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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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domingo, 3 de janeiro de 2016

LEI DO SILÊNCIO MAÇÔNICO

LEI DO SILÊNCIO MAÇÔNICO

O silêncio maçônico está indiretamente disciplinado nos LANDMARKS, 11º (necessidade de estar uma loja “a coberto”), 15º (nenhum visitante desconhecido dos irmãos de uma loja, pode ser admitido a visita, sem que, antes de tudo seja examinado, conforme os antigos costumes) e 23º, que prescreve a conservação secreta dos conhecimentos havidos por iniciação, tanto dos métodos de trabalho como das suas lendas e tradições, que só podem ser comunicadas a outros irmãos.

O chamado segredo maçônico é justamente o ponto sobre o que mais tem se especulado e no qual se baseiam os que condenam nossa ORDEM. Não compreendendo sua verdadeira razão ou seja seu caráter iniciático e construtivo deste segredo.

Em realidade a Maçonaria seria mais uma sociedade secreta; se não houvesse o hábito de designa-la pela expressão “SOCIEDADE SECRETA”. Esta expressão engloba não só as sociedades com segredo como as sociedades clandestinas. A Maçonaria vem sofrendo todas as conseqüências que semelhante expressão implica.

Vamos então definir o que significa segredo, segundo o dicionário Aurélio: SEGREDO (do latim secretu-separado, afastado). 1) aquilo que não pode ser revelado, sigilo. 2) aquilo que se oculta ao conhecimento. 3) aquilo que não se divulga. 4) mistério, enigma.

O segredo tem como seu corolário o silêncio, que tiveram sua origem desde os tempos mais recuados da Humanidade e sua base inicial foi a iniciação. Porém não devemos confundir silêncio com mutismo; enquanto o primeiro é um prelúdio de abertura para a revelação, o segundo é o encerramento da mesma. O silêncio envolve grandes revelações, o mutismo as esconde. Um assinala o progresso, o outro a regressão.

Podemos dividir esquematicamente a questão do silêncio em nossa Ordem, em três situações que são: 1) O silêncio em relação aos aprendizes; 2) O silêncio em relação aos diversos graus maçônicos; 3) O silêncio em relação ao mundo profano.

EM RELAÇÃO AOS APRENDIZES
Durante o aprendizado deve o Neófito praticar a Lei do Silêncio e exercitar-se na meditação. Acostumado no mundo profano a expressar suas opiniões sem entraves, esta regra iniciática há de encerrar para ele as maiores dificuldades. Limitar-se-á doravante somente a ver, ouvir e calar. Este exercício severo leva-lo-á a disciplinar suas idéias.

Vê-se logo a vantagem do método do silêncio para um aprendiz que tiver modéstia, estabelecerá uma diferença entre o valor das imagens e seus conhecimentos. A lei do silêncio nada mais é que um perpétuo exercício de pensamento. Calar não significa somente em nada falar, mas também em deixar de fazer qualquer reflexão dentro de si quando se escuta alguém falar. Esta lei é conseqüência direta da existência de um conhecimento diretamente ligado à iluminação subjetiva da qual resulta, e que cada iniciado pode sentir-se de maneira diferente em relação ao outro.

Destes fatos apresentados resulta como conclusão óbvia que pelos próprios ensinamentos ministrados no grau de aprendiz, que o mesmo deve introjetar-se para que com esta atitude encontre paz e discernimento e para que as informações a ele dados sejam profícuas, tendo como resultado final uma evolução significativa no caminho que tem a percorrer.

EM RELAÇÃO AOS DIVERSOS GRAUS MAÇÔNICOS
A revelação do segredo neste nível é extremamente difícil, por causa da hierarquia e da conscientização dos irmãos que estão em graus mais elevados.

EM RELAÇÃO AO MUNDO PROFANO
O problema crucial e mais importante da Instituição está no vazamento de informações ao mundo profano, indo dos sinais de reconhecimento até o conteúdo dos assuntos debatidos nas sessões. Isto impede às vezes a explicitação de assuntos que são do interesse da Ordem.  Nesta situação o irmão que vai apresentá-Io fica inseguro, pela falta de proteção e discrição que a loja lhe deveria dar. Assim alguns assuntos importantes não são levados em loja por quebra de sigilo.

