BE-A-BÁ DO CANDIDATO
Claudino F. Barros
Loja Maçônica Caridade e Justiça
Morena - SP,
A ciência maçônica, cotejada nos rituais, requer dos candidatos a ordem, conhecimentos gerais das ciências profanas, sem os quais, fica difícil o candidato entender a essência filosófica da ordem. No primeiro grau maçônico o aprendiz necessita trazer do mundo profano pelo menos, conhecimentos básicos de gramática; rudimentos de historia, pratica de retórica, etc. Sem esses conhecimentos e outros, inda que sem profundidade, o aprendiz tem dificuldade em entender e sobretudo aprender os significados da ritualística e da simbologia.
Destarte, seus caminhos na escala dos graus serão longos e a ascensão na Escada de Jacob se fará com grandes sacrifícios. Não é sem razão que a maçonaria se arma de cuidados especiais quando da aceitação de candidatos, eis que, para tal, examina-os por diversos aspectos, quer no que se refere a sua conduta pessoal como também a sua condição financeira e mais o seu grau de conhecimentos gerais. Quantos e quantos candidatos que embora preenchendo alguns requisitos ficam na espera do chamado à iniciação e este simplesmente não vem.
A maçonaria é, em tese, uma escola filosófica, iniciática e progressista onde se aprende e/ou se desenvolve a arte do bem viver, alem de criar ou burilar em seus membros, virtudes humanas e o espírito patriótico. As lojas maçônicas têm a vida regulada pela Constituição Geral, por Regulamento Geral e Regimento Interno. Estes diplomas merecem da irmandade um respeito incomensurável. No âmbito da Maçonaria Universal, as Lojas são independentes administrativamente e prestam obediência aos Orientes no que concerne a Liturgia dos Graus maçônicos.
A Ordem Maçônica (oriente) tem a sua estrutura orgânica constituída nos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário maçônicos. São poderes independentes, porem, harmônicos.
O irmão 33∴ Clemildes Santana, em uma de suas obras maçônicas, cita que "entre os irmãos é dito que o profano basta ser iniciado para que, em breve, se tenha um orador". Esta citação, embora de cunho humorístico, tem traço de verdade, isto porque, uma loja maçônica, é essencialmente uma tribuna livre especialmente reservada, a qual, é usada por todos os iramos, respeitados certos ditames dos graus.
É ai, nessa tribuna acobertada da indiscrição profana, que os membros da loja sentem-se à vontade para tratar de assuntos os mais diversos, menos os político-partidários e de polemicas religiosas, os quais, são expressamente vedados.
No passado, nesse meio oculto, protegido pelo sigilo maçônico foram tratados diversos problemas básicos da vida nacional, aculeando entre eles a Independência do Brasil, em cuja frente do movimento se achava o Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil - O Príncipe D.Pedro I.
Bem fácil é de se concluir que assuntos ligados àquele movimento político de tão alta relevância e grande risco, somente encontrasse a necessária segurança em Templos Maçônicos. Por ocasião do "Fico", o General Português Jorge de Avilez, em oficio a sua Majestade D.João VI, num trecho do relato diz: "...desde a partida de vossa majestade, formou-se um partido forte para desmembrar o Brasil da Monarquia Portuguesa. Os apostolados espalham por toda parte a doutrina que tomou tal vigor e obrigou a Câmara do Rio de Janeiro a dirigir a sua Alteza Real o Príncipe um requerimento precursor da independência intentada para que ficasse aqui" (ficasse aqui se refere à permanência de D. Pedro no Brasil - O FICO), o que se constituíra numa desobediência.
Ora, como se vê, Avilez se refere em seu oficio aos Apostolados que a época, era a Maçonaria Azul. Outros eventos grandiosos da nacionalidade brasileira tiveram o seu marco zero e mesmo o seu desdobramento no aconchego estanque dos Templos Maçônicos.
Politicamente falando, a maçonaria atual é o borralho da grande fogueira política do século passado. Este trabalho atual que se assemelha a um vulcão adormecido, a qualquer momento, no primeiro sopro da Pátria, se fará em braseiro, transformando-o em fogueiras. Portanto, estejamos "à Ordem"
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