro ao meu peito, meu irmão!'.

Este belo e pedagógico exemplo serve para nos lembrar que nas disputas maçônicas em que os princípios da fraternidade são lançados ao lixo, a única perdedora é a Maçonaria. Serve também para nos lembrar que devemos exportar para o mundo profano, para fora dos nossos Templos, o comportamento fraterno que deve existir em nossas disputas, e não importar as mazelas e os vícios da política profana para dentro dos nossos Templos. Para tanto, devemos ter nossa consciência limpa de mágoas, ranços e rancores de modo que a CONCÓRDIA VENÇA A ANIMOSIDADE.

Infelizmente, muitos dos nossos Irmãos entendem que a paz e a harmonia que devem reinar entre nós dependem da submissão de nossas vontades às suas vaidades, caprichos 'infantilóides', conveniências e interesses pessoais. Estes que assim se comportam não admitem ser contestados, que discordemos de suas idéias, que busquemos, como livres pensadores, a nossa própria Verdade. E, assim, agem como se fossem crias das masmorras do autoritarismo. E os que deles discordam e os contestam são considerados ' rebeldes', 'elementos discordantes' e 'perturbadores' da paz e da harmonia no seio da Maçonaria. Não entendem e nem aceitam que busquemos, acima dos nossos interesses pessoais, a busca da CONCÓRDIA FRATERNA que deve reinar entre nós Maçons.

Lamentavelmente, meus Irmãos, por interesses políticos mesquinhos e sede de poder pelo poder, há entre nós os que nutrem rancor e ódio por seus Irmãos; hã os que são avarentos; há os que forjam intrigas; há os que fazem críticas descaridosas a atitudes, gestos e palavras dos seus irmãos, sobretudo, quando o procedimento destes se constitui em ameaça aos seus interesses pessoais ou ao culto de suas vaidades; há os que não têm a hombridade, a dignidade e a altivez de falar face a face com seu Irmão para lhe dizer, com franqueza, cortesia e caridade, dos seus sentimentos e das razões do seu combate ou oposição, nem, muito menos, de sondar-lhe o íntimo e descobrir os motivos que o levaram a tomar esta ou aquela decisão ou atitude; há os que 'ao primeiro choque de idéias e de sentimentos, descarregam as baterias contra seu irmão, preparam-lhe um ambiente hostil e fecham-lhe a porta do Templo'; há, desgraçadamente, entre nós os que criticam seus Irmãos até mesmo entre profanos.

E o que nós estamos fazendo para combater, em nós mesmos, esses sentimentos inferiores que atentam contra os princípios da fraternidade maçônica?! Nada, ou quase nada! Estamos de braços cruzados, acomodados em nossos Templos, negligentes e indiferentes ao futuro da Humanidade, batendo malhetes, revestidos de insígnias, confundindo Tolerância com conivência, Prudência com covardia. E o ideal maçônico que fique a nos aguardar, pois não temos tempo nem pressa em realizá-lo.

Um dia, talvez, seja tarde demais!

*Ir:. Palma Lima é Deputado Federal pela Loja Prof. Hermínio Blackman no 1761
Or∴ de Vila Velha - GOB-ES

Fonte: Revista O Malhete nº 04

quarta-feira, 19 de junho de 2024

BALAÚSTRE (ATA) E LUGAR DO PAVILHÃO NACIONAL

Em 16.09.2023 o Respeitável Irmão Ruy Mar Nunes, Loja Amor e Luz, 1159, REAA, GOB-GO, Oriente de Pires do Rio, Estado de Goiás, apresenta as seguintes dúvidas:

BALAÚSTRE (ATA) E LUGAR DA BANDEIRA

A leitura do balaústre pode ser feita com a presença de irmão que teve o Templo coberto para a Assembleia deliberar sobre assunto de sua inadimplência ou deve solicitar que o irmão tenha o Templo coberto para fazer a leitura do balaústre?

Outra questão: existe algum decreto que determine o local onde deve ficar o Pavilhão Nacional e as demais Bandeiras no Templo?

Antecipadamente agradeço a atenção.

CONSIDERAÇÕES:

Em relação à leitura da Ata, destaco que esse é um assunto de legalidade e não propriamente de ritualística. Penso que cabe ao Orador se manifestar a respeito.

