MANTO DE VELUDO NEGRO
Máximo respeito e admiração pela sabedoria do Irmão que compartilha seu conhecimento e faz tão bem a nossa Ordem.
Fiz a leitura da obra O Mestre Instalado de José Castellani, 1a edição, ed. A gazeta maçônica de 1989.
O autor destaca em Cam∴ do Meio, os MM∴ MM∴ usarão balandrau negro e o Venerável Mestre um manto de veludo negro. A indicação histórica remete aos Collegia Fabrorum (Século VI a. C), antiga corporação de Ofício do período do apogeu Romano.
Para a Maçonaria evolutiva e progressista de hoje caberia tais tradições?
Observei ainda que o Avental do Venerável Mestre para o Rito Adoniramita é de veludo negro. Seria seu resquício histórico? Caberia também para os demais ritos?
CONSIDERAÇÕES:
Caro Irmão Frans, é sempre um prazer atendê-lo.
No tocante ao manto de veludo negro e o balandrau, de fato eram indumentárias usadas pelos Collegia Fabrorum, corporação de pedreiros criada pelo lendário Imperador Numa Pompílio por volta do século VI a.C.

Essas corporações de ofício, consideradas como as primeiras associações organizadas de construtores, eram comumente dirigidas por mestre do ofício. Este artífice principal se distinguia dos demais operários por usar um elaborado manto escuro sobre a túnica, o qual, segundo alguns autores, era de veludo preto.
Nesse sentido, é bastante provável que venha daí a referência ao tal “manto de veludo preto”.
Vale ressaltar que ao serem aqui mencionadas velhas corporações de ofício da época das conquistas romanas, não se está afirmando, sob nenhuma hipótese, que naquele período da história existia Maçonaria, muito menos ainda a existência do grau de Mestre Maçom.
Mais tarde, por volta do século XVIII, já em plena era da Moderna Maçonaria (dos Aceitos), algumas Lojas francesas, principalmente, passaram a adotar o uso do manto preto para o Venerável Mestre, este estilo, no entanto, não era uma regra abrangente à toda a Maçonaria francesa.
Mediante a isso, com a evolução da moda, alguns ritos adotariam o uso do balandrau como uma veste confortável que dava um caráter de igualdade entre os membros da Loja, onde todos se vestiam iguais.
A partir do século XX, por alguns costumes regionais e outros históricos, o terno preto veio aparecer com força na Maçonaria, principalmente a britânica, e acabou virando uma indumentária maçônica, conforme os ritos.
Sob essa óptica, ambos os trajes, o terno e o balandrau, permaneceram como vestuário maçônico, enquanto que o manto de veludo não prosperou e acabou em desuso por parte daqueles que o haviam adotado.
Graças a isso esse manto de veludo não é mais cogitado como espécime de vestimenta maçônica.
Quanto ao avental Adonhiramita, eu não acredito que tenha a ver com o "manto de veludo", que outrora fora utilizado pelos Collegia Romanos.
T.F.A.PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br
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