Keyllor Laurentino de França
M∴M∴ CIM 367.07
A∴R∴L∴S∴ Terceiro Milênio nº7 - GOAL
INTRODUÇÃO
O Treinamento de Aprendizes Maçônicos Iniciados é realizado pelos ritos oficiais e por instruções em Loja. Sendo um dos deveres mais comentados e com a certeza que devem ser muito bem realizados dentro de muitas Lojas. O trabalho ritual maçônico é quase fácil, em comparação, porque o membro ouve e assiste sua execução repetitivamente, e depois de vários meses, às vezes sem perceber, as palavras começam a brotar de seu subconsciente, algo ritualmente maravilhoso.
A questão dos Iniciados Maçônicos de Treinamento de Aprendiz provavelmente foi melhor dita por Carl H. Claudy, há mais de 50 anos em seu excelente livro "Introduction to Freemasonry - Entered Apprentice", originalmente protegido por direitos autorais em 1931.
“Muitas lojas tentam intrigar o novo irmão com livros. Alguns livros são proibitivamente grandes; outros são muito eruditos; outros supõem que o leitor tem um conhecimento que ele não possui. Alguns livros são maçantes com muitos fatos e nenhuma visão, enquanto outros são muito especializados ou confinados a um ponto de vista.” (Carl H. Claudy (1879-1957) Grão-Mestre de Maçons no Distrito de Columbia, 1943).
Cada novo irmão aprende em sua própria velocidade. Assim como a construção do Templo do Rei Salomão, é imperativo que a educação maçônica seja transmitida em doses lentas, uniformes e medidas, em que uma base forte é colocada. Afinal, somos todos aprendizes, sobre a qual os silhares perfeitos são habilmente colocados usando a espátula de amor fraterno do Venerável Mestre Maçom.
Educação maçônica constrói a retenção maçônica. Um dos iniciados que você “treina”, hoje, pode se tornar o Venerável Mestre ou possivelmente o Grão-Mestre de amanhã, aprendiz treinando novos irmãos maçônicos em doses lentas e medidas, a uma taxa que cada novo irmão pode aprender é de acordo com a disponibilidade (e vontade) do Aprendiz.
A MALETA DO APRENDIZ
O significado filosófico e simbólico dos instrumentos de trabalho do Primeiro Grau de Aprendiz Maçom representa os conceitos fundamentais sobre a vida e o trabalho do homem, a sua natureza tríplice – corpo, mente e espírito. Esses instrumentos – a Régua de 24 PPol∴, o Maço e o Cinzel – são essenciais para que o Aprendiz consiga desbastar a sua 'pedra bruta', que significa o próprio Aprendiz nas condições em que se encontra no mundo profano, com seus defeitos (arestas), e sobre o qual deverá proceder à sua autolapidação, seu autodesenvolvimento, sua auto- escultura, transformando-se na 'pedra polida' em busca da construção de seu 'Templo Moral' consagrado ao G∴A∴D∴U∴.
Fisicamente falando, o aprendiz maçom deve levar em sua maleta esses instrumentos bem como seus significados.
MAS O QUE MAIS UM APRENDIZ DEVE LEVAR EM SUA MALETA?
O Avental não é uma invenção moderna; na verdade, é a mais antiga de todas as vestimentas. No capítulo 3 do Gênesis estão escritas estas palavras: “E abriram-se os olhos de ambos e, sabendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram para si aventais”. Aventais têm sido usados em ritos religiosos desde tempos imemoriais, especialmente ao entregar holocaustos e sacrifícios de sangue de vários animais aos altares de deuses antigos. Em monumentos e pinturas murais do Egito Antigo, uma vestimenta, que pode ser melhor descrita como um avental triangular com a ponta para cima, é retratada, em circunstâncias que indicam que o usuário está participando de algum tipo de cerimônia de iniciação. Em conexão com este fato, é interessante notar que no Egito era costume conceder um 'colarinho de ofício' àqueles a quem o Faraó desejava honrar. Esses colares eram de forma circular e em muitas ocasiões o próprio faraó é retratado usando um além de seu cajado e mangual como símbolo de seu alto cargo.