Apenas como opinião, e não como resposta, parto do princípio da razão, pois se o Irmão teve o Templo coberto para que ele não ouvisse o que se tratava na ocasião, é ponderável que ele também não ouça a ata correspondente. Reitero: essa é apenas a minha opinião.

No tocante ao lugar do Pavilhão Nacional e demais bandeiras, no Templo, consultar os Artigos 13 e 14 do Decreto 1476/2016 que dispõe sobre o cerimonial para a Bandeira Nacional.

Este Decreto pode ser encontrado no GOB LEX, ou nos Rituais Especiais (Sessões Exclusivas) datado de 2016 em vigência no GOB.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

PÍLULAS MAÇÔNICAS

nº 52 - Lembrando aos Aprendizes que...

Trono e Altar são coisas diferentes.
Trono é uma cadeira ou poltrona, normalmente num nível elevado, onde o Venerável Mestre da Loja senta.
Altar é uma mesa, ou pedestal quadrado, onde são realizadas certas cerimônias. O Altar do Venerável Mestre (ou de Salomão) fica em frente do Trono. É onde fica a Espada Flamígera, o castiçal para três velas e onde, antigamente, eram feitos alguns juramentos.
Sólio é sinônimo de trono.

Existem três tipos de Altares no Templo (R∴E∴A∴A∴): Altar do Venerável Mestre, Altar dos Juramentos e o Altar dos Perfumes. Os Vigilantes não têm altares. Eles têm mesas, sem a mínima necessidade de serem triangulares, comumente encontradas nos nossos Templos.

Telhar e Trolhar são coisas totalmente diversas.
Trolhar, na Maçonaria, é alisar as asperezas, aparar as diferenças entre os Obreiros. A Trolha, que é uma “colher de pedreiro”, é usada para alisar a argamassa.
Telhar, na Maçonaria, é verificar, através de perguntas, se uma pessoa é realmente Maçom e se está no Grau requerido. Ou para verificar se um Maçom está inteirado de conhecimentos num determinado Grau.

Cobrir o Templo é protegê-lo de tal forma que, pessoas que estão fora não saibam o que está ocorrendo dentro dele. É um erro crasso pedir aos Aprendizes, ou Companheiros, ou Mestres, cobrirem o templo temporariamente. O Templo é que será coberto para eles. Ou seja, eles não saberão o que ocorrerá dentro desse Templo, num determinado período de tempo. Quem cobre o Templo é o Cobridor Externo.

No local onde está escrito (inclusive em alguns rituais), referindo-se ao Salmo 133: “... como o orvalho de Hermon, que desce sobre...”, está errado! Hermon não é um tipo de orvalho. Hermon é uma montanha que produz orvalho nas suas encostas. Portanto, o correto é: “... como o orvalho do Hermon, que desce sobre...”.

Aclamação é aprovar, saudar, através de brados. Diferente, portanto, de exclamação.

Fonte: pilulasmaconicas.blogspot.com

ENSAIO SOBRE UM AMANHÃ QUE HÁ DE SER OUTRO DIA

Kennyo Ismail
Quem nunca escutou alguém mais velho dizer que em sua época algo era melhor? Na verdade, quem nunca, tendo mais de cinquenta anos, não pensou ou falou algo nesse sentido? Essa nostalgia é tão comum que já virou até tema de música raiz, “A vaca já foi pro brejo”, de Tião Carreiro e Pardinho:

O mundo velho está perdido Já não endireita mais
Os filhos de hoje em dia Já não obedecem aos pais É o começo do fim
Já estou vendo sinais
Metade da mocidade estão virando marginais1

Esse sentimento, a nostalgia, é baseado numa visão idealizada do passado, e não real. Sabe quando você lembra do sabor maravilhoso de um doce da infância e, quando encontra e come o doce novamente, é horrível? Então você pensa: “mudaram o sabor”. Na verdade, sempre foi horrível, mas você era criança. O mesmo ocorre, em algum grau maior ou menor, com praticamente todas as suas boas lembranças do passado.

Você querendo ou não e gostando ou não, nossa sociedade evolui. No meio da escalada de evolução pode haver alguns escorregões e estagnações, mas a longo prazo, estamos subindo a montanha evolutiva. E quem observa isso não sou eu, mas historiadores, professores e pesquisadores do quilate de Yuval Harari.

