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terça-feira, 1 de dezembro de 2015

AS LOROTAS QUE OS MESTRES CONTAM

AS LOROTAS QUE OS MESTRES CONTAM
Autor - Laurindo Roberto Gutierrez*

Os Mestres de uma Loja Maçônica são os detentores do conhecimento, que deve ser passado aos aprendizes e companheiros.

Desde que foi implantado em 1.738, o grau de Mestre, é assim. Tendo adquirido maturidade e sabedoria, são os Mestres que levarão os mais novos ao topo da escada, grau por grau, até que estes se tornem Mestres também.

Porém, alguns às vezes lançam idéias que se perpetuam e nem sempre se mostram úteis ao aprendizado.

Vejamos algumas coisas ditas que para nada servem.

Vamos à primeira que me veio à mente; Tenha paciência, você chegará lá. Não sabendo responder a pergunta do aprendiz, o Mestre sai com essa. Ás vezes até admoesta o aprendiz chamando-o de apressado e curioso.

Todos nós passamos por isso pelo menos uma vez, e não tínhamos como saber a verdade.

Perguntar era arriscado naquele tempo.

Agora com a facilidade da rede mundial, todos podem dirimir suas dúvidas sem “tomar um pito”.

Porém sempre recomendo aos aprendizes que me procuram, para que tudo que ler, pesquisar ou copiar, deve submeter à um Mestre, que poderá avaliar melhor o valor e a veracidade daquilo.

Outra: Aprendiz não fala. Essa recomendação, embora pareça verdadeira, não espelha a realidade.


Sabemos que o silêncio pode ajudar na concentração para a faina do desbaste da pedra, mas não é preciso ficar em completa mudez.

Aprendiz tem direito à palavra, só não pode entrar em discussão de temas que ainda não domina, mas pode usa-la para fazer um anúncio, ou um agradecimento. Porém os Mestres, para ficarem “numa boa” desaconselham a manifestação, tolhendo o direito de expressão do maçom iniciante.

Mais uma; Aprendiz não pode visitar uma Loja sem a companhia de um Mestre. Quem inventou isso? Imagine um aprendiz em viagem a outro oriente ficar impedido de visitar uma Loja, porque não tem ao seu lado, um Mestre de sua Oficina. A visita é importante para aprender novas coisas e conhecer outros irmãos e ritos.

Nos tempos remotos, as “novas” eram transmitidas através da visita. Mesmo aprendiz, o visitante leva consigo a força vibratória dos irmãos a quem ele representa, e sua presença deve ser vista como uma dádiva e uma benção pelos anfitriões.

Especialmente em visita a outra Loja, ele deve fazer uso da palavra para se identificar e agradecer a acolhida. Segundo Da Camino, o visitante deve ser visto como “outra luz” , “outra força” e “outro alimento”, e merece o mínimo direito de falar. Só falta botar isso na cabeça de certos Mestres.

Seguimos com outra: Só é permitido entrar em Loja com roupas pretas (ou escuras) e de sapatos preto. Esse é o caso acontecido com um irmão dentista, que vinha direto do trabalho para Loja com seu jaleco branco, cheirando à resina e a pasta anestésica à base de xilocaína. Pois bem, os mestres em coro, diziam que não era possível aquilo, pois mesmo de balandrau se via seus sapatos brancos.
Essa “falta grave” rendeu discussões em nome da uniformidade da vestimenta e do “bom andamento dos trabalhos”.

Eu, novo na Ordem, cheguei a pensar que aquilo não era correto mesmo. Agora, passado anos de estudos, lendo as instruções de J. Castellani, H. Spoladore e outros, aprendi que a verdadeira vestimenta do maçom é o avental. O resto é roupa.

Portanto, nem tanto ao céu, exigindo um caríssimo terno Armani, nem tanto à terra, permitindo um tênis sujo, remendado.

Outra sem pé nem cabeça, que se ouve é; Não basta entrar para a maçonaria, é preciso que a maçonaria entre em você.

Que mensagem transmite essa frase? Nenhuma. Nada podemos fazer para a maçonaria “entrar” no iniciado. Isso dependerá de como sua Loja o instruirá, e dos Mestres que servirão de exemplo para ele, e principalmente do próprio aprendiz. Tudo mais é uma incógnita, e a história mostra que cada um entende a filosofia maçônica à sua maneira.

Essa citação é uma forma de retórica que parece bonita para ser enunciada em sessão de iniciação com a Loja cheia de visitantes, porém se torna maçante aos presentes.

É uma oração dispensável, de pouco alcance e inteligência. Agora, a que mais se tem falado, e que me dá arrepios. É a infeliz, Somos eternos aprendizes. Essa soa falsa e pura léria. Imagine um Mestre após seu tempo de estudo voltando ao primeiro grau. Se aceitasse voltar atrás seria comprovadamente um fracassado na Arte Real.

Aquele que assim fala, se sente um mestre perfeito, e por nada daria um passo atrás, pois para ele, o grau de Mestre, com seu vistoso avental é sua maior conquista.

Essa é uma declaração de falsa modéstia, é uma verborréia inútil que nada ensina, nem nada de bom transmite. É uma demonstração de duvidosa humildade, com certa dose de egolatria.

* Loja de Pesquisa Maçônica Brasil – Londrina-Pr
* Loja de Pesquisa Maçônica Francisco Xavier Ferreira- Porto Alegre- RS

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