Ir∴ Sérgio Quirino Guimarães
Este Grau é relativamente pouco conhecido pelos Maçons brasileiros, pois tratasse de um Grau Superior do Rito de York pelo Sistema Inglês.
Na verdade não existe o "Rito de York", em outro artigo trataremos do
assunto, no momento para melhor compreensão do texto, incorrerei
neste erro.
Há duas vertentes dos Graus Superiores do Rito de York; pelo Sistema Americano temos os Graus Capitulares, Graus Crípticos e os Graus de Cavalaria que se sucedem de forma linear. Já pelo Sistema Inglês.
Começamos pelo Grau de Mestre Maçom da Marca (que é quase um grau paralelo ao Grau de Mestre Maçom) e em seguida temos a oportunidade de fantásticas instruções adquiridas através do Grau de Nauta da Arca Real. Não cabe aqui a exposição da ritualística, mas nada me impede de trazer aspectos que despertem em você a vontade de saber um pouco mais sobre o tema, pesquisar e fazer uma Prancha de Arquitetura para apresentá-la em sua Loja, fomentando assim os Irmãos a continuarem os estudos.
Os Graus Superiores são independentes dos Graus Simbólicos, ou seja, você pode e deve fazer os Graus Superiores de Ritos diferentes do Rito simbólico que pratica, logicamente tendo os pré-requisitos necessários. Há uma frase que diz que um homem de um único livro, é um homem de uma única opinião, então permita-se aprender mais.
Retornando ao tema lhe digo que o "ambiente" e os "instrumentos" disponibilizados nos trabalhos de um Nauta, não são mais de um pedreiro, a construção não é mais de um Templo, agora estamos trabalhando em uma Nau (navio) e um nauta é aquele que navega (navegante). E qual foi a grande nave náutica (mítica é claro) que podemos universalizar e que há séculos permanece e permanecerá na história? É a Arca de Noé e tudo que envolve sua construção e seus propósitos.
Os valores intrínsecos a esta lenda nos remetem a profundas reflexões sobre a relação criatura e Criador. Noé personifica valores essenciais ao todo Maçom e vários Ritos usam em seus trabalhos uma derivação hebraico de "Noé", que é "Noaquita".
Na segunda edição das "Constituições de Anderson", há uma referência muito bonita, pois conclama que os Maçons devam observar as Leis morais de um Noaquita: 1º Abster-se de idolatria. 2º Honrar o santo nome de Deus. 3º Jamais ser homicida.
Noé teve três filhos: Sem, Cam e Jafet e sua epopéia esta escrita no Livro da Lei em Gênese nos Capítulos 5 ao 9, mas é no Manuscrito de Graham que encontramos uma lenda muito interessante.
No Vade-Mécum Maçônico, "Do Meio-Dia à Meia-Noite" do Irmão João Ivo Girardi, na página 451 esta transcrito: "Após o
dilúvio – muitos anos depois, os três filhos de Noé estavam visitando outras terras; quando regressaram, souberam que seu pai há pouco havia morrido e havia sido enterrado nas foldas do Monte Ararat. Supondo que o pai tinha algum objeto, ou alguma coisa qualquer que representava a sua aliança com Deus; depois de procurar inutilmente em casa, resolveram procurá-la no túmulo do pai, pois o mesmo podia tê-lo levado consigo para a sepultura. Lá chegando, removeram toda a terra até deixar o corpo descoberto. Devido ao tempo, o corpo já estava em decomposição, tornando tudo mais difícil. Mesmo assim, um deles tentou levantar o corpo, segurando-o pelo dedo indicador, juntando o seu pé direito ao pé do cadáver; colocando-o a mão esquerda às costas do mesmo; mas ao fazer força, o dedo despregou-se da mão. Ele formou uma garra segurando o pulso do cadáver, o pulso desligou-se do braço. Então ele levou a mão até o cotovelo e levantou o cadáver, encostando-o em seu próprio peito, quase colando rosto no rosto. Assim feito os dois irmão fizeram uma vistoria no túmulo e depois no cadáver. Nada encontrando, um deles, voltando a cabeça e os olhos para o céu, disse "Jehová, nos ajude". É ou não é muito interessante?
Fonte: JBNews - Informativo nº 247 - 02.05.2011
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