Esses estudiosos da história da humanidade têm alguns exemplos simples para comprovar isso. Antes, as pessoas morriam por machucados simples, pois não havia antibióticos; um homem com quarenta anos era considerado velho, porque a expectativa de vida não chegava a tanto. Milhões morriam de fome na Índia ou na África e poucos se importavam. Pestes dizimavam boa parte da população do mundo ocidental por falta de higiene e vacinas. A Igreja torturou e matou por séculos e ninguém fazia nada a respeito.2

Hoje, a fome ainda é um problema, mas bem menor e já se vislumbra sua erradicação. Para se ter uma ideia, há mais pessoas com problema de sobrepeso no mundo do que de desnutrição. Além disso, a medicina está cada dia mais avançada. Existe esforços de combate a pandemias, com colaboração de dezenas de países. E é impossível imaginar atualmente o Papa ordenando publicamente a morte de alguém.

E quanto às guerras? A contagem de mortos era em dezenas de milhares. Hoje, cada civil que morre na Ucrânia é sentido por todo ser humano decente e fala−se a todo instante em cessar−fogo, corredor humanitário e negociação. Outro detalhe é que não se houve mais falar em armas químicas e biológicas como antigamente.

Com a melhoria da alimentação, da saúde e da expectativa de vida, que praticamente dobrou, ganhamos novos problemas. A Europa já enfrenta uma redução populacional com a queda de nascimentos frente a uma população cada dia mais idosa. O Brasil segue para o mesmo caminho: atualmente, conforme o IBGE, há mais idosos no país do que crianças e, com isso, a questão previdenciária bateu à nossa porta. Contudo, a expectativa é de que nossa população continue a crescer até os anos 2040, quando começará a redução populacional.3

Além disso, não se pode desconsiderar o Metaverso. Por muitos anos, a ficção científica abordou esse conceito, que vem se tornando uma realidade. Atualmente, faz parte de nossa realidade bancos digitais, moedas digitais (criptomoedas), arquivos digitais, home−offices, etc. Ou seja, assim como a Revolução Industrial veio, ao final do século XVIII, mudar o sistema de produção, toda a cadeia produtiva e, consequentemente, o modo de vida da sociedade; o Metaverso mudará o sistema de prestação de serviços e interações sociais, desde a educação até o lazer.4 E é claro que todos esses benefícios trarão novos problemas a serem solucionados, como novos tipos de doenças, etc.

E o que a Maçonaria Brasileira tem com isso? Tudo. Nós, maçons, somos seres sociais. Não somos monges que vivemos isolados meditando, trancafiados em lojas maçônicas, mas cidadãos socioculturalmente ativos, que frequentamos reuniões maçônicas apenas algumas horas por semana, ou em alguns casos quinzenalmente ou mensalmente. E, da mesma forma, assim são os futuros maçons.

Seguindo a tendência brasileira, nossa população maçônica tenderá a envelhecer, se não fizermos nada a respeito. E, como no Brasil, nossa população maçônica, que ainda cresce, começará a reduzir, e não por conta dos altos índices de evasão que temos, mas pelo falecimento em massa de uma maçonaria idosa que teremos, como foi com os EUA, a Inglaterra e outros países.

Então, algo precisa ser feito, não apenas no âmbito previdenciário, como o Brasil, pois algumas potências mantêm fundos de beneficência que funcionam como seguros de vida maçônicos; mas principalmente para rejuvenescer nossa Maçonaria antes dos anos 2040. E para isso, para que a Maçonaria permaneça sendo algo interessante aos jovens de bem, ela não pode se alienar da sociedade.

Não se trata de mudar nossas mensagens centenárias, que são atemporais e devem ser preservadas, mas de permitir inovações no meio em que são transmitidas. Assim como os maçons de hoje não vão mais para a Loja a cavalo, os de amanhã não necessariamente irão para a loja física, mas para uma versão no Metaverso. Mas para isso, precisamos nos preparar e permitir que essas lojas existam.

Do mesmo modo que o WhatsApp não fazia parte da sua vida há dez anos e hoje é uma ferramenta presente e quase que essencial no seu dia−a−dia, o Metaverso fará parte do cotidiano dos maçons mais jovens, independente se hoje gostamos da ideia ou não.

