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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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terça-feira, 4 de março de 2025

OS SINAIS DA MAÇONARIA PRESENTES EM OBRAS ARTÍSTICAS

3 Livros Sagrados – Larysa Kalinichenko

Introdução

A Maçonaria, na sua filosofia trata da essência, propriedade e efeitos das causas naturais. Investiga as leis da natureza e relaciona as primeiras bases da moral e da ética pura. Não tem por princípio obter lucro pessoal de nenhuma classe, ao contrário, as suas arrecadações e os seus recursos servem ao bem-estar do homem – seu semelhante, sem distinção de nacionalidade, sexo, religião ou raça. Buscando a elevação espiritual e a tranquilidade de consciência, assim afirma Nut-sa-Tefnut, 2001, p.1. A pesquisa, objecto deste artigo tem como objectivo, o conhecimento dos sinais maçónicas em obras de arte e o significado dos mesmos. O Símbolo Maçónico utiliza a arte para transmitir as suas mensagens com a interpretação coerente, lógica, e inspiradora de lições morais. “Dissemos ‘inspiradora’, porque iniciação é inspiração e não simples ensinamento ou pregação” (VAROLI FILHO, 2000, p.17-18)

Desenvolvimento do trabalho

O quadro denominado “O arquitecto”, é uma obra da artista Camem-Lara que utiliza a técnica mista sobre uma tela de dimensões 90×60 (cm). O mesmo, encontra-se na obra de Vagner Veneziani Costa denominado: Maçonaria: Escola de mistérios – A antiga tradição e os seus símbolos

Figura 1: O arquitecto

Wagner Veneziani Costa na sua obra denominada Maçonaria – Escola de Mistérios – A Antiga Tradição e os seus Símbolos, escreve sobre a obra acima:

Esta é a real iniciação: Tornar-se uno na sua mente.
A Geometria é a quinta das 7 artes liberais, dos 7 ofícios.
Geometria significa medida da Terra
Geo – Terra
Metrona – medida
(…) que todas as artes só existem
Por causa da Geometria (…)
(…)
Ora, a proporção é medida
E a ferramenta ou instrumento
É a Terra,
Se a geometria é
Medida da Terra,
Podemos dizer que todos os homens
Vivem pela Geometria.
(…)


Figura 2: A criação de Adão por Michelangelo – http://metalberserk.blogspot.com.br

Nas figuras 2 e 3 surgem com clareza a letra M que representa a Maçonaria, sociedade secreta, ricas na disseminação de segredos e que possui mais de cinco milhões de integrantes. Os dedos do meio de Deus e Adão são mantidos juntos e os dedos indicador e mindinho são separados.


Figura 3 – Pintura de Michelangelo: Detalhe dos dedos de Deus e Adão – http://midiailluminati.blogspot.com.br/


Figura 4 – Escultura de Uma Cariátide – http://liberdadeeamorcassia.mvu.com.br/site/maconaria-nas-

Cariátide era uma guardiã do portal do Ministério da Agricultura, em Madrid. Na obra, ela segura na mão direita o maço ou malhete, insígnia do Venerável Mestre e da autoridade, e na mão esquerda o esquadro, símbolo da rectidão maçónica.

” (…) Embora a Maçonaria não seja uma religião e nem seja uma ordem mística, ela utiliza, nos seus rituais, na sua simbologia e na sua estrutura filosófica e doutrinária, os padrões místicos de diversas seitas, associações e civilizações antigas, principalmente os relativos às religiões e às ordens iniciáticas de cunho religioso daqueles povos que representaram o alvorecer das civilizações e que concentravam, desde o século V a. C., em torno dos rios Tigre e Eufrates e do Mar Mediterrâneo. (…) [A Maçonaria] nascida na sua forma moderna, nas asas das aspirações liberais e libertárias dos povos subjugados pelo poder real absoluto e pelos privilégios do clero, é também, liberal e libertária, evolutiva e adaptável às épocas, racional e democrática. Para armar, todavia, a sua doutrina moral, ela buscou o simbolismo nascido da mística de civilizações perdidas na noite dos tempos; e o simbolismo, fonte de espiritualidade oculta, será, sempre, por mais que a cibernética e a materialidade dominem o mundo, uma LUZ no caminho da humanidade (…)” (CASTELLANI: 1996. p.92).

