SUBSTITUIÇÃO ENVOLVENDO LUZES E OFICIAIS
(republicação)
O Respeitável Irmão José Aparecido, sem declinar onome da Loja e Oriente, solicita esclarecimentos como segue:
aparecido14@gmail.com
Não querendo abusar, preciso de um retorno deste grande amigo, irmão, no abaixo:
Rito REAA - Rito Francês - Rito Moderno, Francês - Rito Brasileiro - Rito Adonhiramita - Rito Schroeder - Rito York ou Emulação.
Minha dúvida;
Em leitura no livro do nosso amado Xico Trolha 8ª Edição Cargos em Loja, este cita que na falta do Primeiro Vigilante (REAA), quem assume o segundo malhete é o Primeiro Experto e não o Segundo Vigilante!
E o que vejo nas Oficinas, que na falta do Primeiro Vigilante, quem assume o segundo malhete é o Segundo Vigilante, mas este já tem o seu cargo de oficio e em seu lugar assume o Primeiro Experto e na falta deste, assume o Segundo Experto.
Qual é a definição correta?
Isto eu estou colocando no REAA, mas não abusando do amigo, irmão, poderia citar nos demais Ritos citados acima.
CONSIDERAÇÕES:
Essa não é uma questão tão simples como parece. As Luzes de uma Loja são compostas pelo cargo do Venerável Mestre, Primeiro e Segundo Vigilantes.
Essa regra faz parte do que é denominado como “Landmarks da Ordem”, sendo, portanto muito antiga, assim como também o é independente dos ritos que compõem a Maçonaria.
A título de esclarecimento, o termo “Landmark” em Maçonaria tem o significado de “limite”, “demarcação” o que induz na interpretação das regras imemoriais, espontâneas e universalmente aceitas.
Dentre os Landmarks, está à da disposição de que uma Loja é dirigida por Três Luzes, o que nos trás ao contemporâneo na existência do Venerável Mestre, Primeiro e Segundo Vigilantes.
Note que essa regra viria atingir mais tarde (1.724) com o aparecimento do Grau de Mestre, a tônica que na Lenda do Terceiro Grau a Palavra somente seria transmitida na presença dos três personagens principais do folclore no tocante à construção do Templo.
Por assim ser, essa questão de substituição é bastante subjetiva e está mais ligada aos regulamentos das Obediências da Moderna Maçonaria, bem como o aparecimento dos ritos e as suas vertentes nos meados do Século XVIII.
O que é claro e cristalino é que uma Loja, independente de rito, isto é, universalmente aceito, é que nenhuma Oficina possa funcionar sem as competentes “Três Luzes” para dirigi-la e administra-la.
Quem substitui uma falta, está mais ligada à tradição do rito e os cargos que porventura dele venham a pertencer, a despeito de que alguns regulamentos predestinem à função dos ocupantes dos cargos em Loja. Assim, fica um pouco difícil argumentar com exatidão quem substitui quem.
À luz da razão, os Vigilantes em linhas gerais são os substitutos imediatos, em caso precário, do Venerável Mestre obedecendo à hierarquia. Assim também o Segundo é o substituto imediato do Primeiro.
Os Vigilantes eram os antigos “wardens” (zeladores) do canteiro de obra que hoje é simbolizado pela Loja. Não existiam tantos cargos como hoje conhecemos, senão, além das Luzes, o do Cobridor, do Secretário, do Tesoureiro, do Esmoler e os dos Oficiais de Chão (hoje por influência da igreja, os Diáconos).
O cargo de Experto, por exemplo, somente viria aparecer na vertente francesa da Maçonaria no Século XVIII.
A despeito do que regem os atuais regulamentos das diversas Obediências, não havia uma previsão oficial de “substitutos”.
No Rito Escocês Antigo e Aceito de forma tradicional, porém precária (ocasional) o substituto do Venerável é o Primeiro Vigilante e deste o Segundo Vigilante. Na vacância ocasional do cargo do Segundo Vigilante, assume precariamente o Primeiro Experto, até porque o termo “experto” significa nesse caso “experiência”.
Sem querer ser prolixo, mas, na hipótese de faltar o Primeiro Vigilante à Sessão, o Segundo assume o seu lugar, por conseguinte naquela oportunidade o Primeiro Experto será temporariamente o Segundo Vigilante.
Nunca é demais ratificar que essas são situações “precárias”, pois impedimentos definitivos devem ser solucionados de acordo com as constituições e regulamentos que não raras vezes proclamam uma nova eleição para a “Instalação”, no caso do Venerável Mestre.
Quanto aos escritos do meu saudoso e grande conhecedor de Maçonaria, Francisco de Assis Carvalho, o Xico Trolha, em não raras vezes que tivemos a oportunidade de nos encontrar e trocar ideias sobre Maçonaria, o Xico me confessava que faria uma revisão nos seus escritos, e particularmente nessa questão.
Infelizmente o Mano resolveu repousar sob a sombra da acácia sem que houvesse tempo para tal. À bem da verdade o Irmão Xico pesquisava muito sobre os costumes da Sublime Instituição e na oportunidade que ele escreveu esse livro ele observava costumes regionais da Maçonaria Francesa, fato que fez concluir um procedimento regional, porém não universal.
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 639, Florianópolis (SC) 27 de Maio de 2012
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