Assim, tem−se um grande desafio pela frente de mudança na cultura organizacional. Num país cuja a Maçonaria ainda se mostra, em grande parte, preconceituosa contra os deficientes físicos, na contramão do restante do mundo maçônico,5 o mundo presencia o avanço no desenvolvimento de próteses que, em muitos casos, supera o desempenho do membro biológico. Em breve, os “limitados” serão aqueles sem os aprimoramentos sintéticos tecnológicos. Além disso, no caso da Realidade Virtual, não haverá aleijados entre os meta− humanos e os avatares.

Alguns irmãos podem pensar que isso está muito distante da realidade. Chamadas em vídeo também eram ficção científica na minha infância. Hoje, fazemos reuniões virtuais, vendo a todos os irmãos ao vivo. Isso era impensado há poucos anos.

Portanto, é nossa responsabilidade preparar o terreno maçônico brasileiro para atrair e reter as futuras gerações de irmãos e esse preparo está intimamente ligado a reduzir o conflito entre gerações, aceitar e adotar as novas tecnologias como meios para nossas valiosas mensagens imutáveis, combater os preconceitos em nosso meio para com os deficientes físicos e todos aqueles que têm religião, ideologia política e orientação sexual distintas da nossa. Tudo isso é condizente com os ensinamentos maçônicos que repetimos em nossas reuniões, de combater a ignorância, a intolerância e o fanatismo, levantando templos à virtude e cavando masmorras ao vício.6

Fui o responsável por uma pesquisa feita em 2018, que verificou que começaremos um vertiginoso declínio no quantitativo de membros da Maçonaria Brasileira após 2035.7 Mas deixe− me contar um segredo: quando se vê o futuro, ele muda. Esse paradoxo é algo similar à experiência hipotética do Gato de Schrödinger. Um exemplo clássico dado por Harari8 é Marx, que previu a revolta do proletariado, em sua obra “O Capital”.9 Os governantes e industriais do Ocidente, ao tomarem conhecimento daquela teoria e começarem a ver os primeiros sinais de manifestações, passaram a patrocinar benefícios e, posteriormente, leis trabalhistas. Então a famosa revolta que tomaria o mundo não aconteceu. O mesmo havia ocorrido com Malthus e sua teoria sobre a escassez de alimentos.

A Maçonaria Brasileira pode impedir o vertiginoso declínio que ameaçará a continuidade da instituição no país. Para isso, basta que promovamos as mudanças necessárias. Algumas dessas mudanças podem parecer tão negativas para alguns de nós como a implementação inicial de férias e décimo terceiro salário foi para os industriais. Entretanto, precisamos praticar o difícil exercício de nos colocarmos no lugar do próximo: um trabalhador prefere um emprego com benefícios, direitos e garantias, que ofereça um ambiente acolhedor e inclusivo. Na Maçonaria, que não deixa de ser um trabalho voluntário, é idêntico.

Essa fase de que temos um tesouro reservado a poucos escolhidos, além de falaciosa, precisa acabar, caso queiramos que a Maçonaria Brasileira sobreviva. Precisamos, o quanto antes, inaugurar a fase de que, se a Maçonaria faz bem para mim, pode fazer o mesmo para todos os homens de bem que assim desejarem, estejam eles de forma presencial ou online. Somente assim escreveremos um novo futuro para nossa Ordem.

NOTAS:

1 CARREIRO, Tião; PARDINHO. A vaca foi pro Brejo. Álbum: Golpe de Mestre, 1979.
2 HARARI, Yuval Noah. Homo Sapiens: Uma breve história da humanidade. Porto Alegre: L&PM, 2017.
3 IBGE. Projeções da População. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9109−projecao−da− populacao.html?=&t=downloads
4 BALL, Mathew. The Metaverse: And How It Will Revolutionize Everything. New York: Liveright Publishing Corporation, 2022.
5 ISMAIL, Kennyo. Debatendo tabus maçônicos. Londrina: A Trolha, 2016.
6 ISMAIL, Kennyo. O livro do Venerável Mestre. Londrina: A Trolha, 2018.
7 ISMAIL, Kennyo. Relatório de Pesquisa: Maçonaria Brasileira no Século XXI. Santa Cruz de la Sierra: CMI, 2018.
8 HARARI, Yuval Noah. Homo Deus: Uma breve história do amanhã. Trad. Paulo Geiger. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
9 MARX, Karl. O Capital. São Paulo: Veneta, 2014.

