PRIMEIRA INSTRUÇÃO

PRIMEIRA INSTRUÇÃO

Ir∴ Germano Vieira Filho

Loja Alvorada Oriente de São Paulo

Nos tempos antigos, as Sociedades iniciáticas possuíam os seus segredos e exigiam silencio absoluto a todos os seus iniciados. A Maçonaria não foi diferente, nos seus tempos operativos, era absolutamente necessário que os processos técnicos que envolviam a arte de construir fossem protegidos, em tempos modernos a Maçonaria que passou a ser especulativa herdou estes famosos segredos que, outrora, serviram de base para as grandes perseguições sofridas.

Na sociedade atual, praticamente todas as pessoas têm acesso à informação, quase não existe mais segredo algum. Contudo para o mundo profano, continuamos a ter nosso segredo. O segredo maçônico é de ordem simbólica e iniciática.

Nessa primeira instrução, percebemos que além de uma significação especial para o aprendiz, serve para todos os companheiros e mestres Maçons, como uma recordação dos ensinamentos e finalidades da Maçonaria, que é pautar o ser humano na luta incansável do conhecimento e práticas das boas virtudes.

A Maçonaria tem em sua tradição secular, assim como os antigos egípcios, ministrar seus ensinamentos e filosofia por meios de símbolos e alegorias, para ocultar suas verdades ao mundo profano, só as revelando a quem em seu seio ingressar e nós devemos manter o nosso juramento de nunca os revelar, por que esses símbolos e segredos são o alicerce da Maçonaria, apesar de nos dias atuais, o ingresso na ordem maçônica ser mais flexível, do que nas escolas iniciáticas, quando o Aprendiz passava no mínimo cinco anos encerrado no templo, para só assim poder ser iniciado. Já na iniciação fazemos algumas viagens, cada uma com sua simbologia própria e depois de sua finalização somos apresentados a alguns segredos, que só depois percebi que para cada grau existem uns segredos, símbolos e ritos específicos e só depois de um aperfeiçoamento moral, quando consegui o desbastar da P.: B.:, somos apresentados a outras particularidades próprias de cada grau.

Dessa forma o segredo da Maçonaria só poderá ser apreendido depois de muito estudo e reflexão, o segredo maçônico é incomunicável, pois reside essencialmente no simbolismo dos ritos, sinais, emblemas e palavras, estes embora possam ser conhecidos e divulgados, só serão compreensíveis pelos iniciados.

Na primeira instrução foi mostrado os instrumentos de trabalho de Aprendiz Maçom , que são a Reg. De 24 polegadas, o Maço e o Cinzel. A régua usada pelo Maçons operativos para medir e delinear os trabalhos, como não somos Maçons operativos, mas livres e aceitos, empregamos a régua assim dividida, para nos mostrar que assim estar dividido o dia, e que devemos usar as vinte quatro horas do dia, como discernimento, no trabalho e no descanso físico e espiritual.

O Maço instrumento importante, pois nenhuma obra manual poderá ser acabada sem ele, simbolicamente representa a vontade do aprendiz, firme e perseverante, é considerado o emblema da inteligência que persevera, dirige o pensamento e anima a meditação daquele, que, no silencio, da consciência procura a verdade, o malho simboliza a vontade, energia, decisão, o aspecto ativo da consciência, necessária para vencer os obstáculos.

O cinzel também é uma ferramenta reservada ao aprendiz, para desbastar a pedra bruta, emblema da personalidade não educada e polida, com o fim de levá-la a uma vida superior. É o agente espiritual da vontade celeste que pode penetrar a matéria, corresponde à penetração, discernimentos e receptividade intelectuais, ou ao aspecto passivo da consciência para descobrir as ignorâncias e falhas da personalidade.

Depois de repetidos esforços o obreiro da forma a massa informe da pedra bruta, para se chegar à perfeição, por seu insaciável emprego que se adquire o habito da virtude, a iluminação da inteligência e a purificação da alma. Entretanto as formas dinâmicas das ferramentas do aprendiz é uma ordem de potencia , permite seguir as leis dos antigo; e alem de sua utilidade pratica, estas ferramentas proporcionam segundo a lei dos números; são as chaves que agem como pentágulos e suas formas, suas características abrem as portas da compreensão, do conhecimento, penetram na concepção da imaginação, ao mesmo tempo que permanecem utilitários no mundo material.

O Maço e o cinzel, estas duas ferramentas encontram-se ligadas ao primeiro grau e sem o curso de ambas, o trabalho do desbaste da pedra bruta seria impossível, movido pelo malho, sem o qual seu emprego seria nulo, o cinzel tem por missão de fazer desaparecer as asperidades, os preconceitos e os erros. Ao ser aplicado sobre a pedra bruta, o cinzel é seguro com a mão esquerda, lado passivo, que corresponde a receptividade intelectual e ao discernimento especulativo. Vibrado com mão direita, lado ativo o malho representa a energia que age e a determinação moral das quais decorre a realização prática. Estas duas ferramentas, unidas simbolizam o espírito que, unido a inteligência age sobre a força para subjugar a matéria.

Conclusão

As ferramentas do aprendiz formam o sagrado triangulo em que a loja assenta os seus fundamentos: Sabedoria que orienta, força que impele e beleza que executa.

O maço (vontade) e o cinzel (inteligência), por si só não garantem um trabalho eficiente, mas a associação de ambos nos certifica que a vontade e inteligência, força e talento, ciência e arte, força física e força intelectual, quando aplicadas em doses certas, permitem que pedra bruta se transforme em pedra polida.

Bibliografia

- Ritual do Aprendiz Maçom

- Site Guia do Maçom

Fonte: JBNews - Informativo nº 0160 - 03/02/2011