A Estátua da Liberdade, localiza-se na entrada do porto de Nova Iorque e foi construída pelo escultor Alsaciano Fréderic Auguste Bartholdi. Os símbolos maçónicos que estão presentes na obra são: a tocha, o livro na mão esquerda e o diadema de sete espigões em torno da cabeça. O significado da estátua é: A Liberdade iluminando o mundo.

Há 25 janelas na coroa, simbolizando as pedras preciosas encontradas na terra e os raios celestes brilhando sobre o mundo. Os sete raios da coroa simbolizam os sete mares e continentes. A placa que carrega na mão esquerda tem escrito 4 de Julho de 1776 em algarismos romanos (JULY IV MDCCLXXVI). O significado da tocha é a iluminação dos caminhos.


Figura 5 – Estátua da Liberdade https://www.google.com.br/estátua

Na foto abaixo tirada na Igreja de são Francisco de Assis da cidade de São João Del Rei, destaca-se o Ostensório de ouro com a rosa e o sol.

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Figura 6 – Ostensório com o Sol e a Rosa. Foto de Adriano Santos Figueiredo

Esta obra fica na Igreja de São Francisco de Assis e na Igreja de São João Del Reis em Minas Gerais. O Sol ou representação do Deus Mitra. Sempre que o sol está com um rosto é também conhecido como Velho rosto de Bronze. Mitra era comparado com Jesus, também o deus de Zoroastro e dos Gregos, Romano, sendo a data de nascimento 25 de Dezembro.

Desde os mais remotos tempos, o Sol símbolo da Luz. Para a Maçonaria a Luz é a do Conhecimento, do esclarecimento mental e intelectual. No topo do ostensório a rosa como a simbologia de Maria Madalena e de Silencio. Maria Madalena era da cidade de Magdala antiga capital da Etiópia, descendente de família nobre muito culta, sabia ler e escrever, sendo considerada por estudiosos com uma discípula de Cristo, segundo Historiadores escreveu o evangélico apócrifo Maria Madalena, conta em relatos também apócrifo do evangélico de Felipe, estes apócrifos foram encontrados em jarros escondidos numa caverna no ano de
1945.

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Figura 7 – Profeta Oséias retratando Domingos Vital Barbosa (um dos membros da Inconfidência Mineira) Basílica do Bom Senhor do Matosinho – Foto de Adriano Santos Figueiredo

Os profetas são considerados obras-primas de Aleijadinho e as esculturas dos Doze Profetas de Congonha do Campo em Minas Gerais, retratam também os inconfidentes mineiros. Os pés do apóstolo são esculpidos em forma perpendicular, simbolizando o esquadro. O esquadro une a linha vertical com a linha horizontal e é considerado na Maçonaria como símbolo de rectidão e da acção do homem.


Figura 8 – Profeta Ezequiel, retratando Inácio Alvarenga Peixoto (outro membro da Inconfidência Mineira) Basílica do Bom Senhor do Matosinho Foto de Adriano Santos Figueiredo

A posição do braço representa o grau de companheiro na Maçonaria.


Figura 9 – O Homem Vitruviano Foto do vitral lateral da Catedral da Sé em São Paulo. Foto de Adriano Santos Figueiredo

Na obra de Leonardo Da Vince, o Homem Vitruviano forma com as mãos e pés uma estrela de cinco pontas (Estrela Flamígera ou flamejante. Esta estrela é o símbolo de grau de Companheiro.

Homem Vitruviano é um pentagrama, que é um símbolo estelar de cinco pontas representando o homem e a sua relação também com os quatro elementos (terra, água, ar e fogo) que por sua vez tem relação com os quatro corpos da Personalidade e a cabeça como o elemento racional da Tríade que traz o poder de discernimento adquirido pela obtenção de conhecimento.

Na figura 9, o Homem Vitruviano está dentro de um círculo e de um quadrado que tem relação com a numerologia sagrada, o círculo como símbolo da divindade e o quadrado símbolo da manifestação na matéria a partir da divindade.