Exemplos de deuses antigos usando aventais podem ser encontrados espalhados pelos quatro cantos do globo. Não será surpresa, portanto, que os padres usassem aventais semelhantes como sinal de sua fidelidade aos "deuses" e como um emblema de sua autoridade. O mais antigo avental cerimonial conhecido por ter sido usado na Palestina foi introduzido pelo Rei-Sacerdote de Canaã Melquisedeque. Datado de cerca de 2200 a.C., o sacerdócio de Melquisedeque começou a fazer seus aventais cerimoniais de pele de cordeiro branca. A pele de cordeiro branca acabou sendo adotada pelos maçons que a usaram em seus aventais desde então.
De qualquer forma, existe uma lenda que descreve por que os maçons usam aventais de pele de cordeiro e não de qualquer outro animal e essa lenda pode ser rastreada até a construção do templo do rei Salomão.
MAS SERIA APENAS ISSO QUE UM APRENDIZ DEVE LEVAR EM SUA MALETA?
Simbolicamente, a Régua de 24 PP∴ é a consciência, o Maço a força de vontade e a energia, e o Cinzel a beleza moral, a razão, e significam que o Aprendiz deve dominar suas paixões, emoções e vaidades, aperfeiçoando seu espírito e desbastando as arestas que causam suas preocupações e vícios profanos. Já o avental, nos faz remeter a pureza de alma em suma. Porém, não deveriam estas ferramentas serem as únicas em uma maleta de um “homem livre e de bom costume”, um aprendiz, ainda que em momento de ganho de conhecimento deve, contudo, ter em sua maleta: LUZ!
A Maçonaria é uma instituição essencialmente iniciática, filosófica e evolucionista. A Maçonaria defende, intransigentemente, a liberdade de consciência e, por conseguinte, estimula a busca incessante da verdade, rejeitando todos os dogmas e doutrinas que de alguma maneira limitem essa liberdade. A Maçonaria entende que todos os seres humanos são livres e iguais em direitos. Os valores por nós defendidos condenam a exploração do homem, os privilégios e as regalias, e recomendam a divulgação da nossa doutrina pelo exemplo e pela palavra, combatendo, terminantemente, o recurso à força e à violência para a consecução de quaisquer objetivos.
Ao sermos e levarmos Luzes em nossas maletas sentiremos se a caminhada será prazerosa ou não e se, enquanto neófito, seremos em breve um bom companheiro e no futuro um bom mestre. Que sejamos agentes de transformação efetiva de nós mesmos, de nossos irmãos e famílias e que possamos cavar masmorras aos vícios e exaltar virtudes.
REFERÊNCIAS:
- DANIEL, Jorge Otavio. Desbastando a Pedra Bruta. Disponível em <https://www.maconaria.net>.
- GOMG – Grande Oriente de Minas Gerais. Ritual e Instruções de Aprendiz-Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito. 19 edição. Belo Horizonte: Grande Oriente de Minas Gerais, 2004.
- MADEIRA, Mário Sérgio. Instrumentos de Trabalho do Aprendiz.
- Criciúma: Grande Oriente de Santa Catarina, Loja Nova Aurora n.41, setembro de 2001.
- MOREIRA, Fábio Teddy. Ser Aprendiz. Disponível em <https://www.maconaria.net>. Acesso em 07/08/2008.
- PESSANHA, Harry. 2º trabalho: Instrução do Primeiro Grau. Disponível em <http://www.ictys.kit.net/Maat/haprediz1.htm>. Acesso em 07/08/2008.
- REIS, Álvaro Botelho. A Régua de 24 Polegadas. Disponível em <https://www.maconaria.net>. Acesso em 07/08/2008.
Fonte: Revista Cavaleiros da Virtude
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