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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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sexta-feira, 26 de novembro de 2021

RETORNO DA PALAVRA

RETORNO DA PALAVRA
(republicação)

O Respeitável Irmão José Alves Martins, membro da Loja Verdade e Justiça, 1.136 e Presidente do TJM/GOB-CE, Oriente de Fortaleza, Estado do Ceará, apresenta a seguinte questão:
mm.contabeis@bol.com.br

Inicialmente as minhas saudações maçônicas e desculpe-me pela perturbação neste dia e horário, mas realmente, gostaria de receber do Irmão a seguinte orientação que deverá ser repassada para outros Irmãos de nossa Loja Verdade e Justiça nº 1136, Oriente de Fortaleza, CE. A solicitação é a seguinte: Na palavra a bem da Ordem, a palavra circula no Ocidente primeiro pela Coluna do Sul, reinando silêncio, vai para a Coluna do Norte, concluída diz o 1º Vigilante, reina silêncio em ambas as Colunas, o Venerável Mestre diz a palavra está no Oriente. Aqui alguns Irmãos questionam, que a palavra poderá ainda voltar para o, ocidente, o que eu de pronto não concordo, sem a devida justificação, esteado na página 12 do Ritual do 1º Grau - Aprendiz-Maçom. Qual é na orientação do Irmão? Isso foi consultado a minha pessoa, na qualidade de Presidente do TJM/GOB-CE. Devo aprender correto para repassar corretamente, os ensinamentos, principalmente os ritualísticos. Ficarei bastante grato, pela atenção.

CONSIDERAÇÕES:

Existem algumas regras que são consuetudinárias na Maçonaria, porém sempre acompanhadas do bom-senso.

Dependendo do assunto discutido na Ordem do Dia e que deverá ser acompanhado de votação, às vezes requer alguma manifestação, ou mesmo ponderação dependendo do rumo pelo qual prossegue o debate. 

Nesse caso, sendo prioritária a manifestação sobre o assunto e dele um Irmão deseje novamente falar, o Venerável se achar necessário pode retornar a Palavra para as Colunas, entretanto a dita deverá obedecer novamente o giro completo, isto é: começando pela Coluna do Sul, mesmo que o Obreiro solicitante esteja na Coluna do Norte.

Para esse procedimento, o Venerável deve estar atento à real necessidade do retorno da Palavra - esta só retorna se ele assim permitir.

Nesse caso o Obreiro que precise acrescentar algo mais e de verdadeira acuidade ao mérito, pedirá na forma de costume a palavra ao Vigilante da sua Coluna que por sua vez fará a solicitação ao Venerável Mestre, todavia, somente após terem cessadas as manifestações no Oriente.

Embora a questão apresentada pelo Respeitável Irmão não seja relativa à Ordem do Dia e sim à Palavra a Bem da Ordem, aproveitei a oportunidade para levar essas ponderações ao período da Ordem do Dia, principalmente porque assuntos dessa ocasião são dependentes de discussão e votação e, às vezes, podem se tornar polêmicos. 

Nesse caso acho também oportuno salientar que os assuntos inerentes à Ordem do Dia requerem conclusões do Orador, daí seria sempre de boa geometria que essas matérias fossem previamente debatidas em uma Sessão Administrativa, para posteriormente serem levadas à formalização e votação na próxima Sessão Ordinária. 

Assim, discussões muitas vezes inócuas seriam evitadas e, por conseguinte os tais pedidos de retorno da palavra cairiam “por terra” para o bem e a felicidade geral da nossa não menos sofrida ritualística.

Quanto ao “retorno da palavra” dentro do período à Bem da Ordem em Geral e do Quadro em Particular, embora que até seja possível, só deve ser exercitada no caso de extrema necessidade ocorrida pelo esquecimento de uma comunicação realmente inadiável, caso contrário, deve ser severamente evitado, pois no período em questão não existe qualquer debate, ou votação, senão o de se fazer uma comunicação.

Sem querer ironizar, cabe então a seguinte pergunta: mas que importante comunicação seria esta que fez com que o Obreiro até dela pudesse esquecer?

Ainda no tocante ao que cita o Irmão em referência à página 12 do Ritual de Aprendiz, R⸫E⸫A⸫A⸫ em vigência no GOB, o fato não se trata de “incluir o que não está previsto”, porém apresentar uma solução para um episódio que pode inquestionavelmente vir a acontecer. 

À bem da verdade, um ritual não pode prever e nem especificar as inúmeras situações que possam incidir nas Sessões das Lojas. Dentre algumas, segue um exemplo: “não está previsto em nenhum ritual o ingresso de um Irmão atrasado, todavia isso acontece com muita frequência e, salvo por um impedimento legal, nenhuma Loja deixa de atender o retardatário (não confundir com visitantes que sem terem entrado em família, aguardam ingresso no átrio)”.

Incluir esse procedimento no ritual seria o mesmo que institucionalizar o “atraso”. Enfim, é um fato corriqueiro que deve ser solucionado no momento do acontecimento, o que no meu ponto de vista não fere o citado Ritual na sua página 12.

Finalizando, casos e fatos eivados pela precariedade de última hora sempre estiveram presentes no nosso dia a dia e deles não escapam os trabalhos maçônicos – alguns podem se alicerçar nas nossas tradições, usos e costumes, enquanto que outros somente são solucionados pela prática do bom-senso.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 656, Florianópolis (SC) 13 de Junho de 2012

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