Em 26/11/2019 o Respeitável Irmão Luiz Henrique de Carvalho, 1º Vigilante da Loja Templários da Montanha, 073, REAA, Palácio Maçônico, GLMMG, Oriente de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, apresenta a dúvida seguinte:
SUBSTITUTO DO 1º VIGILANTE
Estou fazendo um trabalho para apresentar em loja, e me deparei com uma dúvida simples, mas que confunde até os mais estudiosos.
Lendo um trabalho seu http://masonic.com.br/trabalho/vs11.pdf
OS LEGÍTIMOS SUBSTITUTOS "Essa Coluneta que representa a “beleza”, como a Coluneta do 1º Vigilante que representa a “força”, estão nas respectivas mesas, para identificar a Coluna do Norte e a Coluna do Sul. Encerrados os trabalhos, o Segundo Vigilante volta a colocar em pé a sua Coluneta. A Joia do 2º Vigilante é o Prumo, símbolo da pesquisa e da Verdade, dando à obra a... (masonic.com.br)"
Tomei a liberdade de lhe escrever.
Você saberia como proceder na ausência em uma reunião do Primeiro Vigilante? Minha pergunta se pauta em alguns textos que li, tendo alguns citando que o Segundo Vigilante não ocupa o cargo vago, já que o mesmo é Segundo de Ofício, sendo esse cargo destinado a um outro Irmão.
Também abriu uma dúvida, tendo alguns comentários que não se usa o avental do Primeiro Vigilante, caso ele falta a reunião. O ocupante do cargo, deverá utilizar a joia, porém portar o avental de mestre.
Poderia me auxiliar nestes dois questionamentos?
Antes das considerações propriamente ditas, eu gostaria de afirmar que esse trabalho publicado no endereço eletrônico mencionado na questão não é de minha lauda, sobretudo porque ele trata e tenta justificar a colocação das equivocadas "colunetas" sobre as mesas dos Vigilantes no REAA. Posso afirmar que eu jamais escreveria isso, sobretudo porque tenho lutado há anos pela aproximação com a pureza do rito.
Colunetas originalmente pertencem aos Trabalhos do Craft (York), portanto, em se tratando de escocesismo, elas não passam de um enxerto. Na realidade essa prática não existe no REAA e, por assim ser, não posso concordar com as definições e justificativas sobre um elemento simbólico que nem mesmo pertence à doutrina do Rito. Reitero, colunetas, em pé ou deitadas é uma prática litúrgica da Maçonaria anglo-saxônica e não da latina (francesa) donde advém o REAA. Colunetas servem principalmente para indicar na Maçonaria inglesa quando a Loja está em descanso ou em trabalho.
Vigilantes - falar em substitutos emergenciais é quando ocorre a falta na sessão de uma das Luzes da Loja por algum motivo. Assim, caso o Venerável Mestre se encontre ausente, quem o substitui é o Primeiro Vigilante (primeiro vice-presidente) vestido com os seus paramentos, usando apenas nessa ocasião a joia do titular. Por conseguinte, o Segundo Vigilante, vestido com os seus paramentos assume precariamente o lugar do Primeiro Vigilante usando a joia do titular. Por extensão, quem substitui o Segundo Vigilante é o Segundo Experto que, vestido com seus paramentos, usa a joia do titular que ele substitui.
A bem da verdade, essa é uma prática simples, porém muito antiga e consuetudinária na Maçonaria. Entretanto, o que ocorre, infelizmente só para confundir, é a tal criação diferenciada de paramentos para os Vigilantes que algumas Obediências equivocadamente adotam. De qualquer maneira se reitera: exceto a joia, o substituto assume usando os seus pareamentos.
Tirando as invenções e deixando-as de lado, genuinamente os Vigilantes no REAA vestem avental de Mestre Maçom usando apenas a joia correspondente.
Quanto a essa "estória" de que um Vigilante não pode assumir o lugar do outro e sob justificativas estapafúrdias não condizem com a realidade litúrgica do Rito em questão – o Segundo substitui o Primeiro e este o Venerável. Ausente o Segundo Vigilante, seu substituto legal é o Segundo Experto.
Dando por concluídos esses comentários, devo salientar que os meus apontamentos se referem à originalidade do REAA e não trazem nenhum incentivo para se desrespeitar rituais. Ritual em vigência, mesmo que contraditório, deve ser cumprido, contudo nada me impede mencionar as incongruências que muitos deles trazem no seu conteúdo. O maior problema é que esses enxertos acabam dando margem à justificativas fantasiosas que só pioram o entendimento dos fatos. Palavras e frases de efeito na maioria das vezes só servem para esconder uma desmedida licenciosidade na interpretação de símbolos que engrossam volumes de uma bibliografia tendenciosa.
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br - 18/02/2020
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