Fonte: noesquadro.com.br

terça-feira, 18 de junho de 2024

APRENDIZ OCUPANDO CARGO - A LEGISLAÇÃO NÃO PERMITE

Em 16.09.2023 o Respeitável Irmão Édson dos Santos, Loja Regeneração Sul Bahiana, 994, REAA, GOB, Oriente de Ilhéus, Estado da Bahia, apresenta a seguinte questão:

APRENDIZ OCUPANDO CARGO

Prezado irmão, eventualmente, por falta de Mestre em uma sessão, um irmão Aprendiz, pode exercer algum cargo de Mestre, sendo no Ocidente?

CONSIDERAÇÕES:

Sob nenhuma hipótese, Aprendizes e Companheiros ocupam cargos nos trabalhos da Loja.

Além da questão iniciática que os mantém afastados de cargos, há ainda oArtigo 229 do RGF que menciona o seguinte:

"Para o exercício de qualquer cargo ou comissão é indispensável que o eleito ou nomeado pertença a uma das Lojas da Federação e nela se conserve em atividade.

§ 1º – Os cargos são privativos de Mestre Maçom" (o grifo é meu).

Conforme previsto no § 1º do artigo mencionado, somente Mestres Maçons podem ocupar cargos em Lojas, observando-se que os mesmos devem pertencer à Lojas do GOB.

Assim, se não estiverem presentes no mínimo 7 (sete) Mestres, os trabalhos não poderão ser abertos (Art. 96, inciso XXII do RGF – “Realizar sessões com, no mínimo, 7 Mestres Maçons”.

No REAA, em uma Loja com apenas 7 Mestres Maçons, compõe-se a mesma da seguinte forma: Venerável Mestre, 1º Vigilante, 2º Vigilante, Orador, Secretário, Cobridor Interno e Mestre de Cerimônias. Desta forma, durante a transmissão da Palavra, o Mestre de Cerimônias preenche momentaneamente o ofício do 2º Diácono e o Secretário, momentaneamente o ofício do 1º Diácono. O Orador acumula o cargo de Tesoureiro, o Mestre de Cerimônias acumula o cargo de Hospitaleiro e o Secretário acumula o cargo de Chanceler.

Dessa forma a Loja atende os Artigos 229 e 96 do Regulamento Geral da Federação.

Ao concluir, reitera-se: Aprendizes e Companheiros não podem assumir nenhum cargo em Loja, mesmo no Ocidente. Motivo: os Aprendizes e Companheiros ainda não atingiram a plenitude maçônica e sentam-se respectivamente no topo das Colunas do Norte e do Sul.

T.F.A.
PEDRO JUK
Secretário Geral de Orientação Ritualística - GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

PELA ORDEM

Ir∴ Lajús M∴M∴
Aug.: Res.: Loj.: Simb.: Alferes Tiradentes, n.20.

É comum durante o andamento de uma sessão, um Ir∴ pedir “pela ordem”, em geral, dirigindo-se diretamente ao V∴M∴ Entretanto, este procedimento deve ter alguns pré-requisitos, para que não se incorra em algum erro. Senão, vejamos.

Toda sessão, seja de A∴M∴, C∴M∴ ou M∴M∴, segue uma seqüência de eventos, uma ritualística, uma ordem, uma ornamentação e uma distribuição de funções que são determinadas pela Constituição, Regulamento Geral e Manual de Cargos e Funções, emitidos pela Grande Loja, Regimento Interno da Loja, pelo próprio Ritual do Grau, em que se está trabalhando, e pelos Usos e Costumes adotados pela Loja.

Então, quando, e somente quando, alguma das regras estabelecidas para o desenvolvimento da sessão for quebrada, seja por omissão ou esquecimento, é permitido a um Ir∴, que perceba este fato, peça a palavra “pela ordem”, para que se volte aos procedimentos normativos. Vejamos alguns exemplos. Primeiro, considerando a parte estática da ritualística: não fixação da Carta Constitutiva, ou posicionamento do Estandarte da Loja no Oriente; o painel do Grau, ou a posição relativa entre o esquadro e o compasso sobre o Livro da Lei, não condizem com o Grau que se está trabalhando. Segundo, considerando a parte dinâmica da ritualística, no desenvolvimento dos trabalhos: omissão da circulação da Bolsa de Propostas e Informações; não suspensão dos trabalhos para colocar a Loja em recreação.