Desde os tempos operativos, as Maçonaria é possuidora de segredos. Na época dos talhadores de pedra, o segredo principal consistia na técnica de talhar, o que tornava estes profissionais artistas e artífices ao mesmo tempo. Também os sinais de reconhecimento consistiam um segredo zelosamente guardados. De posse dele, um maçom poderia deslocar-se de uma cidade para outra, a fim de encontrar trabalho, com ajuda dos irmãos.

A Maçonaria especulativa, no inicio e com as mesmas finalidades manteve a obrigatoriedade do silêncio. O segredo maçônico resulta do fato de que, sendo todos os seus membros da Ordem solidários entre si, ficou firmado um contrato formal de reciprocidade.

Tendo assumido responsabilidades e obrigações uns para com os outros, indispensável se torna, a fim de realizá-los, que os maçons tenham possibilidade de se distinguirem dos profanos. Por este motivo mantém os meios de reconhecimento sob a mais absoluta reserva.

Lembrando aos maçons que deveriam encerrar e ocultar em seu coração os segredos da Maçonaria, muitas lojas alemãs acrescentaram uma chave de marfIm à sua indumentária. Este mesmo simbolismo faz também parte de um determinado grau, que diz que o segredo é conservado em um cofre de coral rodeado de marfIm (boca), que só se abre por meio de uma chave preciosa (língua), e pela conservação da qual todos devem velar com maior cuidado. Se há um segredo a melhor maneira de conservá-lo é fazer silêncio em torno dele.

A lei do silêncio é a origem de todas as verdadeiras iniciações. Incontestavelmente ela se perde nas trevas da pré-história. Mas se a lei do silêncio é justa, e vem sendo recomendada em termos precisos pelos mestres do esoterismo, como deve ser ela interpretada? Muitos o ignoram, mesmo entre os seus observadores afeiçoados, quanto mais entre seus detratores. 

Primeiro de tudo uma afirmação se impõe. Toda lei implica uma sujeição, uma obrigação pura e simples de submeter-se ao seu teor. Teremos que fazer aqui uma distinção. As leis civis – políticas, sociais e econômicas - são a expressão de uma necessidade momentânea ou duradoura, constatada pelo legislador. Há com efeito uma sujeição real e absoluta. A lei maçônica do silêncio não apresenta nada que se assemelhe. Em primeiro lugar ela é imposta pela razão e não pela vontade de um homem ou de uma coletividade. Ela é exposta a cada um de seus adeptos antes de sua submissão à Ordem e livremente aceita. É também selada por um juramento, e, se priva assim, conscientemente de qualquer possibilidade de rompimento ou derrogação.

Na Maçonaria, ao contrário, há a vontade e o prazer que cada um sente em disciplinar-se, e o juramento de persistir indefInidamente nesta disciplina livremente aceita. A sujeição ao silêncio não cria um estado de servidão em face da lei, mas sim uma adesão espontânea baseada na razão. Imprescindível se faz o de embrenhar-se no passado e pesquisar os primórdios da Maçonaria e reconhecer a missão altamente humanitária, mas assaz perigosa que ela se traçou: lutar contra os tiranos em defesa dos oprimidos; defender os fracos contra a prepotência dos opressores; levar a luz da liberdade aos escravizados; dissipar as trevas do obscurantismo, do fanatismo, com a instrução, assegurando ao homem o exercício pleno da faculdade sagrada de raciocinar, de pensar.

Claro que para cumprir esta missão, a Maçonaria deveria precaver-se. Os seus aderentes deveriam ser cautelosamente selecionados, e não era possível transmitir a todos os seus segredos, sem a certeza integral de que podiam ser depositários de toda a confiança. Os símbolos, as palavras e frases convencionais também se fizeram imprescindíveis como providência acauteladora contra seus adversários.

A longevidade da Maçonaria teve como instrumento preponderante o silêncio e a discrição sobretudo o que acontece na Ordem. A respeito dela foram escritos vários livros, alguns dos quais, relatando detalhadamente todos os seus segredos. Graças porém, a seu caráter esotérico e emblemático, estas informações não foram totalmente decodificadas.

Cabe a nós, maçons atuantes, preservarmos estas informações que são vitais para que este enigma seja decifrado.

Sejamos pois, os paladinos desta cruzada, e que a discrição transforme-se novamente em LEI DO SILÊNCIO, que no início da Maçonaria era uma lei inquebrantável.

Assim seja...

Compilado de Trabalho de FRANCISCO DE P. LEITE FERREIRA NETO. Loja Cinqüentenário de Dourados nº 46 DOURADOS-MS

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