A figura humana está totalmente integrada à esta figura geométrica, demonstrando a relação do homem com o universo, o macrocosmo aqui como o universo e o microcosmo como o homem totalmente integrado.

As figuras na posição de braços abertos longitudinais ao corpo formam uma cruz latina, símbolo da verticalização do homem em busca do sagrado com um trabalho na matéria (horizontal).


Figura 10 – Virgem Maria Igreja Nossa Senhora do Carmo/MG. Foto de Adriano Santos Figueiredo


Figura 11 – Virgem Maria e a flor de Liz Igreja Nossa Senhora do Carmo/MG Foto de Adriano Santos Figueiredo

As figuras 10 e 11 retratam a Virgem Maria e a Flor de Liz. É o símbolo da pureza, realeza, sabedoria e da humanização de Cristo. A Flor de Liz representa a Virgem Maria e é representada por três pétalas, o que faz dela um símbolo da Trindade. Para a Maçonaria, significa: a ponta da lança, dando a orientação e o rumo a seguir.

 

Figura 12 – O Braço da Virgem Maria faz um ângulo de 90 graus – Foto de Adriano Santos Figueiredo Igreja: Catedral da Sé em São Paulo


Figura 13 – O detalhe no alto do quadro representa um anjo em forma de triângulo equilátero (perfeição). Foto de Adriano Santos Figueiredo

Conclusões

De acordo com Bondarik, R. cada vez que se analisa um símbolo referente à Maçonaria, esta análise por mais que seja baseada em outras tantas já publicadas, será normalmente original. A visão que se possui sobre um símbolo é sempre pessoal e intransferível. São estas múltiplas visões que dão a Ordem Maçónica o carácter dinâmico e de adaptação aos novos tempos e as novas ideias que constantemente surgem: repassar os seus diversos princípios aos seus.

As obras aqui apresentadas são parte do grande acervo que contem simbologias maçónicas que tanto interesse despertam em todos os apreciadores das artes e seus significados. Neste artigo fica, portanto, uma pequena colaboração desejando que o mesmo desperte novas pesquisas que enriqueçam o nosso conhecimento.

Maria do Carmo Jampaulo Plácido Palhaci [1], Luiz Antonio Vasques Hellmeister [2], Ricardo Nicola [3], Carmem Francisca Lourenço Pinto Hellmeister [4]
Notas

[1] Maria do Carmo Jampaulo Plácido Palhaci – Professora Doutora – Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho – Departamento de Artes e Representação Gráfica da FAAC – Faculdade de Arquitectura, Artes e Comunicação, Campus de UNESP -Bauru, SP, Brasil, palhaci@faac.unesp.br

[2] Luiz Antonio Vasques Hellmeister – Professor Doutor – Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho – Departamento de Artes e Representação Gráfica da FAAC – Faculdade de Arquitectura, Artes e Comunicação, Campus da UNESP – Bauru, SP, Brasil, hellmeister@faac.unesp.br

[3] Ricardo Nicola – Professor Doutor – Universidade Estadual Julio de Mesquita Filho – Departamento de Comunicação da FAAC – Faculdade de Arquitectura, Artes e Comunicação, Campus de UNESP -Bauru, SP, Brasil, midia.press@uol.com.br

[4] Carmen Francisca Lourenço Pinto Hellmeister – Professora Doutora – Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho – Departamento de Engenharia de Produção da FEB – Faculdade de Engenharia de Bauru, Campus da UNESP – Bauru, SP, Brasil, carmenfl@feb.unesp.br
ReferênciasCOSTA, Wagner Veneziani. “Maçonaria – Escola de Mistérios – A Antiga Tradição e seus Símbolos” – Madras Editora Ltda. 2006
NUT-SA-TEFNUT, Soror. Introdução à Maçonaria. 2001, p.1’
BONDARIK, Roberto ( bondarik@cp.cefetpr.br), M∴ M∴, ARLS Cavaleiros da Luz, nº 60 – Grande Loja do Paraná – Brasil.
VAROLI FILHO, Simbologia e Simbolismo da Maçonaria. Londrina: A Trolha, 2000.

Fonte: fremason.pt

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