Vamos a um contra-exemplo: suponhamos que, estando na ordem do dia a discussão de um tema qualquer, e que a palavra já passou pelas Colunas do Sul e do Norte e se encontra, no momento, no Oriente, um Ir∴ do Ocidente pede ao V∴M∴ “pela ordem”, para dar ou solicitar esclarecimentos sobre o tema em questão. Primeiro erro: o pedido da palavra “pela ordem” deve limitar-se exclusivamente sobre o andamento da sessão, sua ritualística e ornamentação, e não sobre o tema em discussão. O correto seria “Peço-vos o retorno da palavra para esclarecimento”. Segundo erro: estando no Ocidente, a palavra não deve ser pedida diretamente ao V∴M∴. Em tal circunstância, a palavra deverá ser pedida ao Vig∴ da Coluna na qual se encontra o solicitante, e o Vig∴ a fará ao V∴M∴, que poderá concedê-la ou não. Em havendo o retorno da palavra, ela deverá seguir a ritualística de percorrer as Colunas do Sul, do Norte e em seguida o Oriente. Vale aqui transcrever parte do que diz o Ritual de Aprendiz, quando trata do Retorno da Palavra: 

“Entretanto, em situações excepcionalíssimas onde se configure a necessidade intransponível de ser dado esclarecimento em resposta a alguma afirmação ou negação sobre fato relevante de interesse da Maçonaria em geral ou do Quadro da Loja, em particular, mas sempre despido do espírito de retaliação ou criação de contenciosidade, poderá qualquer Irmão, através do Vigilante de sua Coluna, ou diretamente ao Venerável, se no Oriente, solicitar o retorno da palavra, justificando previamente o motivo que tem para assim pedir.”

Para finalizar, lembramos apenas que vamos às sessões para desbastar nossas asperezas na busca constante do aperfeiçoamento, e que o objetivo maior é tornar feliz a humanidade.

Fonte: JBNews - Informativo nº 240 - 25.04.2011

segunda-feira, 17 de junho de 2024

MOVIMENTO APARENTE DO SOL NA MAÇONARIA

Em 15.09.2023 o Respeitável Irmão Alan Cardek de Souza Lima Jr., Loja Roosevelt, 01, GLEGO (CMSB), REAA, Oriente de Anápolis, Estado de Goiás, Apresenta a dúvida seguinte:

MOVIMENTO APARENTE DO SOL

Poderia me tirar uma dúvida? Se a Terra orbita no sentido anti-horário em torno do sol, qual a justificativa de nosso giro em Loja ser no sentido horário?

CONSIDERAÇÕES:

Há dois movimentos aparentes do Sol em questão. O que se refere ao movimento horário é o percurso diário do Sol – vide as janelas no Painel do Grau, uma ao Oriente, outra ao Meio-dia e outra no Ocidente (aurora, zênite e ocaso.

Assim o giro em Loja, no Ocidente, obedece à rotação da Terra em torno do seu eixo Norte-Sul. Em linhas gerais, o giro corresponde à marcha dos ponteiros do relógio.

Do ponto de vista do Norte - onde nasceu a Maçonaria - o observador vê a aurora à sua esquerda, o meio-dia ao alto e à sua frente e o ocaso à sua direita.

Em Maçonaria, esotericamente o movimento horário refere-se ao meio-dia e à meia-noite. O dia e a noite em seu significado iniciático.

Quanto ao outro movimento, o de translação, refere-se ao movimento aparente do Sol na sua eclíptica, já que de fato é a Terra que transita em torno do Sol por aproximadamente 365 dias e 6 horas e alguns minutos.

Graças essa viagem em torno do Sol é que este movimento aparente, visto da Terra, alcança referenciais por asterismo e constelações, geralmente pelos alinhamentos entre a Terra, o Sol e as Constelações, a exemplo do Zodíaco. Compara-se com um carrossel, onde o viajante, no trajeto de um ano, passa por esses marcos astronômicos, como se apreciasse a paisagem durante a viagem.

