Cada um se dá o valor que acha valer.
O templo não é local exclusivo para fazer ordem-unida, marchar, bater continência, apresentar armas, formar fileira, ler a ordem-do-dia e cumprir ritual de forma impecável. É local sagrado!
Sim! É o espaço tridimensional físico mais sagrado que o maçom possui: ele mesmo! O templo é o local onde ele se percebe em união com o Todo.
É inaceitável comportamento inadequado dentro do templo que representa o homem símbolo no universo. Não se trata do templo físico feito de cimento, areia e tijolos: isso é matéria.
O templo é outro. Feito de carne, ossos, nervos, e, principalmente, intelecto e espírito. A loja representa o homem. Feita para o homem. Simbolicamente é um homem deitado de costas com a cabeça no oriente.
Adentrar ao templo significa que se está penetrando o local mais recôndito de si mesmo: representação viva do que cada um é.
O maçom esclarecido e espiritualizado entra no templo consciente que está caminhando dentro em si mesmo. Local onde prospecta por virtudes, valores e mudanças em todas as dimensões.
É na aparência externa que o outro reconhece imediatamente aquele que já se iniciou maçom. Uma coisa é iniciar alguém, isso é simbólico, outra é iniciar a si mesmo, isso é sublime, real!
A iniciação simbólica é trabalhada no grau de Aprendiz Maçom; a iniciação real acontece depois, em surdina, no íntimo de cada um. Inicialmente burila-se o lado externo da pedra: mundo da aparência, da fantasia, dos sentidos, daquilo que parece ser.
Subsequentemente trabalha-se o interior da pedra, da realidade, daquilo que os outros não veem: que representa o maçom no universo. Este é o maçom de fato e em sentido lato.
Aquele que já se iluminou enxerga dentro de si mesmo, vê dentro da pedra. O que passou pela cerimônia da iniciação pode até camuflar sua aparência externa que os outros veem, mas é impossível camuflar de si o que ele é por dentro.
A transposição das colunas vestibulares separa dois universos: macro e microcosmo; no macrocosmo está o homem que parece ser: corresponde à sala dos passos perdidos, átrio etc.; no microcosmo o homem real, que é: sua essência, existência, realidade, consciência, alma, templo, etc. Tudo no universo é energia. O homem é energia. O pensamento é energia.
A Mecânica Quântica já caminha em direção da obtenção de explicações razoáveis desta manifestação. Místicos reportam-se a algo denominado por eles como Egrégora, uma força coletiva que se manifesta em condições especiais de colaboração e fusão espiritual.
Até associam a manifestação do espírito de pessoas mortas na criação desta manifestação etérea. Mesmo ao incrédulo da manifestação energética dos mortos em tais ocasiões há de considerar, no mínimo, a presença das pessoas vivas que colaboram com a criação de um campo energético concentrado.
É física! O homem já está quase lá! Por ora apenas intuímos e percebemos tal possibilidade sentida, mas em futuro próximo haverá comprovação científica desta manifestação energética.
Isto dá sustentação para a necessidade de preparar o templo material de pedra, de modo a tornar-se eficiente para concentrar energias. Entrar no templo antes do que se definiu por consenso, ritualística e regulamentação é uma forma de conspurcar um local sagrado preparado para lidar com variadas formas de energia.
Entrar antes de o ambiente estar preparado é desobediência, rebeldia, brutalidade. Pode-se até entrar antes do permitido! Quem impede ao embrutecido de fazer estragos?
Apenas ele mesmo! Desobedecer ao acordado a priori certamente altera o espaço físico onde se formará o homem-símbolo espiritual que cada um é; respeitar tal dispositivo no mínimo acata o direito dos demais usuários do local.
A falta de respeito ao local sagrado altera a essência espiritual coletiva dos irmãos reunidos em assembleia. Por empatia, com sentimento fraterno deve-se reverenciar o sentimento dos irmãos recolhidos dentro de si mesmos em presença do Grande Arquiteto do Universo!
Maçonaria não é religião, o templo maçônico não é local de adoração, mas o mais sagrado dos templos que cada um é.
Este local é sagrado, inefável, deve ser tratado com respeito porque assim cada um respeita a si mesmo. O templo de pedra é apenas a sua representação simbólica, mas quem o desrespeita e o conspurca com sua presença ao entrar antes da hora está desrespeitando primeiro a si próprio, depois a todos os outros irmãos que compartilham do mesmo espaço.
Entrar no templo é entrar no lugar mais sagrado do Universo para cada um: é adentrar em si mesmo. E nesta ocasião cada um se dá o respeito que acha que deve; se dá a importância que acha pertinente.
Cada um entra em seu local mais sagrado trajando-se interna e externamente da forma em que se dá importância. Toda sessão em loja é magna para aquele que se respeita. Certo seria trajar-se sempre para evento de importante envergadura, ocasião magna. O ritual recomenda: terno, gravata, sapato, cinto, meias pretas e camisa branca.
Qualquer diferença é apenas aceitável, tolerável, afinal cada um se dá o valor que acha possuir.
Como falar de amor com alguém que nunca foi amado? Como poderá amar a si mesmo aquele que nunca foi amado? O bruto que não respeita a si mesmo nunca foi amado.
Se o maçom em formação ainda não despertou e não se dá valor, pode entrar de forma contumaz, com a indumentária com que se sente melhor trajado para comparecer diante de si mesmo, dentro vc tvde si mesmo, diante do universo, perante o Grande Arquiteto do Universo: isto é pessoal, é intransferível. Cada um se dá o valor que acha que deve.
O templo é lugar sagrado que recebe a cada um naquilo que é em sentido lato, não tem como escamotear a própria percepção de realidade de si mesmo, da sua consciência e memória.
À glória do Grande Arquiteto do Universo, o templo deve ser respeitado!
Fonte: Facebook_Pedreiros Livres
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