Como a Terra possui uma inclinação de aproximados 23 graus sobre o seu plano de órbita, em diferentes épocas do ano os raios do Sol incidem com maior e menor intensidade sobre os seus hemisférios. Graças a isso, é que ocorrem as estações do ano, opostas conforme a meia-esfera.

Por conta disso, alguns ritos maçônicos, com base solar, se servem desta mecânica celeste para determinar, simbolicamente, os ciclos iniciáticos – a vida do Iniciado comparada à vida e morte da Natureza. Em síntese, é a purificação pelo fogo.

Desse modo, as perambulações pela Loja no sentido horário estão relacionadas à marcha diária do Sol (rotação e o cotidiano do Iniciado), enquanto que a viagem da Terra em torno do Sol (translação e os ciclos naturais) remete às etapas iniciáticas pelo qual o maçom segue em busca de aperfeiçoamento. Daí, no REAA, um rito predominantemente solar, estão presentes as Colunas Zodiacais, cujo desiderato é de representarem estas etapas, desde Áries até Peixes, isto é, do início da primavera até o final do inverno, no hemisfério Norte.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

A PACIÊNCIA NO DESBASTE DA PEDRA BRUTA

Alfério Di Giaimo Neto - M∴I∴
Esta Pílula é um “repeteco” do meu primeiro trabalho quando era Aprendiz, feito muitos anos atrás. É um trabalho curto e simples sobre a Paciência no desbaste da Pedra Bruta.

Esta Pílula é dirigida, principalmente aos Aprendizes que estão se iniciando na realização espiritual e na condução ao aperfeiçoamento.

Esse início é o despertar da consciência adormecida, da mente, das emoções e aprimoramento dos atos. É o amanhecer da consciência interior, que esteve até agora, adormecida ou inativa.

Devemos nos descobrir e caminhar da direção da Luz sem preconceitos, ilusões, vaidades e com a mente clara e imparcial e, sobretudo, paciente pois há em cada ser humano uma ilimitada possibilidade de bem, de força e capacidade de desenvolver e manifestar as mais elevadas qualidades humanas.

A Paciência é o elemento fundamental para nossa jornada na busca da evolução. Esta evolução é uma meta que somente será atingida com perseverança, constância, sinceridade de propósitos e, muita, muita paciência.

Devemos, pois, Irmãos Aprendizes, desbastar a Pedra Bruta, que é a atual situação das nossas almas profanas para sermos instruídos nos mistérios da Ordem da Arte Real.

Ela deve ser trabalhada com cuidado, com carinho e habilidade com o malho e o cinzel, para que chegue apresentar a forma de um paralelogramo.

E este trabalho exige à virtude da paciência que por sua vez, está subordinada à fortaleza da alma, a retidão do caráter e ao controle dos vícios.

Esta paciência consiste também, na capacidade constante de encarar as adversidades, tolerando seus amargores. É a resignação de um lado, e perseverança tranquila, do outro.

A paciência é, sem dúvida, uma forma de persistência. É uma qualidade que, de modo geral, não associamos à vontade, mas é parte de uma vontade plenamente desenvolvida em nossa mente e em nossa alma, refletindo seus raios pelo nosso corpo.

A paciência, o tempo e a perseverança, com seus valores extremados, nos habilitam a realizar muitas coisas.

Essa ideia, Irmãos, é semelhante aquela já dita por alguns filósofos, aos quais a visão hermética lhes possibilitava tais coisas:

“O trabalho da Pedra Bruta é um trabalho de paciência, tendo em vista a duração do tempo, do labor e o capricho necessário para levá-la ao formato de um paralelogramo perfeito”.

Muitos abandonam este trabalho por cansaço e outros, desejando consegui-lo precipitadamente, nunca tiveram êxito.

Na verdade, como está explícito nas linhas acima, é um trabalho árduo e paciente e este é um dos objetivos mais importantes da nossa Ordem Maçônica, e, muito provavelmente, o principal.

Os impacientes não conseguem realizar este trabalho. E, finalizando, fica no ar uma frase para pensarmos e refletirmos:

“A Paciência não é como uma flor que pode ser colhida. É como uma montanha, que passo a passo, deve ser escalada”. 

Fonte: Grupo Memórias e Reflexões Maçônicas